“ eu não sou sua amiga”

Parecia um fantasma rondando minha cabeça, quem essa menina pensa que é?

De alguma forma me parecia que estava acontecendo um replay da minha vida, só que eu agora representava Denise e Liz era a garota interessada no meu namorado . a única diferença que eu não era do mal.

- Amanda – gabriella estralou os dedos em frente aos meus olhos – isso é um sim?

-  um o que? – voltei a realidade.  

- bem eu sei que nicolae agora esta cheio de preocupações mais é meu aniversario e eu queria fazer um jantar aqui, sabe só com a gente mesmo, para comemorar, será que vocês poderiam vir?

- bem – pensei um pouco – vou ver com nicolae.mas é claro que vamos.

- ótimo –gabriella sorriu – eu adoraria te ver aqui.

- ta ok – me levantei – vou falar com ele agora mesmo depois eu tenho que ir trabalhar.

Eu estava fingindo ser amiga de Liz, pelo menos na frente de nicolae, nos duas mantínhamos a cortesia, homens quando entram em guerra, eles anunciam ao mundo, contratam soldados, se matam com bombas, balas e armas, mas quando mulheres entram em guerra é tudo silencioso,  uma luta de plumas, e a vitoria é totalmente dada em silencio.

- você ainda por aqui? – Amber me recebeu com a mesma simpatia de sempre.

E como todos os dias, eu apenas a ignorei.

Bati na porta retiradamente fazendo minha sincronia costumeira.

Ramon veio atender, sorriu para mim.

- ah... é a senhorita – ele me deu passagem.

- e quem mais seria?– brinquei.

- bom dia Amanda – Liz me cumprimentou do sofá ela estava tomando café enquanto lia.

Ela passava sempre o dia inteiro com ele?

- Liz – passei direto.

Nicolae estava sentado sozinho para variar, mas a quantidade de papeis que haviam  em volta dele me deixavam preocupada, ele sempre trabalhava muito. Mas ultimamente ele parecia que estava encarando algo realmente difícil, e o que mais me doía, é o fato dele não me contar o que era. Ele não confiava em mim?

- oi amor bom dia – beijei nicolae de leve.

- bom dia princesa – ele se virou para mim – você veio aqui, tai uma coisa que não acontece todos os dias.

- é um pedido especial – sorri – desculpe por atrapalhar seu trabalho.

- não se preocupe – ele pegou minha mão – adoro quando você o faz.

Então ele estava dizendo que eu realmente atrapalhava?

- é aniversario de gabriella – comecei devagar – e ela nos convidou para um brinde que ela vai fazer só no quarto dela mesmo,apenas para comemorar.

Nicolae franziu a testa da forma em que ele sempre fazia quando ia dizer...

- não posso – ele murmurou – desculpe Amanda eu tenho um reunião com lideres de guerra essa noite e não acho que vá acabar cedo.

- lideres de guerra – franzi a testa – vamos entrar em uma guerra nicolae?

O problema não poderia ser tão grande assim e ele não me contar, não era possível, estávamos vivendo em tempos de paz, de recomeços.

- não, é apenas uma pequena reunião, eles não querem que outros serem invadam a terra – ele estava mentindo – não se preocupe.

- tudo bem – sorri amarelo – então eu vou a festa ok?

-claro – ele ficou serio de repente, quase me parecia o velho nicolae – divirta-se.

O que deu nele? Foi incrível a mudança repentina de humor.

Voltei ao laboratório com um bolo na garganta, eu nunca tive um vida de contos de fadas, já sabia o que era dor, o que era sofrer, mais a dor que eu sentia nessa corte era pior do que todas que eu já havia sentindo, pior do que  “dor” que Vincent usara uma vez contra mim, era uma dor mesquinha, de inutilidade eu não pertencia a esse grupo, eu não era assim, não tinha nem um tipo de encaixe.

Foi trabalhar com essa sensação e eu odiava, a única coisa que me fazia bem era saber que meus bebês estavam crescendo, fortes e lindos, pelo menos a meu ver. Minha mãe apareceu mais ou menos na hora que cheguei e me levou meu café da manhã, não era realmente uma coisa típica dela então agradeci timidamente, eu havia pedido a Dorian que voltasse a cuidar de gabriella, ela agora era uma sombra e isso me apavorava, senti o olhar de alivio de connor quando ela aceitou ele de volta, então minha sombra era minha companhia fixa agora.

- seu medico estava aqui – Miica falou quase pulando em mim – estava escondendo ouro?

Sorri para ela, não poderia culpá-la por gostar da visão que John oferecia, ele realmente estava muito bonito.

Terminei o trabalho correndo, queria logo que tudo acabasse, mal pude ver as horas passando, eu ajudei a Miica a faze cápsulas que podiam transformar areia em terra novamente, era como um super adubo, muito vitaminado. Quando a hora bateu, larguei meu precioso trabalho para dar atenção a minha amiga, tinha que me trocar.

Foi só quando cheguei no quarto que percebi que não tinha nada para dar para ela. Procurei entre minhas coisas ate encontrar algo que sabia que seria perfeito para ela, então vesti um short marrom, com uma blusa e uma sapatilha simples, uma das minhas poucas roupas.

Esperei em frente à porta de gabriella, connor veio abrir a porta sorrindo, ele também estava usando roupas casuais, entrei e o quarto dela estava totalmente diferente, a estante, e a poltrona, haviam sumido, agora em seu lugar tinha uma mini pista de dança.

- nossa – assobiei – show de bola.

- amiga você veio – gabriella me abraçou – onde esta nicolae?

- desculpe – corei – ele não pode vir, mas mandou os parabéns.

- sei – ela fez um bico – diga a ele que quero algo bem caro para compensar essa falta.

- claro – brinquei – o reino esta falido e não temos dinheiro para nada, mas não se preocupe, vamos tirar a comida dos órfãos, afinal, os amigos vem primeiro.

- com certeza.

- eu te trouxe algo – comecei – mais não é nada caro ou de valor, mas é muito importante para mim, para todos nos e eu gostaria que fosse seu agora.

Estendi o flops para ela.

- não deu tempo de embrulhar-

Eu, connor e gabriella, sabíamos perfeitamente o que ela aquilo, ela acionou o botão e nossa foto apareceu, os três espremidos, nossa única foto.

Pude ver os olhos dela ficarem marejados, então ela me abraçou.

- o melhor dos presentes – gabriella murmurou no meu ouvido.

Nosso momento fofo foi interrompido por uma batida fraca na porta, será que ninguém mais sabe que não se precisa mais disso?

Gabriella saiu trotando e abriu a porta, ela deu um gritinho de felicidade quando notou quem era e abraçou a pessoa, fiquei curiosa para saber quem era.

De todas as pessoas que poderiam ter passado pela aquela porta, Denise não me ocorreu, mas ela estava bem ali, com um vestido amarelo rodado, mas sem ser extravagante, ela estava linda e simples.

- Denise – cumprimentei perplexa – você por aqui.

- oi Amanda –ela sorriu para mim.

- Amanda, Denise comprou minha coleção de roupas quase toda – gabriella anunciou com orgulho – esbarramos por um acaso e agora ela só usa roupas criadas por mim.

- todas- fiquei impressionada –uau.

- quase todas – Denise me corrigiu – me apaixonei pelas criações de sua amiga.

- parece que as pessoas mudam – comentei mais para mim mesma do que para elas.

- elas só precisam de uma boa motivação – ela falou e saiu.

Me vi sozinha numa festa em que eu deveria estar cercada de amigos, haviam muitas pessoas ali, mas faziam parte do circulo de amigos deles e não nosso, connor tentou ficar comigo por algum tempo mais foi puxado por gabriella para a pista de dança, senti uma falta enorme de quando era só nos três, e nossa bagunças intermináveis, parecia que todos estavam crescendo, criando,responsabilidade.

- viajando pelo mundo da lua? – John me assustou.

- sabe como é tentando descobrir um planeta mais habitável que esse.

-e esta fazendo isso por telepatia?.

Dei de ombros.

Ele pegou minha mão, me puxando.

- venha sua alienígena, vamos dançar.

A musica que estava tocando era agitada então achei que não tinha problema, haviam vários casais dançando alegremente, então comecei a me mexer ao ritmo da musica, não sei bem quantas vezes dançamos, paramos algumas vezes, para descansarmos e bebermos alguma coisa. A noite voou pelo meu entender, e de repente já estávamos na ultima musica, o que não era algo para se desperdiçar, peguei John pela mão e fomos dançar, era uma musica antiga, de 2225 eu acho, cheia de rebolados e giros, John me fez rodopiar varias vezes e sinceramente eu estava meia tonta, ate senti os pés dele sob o meu, me fazendo tropeçar, me preparei para a queda que não veio, fora intencional, ele me derrubara para cair em seus braços, do modo em que filmes românticos sempre acabam, sorri para ele.

Quase não deu para sentir a estranha atmosfera da onde me encontrava, quase, levantei os olhos, nicolae estava parado na porta, com os braços cruzados me encarando da mesma forma em que ele fizera quando me encontrou no quarto com connor, era uma fúria que ele mal podia conter sob a mascara de serenidade.