A Mãe Perfeita escrita por Williane Silva


Capítulo 2
NA FRENTE DOS GAROTOS


Notas iniciais do capítulo

espero que gostem desse novo capitulo



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Flertando, eu?

Pv Edward

- Confira tudo para certificar-se de que eles rubricaram todas as páginas do contrato, Helena.

       Eu falava ao celular, digitando meu lustroso Mercedes prateado pela auto estrada.

- Levamos seis semanas para incluir as novas cláusulas e não quero mais atrasos. Depois encaminhe tudo para os advogados conferirem. Estando tudo em ordem, envie os contratos para minha casa.

- Sim, senhor._ Helena, minha secretaria havia muitos anos, mostrou-se fria e eficiente como sempre.- Algo mais?

Eu suspirei cansado.

- Espero que não. Depois das últimas semanas, só quero passar um tempo sossegado em minha casa.

Ela pareceu ficar mais relaxada.

- Então está tudo bem com os garotos?

Eu franzi o rosto.

- E por que não haveria de estar?

- Bem, é que quando Benjamim ligou...

-Espere um momento. Ben ligou? Quando?

- Anteontem, Sr. Cullen. Não me diga que Morrison não lhe passou o recado.

- Morrison? A mulher de Morrison teve filho há dois dias. Ele desmaiou na sala de parto e ficou abalado depois disso. Mal se lembra do próprio nome, quando mais de passar algum recado.

- Ah, meu Deus!- suspirou Helena.

- Tudo bem.- a tranquilizei.- Ben mencionou por que estava ligando?

Helena respondeu nervosamente.

- Bem, sim e não. Ele disse que precisava lhe contar algo a respeito da Sra. O’ Connel.

       Eu fiquei apreensivo. A Sra. O’ Connel era a babá que eu contratei antes de viajar.

 - Era só o que faltava. Ele disse mais alguma coisa?

- Não, só pediu que o senhor retornasse a ligação.

- Você não ouviu sirenes, nem ninguém gritando. Ouviu?

Helena percebeu que eu tentava brincar um pouco.

- Não desta vez.- ela me assegurou.- Na verdade, ele parecia bastante alegre, portanto imagino que não deva ser serio. Perguntei como estavam indo e ele respondeu que tudo estava perfeito.

          Eu estremece por dentro. Na última vez que Ben disse que tudo estava “perfeito” um cenário completo de Lawrence da Arábia foi entregue em minha casa, incluindo uma tenda de beduíno verdadeira e um casal de camelos muito mal-humorados. O garoto conseguiu adquirir o “pacote” anunciado na TV como uma experiência educacional incomparável, mencionando os dados do meu cartão de crédito.

- Mais alguma coisa, senhor?

- Não, obrigado. A menos que minha casa já tenha se incendiado, devo retornar ao escritório na semana que vem, antes de partir para o novo México. Você conhece o esquema. Se o assunto for importante, ligue para mim. Se não...

- Perfeitamente, senhor. E não se preocupe. Tenho certeza de que tudo está bem com os garotos.

- Ok. Até a semana que vem.

           Eu desliguei e em seguida chamei o numero da minha casa. Estava muito cansado. Não imaginei que levaria seis semanas até que o contrato de venda com a família Crancy durante meses antes da minha chegada, imaginei que o contrato seria assinado em poucos dias.

     Eu passei a mão pelos meus cabelos e bufei. Embora eu não vivesse exatamente como monge após a morte da minha mulher, havia quatro anos, determinei a não misturar sexo com os negócios, e muito menos com vida familiar.

     Mas o fato é que Ben disse a Helena que havia um problema.

     Eu cerrei os dentes para não praguejar outra vez. Joguei o telefone no banco de passageiros e pensei por alguns segundos. Em seguida peguei o telefone novamente e disquei outro número.

Duas chamadas depois, uma voz gravada respondeu cordialmente.

- Você ligou para a Agência de Babás tia Enne.

Não estamos atendendo, mas se você deixar sua mensagem, ligaremos assim que for possível.

     Agarrei fortemente o volante, acelerei mais e passei como um raio pelo portão, indiferente às belas árvores da minha propriedade.

     Finalmente a casa de três andares apareceu à minha frente, com as muitas janelas refletindo o sol da tarde de verão.

      Eu tampouco percebi isso. Estava ocupado tentando controlar o pânico ao encontrar os dois caminhões parados à minha porta.

         Brecando abruptamente, percebe que a porta dupla da frente estava aberta. Era estranho como tudo estava silencioso. Apesar do calor, senti o frio gelar minha alma ao passar pelo vestíbulo coberto de mármore.

- Benjamim! Mike! Erik! Tem alguém em casa?

Silencio.

Durante alguns segundos, eu só consegui escutar minha própria respiração. Então, percebi um burburinho vindo de cima.

     Subi a escada circular e percorre como um raio o balcão que dava para área intima, tomei a direção da ala da casa que as crianças ocupavam. Guiando-me pelo ouvido, senti a respiração faltar ao encontrar vários homens uniformizados  no enorme banheiro dos garotos.

    Oh não! Alguns dos garotos escorregaram e batera com a cabeça? Seria Erik? Ou Mike? Será que o caçula tentou novamente lavar e secar seu Hamster dentro da banheira e fora eletrocutado? Ou quem sabe foi Ben? Certa vez ele montau uma banda de fumaça e ...

Eu respirei fundo mais uma vez.

“controle-se, Cullen.”

   Me dirigir aos homens uniformizados, já fiz cair sobre mim um monte de frieza.

- Sou Edward Cullen. Quem é responsável e o que está acontecendo?

        Por alguns segundos, o banheiro ficou em silêncio.  Os três bombeiros próximos a mim se calaram, enquanto os dois paramédicos um pouco mais adiante viraram-se para mi olhar.

 Foi quando irrompeu um trio de vozes mais jovens.

- Papai!- gritou o pequeno de quatros anos, atirando-se no meu colo.

- Papai!- a voz do meu filho de seis anos, Mike, demostrando toda sua excitação ao seguir o irmão mais novo.

- Papai?- o rosto de Ben apareceu entre os dutos mal disfarçando seu desapontamento.- O que você está fazendo aqui?

      Como eu próprio, todos os três tinham os olhos dourados e cabelos avermelhados. Mike, com seu rosto anguloso, tinha o sorriso da mãe e uma índole sensível.  Erik era mais cheinho, com o rosto arredondado, com sardas e uma expressão transparente. Mas era Ben que chamava mais atenção. Magro elétrico e com um sorriso fácil, tinha mais curiosidade do que uma convenção de cientista, mais energia do que uma frota de submarinos nucleares e mais entusiasmo do que uma torcida inteira: uma combinação altamente perigosa. No momento, olhava para mim como se  fosse o fugitivo sob o facho de um holofote.

     Eu abracei os mais novos e então afastei para encarar o primogênito.

- Terminamos as negociações.- expliquei.- Queria fazer uma surpresa.

- Mas ainda não estrou pronto!

- Pronto?- eu ergui minha sobrancelha.- Pronto para o quê?

 Ben tentou disfarçar, olhando para ponta do tênis.

- Bem...- ele titubeou.- Nada...

Eu fiquei ainda mais preocupado  e concentrei-me no meu filho do meio.

- Erik? Vai me contar o que esta acontecendo?

    Depois de espreitar o irmão mais velho com o canto dos olhos, Erik também achou melhor não entrar em detalhes. Depois de um silêncio constrangedor, Mike puxou a manga de minha camisa e disse claramente.

- Bella está entalada.

 O meu olhar suavizou ao encarar meu caçula.

- Quem está entalada e onde?

Ben suspirou desapontado.

- Bella, papai- o pequeno respondeu.- Ela foi salvar Brutus.

- Está vendo?- reclamou Erik- Foi culpa sua.

O queixo de Mike começou a tremer.

- Não foi, não.

- Foi, sim. Se você cuidasse do Brutus, ele não fugiria e nada disso teria acontecido!

- Quem é Brutus?- eu quis saber exasperado.

Os olhos de Mike encheram-se de lágrimas.

- Ele é meu... furão. O tio Jasper me deu de presente por ter passado de ano. Ben tem o lagarto, e Erik tem Ike e Spike. Eu tenho Brutus. É o meu melhor amigo.

     Eu fiquei boquiaberto. Anotei mentalmente que deveria telefonar para meu irmão mais novo Jasper, e pedi uma vez mais que parasse de mandar bichinhos de estimação.

- Ei, vocês!- uma voz não localizada encheu o ambiente.- Será que dava para me tirarem daqui primeiro e discutirem depois? E rápido, por favor!

  Eu olhei em volta, sem entender nada.

- O que diabos...

    Algo na movimentação dos bombeiros fez, com que eu percebesse que estavam tentando tirar algo de dentro do duto de roupas sujas.

- Tem alguém lá embaixo?

- Não se preocupe, senhor.- respondeu um dos bombeiros.- Sou o tenente Alex, do corpo de bombeiros de Port Sandy. A moça, a que está tomando conta de seus garotos, disse que está bem. Pelo que conseguimos entender, ela escorregou cerca de dois metros até que entalou na curva no duto.

- Ah... percebo.- repondi, os meus olhos fixos no buraco na parede. Só fiquei imaginado como a Sra. O’ Connel conseguiu caber em um espaço tão estreito.

- Como eu já disse, não se preocupe.- repetiu o tenente, acenado para que seus homens prosseguissem.

- Vamos tirar a moça, já, já.

“Não acredito no que está acontecendo”, pensei. Enquanto os bombeiros jogaram um laço pelo buraco. Eles “pescaram” durante alguns segundos e, em seguida, uma voz, nada parecida com a da senhora O’ Connel, gritou.

- Bingo! Excelente arremesso, rapazes!

    Os bombeiros festejaram e começaram a içar a corda. Segundos mais tarde, apareceu um par de pés calçados com alpargatas. Enquanto um dos homens mantinha a corda esticada, o outro aproximou-se e, agarrando os tornozelos delicados, começou a puxar.

      Como um gênio, saindo de um garrafa, uma mulher emergiu das profundezas do duto. Usava short cáqui e camiseta azul-marinho. De costas para todos, era pequena e magra, com cabelos negros brilhantes e um bumbum firme e tentador.

Em toda minha vida eu nunca tinha à visto.

 Fiquei mudo de espanto. Antes que me recuperasse, o ambiente começou a ferver de atividade. Primeiro foram os paramédicos que dominavam a cena, tapando minha visão enquanto faziam os exames de praxe. Em seguida, os três garotos praticamente me atropelaram, desesperados por se aproximarem da estranha. Todos começaram a falar.

- Está passando bem, senhorita?- perguntou o tenente Alex.

- Estou ótima.- Ela murmurou com voz enrouquecida.- Apreciei muito o que fizeram.

- Que belos arranhões nas suas pernas.- comentou um dos paramédicos.- Se ficar parada por um minuto nós poderemos...

- Estou ótima, de verdade.- ela insistiu.

- Ela é valente.- observou Ben com, uma ponta de orgulho na voz.

- Era escuro lá dentro?- Erik interrogou.

- Você teve medo?- secundou-o Mike.

- Sim, era, e não, não tive medo. Brutus estava me fazendo companhia, lembra?

- Passe-me um pacote de gaze esterilizada , por favor, Bille. Sinto muito, senhorita, mas isso vai doer um pouco.

- Bem, Sr. Cullen.- disse Alex, aproximando-se de mim com um pequeno bloco de papel.- Parece que tudo acabou bem. Vou lhe enviar uma cópia de meu relatório, mas desde já recomendo que o senhor feche esse duto. Além do perigo que representa para as crianças, também pode alastrar um incêndio.

      O tenente arrancou uma folha do bloco e entregou-a a mim. Era uma intimação por violar o código de segurança do condado.

- Espere um minuto!-protestei.

   Alex ergueu a mão pedindo silêncio, quando o rádio preso ao seu cinto emitiu um chamado.

- Rapazes, é a poucas milhas daqui. Vamos!

Os homens atenderam prontamente.

Eu procurei controlar a estranha sensação de que o mundo fugiria ao meu controle ao comtemplar a inesperada visita em meu banheiro.

     Os cabelos negros, curtíssimos, emolduravam um rosto cheio de detalhes surpreendentes. Os olhos eram escuros e perspicazes; as sobrancelhas, inquisitivas. O nariz pequeno e reto combinava maravilhosamente com a boca sem duvida nenhuma tentadora. O sorriso denunciava uma covinha em cada face. Embora não fosse exatamente bonito, o rosto brilhava com tanta energia e bom humor que s tornava irresistível. Eu tive que admitir que o conjunto era irretocável.

      Um crescente desejo me fez imaginar se toda ela teria a quela pele de textura macia; que sensação teriam aqueles lábios carnudos em minha boca; que expressão teriam aqueles olhos quando eu a acariciasse nos...

- Ei, papai, você não vai dizer nada?

     A voz alegre de Ben caiu sobre mim como um balde de agua gelada.

       Ora, o que eu estava pensando? Fantasiando com uma mulher que nem se quer conhecia? E na frente dos meus filho, pelo amor de Deus!

       Todo medo e frustração do dia pareceram emergir como um vulcão. Eu senti um surto de raiva de mim mesmo, da situação e dela, por estar minando o meu controle.

- Não sei quem é você.- eu disse abruptamente, esforçando-me para aparentar neutralidade.- Mas eu sou Edward Cullen. Essa é minha casa e estes são os meus filhos. Você tem exatamente dez segundos para dizer quem é, como entrou em minha casa e o que diabos estava fazendo dentro do duto da lavanderia.

   Ela passou a mão pelos cabelos, sem tirar os olhos dos meus.

- Ou?

 Eu mal podia crer na ousadia daquela mulher.

- Ou então vou chamar a polícia.


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Notas finais do capítulo

em tão esta ai o novo capitulo logo sairam outros um bj xau