Andando Por Aí... escrita por Pamisa Chan


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Leiam e reflitam.



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Andando por aí, vi um casal. Eles se beijavam num banco, numa praça qualquer. E olhando essa cena, milhares de perguntas entravam em minha mente. Por que se beijavam? Por que ali? Será que é o primeiro beijo? Será que eles são amantes? Será que eles se amam de verdade? Será que seus pais sabem? Quando será que se conheceram? Onde se conheceram? Não sei. Eu nunca saberia, nunca saberei. Continuei a andar.

Andando por aí, vi uma jovem garota. Ela usava uma touca, tentando cobrir seu rosto que estava cheio de lágrimas. E olhando essa cena, milhares de perguntas entravam em minha mente. Por que chorava? O que se passava em sua mente? Será que alguém que ela amava havia morrido? Será que seus pais haviam proibido seu romance com algum garoto? Será que ela era namorada do garoto que estava beijando a outra moça no banco? Não sei. Eu nunca saberia, nunca saberei. Continuei a andar.

Andando por aí, vi um carro. Ele andava por uma rua deserta, num horário que não havia quase nenhum movimento. E olhando essa cena, milhares de perguntas entravam em minha mente. Para onde ia? Por que corria com tanta velocidade? Será que estava indo buscar alguém? Será que estava correndo de algo? Será que estava levando uma criança doente a algum lugar? Ou talvez levando uma mulher prestes a parir a algum hospital? Não sei. Eu nunca saberia, nunca saberei. Continuei a andar.

Andando por aí, vi três garotas. Elas conversavam e riam. E olhando essa cena, milhares de perguntas entravam em minha mente. Por que elas riam? Onde elas se conheceram? Será que eram realmente amigas? Será que alguma delas tinha um segredo que nunca ninguém jamais saberia? Será que elas eram amigas de infância? Será que alguma delas já roubou o namorado da outra? Será que elas eram parentes ou apenas amigas? Não sei. Eu nunca saberia, nunca saberei. Continuei a andar.

Andando por aí, vi uma moça com menos de dezoito anos. Ela estava grávida. E olhando essa cena, milhares de perguntas entravam em minha mente. Quem era o pai? Será que ela tinha uma família? Será que ela era mãe solteira? Será que o bebê seria fruto de uma traição? Será que ela teria condições de sustentar uma criança? Será que ela tinha outros filhos? Será que os pais dela aceitaram aquela gravidez? Não sei. Eu nunca saberia, nunca saberei. Continuei a andar.

Andando por aí, vi uma criança. Ela chorava de forma escandalosa. E olhando essa cena, milhares de perguntas entravam em minha mente. Por que ela chorava? Será que seus pais não lhe deram o brinquedo que queria? Será que era mimada? Será que alguém havia dito que faria algo e não fez? Será que ela havia caído? Será que sua professora favorita havia saído da escola? Será que seus pais não a davam atenção? Não sei. Eu nunca saberia, nunca saberei. Continuei a andar.

Andando por aí, vi um homem de terno. Ele andava apressado, olhando o relógio o tempo todo e segurava uma maleta. E olhando essa cena, milhares de perguntas entravam em minha mente. Para onde ele ia? Será que estava atrasado? Será que ele pensava muito em emprego e não tinha tempo para outras coisas? Por que ele estava com tanta pressa? Será que ele deixava a família de lado por falta de tempo? Não sei. Eu nunca saberia, nunca saberei. Continuei a andar.

Andando por aí, vi um garoto. Ele andava tranquilamente, usava fones de ouvido. E olhando essa cena, milhares de perguntas entravam em minha mente. Que música será que ele ouvia? O que será que se passava em sua mente? Por que será que ele ouvia música? Será que ele queria esquecer o mundo? Será que ele apenas ouvia à uma música que o lembrava de sua namorada? Não sei. Eu nunca saberia, nunca saberei. Continuei a andar.

Andando por aí, vi um homem pobre. Ele estava deitado na rua, dormindo. E olhando essa cena, milhares de perguntas entravam em minha mente. Por que ele estava lá? Por que ele tinha uma vida como aquela? Será que ele havia sido enganado? Será que ele roubava para sobreviver? Será que as outras pessoas o notavam? Será que ele estava satisfeito com aquela vida? Não sei. Eu nunca saberia, nunca saberei. Continuei a andar.

Andando por aí, pude perceber como as vidas são diferentes. E percebendo isso, milhares de perguntas entravam em minha mente. Será que existe outra pessoa como eu? Será que mais alguém fica observando situações tentando decifrar por que elas acontecem? Será que enquanto eu passava, alguém ficou se perguntando sobre mim? Será que algum dia eu viria a rever alguma das pessoas que passaram como estranhas por uma rua qualquer? Será que em algum lugar do mundo, existe alguém que tem uma vida igual a minha? Igual a de qualquer outra pessoa desconhecida? Não sei. Eu nunca saberia, nunca saberei.


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Notas finais do capítulo

Navegando por aí, resolvi escrever esta fic. E ao postá-la, milhares de perguntas entraram em sua mente. Quem lerá? Como acharam a fic? Por que estão lendo isso? Será que algum dia alguém já ficou se perguntando coisas sobre mim? Será que os leitores se identificaram com essa fic? Não sei. Eu nunca saberia, nunca saberei. Ou será que saberei?