Luz Dos Olhos Teus escrita por alinica, Licka Labres


Capítulo 15
Tempestades


Notas iniciais do capítulo

Olá, meninas!!!
Então, chegou o momento de ficar triste de novo, kkkkkkkkk!
Nosso casal passará por uma tempestade, porém outros mais sortudos conseguem entrar em uma fase de bonança, de calmaria!
Espero os coments, preciso saber o que vcs acharam. Na verdade estou quicando para saber se vcs agiriam da mesma forma que nossa Ness!!!
Bjs, meninas!!!
Ps.: Não fiquem brabas comigo, por favor, kkkkkk!



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POV Jake:

Estes dias na Espanha foram perfeitos, serviram para nos mostrar como estávamos bem juntos, como éramos certos um para o outro.

O aniversário dela foi incrível, minha mãe que sugeriu de eles irem nos encontrar e as meninas e principalmente o Embry, não paravam de me perturbar para eu dar para ela a aliança. Era isto mesmo que eu iria fazer, mas me fiz de difícil um pouco, só para incomodar eles. Já estávamos morando juntos há algum tempo, estava na hora de oficializar isto.

Ela estava tão linda, parecia uma pintura. Quando elas foram ao banheiro até o meu pai disse que eu era muito sortudo e teria que me cuidar por que os gaviões iriam cair em cima. Ela agradeceu a todos os presentes, por terem vindo ficar conosco, amou os presentes que recebeu. Agora só faltava o meu.

Foi emocionante a ver tremer e marejar seus lindos olhos quando eu tirei a caixinha do bolso. Sequei cada lágrima, me aproximei e tomei seus saborosos lábios, enquanto isto deslizava a aliança em seu dedo. Ficou perfeito para ela. O que ela não sabia é que eu também usaria uma aliança igual.

Nos retiramos e fomos para nosso quarto, esta noite foi inesquecível, muito gostosa e muito quente. E quando ela viu o meu dedo com uma aliança também, pulou no meu colo e começou tudo de novo. Em cada aliança tinha meio coração, o dela era de diamantes.

Dormimos muito pouco nesta noite. Mas como iríamos ficar um tempo dentro do avião, poderíamos dormir, além disto, poderíamos ir direto para o apartamento, eu iria à sede da equipe somente no decorrer da semana. Só voltaríamos para La Push no outro fim de semana.

A semana começou tranquila, levei ela até a sede, ela adorou, tem muitos painéis dos carros, das corridas e tem também a sala de troféus, tanto dos pilotos como da equipe e dos construtores.

Já era quinta feira, ela havia feito algumas compras durante a semana e eu ficava na sede buscando projetos e peças e mais tudo o que eu queria para poder dar andamento ao projeto do carro novo e aos meus planos de voltar a correr, já fazia um ano do acidente e eu já estava sentindo falta das pistas de corrida.

Cheguei ao apartamento exausto, entrei direto para o banho. Dentre todos meus afazeres ainda tive que resolver um problemão do Embry. Estranhei ela não ter chegado ainda, mas eu precisava de um banho. Coloquei uma roupa confortável, chamei uma pizza mesmo e fiquei esperando ela chegar. Acabei dormindo no sofá, com a TV ligada.

Quando eu acordei, não a vi e nem ouvi em lugar nenhum, fui procurá-la pelo apartamento, não a encontrei em lugar nenhum, me dei conta que tinha algumas coisas reviradas no quarto. Quando cheguei mais perto vi que eram umas roupas dela, me subiu imediatamente um arrepio pela coluna. Abri de supetão as portas do armário e não havia uma única roupa dela ali dentro.

Abri o restante de portas e gavetas dos armários, fui ao banheiro, tudo que era dela havia sumido. Fiquei em choque, eu não sabia o que fazer, não sabia para onde ir, não sabia o que tinha acontecido.

Peguei meu telefone para ver se havia alguma chamada dela, nada. Percebi neste momento o telefone dela em cima da mesa de cabeceira. Não adiantaria nem ligar para ela. Coloquei a primeira roupa que vi pela frente, sai correndo, mas iria onde??? Voltei.

Liguei para minha mãe e para as meninas e nada, bem, as meninas não iam saber de nada mesmo, elas já haviam ido direto para Londres das Ilhas Canárias.

Minha mãe ficou muito preocupada e disse que iria para o meu apartamento. Ela me disse que o porteiro do prédio contou que ela havia saído ontem logo depois de mim, chegou antes do almoço, parecia estar muito nervosa, quando desceu novamente pediu ajuda para levar as malas e chamar um táxi. Ele disse que inclusive perguntou a ela se estava bem, se ela queria que chamasse alguém, mas ela disse que não.

– Jake, o Sr. Juarez, seu porteiro, me disse que ela saiu logo depois de você, chegou um pouco antes do meio dia, estava muito nervosa e chorando. Ele disse que não demorou muito e ela pediu ajuda para carregar malas e chamar um táxi. Ele me disse ainda que perguntou a ela se queria deixar algum recado, se queria que chamasse alguém, ela simplesmente disse que não precisava de mais nada e foi embora no táxi.

Quando minha mãe me contou isto, minhas pernas cederam, cai de joelhos em frente a minha mãe, me agarrei nas pernas dela e chorei muito, pior que uma criança. Ela tinha me deixado e eu nem sabia por quê!

Quando ela conseguiu me acalmar, me levou para o quarto e me colocou na cama, eu não queria nem saber onde eu estava. Eu só sentia um vazio e uma dor no meu peito que parecia que eu ia implodir.

Até o Embry apareceu. Ouvi quando minha mãe disse que havia ligado para La Push, mas ninguém viu ela por lá, Embry disse que foi até ao aeroporto e que não havia embarcado ninguém com aquele nome. Mas quando meu pai disse que ela havia ido a empresa, pois a Josefa havia visto ela sair correndo do elevador e chorando muito, eu fui ate a sala e pedi para ele me explicar direito pois ontem eu não havia visto ela na sede. E meu pai fez melhor do que isto, ele buscou a Josefa na empresa.

– Sim, Jake, a Josefa disse que viu uma moça muito bonita, mas chorando muito passar correndo para fora do prédio, ela estava muito nervosa, pois a Josefa disse que inclusive ela bateu no office boy que entrava no prédio naquela hora, jogou o moço no chão, mas não parou, continuou correndo até sair do prédio e ganhar a rua...

– Sim, Sr Billy, Sr Jake, eu vi uma moça e aconteceu bem assim como seu pai esta dizendo, foi isto mesmo que eu vi.

– Não tinha ninguém na portaria???

– Não, Jake, foi na hora da confusão da Jéssica Stanley, tive que chamar ajuda, ou melhor, a Leah precisou chamar ajuda... _disse Embry

– Mas que hora foi isto, por que eu não vi ela por lá, tenho certeza que ela teria ido na minha sala!

– Sr Jake, era mais ou menos umas onze horas da manhã.

Então eu entendi. Na mesma hora eu dei um soco na cara do Embry. Meu pai me segurou e minha mãe estava apavorada, o Embry estava sem entender. Comecei a dizer para eles o que havia acontecido.

– A Jane, é a Mcarty, a sua Jane, Embry, foi até a sede falar com você!!! Mas quando ela chegou à sua sala a sua secretária, Jéssica Stanley, estava agarrada em você, dizendo que o amava. Ela nem entrou foi direto para a minha sala, chorando muito. Enquanto eu conversava com a Jane, a Ness deve ter ido me procurar e realmente não deve ter entendido nada do que ouviu, ou melhor, entendeu tudo errado. A Jane disse que está grávida e dizia o tempo todo, como pode? Como pode? Com outra embaixo do meu nariz? E outras coisas que às vezes nem eu entendia. Consegui acalmá-la, dei água para ela e fui falar com você, a deixei em minha sala. Porém você havia saído para almoçar, como não consegui falar com ninguém, conversei mais um pouco com ela, a aconselhei a ir para casa e falar com você. Eu disse que você nunca iria trair ela, afinal vocês estavam juntos há tempos, disse que você queria casar a tanto tempo, que foi ela quem quis esperar terminar a faculdade... Me desculpe, Embry, não deveria ter batido em você!! Afinal ninguém tem culpa...

Então o meu pai me disse que o Embry demitiu a Jéssica, por este motivo, de ficar agarrando ele e também por que descobriu por puro acaso que ela havia facilitado certas coisas ao Mike Newton, e deu toda esta confusão...

Embry estava parado, parecia em choque e de repente...

– Jane grávida?!?!?!?!

E saiu correndo porta afora. Espero que pelo menos ele e a Jane sejam felizes. Por que a minha vida acabou...

POV Renesmee

Meu Deus, minha vida estava perfeita. Eu era outra pessoa hoje. Depois de tantos sofrimentos eu finalmente estava feliz, havia me encontrado, estava realizada e magra (pode até parecer besteira, mas isto para mim foi a pedra fundamental para a reviravolta que aconteceu na minha vida).

A única coisa que me incomodava era a minha situação de pessoa inexistente. Sim, pois Vanessa King não existe, quem existe é Renesmee Carlie McCullen. Isto estava me incomodando, eu teria que por tudo em pratos limpos. Será que ele entenderia? Não foi por causa dele que escondi minha identidade, foi por que não queria que meus pais me encontrassem, me levassem de volta para aquela vida que eu tinha antes de conhecê-lo.

Eu resolvi que contaria tudo para ele. Eu tinha que fazer isto. Depois de ele oficializar nosso relacionamento deste jeito eu tinha que ser a verdadeira pessoa que eu era. Não no sentido de eu ser mentirosa, eu só havia escondido o meu nome real, no caso inventei um novo nome, mas eu era a mesma em sentimentos, ações e todas outras coisas. Só o nome não era meu de fato.

Quando eu levantei nesta manhã disse para mim mesma, é hoje o dia D. Jake já havia saído, eu já estava tomando meu banho e me arrumando para sair. Coloquei uma roupa confortável para caminhar. Iria a pé até a sede. Não era tão longe e eu podia cortar caminho pelo Olympic Park. Tomei um bom café e comecei a me preparar psicologicamente.

Sai e fui caminhando devagar, pensando em como chegar, como falar, se eu chegava e dizia tudo de uma vez ou começaria explicando as razões de tal ato. Quando eu vi já estava na frente da sede. Entrei e fui até o elevador, não tinha ninguém na recepção, achei estranho, mas tudo bem. Um elevador estava descendo enquanto o outro já abria a porta, não queria ficar esperando, ver se alguém voltava à recepção para me anunciar, eu sabia onde era a sala do Jake, subi e pronto, estava agoniada.

O Jake estava sem secretária, já que estava afastado por um tempo. Na sede além de ter a parte da equipe de corrida, tinha ainda a empresa de representação da montadora e das oficinas, tinha o departamento jurídico de todos os segmentos, tinha uma sala de reuniões que ocupava um andar inteiro e mais outros departamentos (financeiro, pessoal e etc, Seattle era a sede da família Black) que compõe uma empresa deste porte.

Ao me aproximar da porta escutei uma mulher chorando, meu coração acelerou.

– Eu estou grávida!!! Como pode??? Com outra bem embaixo do meu nariz!!!! _Dizia a mulher chorando muito.

Eu achei a voz meio conhecida por assim dizer, mas nem fiquei tentando lembrar de onde.

– Calma, a gente vai resolver isto!!! Não tem outra!! Não é verdade!!

Eu congelei. Levei a mão a boca para não gritar, as lágrimas já escorriam sem eu querer, não consegui fazer nada de diferente a não ser me virar e sair correndo. Ainda bem que ninguém me viu. Desci com o mesmo elevador, ele havia ficado parado no andar. Sai correndo porta afora, nem olhei para os lados. Nesta confusão fui até mal educada, esbarrei num boy que estava entrando no prédio, vi que ele caiu e tudo, mas eu só queria sair dali o mais rápido possível.

Corri pelas ruas de Seattle, chorando feito uma louca. Quando cheguei próxima ao apartamento, parei, me ajeitei e dei um jeito de limpar meu rosto, mas sei que foi inútil tal ato. Entrei no prédio, subi e arrumei minhas roupas em duas malas, só larguei tudo dentro, eu nem estava enxergando direito, por causa das lágrimas. Não queria falar com ele, então deixei o telefone ali, na mesinha de cabeceira. Peguei tudo o que era meu e sai. O porteiro me ajudou com as malas e chamou um táxi. Ele me perguntou se eu estava bem, se eu queria que ele entrasse em contato com alguém, eu disse que não. Pedi ao motorista para me levar direto ao aeroporto. Não usei os documentos de Vanessa, usei meus verdadeiros documentos, a Vanessa tinha acabado de morrer. Eu nem sei por que eu acabei levando os meus documentos verdadeiros comigo na viagem, acho que foi por medo de algo acontecer e no fim aconteceu mesmo.

Do aeroporto liguei para tia Alice, avisei para ela que em duas horas pegaria o voo de volta para casa. Ela começou a me encher de perguntas, mas disse que falaria com ela somente quando chegasse. Ela perguntou se era voo com escala ou se iria direto a Inverness. Eu avisei que era um voo direto, levaria em torno de oito horas. Dormi o tempo todo.

Quando cheguei a Inverness já era outro dia, porem todos me esperavam no desembarque. Estavam inclusive meus avós e meus primos. Estavam todos, com algumas exceções. Todos ficaram de boca aberta quando me viram, tia Alice só batia palmas e sorria, minhas primas me cercaram e me bombardearam. Porém sai correndo e me grudei em minha mãe, depois em meu pai e depois ainda meus irmãos. Abracei e beijei todos da família que me receberam com muito carinho e eu como estava tão triste e carente não aguentei, imediatamente comecei a chorar. Eu estava esgotada emocionalmente e fisicamente, acabei que desmaiei de cansaço. Acordei quando meu irmão já me carregava para meu quarto, porém fingi que estava dormindo até que senti a cama.

Eles me deixaram em meu quarto, saíram e fecharam a porta. Então respirei fundo e abri meus olhos. Minha mãe estava no meu quarto, sentada na poltrona, só me cuidando. Ela se dirigiu até mim, sentou na cama e colocou minha cabeça em seu colo, ficou fazendo carinhos em meus cabelos, eu só chorava. Ela me disse que só queria que eu falasse quando quisesse, se quisesse, ela estaria a disposição quando eu a procurasse. Assenti e me dirigi ao banheiro. Tomei um banho rápido e me recolhi novamente. Ela perguntou se eu queria que ela ficasse comigo, disse que não precisava e então ela me beijou a testa e eu cai na inconsciência.

POV Embry

Eu sai correndo do apartamento do Jake, eu estava atordoado, fiquei repassando toda minha vida enquanto me dirigia ao meu futuro...

Bem, sou Embry. Tenho 25 anos, sou irmão por parte de pai do Jake, sim, parte de pai, pois minha mãe biológica faleceu justamente quando veio a me colocar no mundo. Na verdade eu tenho em Sarah minha verdadeira mãe, claro que eu agradeço todos os dias a Mary Call, por ter me dado a vida, ter permitido a mim, nascer. Mas tenho que ser realista, não a conheci, o único amor de mãe que tive foi de Sarah, inclusive é por ela que meu pai ainda continua vivo.

Quando eu atingi uma idade que Sarah, como psicóloga, achou adequada, ela e meu pai, chamaram a todos nós, para conversarmos. Eu tinha 12 anos, o Jake 10 e as meninas tinham 7 anos. Ali eles contaram tudo para nós, que eu era somente filho do Billy, que minha mãe biológica havia falecido no parto, que eles eram meus irmãos por parte de pai, que Sarah praticamente me adotou quando eu era um bebê de colo. Foi muito chocante, mas eu entendi a chance que estava tendo. Ou eu iria me rebelar e acabar com tudo e sofrer, ou eu iria ver que na verdade eu era abençoado?? Que não importava que não nasci do amor de Sarah e Billy, mas ela me amou mesmo assim, que desde que eu continuasse com minha família, que ela continuasse sendo minha mãe, a única mãe que eu conhecia, nada mais me importaria? Às vezes eu me julgava egoísta, pois eu pensei em mim e não em Mary, minha mãe, que morreu. Mas conversei muito com minha mãe Sarah, com meu pai também, e ela me mostrou que isto não era egoísmo, era a vida e eu deveria vivê-la. Claro que eu não me esqueço de Mary, sei que fui amado por ela, fui querido por ela, agradeço por isto, mas eu preciso ser feliz, me sentir bem comigo mesmo e isto foi muito difícil no começo. Mas hoje eu aprendi. Sou muito grato a Sarah por ter me dado uma nova chance, por ter me acolhido, por ter me aceitado, juro que sem a base dela eu não seria ninguém.

Quando eu consegui a bolsa em Oxford, Londres, para estudar administração, eu me mudei para lá, fiquei por um tempo com nossa prima Rose, mas depois eu acabei indo para um apartamento. Mas nesta coisa toda de morar um tempo com Rose, que na verdade é prima de meu pai, já que sua mãe Renata é irmã do meu pai, eu conheci, ou melhor, convivi, um tempo maior com Alec e Jane, os gêmeos da Rose.

Aquela menina, na época, eu tinha 20 anos e ela tinha 17, me chamou a atenção. Ela era muito parecida com sua mãe, Rose, era loura, como também seu avô Royce, mas de olhos incrivelmente azuis, assim como seu pai Emmet, que também era muito louro. Já Rose tinha os olhos castanhos profundos como tia Renata.

Eu me encantei com aquele anjo. No fundo eu sabia que tinha me apaixonado, mas ela era uma menina, tinha seus sonhos e morávamos tão distantes, apesar de pertencermos a mesma família, o que também gerava um certo desconforto em mim, éramos primos em segundo grau, mas éramos primos.

Ela nunca se insinuou, nunca demonstrou nada, claro que conversávamos, e muito, mas no dia que eu me mudei para o apartamento, ela ficou muito triste e chorou. Eu queria minha independência, minha intimidade e minha vida longe de olhares de pessoas que mesmo sendo importantes e família, não era a “minha” família. Mas eu também senti um aperto, uma angustia de sair da casa de Rose. Ligava todos os dias e acabava falando mais com ela do que com qualquer outra pessoa, já que era ela quem sempre estava em casa. Criamos uma intimidade gostosa, sabe, aquela coisa de todo dia, de hábito, de rotina, mas nada de ruim, muito pelo contrário, era como se fizesse falta quando não conseguíamos falar todos os dias. Às vezes ate ia visitá-la aos fins de semana, levava chocolate, flores, bichinhos. Porém nunca demos o passo para outra situação, acho que não tínhamos coragem, eu pelo menos não tinha...

Eu lembro que naquele fim de ano, na formatura de Alec e Jane, eu estava ainda por lá, pois tínhamos mais horas de aula do que a escola normal, então, como parte da família, além de amigo, fui convidado para a festa. Inclusive lembro que teve a formatura do Anthony também, mas foi no outro fim de semana e daí já havia voltado para os EUA. Thony, era primo de Alec e Jane, eu o conheci no tempo que fiquei na casa deles, pois as vezes Thony passava alguns feriados com os avós, Carlisle e Esme, que também moravam em Londres, já Thony era de Inverness na Escócia.

Bom, mas voltando a formatura, ela estava linda com um vestido azul, esvoaçante, quase tive um treco ali, na frente de todo mundo, ela estava magnífica, divina, sublime. Os pais dela ficaram insistindo para que nós dançássemos e quando eu criei coragem eu fui, me senti flutuar, eu não sabia mais nem onde estava, fiquei hipnotizado por seus lindos olhos, não consegui me desviar. Até que veio um cara para dançar com ela, eu não podia evitar, senti que ela queria continuar comigo, mas não consegui reagir.

– Hey, Jane, você gostaria de dançar comigo?

Eu fiz meio que um não com a cabeça, mas ela também fez um não que entendi como se ela não pudesse recusar.

– Ah, sim, claro, Matt. Ela demorou para largar minha mão.

Mas quando fez eu senti um baque de volta a realidade. Sai quase correndo e já estava me dirigindo a saída quando o pai dela veio, me abraçou pelos ombros e disse bem pertinho:

– Ah, Embry, man, você não tem como fugir daqui.... – e colocou a mão em meu coração.

Fiquei em estado de choque. Será que todo mundo tinha percebido? Mas este não era o pior, cara, era o pai dela ali, falando comigo! Achando que tinha que falar alguma coisa, até tentei.

– Que isto, Emmet...

Mas ele nem me deixou terminar.

– Todos nos já percebemos o grau de afinidade de vocês, a intimidade que vocês criaram. Quando você foi para seu apartamento, ela chorou por uma semana e quando fomos perguntar o que era ela não sabia, só disse que sentia muita falta de você. Nós conversamos muito com ela, conseguimos entender quando vocês começaram a se comunicar por telefone e a se ver de vez em quando. Vocês se gostam e muito, mas têm medo.

– Nos gostamos, mas temos medo.......ééééé, Emmet, você não fica chateado?

– Por que eu ficaria? É só você cuidar bem de minha garotinha. Rose também acha que não tem problema nenhum. Não deixe que ninguém estrague isto por coisas que não existem.

– Eu estou indo embora...tem minhas férias da faculdade...

– Mas você vai voltar, precisa terminar seus estudos aqui, não é isto que você pensa?

– Sim, claro, tenho que terminar meus estudos, meu pai precisa de mim. Mas minha vida é lá.

– Fale isto para ela, esclareça todos os pontos, ela tem que saber o que vai precisar enfrentar. De qualquer forma, você esta indo agora, está de férias. Pense o que quer, pense no que sente. Você é muito maduro para sua idade, já passou por muita coisa e superou tudo muito bem, é inteligente, é um excelente rapaz e tem um bom coração, eu não poderia desejar mais nada para minha filha, mas você é quem tem que sentir isto. Se o que lhe impedia éramos eu e Rose, se liberte disto. Você tem minha permissão, nossa permissão.

– Tudo bem, Emmet. Vou falar com ela. Ainda tenho aula por mais três dias e daí vou embarcar para Seattle. Mas te prometo que vou conversar com ela, manter contato, saber o que ela quer mesmo.

– É isto ai, Embry...Seja feliz e a faça feliz!

Ali eu me fui. Cheguei em casa meio atordoado ainda, as coisas que o Emmet me falou não saiam de minha cabeça. Mas eu sabia que era tudo verdade. Eu não tinha por que fugir e na real, eu não queria fugir.

No outro dia, liguei para a casa dela e chamei ela para darmos uma volta.

Passei na casa dela e ela veio sorrindo, vi Emmet e Rose na janela, não tive coragem de falar com eles, dei simplesmente um aceno.

Ela colocou uma música, quando já estávamos quase chegando, é que ela me pergunta:

– Onde vamos?

– Vamos ao Regent’s Park.

– Adoro ficar ao ar livre, temos que aproveitar que está sem chuva. Mesmo com o frio, é ótimo!

– Sim. Você sabe que minhas aulas estão acabando, não é? Que eu estou indo passar minhas férias com meus pais em Seattle e só volto quando iniciar o semestre realmente, certo???

– Sim, Embry, eu sei, gostaria que você me ligasse de vez em quando.

– Claro que eu vou ligar. É sobre isto que quero conversar com você, Jane.

– Sobre o que Embry? Já sei que você está indo, que só volta quando as aulas começarem mesmo... _disse ela triste.

– Bem, vamos descer e nos sentar ali naquele gramado, tem um solzinho tímido por ali! _Desci do carro e fui ao porta malas pegar uma coberta para podemos sentar.

– Claro!

Ajeitei a coberta sobre o gramado do Regent’s Park, nos sentamos e eu comecei a falar , nem olhava direto para ela...

– Na verdade Jane, seu pai veio falar comigo (ela me olhou com os olhos arregalados), ele pediu para eu ser franco com você, expor algumas coisas para você, para que você saiba realmente de tudo, sem omissões. Sem nada... eu realmente quero ficar com você, eu sinto que amo você (ela começou a chorar), mas eu não posso abandonar tudo por lá, e nem quero isto, amo ajudar meu pai com a empresa, com as equipes e com tudo, não me vejo longe disto, nem de minha família. Mas também não me vejo longe de você.

Neste momento ela se jogou em meus braços, chorando, mas com um sorriso tão gigante que me acalmou o coração.

– Eu não acredito!!! Oh, meu Deus, tudo o que eu sonhei!! Que você ao menos olhasse para mim, que me desse ao menos sua amizade...

– Não, Jane, você não entendeu. Eu não quero sua amizade, quero seu coração, você inteirinha para mim. Sei que você recém fez 18 anos, esta começando sua faculdade de Direito no próximo semestre. Mas se você escolher ficar comigo, terá que deixar Londres, mais tarde. É claro que sempre podemos vir para cá, sua família toda é daqui, tudo o que você conhece esta aqui e eu jamais pediria para você abrir mão de tudo o que você já tem. Mas eu peço, muito, para você pensar. Me desculpe se eu nunca dei a entender mais do que isto, mas eu tinha medo por termos um grau de parentesco, achei que talvez sua família se opusesse, porém seu pai me deixou bem tranqüilo. Agora é com você.

– Quando eu percebi que amava você, eu já sabia que precisaria sair de Londres e pode ter certeza que eu sei bem o que eu quero. E eu quero você. Me apaixonei desde que você precisou morar conosco naquele tempo, porém você fez questão de ir para o seu apartamento, inclusive achei que poderia ser por minha causa.

– De certa forma até foi, mas eu nunca imaginei que mesmo de longe a gente conseguiria estabelecer uma sincronia, uma afinidade do jeito que aconteceu.

– Assim como você esta sendo franco comigo eu serei com você. Você ainda tem três anos de curso, eu tenho meu curso inteiro também para seguir. Depois que eu terminar meu curso, pretendo ir para Seattle, descobri que lá tem um curso de especialização de direito internacional, área em que pretendo atuar.

– Vo-você pretende ir para Seattle, Seattle??

– Sim, eu escolhi isto para poder tentar ficar o mais próximo possível de você e quem sabe tentar conquistá-lo...

– Ah, Jane, eu te amo!!! Eu vou, mas eu volto, prometo!! Vamos ser felizes, minha Jane!!!

Naquele dia, começamos nosso relacionamento, eu vim ver minha família, realmente, mas a saudade bateu, então eu acabei indo mais rápido que eu consegui de volta. Minha família soube do nosso relacionamento por mim mesmo, chamei a todos e contei, temendo que eles não aceitassem, mas como sempre me surpreendi com eles, não só aceitaram como fizeram muito gosto.

– Só quero vê-lo feliz, meu filho! _Disse minha mãe emocionada.

Assim que acabamos nossa faculdade, viemos para Seattle, Emmet e Royce compraram um apartamento para ela, ela faria sua especialização e já começaria a trabalhar efetivamente em nossa empresa. Inclusive ela já trabalhava para nós, desde que começou a estagiar contávamos com ela em nosso departamento jurídico.

Noivamos em um natal e estávamos esperando ela terminar esta especialização para casarmos.

Com todo o problema do acidente de Jake, Alec, irmão da Jane, largou a especialização que ele estava fazendo em Londres e resolveu correr para nós, ele era muito bom. Ele estava encantado com Leah, mas ela era osso duro depois de um problema que ela teve com um ex-noivo. Mas isto já é outra historia.

Voltando... agora eu já nem sei mais o que fazer. Só sei que preciso resolver isto.

Jake voltou da viajem com Nessie e me pediu ainda por telefone que eu pegasse uns projetos que estariam na empresa, levasse para a sala dele, que ele iria passar a semana em Seattle, na sede, trabalhando em alguns deles. Ele queria alguns bem específicos, que ficaram parados pelo tempo em que ele ficou doente.

Era um sobre injeção eletrônica, um sobre o sistema de frenagem do carro e um outro sobre um dispositivo eletrônico de combustão. Achei os dois primeiro na sala de arquivos. O último que ele me pediu, ele mesmo disse que havia ficado na sala de projetos, pois era no que ele estava trabalhando. Eu me dirigi até a sala de projetos, depois eu colocaria tudo junto, na mesa dele, pois como ele estava sem secretária, ou melhor ele não tinha uma, eu mesmo iria lá colocar, já que não achei a Jéssica em lugar nenhum. Jéssica é minha secretária, ela foi colega de minhas irmãs e fez um técnico em secretariado, começando a trabalhar comigo, agora ela fazia faculdade de secretariado executivo, pois a diretoria exigia este empenho. Até era uma moça muito eficiente, só tinha o defeito de ser um tanto quanto vulgar. Porém nunca deu nenhum problema e depois que terminou o lance dela com o Mike Newton, achamos que ela poderia continuar na empresa.

Mas qual não é minha surpresa quando cheguei à sala de projetos e percebi pela porta meio aberta, Jéssica mexendo nos arquivos que eram para ser sigilosos, somente nós mexíamos, eu, meu pai e Jake, ninguém mais tinha autorização para isto. Inclusive era para esta sala estar trancada, já que ele não estava vindo muito para cá. Percebi que ela continuava com aquele escroto do Newton...

– O que você esta fazendo aqui, Srta Stanley?

– Nada, Sr Black! Vim procurar um documento que o Sr Jacob me pediu.

– Engraçado que acabei de falar com ele, que inclusive esta vindo para cá, neste momento e ele não me disse nada, pelo contrário, pediu a mim, para pegar alguns documentos que ele precisaria.

– Olha, Sr Bl...

– Não, Srta Stanley, sem desculpas, em minha sala imediatamente.

– Sim senhor, Sr. Black.

Já em minha sala, a confrontei e qual não foi minha surpresa quando ela muito descaradamente, se levantou, veio em minha direção, se debruçou sobre a mesa, com aquela blusa decotada, seus seios quase saltando para fora, me puxou pela gravata e me beijou!!!!

Eu imediatamente tentei me livrar dela, mas a mesa em nosso meio me atrapalhou um pouco e também a surpresa de seu ato, me pegou muito desprevenido.

Minha sorte foi que Leah, minha prima e também advogada da empresa, apareceu na minha sala e me ajudou chamando o segurança.

Precisamos do segurança e também do rapaz que fica na portaria da empresa para colocar ela para fora, eu fui direto para meu banheiro me limpar e me organizar, pois ela praticamente se botou em cima de mim, o segurança e Leah tiveram que retirá-la a força, por isto o rapaz da portaria também precisou ajudar. Que mulher louca!!!

Leah já foi avisando que ela estava despedida por justa causa e que a empresa entraria com uma queixa crime contra espionagem, assédio, várias outras coisas que nem me lembro bem agora.

Deixei Leah organizando as coisas, o porteiro e o segurança já tinham conseguido colocar a doida para fora e já estavam em seus lugares. Nem fui almoçar, fui somente na salinha da Josefa e pedi para ela somente um lanche, pois teria uma reunião as 14:00 horas com Jake, papai e mais o restante da equipe. Queríamos começar a organizar a volta de Jake e deixar Alec como segundo piloto, pois ele estava andando muito bem.

Após a reunião, Jake foi para casa. Ele seguiria afastado por mais um tempo. Daria um ano e pouco fora das corridas, mas ele achava que já poderia voltar com tudo no próximo ano. Já estávamos em setembro, faltava pouco tempo.

Cheguei em casa e Jane ainda não estava e me lembrei que ela tinha ido a Nova York, tinha uma auditoria para fazer em uma oficina Black, ela só voltaria no outro dia.

Neste momento toca meu telefone e era minha mãe dizendo que o Jake estava mal, que a Ness tinha sumido, perguntando se eu sabia de algo.

– Embry, meu filho, por favor, você por acaso viu a Ness? Ela sumiu, Embry, o Jake está muito mal!!!

– Mãe, eu não a vi, mas espera, estou indo para aí!

Corri para a casa do Jake e realmente ele estava muito mal, estava chorando sem parar. Mamãe disse que ela levou tudo e deixou o telefone, isto significava que ela não queria contato. Mas eles não tinham noivado neste fim de semana, na viagem de aniversário dela? Não entendi mais nada.

Então Jake ficou muito nervoso, dizia que a Ness tinha ido à empresa e eu disse a ele que eu não a vi por lá. Mas ele insistia. Meu pai ligou para a Zefa, a senhora dos nossos lanches, ela era mãe do porteiro, talvez eles tivessem visto alguma coisa.

Quando a Zefa chegou e meu pai perguntou para ela sobre a Ness.

– Sr. Black, eu não sei quem é esta moça não.

– Mas você não viu nada de diferente, o Tibério, seu filho, não viu ninguém diferente na portaria???

– Não Sr. Black, ele não me disse nada, só me falou da confusão da Srta Stanley.

– Ok, então. Pode ir.

– Ah, Sr Black, falando na confusão, eu me lembrei de ter visto uma moça muito bonita saindo correndo da empresa, inclusive ela trombou com o boy e derrubou o menino no chão e tudo. Me lembrei disto pois foi bem no momento em que a portaria ficou sozinha pois o Tibério e o Raul tiveram que subir para colocar a Srta Stanley para fora. Eu estava voltando do mercado. Ela quase bateu em mim também.

– Como era esta moça?

– Uma menina ruiva muito linda!!! Fiquei até com pena, ela estava chorando muito!

– Ah, eu disse que ela esteve na empresa!!! Ela entendeu tudo errado!! Embry a culpa é sua! Jake ia me dizendo isto e se aproximando me deu um soco na cara, eu não entendi nada.

Meu pai segurou o Jake, minha mãe correu para me ajudar e eu continuava a não entender.

Então Jake soltou a bomba!

– A Jane estava na minha sala, ela viu a Jéssica e você se beijando, ela estava indo contar a você que esta grávida e a Ness deve ter ouvido a conversa que estávamos tendo, ou melhor, eu estava tentando acalmar a Jane, mas ela só dizia “como pôde, com outra, me sentindo uma idiota, grávida!!! Mãe, ela entendeu tudo errado!!! O que eu faço???

Bem, minha mãe ficou tentando acalmar o Jake e eu parei de raciocinar quando ouvi “contar a você que esta grávida”.

Saí correndo, chegando a este momento!!!! Mas ela não estava em Nova York???

Me dei conta que cheguei ao apartamento deles, quem sabe o Alec sabe me dizer alguma coisa???

Cheguei lá e foi ela mesma quem abriu a porta.

– O que você está fazendo aqui?

– Como assim?? Eu vim saber que história é esta de estar grávida!!! E você não estava em Nova York???

Neste momento vem o Alec.

– Se acalmem os dois, agora eu entendi o que aconteceu...

Jane olhou para ele e pediu para ele falar.

– A Jane ia sim para Nova York, mas ela passou mal e acabou por parar no hospital, quando foi a empresa falar com você, viu o tumulto com a Jéssica e deu toda confusão... Mas não sabe o que mais aconteceu e era isto que eu queria falar com você, Jane. Mas agora eu acho que o Embry mesmo pode falar.

Jane só chorava e assentia com a cabeça e eu desesperado tentando entender e ai me deu o clique.

– Jane, a Jéssica se atirou para cima de mim por que eu a peguei mexendo nos arquivos da empresa, arquivos sigilosos, então eu cheguei a conclusão que ela continuava com o Newton e que inclusive ela ajudava ele a pegar documentos e passar adiante. Ela foi demitida, tive inclusive que chamar o segurança, ou melhor, Leah chamou o segurança, ela mesma pode confirmar tudo para você.

– É mesmo verdade??? Você não tem outra e nem vai me abandonar agora que estou grávida???

– Como você pode pensar isto de mim, Jane??? Eu só estou esperando para casar por que você queria terminar sua especialização primeiro, pois por mim, já estávamos casados, ou melhor, estamos casados, você fica mais na minha casa do que na sua e agora temos este bebezinho. Não faça isto comigo, acredite em mim, por favor!!!

– Jane, é verdade, a Srta Stanley não está mais na empresa tudo isto foi falado na reunião... _ disse Alec já se dirigindo para seu quarto.

– Me desculpe, Embry, estes hormônios de grávida estão mexendo muito comigo!!! Tenho que pedir desculpas ao Jake, atormentei ele...

– Ah, você vai precisar se desculpar muito com o Jake, a Ness foi embora e pelo pouco que pudemos apurar, ela sumiu depois de fazer uma visita a empresa e ouvir sua conversa com o Jake... Ela entendeu que ele seria pai, que ele tinha outra e que ele a estava traindo...

– Oh, meu Deus, coitado do Jake, eu tenho que me desculpar!!!!

– Ele esta muito mal, não vai adiantar você falar com ele agora. Quanto a nós dois, temos que ir urgente a Londres e falarmos com seus pais, temos que organizar as coisas por que vamos nos casar antes do que você queria, mas eu não posso deixar escapar esta oportunidade, que para mim foi perfeita!

– Mas e seus pais?

– Primeiro falaremos com os seus, depois eu vejo como ficaram as coisas por aqui, na minha família acho que não tem muito clima neste momento. E eles já sabem!

Abracei aquela mulher com muito carinho, deslizei minha mão sobre sua barriga.

– Com quantos meses você esta?

– Já estou com dois meses, está tudo normal, a médica acha que desregulou por causa do meu nível de stress. Estou na reta final do curso, meu TCC ainda não está pronto, todo o processo que estamos movendo contra os Volturis, o caso do Mike que foi resolvido há pouco tempo...

– Ah, mas agora você vai parar um pouco, quero você sempre bem!!!

Nisto vem Alec todo arrumado, perfumado.

– Alec, onde você vai??? _ Pergunta minha loira linda.

– Vou na casa da Leah, mana, tenho que conseguir dobrar esta mulher, se não vou ficar maluco!!! Estou apaixonado, cara, mas ela não me dá bola.

– É uma situação difícil para ela, Alec!!!

– Eu já sei parte história, Embry! Mas eu não sou ele, amo ela de verdade e vou conseguir provar isto para ela!!!

– Opa, que história?

– Depois eu te conto, minha Jane...

– Ok, estou saindo, estou meio carente para ver estes amores e melações, urgh!!!

– Ah, vai de uma vez Alec, quem sabe não seja hoje seu dia de sorte????

–É, quem sabe??? Diz Alec, já fechando a porta.

– E quanto a nós, Jane?

– Vamos pedir comida chinesa??? Estou com desejo!!!

– Tudo o que você quiser!!! Hoje dormiremos por aqui, tudo bem?

– Ok, mas amanhã vamos para nossa casa!!!

POV Leah

– Pai!! Eu já não sei mais o que fazer, eu não vou conseguir fugir do que eu estou sentindo pelo Alec. Sempre que posso eu evito, mas ultimamente esta ficando impossível. _ Estávamos sentados na sala, o Ben estava brincando no tapete, já ficava de pé sozinho, mas se segurando nas coisas e dando pequenos passinhos, com alguma ajuda.

– Leah, o Alec é um bom rapaz, está mesmo apaixonado, ele não se importa pelo Ben ser filho de outro homem, inclusive ele sabe que você sofreu muito. Ele conversou comigo, foi muito honesto e está muito determinado a te conquistar.

– Mas pai, eu sou até mais velha do que ele, mesmo que seja somente dois anos...eu já tenho um filho....e eu não quero sofrer de novo, tenho medo, por mim, por Ben

– Não acho que a diferença de idade seja empecilho se existe sentimento, quanto ao Ben, ele sabe bem o que quer e quer o menino como filho dele mesmo. E eu tenho certeza que ele não te fará sofrer, afinal de contas ele tem um percentual de sangue quileute nas veias, hahahaha, independente disto ele é um homem de verdade, Leah, não um moleque!!!

Nisto o interfone tocou, meu pai foi atender.

– Visita para você! Estou me recolhendo e vou levar junto o Ben, pode deixar que o coloco para dormir. Ah, antes que eu me esqueça, deixe o passado de vez para trás e seja feliz, você merece! Ah, outra coisa, vou embora amanha pela manhã!

Fiquei olhando ele sumir pelo corredor com meu filho e fechar a porta do quarto, até estranhei...

Me levantei da poltrona onde estava sentada, tomando um chocolate quente. Cheguei à porta e era o Alec quem esperava para poder entrar.

Eu estava completamente à vontade, vestia um conjunto de moletom, meias e sem calçados nos pés. Os cabelos ajeitados displicentemente em um rabo de cavalo.

– Leah, por favor, não me ignore mais....por favor, não me mande embora outra vez!!!

– Entre Alec, não vou mandar você embora. Desta vez nós vamos conversar e depois que eu te contar tudo você decide se é isto mesmo que você quer. _ Disse isto tentando fazer valer meu sangue guerreiro, por mais medo que eu tivesse nós merecíamos uma chance de pelo menos tentar nos entender. – Por favor, não me interrompa e me deixe falar deste jeito meio estranho com você, pois assim será mais fácil, sei que você achará estranho, mas foi assim que consegui coragem para falar tudo para você...

“Deixe-me apresentar a você. Sou Leah Clearwater, tenho 24 anos, sou advogada e trabalho na Black’s Company, que além de montadora de carros, possui oficinas especializadas e a equipe de corridas, então nós trabalhamos em vários segmentos e um departamento jurídico foi imprescindível ser implantado na sede.

Posso dizer que somos uma excelente equipe, nos temos várias especialidades, por exemplo em direito internacional, que é a Jane, noiva do Embry e sua irmã quem está se especializando, tributário, desportivo, assessoria jurídica, na qual sou eu a especializada.

Sou muito realizada profissionalmente, minha família, e não falo somente dos Clearwater, mas do povo Quileute a qual pertenço, me apoiou incondicionalmente, mesmo quando tive que ir para Nova York estudar e após isto ficar quase por um ano fora em minha especialização, sempre trabalhei para a Black’s, eles me apoiaram desde sempre, custearam meus estudos e serei eternamente grata por mim mesma e por termos os Black’s cuidando de nossa reserva, de nosso povo. Além de zelarem por mim em toda minha tumultuada vida.

Mas como eu ia dizendo, me foquei em estudar e me especializar, não tinha tempo para mais nada e por ser muito focada nisto, eu fui muito ingênua, muito imatura. Então posso dizer, com muita dor ainda no coração, que sou completamente infeliz no campo sentimental e amoroso no que se trata de homens!

Amei e quase deixei tudo para trás por causa de um homem que realmente não valia nem um terço de meu amor ou esforço. Isto aconteceu a mais ou menos dois anos, é, foi isto mesmo, foi no ano anterior ao acidente do Jake...quando eu estava em Paris fazendo minha especialização em assessoria jurídica.

Quando estava em Paris, eu conheci um homem, o nome dele é James Chasseur (percebi Alec levantando a sobrancelha em sinal de reconhecimento), pelo nome eu já deveria ter sacado que não era boa coisa, pois chasseur significa caçador em francês. Mas não dei bola, ele era lindo, charmoso, tinha um jeito meio safado, escondido por trás de um rosto ate que meigo. Nos esbarramos, é, eu sei, muito clichê, mas foi isto mesmo, nos esbarramos no corredor da instituição onde eu fazia meu curso. Ele não fazia curso nenhum ali, tinha simplesmente ido se informar sobre alguns cursos de especialização e técnicos. Pelo menos foi o que ele me falou na época.

As minhas coisas se espalharam por todos lados e ele, muito gentilmente, me ajudou a recolher tudo. Eu lembro exatamente as palavras ditas naquele dia.

“- Pardon, vous blesser? (Perdão, lhe machuquei?) Perguntou-me sorrindo.

– Oh, non, non! Juste répandre tout mon truc. (Oh, não! Apenas espalhou-se todo meu material.) Lhe respondi meio envergonhada.

– Mon nom est James Chasseur, comme l'est votre nom? (Meu nome é James Chasseur, como é seu nome?) Disse pegando minha mão.

– Leah Clearwater. O Cumprimentei.

– Puis Leah, accepte un café comme excuses? (Então, Leah, aceita um café como desculpas?) Pediu ele.

– Oui, bien Sûr!. (Sim, claro!)”

Assim foi, por vários dias, íamos sempre a Café Carette, em frente a Torre Eiffel, um lugar muito romântico. Ali ele me contou que foi abandonado pela noiva, Victoria, pois a família dela não queria o envolvimento dos dois. Me disse que era piloto de corrida e daí eu contei onde trabalhava, falei de meu primo que também é piloto e varias coisas. Achamos muitos pontos em comum. Ele conhecia todos da equipe, meus tios, primos etc... achei maravilhoso pois conseguiria conciliar tudo! Era perfeito!

Começamos um relacionamento ali mesmo, naquele dia de confidencias. Ele me falou do irmão que queria sair da equipe, se dedicar ao que ele gostava que eram aviões e que ele estava com sérios problemas, inclusive me convidou a trabalhar com ele na equipe, queria que eu gerenciasse tudo, pois ele como piloto não tinha este tempo disponível.

Eu fiquei tentada a abandonar tudo em Seattle e ficar definitivamente em Paris, ali era a sede da Savage Motorsport, a equipe dos Chasseur. Porém sempre tinha um empecilho, algum problema que ele nunca conseguia ir para Seattle comigo.

“Eu me lembro perfeitamente de várias conversas, mesmo não falando todas elas para Alec, eu tinha estas memórias...

– Leah, mon amour, por enquanto não fale nada de sair da empresa, ficar em Paris. Não quero ser acusado de tirar um excelente profissional de uma equipe adversária.

– Não se preocupe, mon cherry, não falarei nada disto por enquanto. Até por que ainda não estou plenamente decidida, você sabe, minha família, tudo o que eu conheço esta lá, não sei se conseguirei, mas vamos ver, está bem?

– Tudo bem, mon ange, não quero lhe pressionar a nada! Mesmo achando desnecessário você ficar viajando para lá toda hora. Você precisa descansar um pouco, parar um pouquinho, se concentrar nesta reta final do curso.

– Mercy, mon chasseur! (obrigada, meu caçador!!!)”

Achava bom isto, ele não queria se indispor com a minha família e nem com meu trabalho. E eu realmente não tinha me decidido cem por cento ainda.

Até que chegou o dia que ele falou em casamento.

“- Leah, você casaria comigo? Viveria aqui comigo se casássemos?

– James, eu sinceramente, preciso pensar, pesar bem as coisas....

– Mon Ange, como já lhe disse, não quero pressioná-la a nada, mas pense, eu quero muito me casar com você.

– Prometo pensar, está bem? Eu só preciso me organizar.”

Ele me deu inclusive um anel de compromisso.

Eu tinha somente mais dois meses de curso, já havia se passado quase um ano que eu estava nesta função de vai e volta de Seattle, estava ficando cansada, mesmo que eu fizesse esta viagem somente uma vez por mês ficando até cinco dias fora. Ele dizia que eu deveria parar um pouco, não viajar muito, mas eu não podia, tinha minhas responsabilidades e eu não queria sair da Black’s agora, poderia parecer que eu estava cuspindo no prato que eu comi, eu não queria isto de jeito nenhum. Eu já havia decidido o que fazer, eu terminaria meu curso, voltaria para Seattle e então com tudo organizado na empresa pediria para sair, iria ficar com James.

Ele disse que iria a Seattle comigo conhecer a todos, pelo menos os que ele não conhecia, teríamos que ir a La Push, pois minha mãe estava lá, com meu irmão que já estava se formando e iria rumo à faculdade em Seattle somente no próximo ano. Minha irmã Lunah, já estava na faculdade e ela quis ir para Nova York também, assim como eu, mesmo que em cursos diferentes, pois ela fazia veterinária.

Quando chegou o dia anterior a viagem ele não pode ir novamente, mas eu sempre entendia!

“- Leah, não poderei viajar com você, meu irmão Laurent acaba de chegar a Paris e ele esta vindo com a noiva dele, não posso sair assim, ele veio justamente para me apresentar a ela!

_ Oh, mon amour, você quer que eu fique? Assim já conhecerei também o seu irmão, pois todas vezes que ele veio, ou eu tinha ido a Seattle ou ele só estava de passagem mesmo, não dava tempo.

– Oh, non, mon cherry, não precisa, você já esta com tudo pronto, é sua família, não faltarão oportunidades para você conhecer Laurent.”

Me lembro que achava o fato de ele entender que eu precisava viajar, matar a saudade, muito nobre da parte dele, ele sabia o que eu sentia.

Eu andava muito cansada, com muito sono e achava realmente que estava estafada, por que mesmo distante eu trabalhava em reuniões via web, analisava documentos enviados via e-mail, fazia relatórios e mais um monte de trabalhos de finalização do curso, já havia inclusive pedido um período de férias após o curso, que terminaria dali a um mês, precisava me recuperar um pouco, para poder organizar tudo muito bem, afinal eu pretendia sair com tranquilidade. Dormi o vôo todo. Acordei com a aeromoça pedindo para por o cinto de segurança.

Fiquei em La Push, lembro que nem fui para Seattle, só passei por lá muito rapidamente. Minha mãe ficou muito preocupada, pois estava dormindo muito e sempre cansada. Ela me avisou que pediria ao Sam para ir me examinar.

E eu levei um imenso choque. Estava grávida!!!! Fiquei muito feliz, todos ficaram imensamente felizes e mesmo não conhecendo o James pessoalmente eles sabiam do nosso relacionamento e que ele havia me pedido em casamento, eu que ainda não havia dito que sim, mas depois desta notícia, eu definitivamente tinha minha resposta. Falei com todos que eu inclusive não voltaria a Seattle por um tempo, queria ter meu bebê em Paris, com o pai dele por perto. Minha mãe disse que me acompanharia.

Organizamos tudo o mais rápido possível e embarcamos dois dias depois, cheguei a Paris e acomodei minha mãe no apart hotel onde estava ficando, James queria comprar um apartamento para nós, mas eu ainda não tinha dado a resposta e agora, com a gravidez, poderíamos escolher um apartamento que nos atenderia melhor nestas condições.

Fui diretamente para a sede da Savage, queria muito dar a notícia pessoalmente para o James, esperava que ele ficasse tão ou mais feliz do que eu, pois agora não teriam mais motivos para eu não casar.

Passei pela secretária de James, Heidi, que até tentou me parar, mas eu nem dei atenção, estava ansiosa pelo abraço de James. Porém não foi bem isto que aconteceu, assim que abri a porta, levei um imenso choque. James estava com uma ruiva, sentada em cima da mesa, ele entre suas pernas, aos beijos e gemidos, não prestei atenção se eles estavam ou não tendo relações ali, mas também nem me importei.

Neste momento ele me viu. E se eu fechar meus olhos lembro de tudo, tim tim por tim tim...

– Leah, o que você esta fazendo aqui? Não era para você estar em Seattle, La Push, ou sei lá onde???

– Bem, eu estava, mas precisei retornar, pois tinha algumas coisas a resolver por aqui. Mas você não vai me apresentar a sua amiga?

– Me desculpe Leah, esta é Victória Lefreve, minha noiva.

– Sua noiva? Como assim? _ Perguntei a ele, sem acreditar.

– Sim, minha querida! Ou você achou mesmo que ele iria casar com você? Me perguntou a ruiva, debochando de minha cara.

– Ah, você sabe que ele me pediu em casamento. Eu simplesmente queria chorar...

– Claro que sei, até por que a ideia foi praticamente minha! Tinha que dar um jeito de despistar meu pai, afinal com ele eu não podia brincar e perder toda a mordomia que eu tenho. Pelo menos até eu poder colocar James nos negócios e daí meu pai resolver “obrigá-lo” a se casar comigo.

– Victória, deixe eu falar com ela! James pediu, meio com vergonha, sei lá o que pensar!

– Não, James, nem pensar. Você fez a sua parte e eu a minha, agora poderemos nos casar e nada nem ninguém vai nos atrapalhar.

– Bem, com licença, estou saindo... Falei já me direcionando a saída.

– Leah, você estará no apart? Perguntou James, ele tinha vindo atrás de mim, Victória xingava ele em uma língua que deveria ser o russo, mas ele veio assim mesmo.

– Para que você quer saber, James? Sem nem me virar, mas eu tinha que perguntar.

– Eu vou até lá falar com você. Ele me pareceu meio sem jeito, mas também já nem me importava mais.

– Não vá ate o apart, minha mãe esta ai. Acho melhor não, James, vamos deixar tudo assim mesmo.

– Eu queria ao menos tentar explicar para você, eu gosto de você Leah!

– Tudo bem, James, em nome dos velhos tempos, vamos nos encontrar no Café Carette, as 15:00. Eu não vou esperar, se você não aparecer eu vou embora. Minha mão estava em minha barriga, ele não percebeu, melhor assim.

– Tudo bem, Leah! Eu estarei lá.”

Ele disse que queria uma oportunidade para falar comigo, eu vi que ele ficou meio constrangido. Aceitei, eu queria ver o que ele tinha para me falar.

E eu, como uma boa idiota que eu era, nem voltei para o apart, pois minha mãe iria perceber que tinha algo errado e eu simplesmente não queria ter que falar sobre isso com ela neste momento.

As 15:00 eu já estava sentada em nossa velha mesa de sempre. E exatamente no horário ele entrou no café. Eu sinceramente não achei que ele iria, mas ele foi. E eu aguentaria, eu sou forte, eu sou uma quileute e nada iria me derrubar neste momento!

“- Leah, eu só quero tentar te explicar.

– Você tem 5 minutos, nada mais do que isto.

– Bem, Victória realmente me deixou naquela época, eu realmente quis ficar com você. Você é linda, uma pessoa maravilhosa, mas eu tenho uma obsessão por Victoria, me desculpe. Alguns meses depois ela voltou a Paris, dizendo que tinha resolvido tudo com o pai dela. O pai dela, Leah, é Vladimir Ivanov, um russo que junto com seu irmão, Stephan, são os chefões da máfia Vory v Zakone, ou seja os bandidos dentro da lei, pois eles tem muitos negócios lícitos que permitem a lavagem do dinheiro sem eles se darem mau. Victoria não se chama Ivanov por isto e por que resolveu adotar o sobrenome da avó francesa, que fugiu para a Rússia na guerra. Mas ela é igual ao pai. O pai dela não queria que ficássemos juntos por que eu não fazia parte deste mundo da máfia, mas por Victoria eu faço e faria qualquer coisa, ela conseguiu me colocar em alguns negócios que ela comandava, sem o pai dela saber e agora disse ao pai dela que eu fui quem organizei tudo, bolei tudo, me colocou como um mafioso, pequeno, mas me colocou no jogo. O pai dela aceitou isto e permitiu que a gente casasse. Eu não queria fazer isto com você, pois gosto de você, você me fez bem, mas eu simplesmente venero aquela mulher e não vou dizer não para ela.

– Você é um covarde filho da puta, esta com medo da máfia vir atrás de você.

– Se é o que você acha, tudo bem, mas não tem volta para nós, me desculpe, eu gosto de você mas não é o suficiente, nem para enfrentar a máfia e nem para deixar Victória.

– Vá embora, seu cretino!!! Se por algum acaso do destino, você me ver passar, não me olhe, não fale comigo e muito menos me toque!

– Não precisa ser...

– Ah, precisa sim, pois a partir deste momento você morreu para mim! _Terminei de dizer isto já levantando, ao acabar, larguei o tal anel de compromisso na mesa, me virei e simplesmente fui embora, deixando para trás o pai do meu filho.”

Ele me disse que a tal Victória era de uma máfia russa, que o pai dela era contra o relacionamento por ele não fazer parte dos negócios, mas que Victória tinha conseguido colocar ele em algumas negociações e que por tanto tentar seu pai resolveu aceitar e levar James para o lado deles. Andei muito pelas ruas de Paris, eu não tinha nem ideia do que eu falaria para minha mãe, eu não tinha ideia do que fazer.

Parei na Praça Charles de Gaule, onde fica o Arco do Triunfo, esta praça é no final da Avenida Champs Elysees, já havia passado pelos Jardins das Tulherias, foi James quem me levou até lá e por isto não fiquei muito tempo. Quando eu estava no Arco do Triunfo, eu sentei e chorei, chorei muito, as pessoas chegavam a parar e perguntar se eu estava bem, se tinha acontecido algo. Enfim, depois de um bom tempo, já estava inclusive anoitecendo, me dirigi ao apart. Eu precisava dormir, comer e conversar com a minha mãe, a primeira pessoa que eu sabia que me apoiaria nesta loucura que eu iria fazer.

“- Minha filha, o que aconteceu? Eu já estava desesperada, querendo ir atrás de você, mas eu não conheço Paris muito bem, foram poucas vezes que vim ate aqui! Você esta bem? Você esta chorando!!! O que aconteceu? Vamos, me diga, eu quero saber!”

Eu sentei com minha mãe no sofá e contei tudo, mas tudo mesmo, não omiti nem uma vírgula. Eu nunca entrei em detalhes de quem era o James, eu só havia falado seu nome, nunca mencionei nossos planos para outra pessoa que não fosse minha mãe. Ainda bem que não havia falado com todos ainda nem da empresa e nem da reserva, pois somos uma família, eles iriam querer tirar satisfações, principalmente por que alguns de nossos, conheciam ele. Eu não queria mais nenhum tipo de contato, então eu iria esconder o máximo que eu pudesse, se eu pudesse mesmo eu diria ate que ele morreu. Porem eu não sei se seria possível dizer que ele morreu, mas eu tentaria. Ninguém sabia quem ele era realmente, nem precisa ficar sabendo, os outros quileutes nem sonhariam!

Minha mãe me apoiou, ela disse que me ajudaria, que cuidaria de meu bebê, que cuidaria de mim, que faria tudo, até mesmo o impossível para eu sair desta situação. Decidimos tentar adiantar a presentação do meu TCC.

“- Leah, como você fará com seu curso, agora falta menos de um mês para o final?

– Eu já decidi que amanha entrego meu TCC, defendo minha tese o mais rápido que conseguir marcar e voltamos para casa, eu já havia pedido um período de férias, acho que vou precisar, mas no máximo uma semana e depois volto com tudo a trabalhar ate meu bebe nascer. Eu tenho a licença maternidade para descansar e aproveitar bem meu pequeno depois.

– Então vá dormir minha querida, eu cuidarei de você neste período.”

Tive uma noite até que tranquila, acordei meio tarde, mas eu tinha tempo, sempre fui uma aluna aplicada, minha notas no curso eram ótimas e meus professores sabiam que eu trabalhava na Black’s, então facilitaram muito para mim.

Entreguei meu trabalho as 14:00 de uma terça feira e na quinta feira eles já me colocaram na banca, minha defesa seria as 17:00. Teria um bom tempo para me preparar.

No dia da banca minha mãe me chamou, ela disse, olhando dentro dos meus olhos:

– Minha filha, eu só queria te dizer que eu tenho muito orgulho de você, de quem você já é e de quem você se formará. Tenho orgulho de ter uma filha guerreira, uma filha forte e determinada que não precisa de nada nem de ninguém para fazer sua vida. Te desejo toda sorte, por que o talento você já tem!

Eu nunca mais me esqueci destas palavras.

Diante delas, me senti forte como nunca, peguei minha pasta e fui.

Nunca consegui me explicar tão bem, nunca consegui responder as perguntas com tanta fluidez, eu era boa, mas naquele dia eu fui ótima, eu precisava ser ótima. E não podia ficar pensando em modéstia naquela hora, eu estava era fodida de minha vida, mas eu tinha que sair desta. Eu precisava ir embora de Paris o mais rápido possível e se eu me liberasse, conseguiria voltar no fim de semana.

Meus professores me parabenizaram, me ofereceram inclusive emprego se eu quisesse continuar em Paris.

“- Parabéns Leah, você com certeza foi uma das melhores alunas que nós já tivemos por aqui! _ Falou minha professora Rosa Lia, administração comercial.

– Você foi espetacular, Leah! _ Me disse, Rogério, instrutor de direito internacional.

– Parabéns, por todos nós, você já estará com seu diploma na mão amanhã pela manhã, só precisará registrá-lo antes de partir. Sabemos de sua necessidade de voltar para sua empresa, para seu país. Não temos por que prendê-la aqui, se bem que uma profissional como você, esta difícil nos dias de hoje, você sabe que já estaria empregada por aqui mesmo se fosse de seu desejo. _ E este foi meu velho professor Jean Claude, um excelente advogado, das antigas como se diz.

– Obrigada a todos vocês pela paciência, pelos recessos, pela maravilhosa aprendizagem que tive. Jamais os esquecerei! Muito obrigada!”

Assim terminei minha especialização, voltamos para Seattle e fiquei por uma semana somente dormindo e descansando.

Todos ficaram chocados com o que aconteceu, do meu noivo ter me trocado assim como se eu não fosse nada, eu não entrei em muitos detalhes, só pedi que ele fosse considerado morto para meu filho, ele era um ser inocente e não merecia saber que tipo era o pai dele. Ninguém queria fazer isto então eu falei sobre a máfia e que eu tinha medo que se ele descobrisse, tirasse meu bebe. Então todos concordaram, sei que é muito louco isto, mas nós preservamos os nossos e meu bebê era nosso mais novo membro quileute. Assim é, assim seria! Ninguém saberia quem ele era."

– Então, agora você já sabe de tudo Alec, toda minha vida, toda a história do pequeno Benjamin.

– Eu conheço o James e não gosto dele, agora então gostei menos ainda. Mas Leah, eu não sou ele, eu amo você, eu sou louco por você. E o fato de você ter o Ben não muda em nada meu pensamento.

– Alec eu sou mais velha do que você, o Ben não é seu filho, você não tem por que assumir algo que não lhe diz respeito.

– Tudo o que diz respeito a você, diz respeito a mim. Eu assumo o Ben como meu e ninguém precisa saber que ele não é, é claro que todos familiares saberão, mas não comentarão, não irão contra nosso pedido, nem ele, a não ser que você conte, eu não contarei. E quanto à idade, eu não tenho realmente nenhum problema quanto a isto. Eu não quero você para brincar, eu quero por que amo, por que desejo, porque já me apaixonei pelo Ben, por que participamos de coisas juntos e eu descobri que gosto disto, gosto da cumplicidade, gosto desta família.

– Alec, por....

– Leah, eu peço por favor, me deixa entrar na sua vida!!! Eu prometo que não vou te abandonar, que não existe outra, que não faço parte da máfia, rsrsrsr!

Até eu tive que rir com isto, como ele conseguia rir numa situação desta? Como ele conseguia me fazer rir disto tudo???

– Alec, eu cansei de lutar contra...eu vou deixar você entrar em minha vida, na vida do meu filho...

– Do meu filho, ele também é meu filho agora.

Neste momento ele me beijou e eu decidi que era isto mesmo que eu queria. Alguém que lutasse por mim, que não se importaria de ter que assumir um filho que não é seu, alguém que me amasse e me respeitasse.


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Notas finais do capítulo

E então????? Gostaram, apesar dos pesares?????
Me contem, adoro fofoca!!!! Só não vale me xingar, hein!!!!! kkkkkkkkk!!!
Bjs, lindas!
Aguardo coments bem bonitinhos!!! Desculpem algum errinho...