POV Jace

Havíamos procurado Clary por toda a cidade, nos lugares mundanos e do submundo. Mas, nada. Ninguém a tinha visto, ninguém queria falar nada, ninguém queria ajudar. Eu estava quase matando alguém ou lhe ameaçando cortar a língua se não me contasse.

–Calma, Jace – disse Alec paciente – Se você ficar assim não vamos encontrá-la.

–Precisamos achar ela logo – disse Isabelle parecendo enjoada, ela estava com a mão no abdômen e teria desmaiado se eu e Alec não a tivéssemos sustentado – Ela não está bem.

Olhamos para nossa mãe em busca de respostas.

–A ligação delas é maior do que eu pensei, Clary sente e de alguma forma Isabelle também sente. Elas tem a ligação de sangue e a ligação de parabatai.

–Consegue saber onde Clary está? – pergunto.

–É escuro – sua respiração ficou oscilante – Não consigo respirar, está ficando difícil.

–Eles estão matando ela – disse Alec preocupado.

–Vamos, ajudem-me a levar Isabelle até o instituto – instruiu nossa mãe calmamente.

Sebastian que não fazia nada pegou Isabelle no colo e escolheu leva-la até o instituto. Era bom assim meus braços não doeriam.

[...]

Isabelle estava mal, assim como Clary deveria estar. Ficou deitada descansando e nós achamos melhor que ela não participasse arduamente das buscas.

Estava tocando piano. Pensando em algo que poderia fazer quando uma carda suje sob as teclas. Pego o papel e logo o desembrulho. Tenho a afirmação de que é mesmo uma carta e começo a ler.

Mas, as folhas estão brancas. Logo caio na real e percebo que é uma carta magica, pego minha estela e recomeço minha leitura.

Jace,

Clary está correndo perigo, está com Valentim. Eu sei que ele deveria estar morto, mas de uma maneira macabra ele está vivo.

Ele trouxe a Clarissa para a terra e quer matar a Clary para que apenas Clarissa viva. Deve estar se perguntando como sei disso, como você é igual ao Will irei dizer pouco mas, espero que entenda.

Valentim me procurou essa manhã. Pediu para realizar o feitiço de reversão. Esse feitiço mata o espirito da Clary e deixa Clarisse livre e com o seu corpo. Isso acontece daqui a dois dias, sob a lua cheia.

É só o que sei. Sinto muito. Eu aceitei fazer o feitiço, por isso encontrem quem possa lhes ajudar. Eu vou acha-lo e conseguirei colocar vocês dentro de onde Clary está. É arriscado, mas é a única coisa que podemos fazer.

Não posso vê-los, por isso Myra irá dar o recado caso tenha mais informações sobre isso.

Jace, Clary está correndo perigo. Sei que você pensará em algo. Se acredita em mim, e sei que acredita, me encontre com seus amigos e quem mais for vir no hospital onde achou Clary daqui a dois dias.

Estou arriscando minha vida por ela, mas sei como doí ficar sem quem a gente ama. Não me ligue, não me procure, não fale comigo. Valentim acha que quero ajudá-lo.

Tessa

Fiquei estático, mas não por muito tempo. Corri para onde os outros estavam e contei sobre a carta e sobre o que Tessa tinha dito para nós ajudar. Eu acreditava e confiava nela.

–É arriscado – disse Maryse – Mas, temos que tentar.

–Onde vamos encontrar ajuda? – perguntei.

–Magnus e Simon são dois amais – disse Alec – Acho que é mais que o necessário, se é arriscado quanto menos gente for melhor. Pense comigo, Jace você salva a Clary e a leva para um lugar seguro. Eu, mamãe, Simon, Magnus e Sebastian damos um jeito na Clarisse do mal e no Valentim. Temos Myra e Jem que vai nos ajudar, logo não precisamos de mais pessoas.

–Será um prazer dar uma surra nele – disse Sebastian – Mas, sabe que Alec tem razão. Ele de um jeito ou de outro sabe sobre Tessa nos dizer algo, ele vai se preparar. Quanto menor for nosso time, mais rápido entramos e saímos.

–Você tem razão. O Alec, não você – concordo – Myra e Jem. Verdade. Estamos em um time grande.

Aquilo não era bem um plano, na verdade era bem idiota e podia dar errado. Contudo era nossa última chance. Depois de conversarmos fui até Isabelle.

Ela parecia um pouco pior do que hoje cedo, me sentei no pé da sua cama. Além de estar preocupado com a minha irmã estava preocupado com a minha namorada.

–Alguma notícia? – perguntou – Pelo anjo, uma notícia boa.

–Bem, a Tessa... – lhe contei toda a história, Isabelle ficou animada e reclamou porque queria ajudar.

–Izzy, você não está em condições disso. Se Clary está como você toda machucada, que chance temos com duas pessoas assim? É melhor você ficar quieta. Eu vou trazer ela.

–Agr – grunhiu – EU quero ir, Jonathan.

–Ui, agora você apelou – disse me levantando – Até poderia considerar a ideia, mas me chamou de Jonathan já eram suas chances.

Saí do quarto e fui me deitar. Eu tinha que salvar Clary, se não conseguisse minha própria vida perderia o sentido. Eu perderia o sentido. Pelo anjo, eu amo tanto aquela menina e quero ter a oportunidade de dizer isso para ela.

–É Clary, acho que eu me apaixonei por você – sussurro para mim mesmo.

Eu via Clary a metros de distância. Ela estava linda em um vestido branco. Meu coração se aquietou por saber que ela logo estaria nos meus braços.

–Clary – gritei.

Ela olhou para trás e sorriu, correndo em minha direção.

Nós nos abraçamos. Beijei seus lábios docemente e sorri.

De repente Clary se transformou em um demônio. Seus dentes ficaram compridos e afiados, suas unhas agora eram garras. Ela as enfiou em meu estomago e disse com uma voz assustadora.

–Meu nome não é Clary – rosnou – É Clarissa.

Acordei afobado. Talvez, fosse dessa garota que Tessa tanto falava. A agora que queria me matar.

Como alguém quer matar alguém lindo com eu? Chega a ser irracional. Aquilo me parece tão maluco que volto a me deitar. Meus pensamentos logo são tomados pela Clary.

Clary de biquíni, Clary de vestido, Clary de indiana, Clary de odalisca, Clary de baiana, Clary de saia, Clary como veio ao mundo, Clary de chapeuzinho vermelho, Clary de princesa, Clary de e mais Clary. Tudo que vinha em minha cabeça era sobre ela.