O Final Que Eu Sonho ... escrita por Denise Reis


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem desta minha nova fanfic.
E, por favor, comentem, para eu saber se está agradando...
Please.
Um beijo no coração de vocês.



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Ainda sonolenta, Kate acorda devido ao toque musical insistente do seu telefone celular programado para despertá-la diariamente às seis horas da manhã. Ela era uma jovem médica recém-formada. Estava no primeiro ano da sua residência pediátrica em um grande hospital próximo à sua casa.

Kate morava com seu pai, Jim Beckett, viúvo, num belíssimo e maravilhoso apartamento em Manhattan.

Sua mãe, Johanna Beckett, uma excelente cardiologista, ficara mundialmente conhecida por assumir grandes casos cardíacos com grau de dificuldade máxima, aparecendo na TV, não só nos programas de reportagens como também nos de entrevistas estilo talk show, onde eram mostrados os êxitos na sua trilha como médica cardiologista. Só que no auge da sua carreira, fora brutalmente assassinada por uma gangue de rua, sem motivo aparente. Esse crime, ocorrido há um ano, marcou de forma muito profunda e negativa, a vida de Kate, pois, a partir desta data, seu pai, também um grande cardiologista, não quis mais exercer a medicina já que, bastante infeliz com a morte da esposa, passou a beber compulsivamente.

A sorte da família Beckett é que eles tinham reservas financeiras substanciais. O casal de médicos também era proprietário do 3º andar de um Centro Médico onde estava instalada uma enorme e excelente Clínica Cardíaca, a Beckett & Beckett Clinical Heart, com consultórios equipados para cada um dos médicos,  uma sala de reunião muito ampla que era utilizada para reuniões com membros de uma mesma família acerca de um paciente ou ainda servia para pequenas conferencias, havia também uma incrível biblioteca médica, um centro cirúrgico, estilo Day Hospital, equipado com tudo o que havia de mais moderno na medicina cardíaca, uma sala de recuperação pós-cirúrgica, inclusive uma mini UTI e uma Recepção Geral com sala de espera, dentre outros cômodos tradicionais, que fazia daquela clínica um modelo de excelência em Nova York. Contudo, era do conhecimento de Kate que, atualmente, a clínica estava alugada a terceiros haja vista que seu pai desistira de clinicar e de fazer cirurgia por ter ficado desorientado com a morte de sua amada esposa.

Kate deixou esses pensamentos tristes de lado e espreguiçou-se, levantou-se, prendeu os longos cabelos cor de mel e mechas loiras com um prendedor adequado e saiu do quarto em direção ao quarto vizinho. Abrindo a porta, olhou encantada para a linda menina que dormia como um anjinho... Sua filha. Annie. Ela tinha três anos e era fruto de um namoro fracassado com um colega da faculdade de medicina, só que ele já estava no último ano, enquanto ela ainda tinha quatro longos anos pela frente. O moço, Josh, não ficou nada satisfeito com a inesperada notícia da gravidez de Kate, tanto que com uma frieza que assustou, a aconselhou a fazer um aborto rápido e disse que após a formatura dele, que aconteceria em dois meses, iria se dedicar exclusivamente a sua residência médica na área de cirurgia cardíaca e exigiu que Kate nunca o procurasse. Ele seria um médico respeitado e viajaria pelo mundo cuidando dos necessitados e não queria saber de filho e esposa o incomodando. Para ele aquele assunto estava morto. Assunto acabado, ele havia falado. Na verdade, depois de todo aquele choque, para Kate quem estava morto era ele, pois, nunca seria capaz de seguir aquele conselho idiota. Nunca que iria fazer um aborto! Jamais! E agora, olhando aquela linda princesinha, tinha plena consciência que agira corretamente.

Sentou-se na cama da filha, fez carinho nos seus longos e sedosos cabelos, envolvendo seus próprios dedos nos leves cachos que se formavam nas pontas dos fios com muito cuidado para não acordá-la, pois a garotinha estava em pleno recesso escolar, visto que era inverno, período que não havia aulas. Olhar para Annie lhe dava ânimo para começar bem o dia, pois era o estímulo que precisava para terminar sua residência médica e iniciar sua carreira como médica pediatra e, assim, poder arcar pessoalmente com a compra de uma casa para morar com ela. Um cantinho somente seu e da sua filhotinha. Não que estivesse se queixando em morar naquele apartamento maravilhoso com seu pai. Não. Longe disso. É que Kate precisava buscar sua identidade junto com sua filha. Mas, infelizmente sabia que tão cedo isso seria possível, pois além de seu pai estar muito carente, pois ainda estava emocionalmente e psicologicamente abalado devido a morte de sua mãe, Kate não tinha condições financeiras de comprar o tão sonhado apartamento tampouco tinha condições de se manter, quanto mais manter sua filha, não só em relação a alimentação mas também com relação a vestuário e educação. Custava muito dinheiro. Uma coisa era estar sob o teto do seu pai e ser bancada por ele. Outra coisa era sair de lá e continuar sendo ‘bancada pelo papai’. Não tinha nem graça.

Os motivos que ela tinha para sair da casa do pai se chocavam com os motivos que ela tinha para ficar com ele, pois sabia que por estar carente e ainda sofrendo devido a ausência da esposa, ele amava ter a neta por perto para brincar e sorrir com ela. Isso dava um novo fôlego para ele. O mesmo com relação a Kate, pois ela sempre o colocava para cima, dando ânimo para seguir em frente.

Kate sorriu ao ficar pensando. Seu pai sempre fora seu herói e hoje, ela aos vinte e cinco anos ainda queria que ele continuasse a ser seu eterno herói. Ela lutaria com unhas e dentes para ele não desmoronar mais, ou melhor, faria o que fosse possível ou até o impossível para ele se reerguer e voltar a ser o médico cardiologista competente, ligado, eficiente e sensível que sempre foi, porque inteligente ele ainda continuava sendo, precisaria apenas fazer cursos de atualização para poder retornar, porque a medicina se moderniza.

O pior é que Annie não teria seu herói particular, pois não conheceria seu pai, aquele traste idiota que de herói não tinha nada. Aliás, ele estava mais para bandido. Eca! Que nojo! Melhor nem mais pensar sobre esse assunto.

Kate fez mais um leve carinho na sua princesinha – que estava num sono tranquilo -, deu-lhe um beijo na cabeça, ajeitou-lhe o cobertor. Levantou-se. Dirigiu-se para sair do quarto, detendo-se na porta, olhou mais uma vez para Annie. Um dia se Deus ajudasse, Kate encontraria um homem bom que a amaria e também amaria Annie como se fosse sua própria filha. Somente sob essas condições – amar e ser amada e amar sua filha - Kate encararia um novo relacionamento amoroso.

Kate foi para sua suíte. Tomou uma ducha revigorante. Ao sair do banho, soltou os longos cabelos cujos fios caiam sedosos até a cintura. Fez uma maquiagem leve, ressaltando apenas os olhos com o rímel e delineador pretos. Deus a abençoou com imensos e fartos cílios escuros que destacavam seus lindos olhos esverdeados. O batom era quase do mesmo tom da sua própria boca, apenas com um pouco de brilho para realçar seus lábios carnudos. Vestiu-se para ir ao hospital com uma calça jeans justa e uma blusa básica branca de malha. Como estava muito frio, colocou um Sobretudo-Trench Coat - na cor areia, grosso, com bolsos laterais com duas fileiras de grandes botões frontais e cinto largo, ideal para aquecer o corpo nos dias frios o deixava Kate mais elegante do que nunca. Para completar, uma echarpe de listras finas em vários tons de cinza e com uma amarração própria deu um glamour todo especial à vestimenta. Kate escolheu uma bota preta, salto agulha. Quando chegasse ao hospital, vestiria o fardamento próprio dos residentes, o que significava trocar seu salto agulha por discretos Keds brancos. Não gostava de ficar sem salto agulha. Mas... Fazer o que? Os keds eram discretos e não faziam barulho para andar. Era o calçado ideal para hospital.


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Notas finais do capítulo

Espero, de coração, que vocês tenham gostado.
Estou finalizando o próximo capítulo. Assim que possível, eu o postarei.
Mas... eu preciso de comentários Hêhêhêhê!!!!!
Beijão