James E Lily - Ultimo Ano escrita por Aspenblood


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Um capítulo bem estranhamente romântico para vocês... Ah! Por eu estar postando dia 6/10 o próximo capítulo só sai dia 16/10!Bom espero que vocês gostem.



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A última semana de setembro avançou lentamente, o frio aumentando e o vento cortante pinicando a pele dos alunos cada vez mais, à medida que eles saíam para as aulas de Herbologia, ou para os treinos de Quadribol. E assim, lentamente, chegou o primeiro passeio a Hogsmeade.

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Lily estava sentada diante da lareira, em sua poltrona favorita, lendo um livro que ela havia trago de casa.

– Então, Lily – ela ouviu James chama-la, correndo os dedos pelo cabelos – você... gostaria de ir a Hogsmeade comigo?

Ela ergueu os olhos do livro. O rosto dele estava cheio de esperança, misturada com uma pequena certeza de que ela iria aceitar. Ela quase podia prever o rosto dele quando ela recusasse: o desapontamento, a tristeza.

– Não – ela disse fechando o livro e subindo as escadas para o dormitório – Quantas vezes terei que repetir: preferiria sair com a Lula Gigante, Potter, a sair com você.

E, mesmo sem olhá-lo ela pode senti-lo murchando

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Mesmo Lily tendo recusado seu pedido para ir com ele a Hogsmeade, eles acabaram se encontrando lá, o que, no final, foi quase como se ela tivesse dito sim.

James e Sirius foram até a Zonko’s, eternamente acompanhados por Remus e Peter, para comprar mais logros. Não que o estoque deles estivesse acabando, mas porque eles não tinham certeza de quando seria o próximo passeio.

Encheram as sacolas de Bombas de Bosta, Snap Explosivo, Soluços Doces, Xícara que morde nariz, Chumbinhos Fedorentos e Pó de Arroto. Esperaram Lily, Remus e Alice comprarem mais pergaminhos e tintas, e James comprou uma pena de faisão preta para Lily.

Eles foram na Dedosdemel, onde encontraram Peter novamente, comprando doces. Remus imediatamente sorriu e encheu uma sacola com Feijõezinhos de Todos os Sabores, tabletes de nugá, caramelos cor de mel, sorvetes de coco cor de rosa, bombons dos mais variados sabores, Diabinhos negros de pimentas, Sapos de creme de menta e chicles de baba e bolas.

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– Então, Lily, me diga alguma coisa de nova sobre você? - James disse, inclinando se para trás na cadeira tão intensamente que estava sendo suportado apenas por suas pernas traseiras. Ele tinha um sorriso nos lábios, como sempre tinha, e passava os dedos pelo cabelo, bagunçando-os ainda mais. Ele estava claramente confortável flertando com ela

Lily, exatamente a sua frente na mesa para dois, estava perfeitamente sentada na cadeira, e não entendia exatamente como ela tinha ido parar naquela situação. De qualquer maneira, seu sorriso sugeria que ela achava que a maneira de ele se comportar era cômica. Ela apoiou os cotovelos na mesa, chegando um pouco mais perto dele, então ela poderia falar em um tom de voz mais baixo. Pessoas continuavam encarando aquele casal estranho, inclusive seus amigos, sentados algumas mesas de distancia, sussurrando o tempo todo, e aquilo a estava irritando.

Oh, sim. Eles tinham entrado no Três Vassouras, e seus amigos tinham habilmente conseguido coloca-la em uma mesa para dois com James. Que legal, ela pensou num humor seco.

– Na verdade, às vezes eu acho que você sabe mais sobre mim do que eu mesma - ela disse olhando para ele enquanto tomava mais um gole da cerveja amanteigada, e ele seguiu seus movimentos com os olhos, como ela secretamente esperava que ele fizesse - Okay... Não me julgue, mas eu faço pactos com pessoas mortas

James quase caiu da sua cadeira, engasgando com sua cerveja amantegada. Lily não pode fazer outra coisa senão rir, tão intensamente que seus olhos se encheram de lágrimas e sua barriga começou a doer quando ela teve que parar para respirar. O rosto dele ainda estava em choque, mas se recuperando dele. Ele não se lembrava de já ter visto James Potter corando, e ela rezou para que ninguém percebesse o quanto ela achou aquilo bonitinho.

– Você é bem engraçada - ele disse ironicamente, quando ela finalmente parou de rir. James estava sorrindo, apesar de tudo.

– Oh, por favor, você simplesmente perdeu toda a sua graciosidade agora, Potter. Isso foi engraçado - Lily observou enquanto ele colocava a cadeira perfeitamente apoiada no chão e se aproximou da mesa, ficando exatamente como ela, em um movimento suave. Ela nervosamente observou o quão perto ele estava dela.

Talvez, o efeito de todos aqueles canecos de cerveja amanteigada estivessem fazendo algum efeito nela, ou se fora o caneco de Whiskey de Fogo que eles dividiram antes, mas ela não se afastou

– Bem, eu não creio que você poderia manter sua graciosidade também se a pessoa que você gosta se mostrasse que estupidamente insana, Lily - James olhou por longos segundos para os lábios dela antes de olhar de novo para seus olhos. O verde estava tão claro que ele podia ver perfeitamente as características da íris dela, tão diferentes do verde-esmeralda que geralmente eram

– Veja, você é completamente estupido - ela respondeu, propositalmente pegando a parte errada - e a minha graciosidade está perfeitamente bem, muito obrigada - as palavras saltaram da boca dela antes que ela pudesse processar. Ela só percebeu os efeitos de suas palavras quando viu que o rosto dele estava iluminado com um dos maiores sorrisos que ela já havia visto.

– Espere, você, Lily Evans, acabou de admitir que tem uma grande paixão por mim? - James disse, em tom de surpresa, com os olhos brilhando. Ele não parecia acreditar naquilo, e ainda assim parecia a pessoa mais feliz do lugar

– Não - ela disse desviando o olhar, rindo da reação dele e sentindo que sua face estava queimando

– Eu vou considerar isso como um sim - ele sussurrou para ela, chegando tão perto que seus lábios estavam quase se tocando

Ela se afastou, encostando as costas no encosto da cadeira, e tomou mais um gole do caneco - E pare de manipular minhas respostas, Potter – ela escondeu um sorrisinho atrás da caneca

– Acho que eu estou meio tonta – James sorriu

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O vento penetrava nas roupas deles e se recusava a deixa-los se aquecerem, fazendo capas, casacos e sobretudos voarem ao redor dos corpos dos estudantes que se aventuravam pelas ruas de Hogsmeade.

Remus, Sirius e os outros estavam prontos para voltar para Hogwarts, e estranharam quando James e Lily ficaram para trás

– Ora, vocês não vem? – Alice perguntou encolhendo-se para mais próximo de Frank

– Minnie pediu para nós ficarmos e tomarmos fecharmos o passeio – James sorriu – Filch está doente, acho

Sirius lançou um sorriso malicioso para James após dar um olhar malicioso para Lily

– Sei

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James e Lily andavam lado a lado, em silêncio. O vento gelado encontrava aberturas em suas roupas para congela-los. Lily estava com frio. Havia esquecido seu cachecol no castelo e agora a pele do pescoço estava gelada. “Pelo menos ainda não há neve”, pensou. James parou. Ela se virou para encará-lo e o viu retirando o cachecol vermelho. Enrolou-o desajeitadamente nos ombros dela e na cabeça cobrindo uma parte do rosto.

–Aqui. Pode ficar – disse ela ajeitava o cachecol – Pronto. Eu acho.

Ele sorriu e correu os dedos pelo cabelo, antes de dar um espirro forte e recomeçar a andar.

–Ei! Você não vem? – James parecia confuso e seu nariz estava ligeiramente vermelho

– Sim, sim. Claro – ela correu para chegar ao lado dele. Mexeu no cachecol, de forma que ele protegeu-a do vento do pescoço até o nariz – Você está bem? Eu posso te devolver...

– Nah, tudo bem. Sirius deve só estar fofocando sobre mim de novo

– Obrigada

Ele sorriu e bagunçou nos cabelos, de novo.

–Típico de um típico cavalheiro.

Lily riu sarcasticamente.

– Não estou vendo nenhum cavalheiro por aqui – seu sorriso se alargou e ele abriu os braços, como que dizendo “eu aqui, Evans” e ela percebeu como ele estava bem vestido. Usava uma blusa social branca com um suéter vinho, calças jeans negras e tênis. Para completar, usava um sobretudo preto, que no momento, batia nas pernas dele com o vento.

Eles andaram um silêncio, duvidando se o próprio vento permitiria uma conversa.

– Ei, vamos pela Floresta Proibida? – James perguntou quando eles estavam próximos dos limites do castelo. Ele conhecia os terrenos ao redor o suficiente em suas andanças para caminhar em relativa segurança por entre as arvores.

Lily mordeu o lábio inferior pensativamente, olhando para a aparência nada convidativa da Floresta. As árvores na orla da Floresta pareciam não serem afetadas nem pelo Sol, nem pelo outono: as árvores continuavam com as folhas verde-escuras e pareciam fazer sombra em todos os lugares.

– Achei que nós não podíamos entrar lá – James sorriu, num misto de diversão e mistério

– Nós somos os Monitores Chefe. Mandamos em quase todo mundo, e se a Minnie não vê, nós não pegamos detenção – ele correu os dedos no cabelo – Além disso, regras foram feitas para serem quebradas, não?

Ela não pode evitar que um pequeno sorriso se espalhasse em seu rosto. James estava encarando-a de novo, olhando-a como se ela fosse uma maravilha do universo, fazendo-a corar como uma beterraba.

– Tudo bem

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– ... eles não gostam muito de esperar, você sabe – o homem disse, em um tom que indicava que ele não estava de brincadeira

– Por que nós não conversamos sobre isso no castelo? – outra voz disse, de um jeito preguiçoso.

– Porque... Alguém poderia escutar – disse a primeira voz impaciente – Agora venham logo.

Snape entrou na Floresta, sem ter ideia alguma de que estava sendo seguido.

Eles andaram em um passo rápido, adentrando cada vez mais, até não se tronarem mais do que vultos nas sombras das copas. Mulciber e Avery andavam ao lado dele, conversando em sussurros, até que eles ouviram uma risadinha.

Bellatrix Black e Lestrange.

– Mostre, mostre – ela disse entusiasmada, soltando-se do braço de Lestrange

Snape deu um sorrisinho forçado e jogou seu casaco para Avery, erguendo a manga do braço, exibindo uma tatuagem negra, de um crânio e uma cobra que saia de sua boca como uma língua. A mulher pareceu um pouco surpresa

– Não pensei que você fosse fazer uma de verdade, Severus. Oh, sim, o Lorde das Trevas ficará simplesmente encantado!

Lily mal conseguia respirar, e quase deu um grito de choque ao ver a Marca Negra no braço de Snape. Simplesmente não podia acreditar que ele havia feito algo do tipo... Não ele... Ela sentia-se traída e lágrimas escorriam por suas bochechas, enquanto James a abraçava, e murmurava coisas sem nexo para ela.

– Mate os sangue-ruins – Bellatrix disse com um sorriso louco – Aquela nojenta da Lily Evans... aquele cretino do Lupin!

– Sim – o sorriso de Snape demonstrava um ódio que Lily não pensou que iria ver – Ela, Lupin –

– Sirius Black é meu, Severus – ele odiava quando ela o chamava assim

– Sim, sim. E Potter! – seu sorriso era cruel, e seus olhos mostravam uma felicidade e um prazer insanos com a ideia

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James e Lily estavam encostados na árvore, tão próximos um do outro que ela sentia a respiração dele no alto de sua cabeça e o coração dele batendo rápido, junto do dela. Ele forçou um sorriso, mas ela via a raiva nele

Ele roçou os lábios na bochecha dela, no queixo. E ela viu o que ele iria fazer

– Não. Você não pode. Ja- ele havia lançado um feitiço nela, e por um momento ela amaldiçoou-o por se tão bom nisso. James pegou algo do sobretudo – parecia um lençol de seda, prateado – e jogou sobre ela

– Leve-a de volta ao castelo, sim? Não a mostre a ninguém e dê-a para Sirius, okay?

*** *** *** *** *** *** ***

Lily só pode ouvir o duelo, imóvel e encostada contra a madeira irregular da árvore. Mas sua mente estava longe, fazendo até mesmo as poucas palavras ditas soarem incompreensíveis.

Tempos depois ela ouviu passos, e pessoas estavam passando por ela, correndo.

– Ele morreu? – Mulciber perguntou

– Ainda não – Snape perguntou orgulhoso – Mas vai. A quantidade de sangue... E só eu sei o contra feitiço... – Lily conhecia-o bem o bastante para reconhecer a mentira em sua voz

E então as vozes se afastaram e ela não podia ouvir mais nada além de seu coração batendo rapidamente em suas costelas.

Ela podia se mover agora. Correu para o lado de James, guardando a capa misteriosa no bolso. Ele estava deitado em uma poça de sangue, e sua mão segurava frouxamente a varinha, mas seu peito subia e descia levemente.

Ele estava branco como papel e seu suéter, antes vinho, estava quase preto. Ele olhava fixamente para ela, como se estivesse com dificuldade para focalizá-la. Um fio de sangue escorreu por seu queixo.

Ela ajoelhou-se na poça de sangue, e puxou a cabeça dele para seu colo, segurando as lágrimas

– É... irônico, não? – ele sussurrou

Lily estava chorando, lágrimas escorrendo silenciosamente enquanto ela ouvia-o.

– O que?

– Todo esse esforço para convencê-la de que eu era apaixonado por você, e eu aqui, morrendo em seus braços. Eu... sinto muito – ele engasgou – Me sinto tão leve...

E ele virou o rosto.

A cabeça dela doía. Ela pensava em um modo, porque tinha de haver um modo de salvá-lo. Ela sentia o sangue gelado empapando seu jeans. “Só eu sei o contra feitico...” Snape tinha mentido, ela sabia.

E então ela se lembrou das anotações no livro de poções. Ele não era o único que sabia o contra feitiço. Ela também sabia. E mesmo se fosse um tiro no escuro, um grito no vácuo, ela faria isso por ele.

Vulnera Sanentur – murmurou – Por favor, por favor, por favor...

Memórias deles juntos atravessaram sua mente: ela gritando com ele, e gritando por ele; ele chamando-a para sair; a imagem dele mexendo no cabelo do jeito irritante. Era estranho, como ter alguém te empurrando contra uma parede, e puxando-a, só para empurra-la de volta. Como se ela estivesse se afogando, alguém a erguesse apenas o suficiente para ela recuperar o fôlego antes de submergir.


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Notas finais do capítulo

Obs: Capítulo inclui "SPOILER" de Cidade do Fogo Celestial - Cassandra Clare, que ela mesma divulgou.Obs2: O trecho original era:" Bem, é um pouco irônico, não? O que quer dizer? Todo esse esforço para convencê-lo(a) de que eu não estava apaixonado(a) por você, e aqui estou eu, morrendo em seus braços."Reviews?