Luz Dos Olhos Teus escrita por alinica, Licka Labres


Capítulo 6
Destinos


Notas iniciais do capítulo

Olá, meninas!!!
Como vcs estão??
Eu como sempre correndo muito, mas finalmente consegui me organizar para postar.
Agora as coisas vão começar a se direcionar!
Bjs, boa leitura



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Renesmee: Para onde eu vou?

Bem eu tenho que me organizar. Primeiro fazer uma lista de tarefas a executar, passaporte, dinheiro, roupas, disfarce (acho que não será necessário), malas, local, reservas. Nossa é muita coisa. Mas vamos lá, não posso desistir agora, minha família merece este descanso...

Passaporte, ok, claro, fiz várias viagens para França, Alemanha e até para a Rússia eu já fui. Dinheiro, bem, graças a Deus e aos meus aniversários, eu achava que tinha um bom montante no banco, mas teria que sacá-lo ou abrir uma nova conta com um novo nome, para ninguém me achar.

Fui ao banco e me surpreendi:

– Olá, Sr. McDonald, gostaria de retirar um dinheiro de minha conta. Como vou retirar um bom montante, sei que preciso avisar com antecedência.

– Claro, Srta. McCullen, quanto gostaria de retirar? Vai fazer de suas viagens novamente??

– Sim, irei viajar, ainda não tenho um roteiro, mas já estou organizando. Nem sei quanto tenho, mas sei que meus pais e avós fazem sempre depósitos para mim.

– Só um momento, vou verificar. Ele me diz olhando direto para o computador. - A Srta. conta com a quantia de $ 85.000 dólares disponíveis em conta corrente e mais a poupança. Quanto queres retirar? Pode também levar algum valor em traveller check, que pode ser trocado em qualquer banco, agencia de câmbio ou turismo.

– Bem, então gostaria de retirar o montante de $ 25.000 em travellers check e mais uns 5.000 em espécie. Obrigada pela ideia, Sr. McDnald, sempre me esqueço desta facilidade.

Enquanto ia resolvendo estes problemas bancários, me dei conta que tenho um bom dinheiro guardado, posso me sustentar por um bom tempo, sem precisar pedir nada a meus pais ou parentes e ainda tem a possibilidade de achar algum trabalho e nem precisar usar este dinheiro.

Até organizar a viagem deixarei este dinheiro em casa mesmo, depois vejo como irei depositar em outra conta e outro nome. Decidi que irei para a França e lá tratarei de fazer novos documentos para então poder sair da Europa, assim até despisto meus pais, pois eles podem achar que estou com meus avós, só que terei pouco tempo. Das minhas roupas levaria pouca coisa. Não quero ter que sair com muita coisa, só uma mala e uma nécessaire, alem da minha mega bolsa. Compraria roupas onde eu fosse me instalar definitivamente.

Aproveitei um dia de muita chuva, trânsito insuportável, ninguém em casa e chamei um táxi. Pedi para me levar até o aeroporto e de lá embarquei como Renesmee Carlie McCullen mesmo, para a França, mais especificamente Provence, onde estão os vinhedos da família Swan. Já fazia quase duas semanas de meu aniversário. As coisas até andavam mais calmas, mas eu já havia decidido e não iria dar para trás agora.

Lembro-me que uma vez o tio Royce disse que tinha um conhecido perto do Chateau Swan que fazia documentos, nem me pergunte o porquê dele conhecer este tipo de gente, então quando desembarquei, peguei um táxi e me dirigi até uma praça próxima ao Chateau e fiquei tentando me lembrar onde era mesmo que ele tinha falado. Sentei e fiquei tentando buscar esta informação na memória e então veio tudo como um raio, iria para os Estados Unidos, mais especificamente La Push, a Reserva Quileute que tia Renata insistia em dizer que era um dos lugares mais bonitos do mundo. Certo, Renesmee, foco agora nos documentos...Fiquei admirando a praça, as crianças brincando. Precisava me lembrar!!! É muito importante fazer estes documentos!!! Anda, menina, lembra! Olhando por entre algumas arvores admirei um lindo chalé antigo, muito bonito e bem cuidado. Hum, o tio Royce disse que tinha um jardim maravilhoso na frente e que era uma bela casa estilo chalé...Então, achei!!! Só pode ser esta do outro lado da praça. Bem, vamos lá.

Quem me atendeu foi Madame Vuitton, é, o mesmo nome daquela grife famosa, ela me encaminhou para uma sala tipo escritório, muito elegante e sóbrio. .

– Bonjour, souhaite fournir des documents supplémentaires, comme la mienne ont été volés (ola, gostaria de providenciar novos documentos, visto que os meus foram roubados). Ela não estranhou nem fez perguntas, já estava acostumada a ouvir estas desculpas.

– Oui, ce que vous avez besoin? (Sim, o que você precisará?)

– Le permis de l'identité, conduire, passeport. Oh, si vous pouvez inclure un certificat de naissance, ce serait parfait! (Preciso de identidade, carta de habilitação, passaporte. Ah se conseguir incluir uma certidão de nascimento seria perfeito!)

– Oui, y compris le certificat de naissance, coûtera 5000 $. Espèces. Sera prêt dans trois jours. (Sim, com a certidão de nascimento ficará em $ 5000 dólares. Em dinheiro. Ficará pronto em três dias.)

Me despedi e já deixei metade pago, para ter certeza que seria feito.

Antes de eu sair ela me perguntou o nome para colocar nos documentos e eu rapidamente falei, Vanessa King, data de nascimento eu disse 10 de setembro e local de nascimento eu falei que foi no Alaska, EUA.

Sai dali e fui em direção ao Chateau Swan. Lindo lugar, extremamente romântico! Como todos me conheciam, me encaminharam direto para a sala de leitura de minha avó Renne.

– Renesmee, cherry, o que esta fazendo aqui??? Se soubesse que você viria para a França, teríamos esperado por você!

– Ah, grand-mère, resolvi de ultima hora por causa dos probleminhas que vinha passando. E já fazem duas semana praticamente que vocês voltaram, iria atrasar os negócios de mon grand-père, Charlie.

– Oh, mon amour, você quer conversar? Está precisando de algo?

–Não, só espero poder ficar aqui com você e mon grand-père, sem causar muito alvoroço.

– Bella e Edward sabem que você esta aqui?

– Não avisei ninguém, desculpe, simplesmente vim.

– Não se preocupe, eu conversarei com eles.

Está "visita" aos meus avós foi providencial, por que neste mesmo dia, à noite, quando se deram conta que eu não estava em casa, me ligaram insistentemente. Atendi e disse onde estava e no mesmo instante o telefone do Chateau começou a tocar, meus avós confirmaram que eu estava lá mesmo, então todos ficaram tranquilos.

– Sim, Bella, ela esta aqui. Eu acho bom ela dar um tempo, como se diz. Ela parece meio abatida. Disse minha vó.

– Não se preocupe, assim que ela quiser, providenciaremos a volta dela. Bonsoir, ma fillle. (Boa noite, minha filha). Encerrou vovó

_ Nessie, sua mãe disse para você ficar aqui até o outro fim de semana, mas se você quiser ir antes, nos avise.

– Não, grand-mère, vou mesmo no outro fim de semana, acho que já estarei bem descansada até lá.

Acharam que eu estava precisando descansar, pediram para voltar no outro final de semana, o que daria mais uma semana e meia para completar minha fuga perfeita.

Estes dois dias passaram se arrastando, parece que quanto mais pressa mais devagar! Mas enfim, chegou o dia de pegar os documentos, com eles em mãos fui até o aeroporto e comprei a passagem para o Canadá, especificamente Quebec, de lá compraria passagem para outro lugar. Até chegar onde eu queria. Isto seria somente após este fim de semana, queria ficar um pouco com meus avós e me organizar bem .

Neste meio tempo eu ouvi a notícia de que o primo da tia Rose, Jake Black, o Lobo, piloto, havia sofrido um acidente na Alemanha, na verdade isto foi na semana passada para ser mais precisa.

– Veja só, mon ange, aquele sobrinho da Renata e da Rose que é piloto, sofreu um terrível acidente. Parece que agora é o Alec quem esta querendo correr! Rose e Emm estão com os cabelos em pé!!! Eles todos foram ate a Alemanha para ver o rapaz, ele não esta nada bem.

– Ah, sim, grand-mère, todos nos o conhecíamos, menos eu, na verdade, foi quando eu fui a Rússia naquela viagem da escola de idiomas. Mas o Alec correr não é estranho, ele sempre correu rachas, testou carros, ele gosta disto, se sente bem fazendo isto e o melhor, sabe o que faz. Deve estar no sangue, afinal ele também é um Black...

– Renata me disse que o acidente foi horrível, o carro capotou varias vezes e explodiu, a sorte é que ele foi arremessado para fora do carro, se não poderia já estar morto há esta hora. Quebrou vários ossos e o induziram a um coma, parece que mais uns dias já vão tentar tirá-lo da sedação.

Enquanto minha avó falava sobre isto eu comecei a ficar angustiada, me deu uma dor no peito, uma dor de cabeça, fiquei até um pouco trêmula. Meu avô prestava toda atenção do mundo.

– Bem, grand-mère, vou me deitar, estou com um pouco de dor de cabeça. Bosoir, grand-mère! Bonsoir, grand-père!

– Bonsoir, mon ange! Me responderam os dois ao mesmo tempo.

Me retirei e fui em direção ao meu quarto. Tomei uma ducha rápida, coloquei um pijama e mesmo com dor de cabeça, continuei com meus planos.

Vamos ao que interessa! Amanhã, há esta hora estarei no Canadá! Maravilha!

Eu já estava com os documentos, passagem comprada, malas arrumadas. Tudo certo, só precisava de um jeito para despistar meus avós quando eles me levassem ao aeroporto. Amanhã, dentro do aeroporto, dou um jeito.

No outro dia pela manhã, uma notícia, desagradável, mas que acabou por cair como uma luva para ajudar em meu plano de fuga.

– Renesmee, mon cher,não poderemos levá-la ao aeroporto! Disse meu avô, no café da manha.

– Desculpe-nos, cherry, nos avisaram muito cedo que houve um temporal em um de nossos vinhedos, que fica mais ao sul e seu avô terá que ir imediatamente após o café. Como você já está com a sua volta para casa marcada, para logo mais, próximo ao almoço, pensei em ir com seu avô, pois ele ficará lá por uma semana, mais ou menos.

– Ah, grand-mère, não tem nenhum problema! Posso pegar um táxi tranquilamente, já que provavelmente Pierre os levara!

– Oh, mon amour, nos desculpe!

– Esta tudo bem, grand-mère! Não tem problema algum, estou voltando hoje mesmo para casa, então não ficarei sozinha.

– Está certo então, volte sempre que quiser, mon amour!

Assim, ficou fácil de Renesmee sumir para Vanessa nascer!!

Eu estava há uma semana nos EUA, de Quebec eu fui para New York, depois para Iowa, de lá fui para Wyoming e segui para Seattle. Aluguei um carro e fui para Forks. Foi em Forks que eu descobri que não poderia morar em La Push, era uma Reserva e isto eu já sabia, só não sabia que eles não aceitavam pessoas de fora morando lá. O máximo que era permitido era passar uns dias hospedado. Tinha uma empresa que fazia um tour por La Push, acampamentos, visitas às florestas, às praias, conheciam o comércio local onde tinham muitos quiosques de artesanato indígena, participavam de um lual, este tour como eles diziam, durava de três a quatro dias, no máximo era permitido uma semana, devido as condições climáticas. E a hospedagem no pequeno, mas elegante e completo hotel, era limitada a uma semana. Casais em lua de mel podiam ficar duas semanas.

Eu fiz um destes tour, adorei La Push, pena que eu não poderia morar lá, mas Forks já estava de bom tamanho e bem longer de minhas origens. Foi logo que cheguei em Forks, mais precisamente no outro dia. O tour era amplamente divulgado no hotel, aproveitei e fui. Ficamos lá por quatro dias.

Eu estava procurando uma casa, pequena, ou até mesmo um apartamento em Forks para me mudar e poder sair do hotel, eu havia ficado uma semana e pouco na França, contando horas de viagem de lá para cá e mais os dias que eu fiquei em cada cidade, fechava praticamente três semanas. Em Forks já fazia uma semana. Então eu já estava há mais ou menos um mês fora de casa. Parei em um restaurante para almoçar, havia visto entre tantos locais uma casinha muito charmosa e também um apartamento, pequeno, mas mobiliado e aconchegante, o que seria ótimo, já que não teria que gastar comprando móveis. Precisei meio urgente comprar roupas para frio, já estava próximo do inverno. Se por um lado as roupas esconderiam meu corpo, por outro elas me deixavam maiores do que eu era.

Foi no restaurante que eu ouvi falar que a família Black tinha voltado para La Push, que Jake quis ir se recuperar lá. E o mais importante foi que eu ouvi que estavam loucos atrás de um enfermeiro que pudesse cuidar do Jake.

– Boa tarde, Srta Zafrina, agradeço por estar me atendendo aqui no restaurante, tive muitos contratempos e não poderia ir ate a Fênix RH.

– Não tem problema, Sr Gabriel, sei que o senhor é muito atarefado com a Reserva Quileute, sendo quase seu prefeito. Entendo que o momento também está bastante conturbado com a chegada de Jake, principalmente no estado em que ele se encontra. Por falar nisto, como ele está??? Ele é um rapaz maravilhoso e já fez muito por esta cidade.

–Ele esta bem, dentro do possível, meio amargo com a vida. Mas, sim, Srta, estou com muitas coisas para resolver e ainda tenho que encontrar um enfermeiro para ele, já que não quer ficar dependendo da família, por isto lhe chamei, queria saber se a Srta teria alguém para indicar? Ah, precisa que tenha uma voz agradável, que ele consiga ouvir por muito tempo, já que ele não esta enxergando no momento e esta pessoa precisará fazer o serviço de ler para ele.

– Puxa, no momento não tenho nenhum enfermeiro na lista de espera! Vou fazer um anúncio, assim poderei entrevistar pessoalmente, prometo fazer o impossível, Sr. Gabriel.

– Agradeço Srta, espero que não leve muito tempo. Assim que tiver alguém em vista, me avise. Faço questão de entrevistar a pessoa, explicar a situação.

– Pode deixar, Sr Gabriel, assim que conseguir alguém competente, lhe informo.

– Boa tarde e até breve, Srta. Zafrina.

– Boa tarde, Sr. Gabriel.

Srta Zafrina ficou pensando em como poder ajudar, infelizmente não tinha muitas esperanças de conseguir alguém com estas qualificações por ali, talvez precisasse ir ate Port Angeles, talvez ate mesmo Seattle....quando ela ouve uma linda voz.

– Olá, meu nome é Vanessa King e ouvi vocês comentando que precisam de um enfermeiro. Desculpe me intrometer, mas eu sou enfermeira, aliás estudo enfermagem, estou de mudança para cá, tenho várias cartas de recomendação e não tenho nenhum problema em falar por muito tempo, ou ler em voz alta, inclusive em outros idiomas, falo perfeitamente o francês, italiano, espanhol, também entendo alemão e russo. Me coloco a disposição, posso lhe entregar um curriculum assim que chegar ao hotel onde estou hospedada.

– Ora, mas você praticamente caiu do céu, menina! Sente-se! Aqui está o endereço da agência, Av Callaway, 350.

– Estou no Olympic Suits Inn, fica muito longe da agência? Ainda não conheço aqui muito bem.

– O hotel que você está fica para o outro lado, talvez seja melhor você pegar um táxi. Peça para deixá-la na Fênix RH, somos a única agência de recursos humanos daqui de Forks, nossa sede é em Port Angeles.

Sai do restaurante e fui diretamente ao hotel pegar os documentos para levar a agência, Srta Zafrina me atendeu e disse que entraria em contato assim que o Sr Gabriel pudesse fazer a entrevista.

Entreguei um currículo e algumas cartas de apresentação, que eu havia conseguido com meus pacientes em Inverness e também uma carta da faculdade me apresentando e falando o quão boa, ou melhor, excelente aluna eu era, claro que dei um jeito de alterar meu nome nestes documentos, não podia arriscar.

No mesmo dia, no final da tarde, já estava escuro, me informam que tinha alguém querendo falar comigo, ao descer fui apresentada ao Sr Gabriel, a Srta Zafrina, havia ligado imediatamente para ele falando sobre mim, quando eu entreguei meu curriculum, ela enviou para ele. No mesmo dia ele pediu para falar comigo e ali estávamos.

Conversamos e ele me explicou tudo. Me informou que eu teria uma entrevista no outro dia, logo após o almoço, perguntou se eu tinha como ir até a Reserva.

– Espero que a Srta consiga, tem uma voz muito agradável. Mas devo preveni-la de que ele esta num momento muito difícil, esta muito agressivo, intransigente, rebelde. Isto seria um problema para você? Você saberá lidar com isto?

– Com certeza, Sr Gabriel, tenho experiência em cuidar de pessoas doentes, estas pessoas são muito difíceis de lidar, elas sentem dores, desconfortos, não gostam de depender de outros, mas eu sei como lidar com isto, sem problemas.

– Ótimo! Você tem como ir até lá ou precisa que eu a leve?

– Estou sem carro ainda, tem como ir de táxi?

– É um pouco longe, mas peça ao motorista para levá-la a Toca do Lobo, em La Push, na Reserva Quileute. Estarei lhe aguardando lá mesmo, para mim será melhor, pois tenho muito o que fazer por lá e não teria como vir até aqui, buscá-la, me desculpe. Me orientou Sr Gabriel.

– Sem problemas. Que hora devo ir?

– Logo após o almoço, pelas 14:00.

– Ok, até amanhã Sr. Gabriel. Até logo e muito obrigada, Sra Zafrina.

– Não tem de que, minha querida, espero que tudo dê certo. Qualquer coisa me procure, talvez consiga encaixar você em outra coisa se por acaso não der certo.

– Obrigada. Boa noite.

Toca do Lobo, assim era como a casa de Jake era conhecida por todos, inclusive em Forks.

Eu tinha que arriscar, afinal era muito improvável que minha amada família se daria conta que eu era a enfermeira de Jake Black, o Lobo, pois éramos quase da mesma família, mesmo sem conhecê-lo pessoalmente. Nunca imaginariam que eu iria para La Push. Pelo menos era o que eu rezava fervorosamente para eles nunca imaginarem.

Já no outro dia...

Na hora da entrevista eu fui com o coração na mão, se ele gostasse do som de minha voz, isto mesmo, eu teria emprego, que pagava muito bem, teria lugar para morar, teria segurança e o principal, não precisaria me esconder, nem mexer na minha reserva no banco. O melhor de tudo era que eu estaria em La Push, eu me apaixonei por aquele lugar!

Eu havia aberto uma conta em um banco local de Forks, no nome de Vanessa King mesmo. Depositei todo o meu dinheiro la, ainda tinha muito, graças a Deus. Fiquei só com uma pequena quantia para locomoção e comida. Troquei todos os travellers checks que sobraram. Fiz um lanche, no próprio hotel, estava nervosa, não conseguiria comer muito. Fui ao banheiro e fiz minha higiene bucal e sai à procura de um táxi. Assim que encontrei, entrei e pedi para o motorista me levar a tal Toca do Lobo, realmente nem precisei dizer mais nada. Em mais ou menos meia hora chegamos.

Adorei a casa assim que a vi, era linda, com dois andares, um jardim magnífico, bem cuidado. Tinha uma piscina e pensei se poderia me exercitar. Por dentro era mais impressionante ainda. Era moderna, mas com um toque meio rústico, meio selvagem, muito móveis antigos de madeira maciça, cores terrosas mesclada com o branco, perfeito! Tinha tudo em tecnologia que uma casa possa ter, dando conforto e comodidade para quem morasse ali.

O Sr. Gabriel me aguardava na porta, assim que fui anunciada. Ele me encaminhou para outro cômodo, dizendo ser a biblioteca, foi quando eu entrei e fiquei de boca aberta! Era imensa, minha mãe amaria esta biblioteca, ela era espaçosa, confortável e muito bem iluminada. Tinha uma vista magnífica para uma parte da praia com penhascos ao fundo, esta vista era como uma varanda que levava a um jardim de inverno florido e cheiroso. Lindíssimo cômodo, belíssima vista.

Ele estava sentado à porta da varanda, em uma poltrona, com os olhos vendados. E meu Deus, ele era lindo, dava para ver que ele era alto, no mínimo 1,85, moreno cravo e canela, sabe, da cor do pecado, o seu cheiro me atingiu como um soco, precisei me segurar para não cair, ainda bem que tinha uma cadeira próxima a mim, era um cheiro amadeirado, almiscarado, perfeito com todo aquele espetáculo. Ele sentiu que eu estava perto, pois se remexeu na poltrona e falou com uma voz rouca que me arrepiou inteira, da cabeça aos pés.

– Por favor, se aproxime, sente-se nesta poltrona ao meu lado. Gostaria que você lesse este livro para mim.

Neste momento o Sr Gabriel disse ao Jake para se controlar um pouco, que iria se retirar e que logo voltava.

Chegando a poltrona, me sentei e peguei o livro. Me surpreendi, jamais imaginei que um homem como ele iria ler e gostar de algo do tipo, Les Misérables, de Victor Hugo, era um romance francês, linguagem clássica e sem gírias, seria maravilhoso ler este livro, neste momento ele sorriu, parecia adivinhando minha surpresa.

Senhor, que sorriso era aquele? Parecia um sol. Suspirei, tentando ser o mais silenciosa possível. Foco, Renesmee

Então comecei a leitura.

“Capítulo 1

Jean Valjean

Em um dos primeiros dias de outubro, em 1815, antes do pôr-do-sol, um homem viajava a pé.

Tinha aparência assustadora.

Seria difícil encontrar alguém com aspecto mais miserável.

Era forte, de estatura mediana.

Parecia ter de quarenta e cinco a cinqüenta anos.

Na cabeça, um boné com aba de couro.

A camisa, de tecido grosseiro, mal fechada deixava ver o peito cabeludo.

Calças esfarrapadas. Sapatos sem meias.

Nas costas, um volumoso saco de viagem de soldado.

Trazia na mão um cajado de madeira, cheio de nós.

Cabeça raspada e barba crescida.

O suor e o pó da estrada tornavam sua aparência ainda pior....”

Era uma leitura envolvente, quase não sentíamos o tempo passar. Nos demos conta do adiantado da hora quando o Sr. Gabriel, pigarreou na entrada da biblioteca. Parei calmamente, no fim do capítulo. Ele pegou minha mão, a beijou e me fez a seguinte pergunta:

– Você poderia se mudar hoje mesmo? Você aceita o emprego? Pois por mim, você já esta contratada.

– Claro que sim, eu me mudaria hoje mesmo se conseguisse transporte. Fico feliz por estar a contento.

– Tio Gabriel, o senhor poderia providenciar para ela se mudar hoje mesmo, pois amanhã, pela manhã já gostaria que ela estivesse aqui.

– Com certeza, Jake, eu mesmo a levarei até a cidade e a trarei de volta. Vou falar com Emily para ela providenciar as acomodações para Srta Vanessa.

– Muito obrigada pela oportunidade, farei o impossível para mantê-lo bem! Podem me chamar de Ness, facilita!!!

Saí, leve e muito feliz. Na verdade transbordando felicidade! E que pecado meu Deus, era mais perfeito ainda por ele ser cego, não podendo enxergar o monstro que eu sou. Mesmo eu querendo e muito ver seus olhos, achava melhor assim. Imaginei, então, seus lindos olhos castanhos, quase negros, profundos e muito, mas muito amorosos.

E aquele toque quente, sua boca beijando minha mão, meu corpo inteiro derreteu, era como se meu corpo quisesse se fundir ao dele. Oh, Lord!!!

Eu resolvi que mesmo minha família me encontrando, eu ficaria ali com ele pela eternidade se ele quisesse, se ele me pedisse.

No fim o Lobo se mostrou calmo e mais seguro do que eu poderia sequer sonhar! E a sua Toca seria meu esconderijo!


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Notas finais do capítulo

Então, no fim das contas, acho que até eu iria querer fugir se fosse topar com um emprego destes, hum??? O que vcs acham??? Fugiriam tb???
No próximo cap vamos ver como ele esta se sentindo com tudo isto.
Bjs, amo vcs!!!