Aproveite O Dia. escrita por Dina


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente.
Aqui estou eu com mais uma história.
Essa, totalmente diferente das que eu costumo escrever, mas feita com o mesmo carinho de sempre.
Espero que gostem, e deixem reviews >
Leiam as notas finais!
Beijos, enjoy.



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Aproveite o dia.

Aproveite o dia ou morra lamentando o tempo que você perdeu.

Seize the Day – Avenged Sevenfold.

A água gelada do mar encostou-se em meus pés descalços, e eu fechei os olhos, apreciando a leve brisa que passava por meu rosto.

Escutei o som dos pássaros voando por sobre o mar, à procura de alimentos. Escutei as ondas se chocando uma contra as outras, e contra a areia. Respirei fundo, apreciando aquele momento raro de paz.

— Aqui está. — Escutei a voz macia de Leonard perto de mim. Abri os olhos e ele me ofereceu um prato cheio de salmão e salada.

Sorri.

— Obrigada. Meu filho não vai nascer com cara de salmão.

Ele riu. Leonard tem um belo sorriso. Na verdade, ele é lindo dos pés à cabeça. Tem os cabelos negros feitos ébano. Tem olhos são azuis claros, e dependendo do tempo, ficam verdes claros. Tem um corpo malhado, devido ao trabalho braçal; Leonard trabalha ajudando o pai na oficina de carros, quando não está estudando.

Ele sempre foi perdidamente apaixonado por mim. Mas eu não.

Sentei-me na canga que ele estendeu sobre a areia, e comecei a comer os peixes. Enquanto comia, observei o mar e deixei minha mente divagar.

Meu nome é Alyssa. Tenho 17 anos, e estou no oitavo mês de gestação.

Meus pés estão inchados, minhas pernas enormes, sinto dores horrendas nas costas, meus seios estão super volumosos e doloridos, e eu ainda não me acostumei com a ideia de ser mãe, apesar da enorme barriga, do bebê se mexendo dentro de mim à todo instante e de todos os exames feitos.

Senti a mão de Leonard sobre minha barriga, e apesar de me sentir um pouco desconfortável com isso, não reclamei, e tentei parecer o mais relaxada possível.

Leonard iria ser o pai do meu filho. Não. Ele não é o pai biológico. Ele apenas foi cavalheiro diante de minha situação, e disse que iria registrar a criança sem pedir nada em troca.

Ele disse que ia ser difícil para eu encarar tudo sozinha, ainda mais depois do que tinha acontecido. Pessoas iam apontar, falar e comentar... Isso não iria me fazer bem, ainda mais por que eu tinha perdido o grande amor da minha vida. O pai do meu bebê.

Era verão. Estávamos nessa mesma praia. Corríamos, brincávamos, jogávamos areia e água um no outro. Fugi dele depois de ter jogado água salgada em seu rosto. Não demorou muito e ele logo me enlaçava pela cintura com seus braços fortes e me jogava na areia, rindo alto, e me contagiando com sua alegria.

Seu cabelo loiro estava encharcado e cheio de areia. Algumas mechas caiam por sobre a testa. Seus olhos castanhos claros estavam vermelhos pelo sal contido na água que eu jogara em seu rosto há pouco.

Sua respiração estava arfante quando ele finalmente conseguiu controlar as gostosas gargalhadas que dava. Quando ele parou, eu consegui me acalmar também, e então, nossos olhares se conectaram.

— Você é tão linda! — Ele disse com um sorriso. Seus olhos brilhavam com um encantamento que eu não compreendia muito bem, e seus dedos roçavam meu rosto num carinho quase inconsciente.

Eu era como uma garota qualquer. Tinha os cabelos castanhos escuros cacheados até a cintura, e minha pele era bronzeada. Meus olhos, cinzas escuros e meus lábios, carnudos. Tinha as pernas bem longas, e um bumbum generoso. Meus seios eram pequenos e desengonçados.

Eu me amava, mas tampouco me sentia linda do jeito que ele falava. Não me achava feia, mas achava que ele era exagerado demais ou cego. Das duas, uma!

Para não estragar o momento, apenas sorri. Ele retribuiu o sorriso e me beijou.

Foi assim que ocorreu nossa primeira vez. Estávamos completamente apaixonados, e eu estava pronta para me entregar a ele. Foi maravilhoso.

Ele fora atencioso em todo o momento, e não fizera nada que eu não quisesse.

As semanas foram se passando, e cada vez mais nós estávamos felizes e unidos. Nada podia estragar nossa felicidade. Mas esse foi um grande e doloroso engano meu.

Ele tinha leucemia. Eu não sabia.

Lembro-me das várias vezes em que ele passara mal e correra para casa, ou quando desmaiava de fraqueza. Eu sempre me preocupava, mas ele dizia que não tinha se alimentado bem devido ao tempo que estava dedicando aos estudos.

Sempre que essas coisas aconteciam, eu ficava horas falando sobre a importância de comer bem. Dizia a ele que comer besteiras não o faria melhorar.

Ele sorria, mas seu sorriso não chegava a seus olhos. Acariciava-me, e prometia que iria comer melhor. Eu me acalmava um pouco, mas me preocupava do mesmo jeito. Cheguei até a controlar a alimentação dele. Mas nunca me passara pela cabeça que o que ele tinha era muito pior do que uma alimentação ruim.

Do nada, eu parei de vê-lo. Ele não me ligava mais, e também não atendia minhas ligações ou respondia meus torpedos. De repente, me vi desesperada. Será que eu havia feito algo de errado? Será que ele havia se cansado de mim? Será que ele estava com outra? O que será que estava acontecendo?

No terceiro dia de tentativas frustradas, e com o coração corroído de dúvida e apertado de medo, fui até a casa dele.

Estranhamente, tinha carros e mais carros estacionados na sua entrada.

Andei até a porta e toquei a campainha. Senti meu coração bater irregular, como se pressentindo algo ruim. Uma senhora atendeu a porta com os olhos e o nariz vermelhos.

— Pois, não?! — Perguntou, a voz fraca.

— É... Então... Eu sou a namorada do Felipe. Meu nome é Alyssa. Ele não me atende mais... Estou preocupada.

Uma lágrima silenciosa desceu por seu rosto, e eu joguei o peso do corpo para o pé direito, totalmente desconfortável.

— Namorada? Você é linda, criança. Agora entendo todos aqueles sorrisos e olhos brilhantes quando ele chegava em casa. Sinto em dizer, mas... Meu filho não irá mais atendê-la.

Franzi o cenho, não entendendo o que aquela senhora estava me dizendo.

— Desculpe, mas...

Ela me interrompeu, abrindo a porta e revelando pessoas de cabeça baixa e chorando, em volta de um caixão sobre uma mesa.

Hipnotizada, andei até o caixão e vi o que não queria ver: Felipe, imóvel, dentro do caixão.

Minha respiração aumentou visivelmente. Olhei em volta, como uma procura de uma pegadinha dele. Seria a cara dele! Mas para minha grande decepção, e para a enorme e profunda tristeza de meu coração, tudo que encontrei foram parentes e amigos chorando e de olhos vermelhos.

Caí de joelhos no chão, na frente daquelas pessoas desconhecidas.

Meu coração parecia querer se esmagar contra meus órgãos. Parecia que tinha um buraco negro dentro do mesmo. As lágrimas escapavam de mim sem qualquer controle.

Lembro-me que fiquei histérica. Que tentei me agarrar a ele; Ao corpo gélido e morto de meu amor.

Lembro-me que eu fui o apoio de sua idosa mãe, e que ela fora o meu. Suas palavras me consolavam, dizendo que nos últimos meses, enquanto estivera comigo, ele fora muito feliz, e que isso a consolara. Pelo menos seu filho pode encontrar alguém que o fizera feliz até o momento de sua morte.

Eu não conseguia entender por que ele não me contara. Eu podia ter feito alguma coisa, eu podia tê-lo ajudado! Disse esses mesmos pensamentos em voz alta para Louise, sua mãe. Mas pelas suas palavras, não tinha mais jeito.

Ele era o filho mais novo de quatro filhos. O mais velho era um médico muito bem qualificado e honrado, e amava Felipe como amava os filhos. Fez de tudo que podia, e até mesmo o que não podia. Mas já era tarde. A doença estava avançada, e não poderiam fazer nada, a não ser aproveitar todo o tempo que tinham com ele, e que pelas palavras de Louise, não eram muitos meses.

Subitamente, me senti culpada. Sabia muito bem que havia passado horas e horas com ele… Tirando o tempo que ele tinha com a família.

Ao pensar nisso, meu coração se afundou mais contra meu peito. Era tudo muito surreal, e a saudade que já batia em mim era de tamanho e força descomunal.

Eu já não sabia pensar com clareza, e não sabia o que fazer. Sei que de repente, eu estava deitada no colo de dona Louise, e ela acariciava meus cabelos, enquanto chorava silenciosamente.

Tentei imaginar a dor de perder um filho. Um filho novo, com seus 18 anos. Tão lindo, inteligente, simpático, alegre, engraçado, esforçado… E que ainda tinha muita coisa para viver. Fazer uma boa faculdade, casar, ter filhos, ser bem sucedido no emprego…

Qual seria a dor daquela senhora ao enterrar o filho mais novo? Acho que, em algum momento da vida, lembro-me de ter ouvido que todo pai tem o desejo de ser enterrado pelos filhos, e não enterrar um deles... Por que é errado. Não é?! Enterrar um filho, que tinha tanto para viver, quando já se viveu tanto...

Cada vez que eu pensava mais, na minha dor, na grande perda, e na dor daquelas pessoas, mais eu me sentia mal e sozinha. Achava que meu coração não iria mais aguentar. Fui pega totalmente desprevenida. Se ele ao menos tivesse me contado a verdade, talvez eu tivesse me preparado.

Cheguei para vê-lo, ver seu sorriso e seus belos olhos, mas… tudo que eu encontrei foi um corpo inerte num velório.

Meus olhos ardiam de tantas lágrimas. Dona Louise me consolava dizendo que ele não contara por não querer me ver sofrer diante daquela situação; De que isso não faria bem a ele, e que o impediria de ser feliz durante os últimos meses. De que eu o impediria de fazer várias maluquices que fizemos, temendo sua saúde, e que nada teria valido tanto a pena quanto valeu.

Ela me disse também que ele me amava demais. Chegava todas as noites sorrindo feito bobo, que a abraçava apertado, e dizia que era o homem mais feliz do mundo. Aquilo aconchegou seu velho coração e ela queria me conhecer, saber quem fazia seu filho tão feliz. Mas não deu tempo...

Felipe piorou de repente… e se foi.

No dia seguinte, meus pais me acompanharam no enterro. Fiquei ao lado de Dona Louise e seus três filhos, e meus pais ficaram ao meu lado, se sentindo desconfortável pela tristeza de pessoas que eles não conheciam. Sentiam-se intrusos.

Respirei fundo e bebi longos goles da água que minha mãe me passava de tempos em tempos. O sol estava fraco, mas minha garganta estava seca, como se eu tivesse perdida num deserto, e não bebesse água há dias.

Chorei quando o caixão desceu. Tive vontade de me jogar lá dentro, mas Dona Louise segurou-me firme, parecendo se apoiar em mim.

— Ele está ao lado de Deus, minha querida. Ele não quer nos ver assim.

Segurei aquela senhora, que era tão boa comigo, apesar de sua dor. Choramos juntas, abraçadas, compartilhando o amor que sentíamos por Felipe, e a dor por sua perda.

Depois desse episódio, fiquei trancada em casa. Leonard, meu amigo de infância, ia lá, tentava me animar, mas nada adiantava. Ele não desistia. Ia quase todos os dias.

Minhas amigas, depois de uns dias, desistiram de tentar, e de certa forma, fiquei grata pela desistência.

Não queria forçar um sorriso, ou mesmo ficar conversando coisas desconexas quando não tinha cabeça para nada daquilo.

Quando Leonard não ia lá em casa, era porque eu estava na casa de dona Louise.

Passávamos horas conversando. Ela me amostrava fotos de Felipe pequeno, aprontando e brincando com os irmãos. Até que a saudade batia, e as duas choravam em silêncio, olhando as fotos dele.

As semanas passaram e Leonard não desistia de mim. Por um lado, eu achava bom, por que ficar sozinha não me fazia bem. Por outro, eu me sentia incomodada, como se de alguma forma estivesse traindo Felipe.

Então os enjoos começaram. Vômitos, desmaios e sensações esquisitas. Meus pais temeram que eu estivesse ficando doente diante da depressão. Leonard apenas me observou em silêncio, e então, do nada, surgiu com três caixas de teste de gravidez, cada uma de uma marca diferente.

— São as mais confiáveis. — Ele as estendeu até mim, e eu as peguei, um tanto confusa.

Parei para pensar, e me vi estatelada de medo. Corri para o banheiro, fazendo todos os testes na mesma hora, e minutos se passaram e confirmaram a suspeita de Leonard: Eu esperava um filho de Felipe.

Corri para a casa de dona Louise. Não sei por que, mas, eu precisava contar isso a ela. Afinal, não perdemos Felipe por completo. Eu gerava seu filho.

Assim que ela abriu a porta, entrei alvoroçada, e ela ficou assustada. Então, sem dizer uma palavra, ergui os três testes positivos.

Ela arregalou os olhos, e tomou de mim as caixinhas com as instruções: Uma linha rosa – negativo; Duas linhas rosas – positivo.

— Deu positivo? — Ela olhou para meu rosto, os olhos com uma centelha de esperança.

Apesar de saber que ela claramente via o resultado em minhas mãos, ela queria ouvir de minha boca às palavras que nos daria um novo motivo para viver.

— Sim! Deu positivo! Estou esperando um filho de Felipe!

A senhora sorriu, e de seus olhos castanhos claros — como os de Felipe —, saltaram lágrimas de felicidade.

— Vamos ao médico! Você está muito magra, tem que se cuidar! Vamos! — Ela agarrou meu pulso, e pegou sua bolsa no caminho, me levando para a rua.

— Mas não temos hora marcada! — eu disse.

— Alyssa, deixe de ser boba! Esqueceu que meu filho mais velho, Fábio, é médico? — Ela revirou os olhos, e senti uma pequena alegria começar a surgir dentro de mim.

Eu devolvi a vida àquela velha senhora amável. E estava gerando uma dentro de mim.

Apesar de ter apenas 16 anos, não ter condições de criar um filho, ser mãe solteira e de estar num luto terrível, me permiti sorrir.

Ao passarmos em frente a minha casa, vi Leonard em frente à porta, com um semblante triste. Ele sabia o resultado dos testes. E Leonard me amava. Devia estar sendo difícil para ele me ver tão mal sem poder ajudar, e ainda mais gerando filho de outro.

Desviei o olhar dele, e continuei seguindo em frente, seguindo a senhora até o ponto de táxi, entrando logo em um.

Ela deu o endereço para o motorista, e logo parávamos em frente à casa de Fábio.

— Nossa sorte é que ele está de folga hoje!

Acenei, sem saber o que responder, e fomos até a entrada, onde Louise tirou uma chave dentro da bolsa, e abriu a porta, entrando e me puxando.

— Fábio! Fábio! Cadê você?! Eu aqui numa emergência e você não aparece? — a senhora gritava para a casa silenciosa, enquanto andava por ela, me arrastando.

Os filhos de Fábio apareceram correndo, abraçando a avó, e depois foram chamar os pais.

A velha senhora os seguiu, adentrando o quarto do filho mais velho.

— Fábio! Sua mãe está precisando de você, e você está dormindo?! —repreendeu, bagunçando o cabelo claro do filho.

Fábio riu.

— Como poderia saber que a senhora viria, mamãe? O que houve? — Ele perguntou, e então percebeu minha presença ali.

Lembro-me de ter ficado envergonhada.

— Desculpe. — disse. — Ela me arrastou. — Apontei a mão de Louise em meu pulso.

— Bobagem! — disse ela. — Levante, Fábio. A garota está grávida de Felipe!

Depois de alguns segundos calado, e de olhos arregalados, Fábio abriu um imenso sorriso e se levantou, apenas de calça moletom, e andou pelo quarto, pegando vários instrumentos de trabalho.

Depois de ter feitos exames, de ter sido revisada, medicada, e de ter passado horas ouvindo todos os cuidados que deveria tomar, fui para casa e contei tudo aos meus pais.

Ficaram decepcionados comigo. Mas não me negaram ajuda. Ficaram felizes por ver que eu recuperara a vontade de viver.

Aquele filho... Apesar de ter vindo muito cedo... Iria me dar um pouco mais de Felipe.

Depois que a realidade de um filho na adolescência bateu em minha mente. Fiquei um pouco desesperada, e Leonard segurou meus ombros e olhou em meus olhos.

— Eu vou registrá-lo, Alyssa! Sem nada em troca! Eu vou registrá-lo! Vou ser o pai do bebê!

No começo, não gostei da ideia de outro homem criando o meu filho com Felipe, mas depois me acostumei. Eu precisava disso, e não iria negar o que Leonard me dava com tanto amor.

Os meses se passaram e aqui estou eu, na praia com Leonard, comendo salmão com salada.

Sentia uma saudade descomunal de Felipe. Mas sabia que tinha que seguir em frente. Por ele, por mim, por dona Louise, por Leonard... E pelo filho que eu esperava dele.

— Que nome vai colocar? — perguntou Leonard, me tirando dos devaneios.

Olhei-o.

— Não sei. Quer me ajudar? — Perguntei, oferecendo um sorriso a ele, e me deitando sobre seu peito.

Senti-o prendendo a respiração, surpreso, mas logo me aconchegou em seus braços.

— Quer mesmo que eu ajude?

— Sim.

— Se for menina... gosto do nome da mãe dele... Louise.

— Ela iria amar, não é?! — ri com a ideia.

— Sim. — ele riu, acariciando meus cabelos. — E se for menino? Tem alguma ideia?

— Leonard Felipe. Acha estranho?

— Nossos nomes? — Ele gargalhou.

— Sim. Acha estranho ou não?

Ele beijou minha testa.

— Não.

Fechei os olhos, e fiquei aproveitando aquele dia de paz. Quem sabe com o tempo, não conseguia me apaixonar por Leonard, como ele era apaixonado por mim? Afinal, Leonard é perfeito para mim.

Quem sabe um dia...

Nada é impossível quando se vive. Não me era proibido amar outra vez. Ainda mais amar alguém que cuidava de mim, e que seria o pai de meu filho, por vontade própria, sem ter nenhuma responsabilidade sobre isso.

Abri os olhos e olhei dentro de seus lindos olhos azuis.

É... Não era má ideia amar novamente.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? *---* Comentem, ok? Passem nas minhas fics!Estou com uma nova hentai, uma outra que inclui drama, e outras por aí. Rs Leeeeeeiam e me façam feliz! rs.Beijos e queijos :* ♥