Pov Leo

   Já estava de manhã quando eu caminhava pelo Campo de Marte pensando em besteiras, quando vejo Jason entrando no Portão Pretoriano, fui atrás dele, pois queria perguntar como foi a conversa entre ele e Reyna. Caminhei portões adentro e parei quando vi Jason batendo na porta do quarto dela.

  - Abre logo eu preciso falar com você. – Disse ele.

  - Você já disse o quê precisava. – Respondeu ela dentro do quarto.

  - Não tudo. Por favor, me deixa entrar. – Pediu ele.

  - Não! – Respondeu ela.

  - Tudo bem eu não entro, mas pelo menos me ouça. - Pediu ele.

  - Estou ouvindo. – Disse ela com um tom divertido. Jason bufou e se virou de costas pra porta, sussurrou alguma coisa e olhou para os pés.

  - Eu não ouvi. -  Respondeu Reyna.

  - naoconteprapiperoqueaconteceu. – Disse ele num tom baixo.

  - O quê? – Disse ela no mesmo tom brincalhão, Reyna parecia estar se divertindo com a situação, até eu estava começando a rir de Jason. Ele suspirou e se virou para porta, se apoiou no batente e repetiu em alto e bom som.

  - Não conte a Piper o quê aconteceu ontem. – Disse ele.

  - E por que eu não contaria? – Perguntou Reyna ainda dentro do quarto.

  - Por que... Por que eu não sei o quê deu em mim, eu agi por impulso, não queria fazer aquilo. Isso não vai mais acontecer. – Respondeu ele. Não obteve resposta por um tempo, até que se ouve o barulho da porta sendo destrancada.

  - Tudo bem. – Disse Reyna. Ela estava linda, os cabelos pretos soltos, caindo nos ombros, uma regata branca e um mini-shorts branco com flores rosas por todo ele.

  - Você não vai contar?- Perguntou Jason.

  - Não, como você disse foi só um acidente. – Disse Reyna.

  - Obrigada. – Falou Jason.

  - Não tem de quê. – Disse ela com um sorriso forçado no rosto.

   Jason deu um tapinha no ombro dela e saiu sem me notar seguindo para o Senado. Esperei ele se afastar e fui até Reyna que fitava o ponto onde Jason havia sumido. Ela encostou na porta e deslizou até cair sentada no chão, baixou a cabeça e abraçou os joelhos.

   Aproximei-me e sentei ao seu lado encarando-a, Quando percebeu que eu estava lá, ela levantou a cabeça e me olhou.

  - Pode começar com as piadinhas infames, eu mereço. – Disse ela baixando a cabeça de novo.

  - Não vim fazer piada de você. – Disse.

  - Não? – Ela perguntou com a cabeça levantada e me fitando com seus olhos escuros.

  - Não. – Disse a ela. Reyna virou a cabeça pra frente e olhou em volta. Depois de um tempo analisando o corredor ela se virou pra mim.

  - Certo, eu desisto cadê a câmera? – Perguntou ela jogando os braços pra cima.

  - Não tem câmera. – Disse enquanto ela ria da minha cara. Reyna tinha uma risada gostosa de ouvir, era contagiante. Dei um sorriso de canto e a olhei.

  - Então, como foi com o Jason? – Perguntei. Reyna parou de rir e me encarou.

  - Normal, nós só conversamos. Por quê? – Perguntou ela nervosa.

  - Por nada, é que eu vi Jason saindo agora pouco. – Respondi.

  - Você ouviu a conversa? – Perguntou ela. Assenti e ela virou a cabeça para frente em um suspiro.

   Eu não havia percebido o quanto Reyna ficava bonita com os cabelos soltos, eles faziam cachos perfeitos e lhe caíam divinamente pelos ombros até metade das costas. Seu pijama lhe caia muito bem, a blusa não muito justa acompanhava as suas curvas, o shorts, que ia até um pouco acima da metade da sua cocha era solto e valorizava suas pernas, e quê pernas. Belisquei-me para acordar e vi que Reyna ainda olhava o fim do corredor.

  - Melhor irmos para o Refeitório. Não é um bom exemplo a pretora se atrasar. – Disse estendendo minha mão pra ela. Reyna segurou minha mão e eu a puxei pra cima.

   Enquanto ela se levantava tropeçou nos próprios pés e caiu em cima de mim. Ela por cima e eu por baixo.

  - Deuses... Desculpe-me, Leo, eu não queria... – Começou ela.

  - Tudo bem você tropeçou. Isso acontece. – Respondi sorrindo.

   Ela sorriu de canto e levantou, levantei também, mas ainda estávamos no chão. Baixei os olhos para seus lábios levemente rosados e carnudos, para logo em seguida ver que Reyna fazia o mesmo. Ela se aproximou, ficando numa distância perigosa. Aproximei-me também, pude sentir seu hálito de pasta de dente, junto com sua respiração que já estava um pouco alterada. Ela se aproxima e cola nossas testas, roço meus lábios nos seus e quando eu estava quase conseguindo algum ser que com certeza vai morrer em um futuro não tão distante estraga tudo.

  - Com licença, O quê está acontecendo aqui?– Disse o ser morto, vulgo Jason.

   Nos separamos assustados e Reyna se levantou. Me levantei também e fiquei do seu lado.

  - Vamos, quero respostas! – Disse Jason.

  - Nós só estávamos... – Comecei.

  - Não é da sua conta o quê estávamos fazendo! – Retrucou Reyna.

  - Claro que é! – Esclamou Jason.

  - Não, não é. Você não é meu pai para exigir minhas satisfações. – Respondeu Reyna.

  - Posso não ser seu pai, mas tenho contato com sua irmã. – Disse Jason.

  - E você vai contar? – Perguntou Reyna.

  - Vou. - Retrucou Jason.

  - Ótimo! Aproveite e diga que eu estou pensando em fazer coisas impróprias com Leo. Se você quiser ver, pra dar um up na sua relação com a Piper, te dou convites de camarote. – Disse ela, deixando Jason e eu boquiabertos.

  - Agora se você nos der licença temos “coisas “ a fazer. Vamos Leo! – Disse ela me puxando pelo braço.

   Antes que Jason pudesse dizer algo Reyna fechou a porta na cara dele e trancou. Me sentei em sua cama a olhando atônito. Nesse momento várias imagens de Reyna fazendo “ coisas impróprias “ comigo encheram minha cabeça. Me virei pra ela que estava apoiada sobre a bancada.

  - Nós não vamos... Vamos?

  - Claro que não. – Respondeu ela rindo.

  - Ahn! – Gemi em chateado – Mas bem que você queria, né?

  - Nem em um bilhão de anos. – Respondeu ela.

  - Nossa, não precisa ser tão sincera.

  - Quer que eu minta pra você?- Perguntou

  - Quero! – Respondi com os braços pra cima.

  - Ok. Quem sabe um dia eu te de uma chance. – Disse ela abrindo o armário.

  - Sabe, o seu nome podia ser Alice. – Disse depois de me virar para a parede para ela poder se trocar.

  - Por quê? – Perguntou ela.

  - Por quê eu adoraria conhecer seu país das maravilhas. – Disse e logo em seguida virei para ver sua reação.

   Reyna me encarava, achei que ela iria me bater, mas ela só jogou a cabeça pra trás e riu. Pegou o pijama e jogou dentro do armário. A roupa que ela tinha vestido era a camiseta do acampamento com uma calça jeans clara e um Alls-Star preto com detalhes dorados.

  - Meus Deuses, Leo. Essa foi a pior cantada que você já me deu. – Disse ela quando parou de ri.

  - Ei, mas eu falei sério! – Respondi fingindo estar bravo.

  - É claro que falou. – Ela disse passando por mim e me dando um tapinha no ombro.

  - Vamos logo pro Refeitório, eu estou com fome. – Disse a ela.

  - Vamos. – Disse Reyna abrindo a porta.

  - Posso te perguntar uma coisa? – Perguntei olhando pra ela.

  - Claro. – Ela respondeu.

  - Você ainda é virgem? – Perguntei. Ela me analisou por um tempo e respondeu:

  - Sou.

  - Ah.

  - Você é? – Ela me olhou e perguntou.

  - Não.

  - Uhm. Interessante. – Disse ela.

   Saímos do Portão Pretoriano e Reyna me abraçou de lado. Olhei para ela com cara de interrogação. Ela percebeu e riu.

  - Posso? – Perguntou ela.

  - Você pode mais do quê isso. – Respondi. Ela não entendeu, então aproveitei a deixa e a peguei no colo como se ela fosse um saco de batatas e corri rumo ao Refeitório com ela rindo e me dando socos nas costas.

   Entrei com ela ainda em minhas costas e todos se voltaram para nós. Isso é que se chama entrada triunfal!