Os treinos eram constantes e a semana havia passado muito rápido, Harry havia ensinado a todos a conjurar um patrono, também havia ensinado vários feitiços de defesa, Hermione conseguira conjurar um patrono, uma lontra. O patrono de Draco era uma doninha, e toda vez que o loiro o conjurava, a garota caia em risos, deixando-o irritado, porém tudo estava adiantando, e se, caso um comensal chegasse naquele exato momento e atacasse algum membro da armada de Hogwarts, eles saberiam o que fazer para se defender. Hoje seria o último dia em que Dumbledore seria diretor de Hogwarts, e haveria um baile de despedida ao diretor, e de boas vindas ao novo diretor, Snape. Era hoje que Hermione comemoraria com Draco o tempo que estavam juntos, afinal haviam se apaixonado em um baile. A grifinória corria em seus aposentos procurando por algo para prender seus cabelos, que no dia insistiam em ficar rebeldes e um pouco armados. A morena vestia um vestido que pensou que talvez, na melhor das hipóteses, agradaria ao Malfoy, o vestido era verde, a cor preferida do loiro, e curto, porém não chegava a ser vulgar, o mesmo possuía alguns detalhes em prateado, como se ela estivesse se vestindo especialmente para entrar na sonserina. A grifinória achou um rabicó, porém o mesmo parecia querer não se ajeitar em seus fios rebeldes, e então a morena resolveu deixa-lo solto. "Calma Hermione, é só um baile, ele vai gostar de você mesmo parecendo um leão" pensou a garota.

Gina já havia descido as escadas para o salão principal, a ruiva usava um vestido azul claro, e esperava impressionar Harry. Hermione checou novamente sua imagem no espelho. Os olhos da morena brilhavam de ansiedade e ela calçava sapatos prateados, para combinar com o vestido. "É agora ou nunca". Pensou e saiu da sala comunal da sua casa, descendo as escadas para o salão principal, sua respiração falhava como nunca, nem se comparava ao dia do baile de inverno. Ao virar o corredor, a morena o viu, o garoto de olhos cinzentos à esperava na ponta da escada, estava tão nervoso quanto ela e trajava um terno preto e uma gravata cinza, além de sapatos pretos e lustrosos. Os olhos do Sonserino brilharam ao ver Hermione, que estava incrivelmente linda, mais do que no último baile.

—Você está linda—Disse o loiro, beijando a mão da grifinória.

—Você também—A morena falou, ficando em tom escarlate. Ambos seguiram até a sala principal, uma caixinha preta de veludo parecia pesar quilos no bolso do garoto, era um bracelete com pingentes com a letra "D" e a letra "H", ele havia gastado metade do que restara de sua fortuna naquele bracelete, e planejava entregar à Hermione no final da festa, antes que ela fosse dormir.

—Veja, Granger, o Potter está mesmo ali conversando com a Weasley fêmea?—Perguntou Malfoy, imediatamente notando a grosseria em sua voz.

—É Draco, o Harry está mesmo conversando com a Gina, talvez eles se acertem, espero—Disse Hermione, fazendo questão de elevar sua voz nos nomes dos amigos.

—Sinto muito por chama-los assim as vezes, é apenas força do hábito—Corrigiu-se o loiro.

—Tudo bem, eu sei.—A morena falou e uma música lenta e orquestrada começou a tocar, Hermione aconchegou-se nos braços do loiro, sentindo melhor seu cheiro de menta, enquanto o loiro à envolvia com os braços, como se estivesse protegendo-a de algo, cujo não sabia o que era.

—Eu te amo, Mione—Falou o loiro.

—Eu te amo—Sussurrou a morena, baixinho, respirando o cheiro de seu terno. Tudo estava bem, pelo menos naquele instante, não havia Voldemort, nem Grifinória, nem Sonserina, nem sangues-ruins e sangues-bons, apenas ele e ela dançando quase inotáveis no salão, o momento era tão único e íntimo que ninguém conseguia olhá-los por muito tempo, os que fazia isso sentiam como se estivessem se intrometendo na privacidade de ambos. A música teve um brusco final e Dumbleodore dirigiu-se até Snape e cochichou algo, o professor, com a carranca de sempre, assentiu. Dumbledore andou até Harry e acenou com a cabeça para que Hermione e Draco os seguissem. Eles se entreolharam e fizeram, tendo noção de que grande parte do salão agora olhava para eles. Dumbledore andou até um corredor sozinho e encarou Harry, Draco e Hermione.

—O que houve?—Perguntou Draco, rompendo o silêncio.

—Eles estão a caminho—Respondeu o velho.

—Eles quem?—Harry quase gritou.

—Voldemort, os comensais—informou Dumbledore.

—Como assim?—Agora Hermione que perguntou.

—Escutem, alunos. Voldemort está a caminho, tenho plena certeza de que até o final dessa madrugada, ele estará aqui novamente, ele e seus comensais. Eu sei que vocês andavam treinando as escondidas aqui, não culpo vocês por isso, mas agora está na hora de vocês colocarem em prática o que lhes foi ensinado. Eu estarei partindo por algumas horas, vou procurar uma horcrux e destrui-la, enquanto isso vocês precisam cuidar das últimas, Nagini, peço apenas que destruam Nagini, o resto estará nas mãos de Snape—Explicou Dumbledore, o desespero evidente, pela primeira vez em sua voz.

—Horcrux? Nagini? O que é isso?—Indagou Harry.

—Não há tempo de explicar, apenas peço que destrua uma serpente que anda junto à Voldemort. Avise os membros da armada de Hogwarts e protejam-se. Quanto aos visitantes, creio que nesse exato momento devem estar partindo, porém não sabem de nada.—Dumbledore falou.

—E como destruiremos?—Perguntou Hermione, mas Dumbledore não estava mais ali.

—E agora?—O desespero tomava conta de Draco, o garoto sentia cada parte do seu corpo ficando tensa, ele sabia que seus pais eram comensais.

—Vamos avisar eles—Falou Harry e Draco e Hermione o seguiram, chegando ao salão principal novamente, eles avisaram a cada um deles o que havia acontecido. Todos estavam ficando desesperados.

—PROFESSOR SNAPE—Gritou Harry—AVISE AOS OUTROS! AVISE AOS OUTROS ALUNOS SOBRE OS COMENSAIS—Gritou Harry, desesperado, todos olharam para ele. Snape negou com a cabeça e Draco soltou a mão de Hermione e andou até ele.

—Você não entende? Todos vamos morrer se não avisar eles.—Falou Draco, em tom de ameaça.

—A ordem da Fênix está chegando.—Comunicou Snape, baixinho.

—O que é isso?—Perguntou Draco.

—Peço apenas que vá com seus amiguinhos para a sala comunal da sonserina e apenas deixe-a quando ouvir os primeiros sinais de destruição—Snape falou—Os outros alunos serão trancados em uma parte subterrânea do colégio, eles irão ficar bem.

—Mas quanto a Hermione? Ela NÃO pode morrer—Berrou Draco.

—Faça o que eu não fiz, proteja sua sangue-ruim, proteja sua grifinória, proteja sua sabe-tudo.

—O que você quer dizer com isso?

—Você logo irá entender—Disse o professor, enquanto uma lágrima quase imperceptível escorria pelo seu olho esquerdo. Draco assentiu e correu até os membros da armada de Hogwarts.

—Vamos para a sala comunal da sonserina.—Falou o loiro e todos seguiram ele. Descendo cada vez mais as escadas, ficando cada vez mais frio. Chegaram então a uma porta quase invisível, Draco falou a senha e entrou, seguido por seus amigos. Hermione nunca vira a sala comunal da sonserina antes, mas era cinco vezes maior que a da Grifinória, e muito luxuosa.

—Vamos ficar aqui até eles chegarem, e tem uma tal de ordem da Fênix que irá ajudar a nos proteger...—Informou Draco, desesperado, em bom tom para que todos ouvissem. Hermione andou até ele e o abraçou.

—Não importa o que acontecer....—Começou a garota.

—Sempre juntos—Terminou o loiro, tirando a caixinha do seu bolso e entregando o bracelete à garota, fechando-o no pulso da morena.

—É lindo—Ela falou.

—Se eu morrer, você vai ter um pedaço de mim—O Sonserino falou e Hermione sentiu lágrimas escapando dos próprios olhos, logo as mesmas foram secadas pelo loiro. A grifinória arrancou um "H" de seu bracelete e meia dúzia de fios do próprio cabelo, e então amarrou tudo e colocou no bolso do terno do loiro.

—Você também—Ela falou, abraçando-o novamente. De certo lugar da sala eles ouviam pessoas chorando. Hermione também chorava.

Ouviu-se várias pessoas passando na frente da sala comunal, várias pessoas com voz infantil estava se dirigindo ao subterrâneo do colégio, para se proteger. O que queria dizer que logo o castelo seria invadido. Um silêncio torturador tomou conta da sala comunal da sonserina e então, um barulho de vidros sendo quebrados chegou ao ouvido deles.

—Eles chegaram—Falaram todos ao mesmo tempo, saindo da sala da sonserina para lutar.