Gênesis escrita por Mielly Milena


Capítulo 21
Ventos Uivantes


Notas iniciais do capítulo

Gente tentei postar ontem... e acabei dormindo sobre o pc...literalmente! espero que gostem, escrevi meia grogue...erros de português, me desculpem!



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- mãe – meus olhos procuravam desesperadamente em meio a saraivada de tiros que subiam enlouquecidamente.

Eu estava descendo meu veículo o mais rápido que pude, vi minha garganta soltar um grito profundo quando senti meu ante braço ser atingido.

Não liguei para o sangue que pingava no veículo. Tinha que encontrar minha mãe.

- Vicentini – chamei pelo comunicador – responda comandante, Vicentini.

- me tira daqui – ela falou rouca.

 Não conseguia encontrá-la, merda de roupa camuflada. Pelo menos tinha certeza de que ela estava viva, procurei em meio ao vendaval que havia perto do solo, era como se deixar virar um brinquedo, meu motor estava no máximo e eu me esforçava para não sair do cima da galabils.

Quando finalmente avistei um corpo, fiquei feliz e triste ao constatar que era outro soldado, eu o peguei e o coloquei do meu lado direito na moto, agradecendo a deus por ser espaçosa. A uns cem metros de distância encontrei uma outra soldada, desacordada, o primeiro me ajudou a coloca-la na moto.

- mãe – chamei.

- aqui – dessa vez escutei a voz dela sem precisar do comunicador, mas não consegui encontrá-la.

- ali – o soldado apontou em meio aos ventos uivantes.

Corri em direção ao corpo meio coberto pela areia que estava jogado no chão sendo mais arrastada do que andando.

- pegue minha mão – ofereci.

Eu quase havia me esquecido do buraco que havia no meu braço, quase, lembrei assim que minha mãe pegou minha mão, mordi a língua para não emitir nem um som.

Meio cambaleante a levei até a moto, ela mancava muito. Não sabia se ela estava pesada demais, porem teria que voar.

E voou, meio baixo, não consegui subir muito, mesmo assim foi o melhor transporte que consegui. Queria ter encontrado mais gente, mas temi que minha moto parasse de funcionar caso subisse mais peso.

Não paramos até chegarmos ao acampamento improvisado que haviam montado para socorrer os que tinham caído, havia bastante gente ferida e isso me preocupou.

Levaram as pessoas que estavam comigo assim que aterrissamos, e eu própria fui pega, um dos médicos que se voluntariaram para vir, rasparam a ferida para tirar toda a contaminação que poderia haver, doeu, não vou mentir, doeu pra valer, eles disseram que não podiam colocar anestesia na ferida, pois não sabiam que efeito daria.

Tive que deitar um pouco depois disso, pois fiquei meio tonta.

Que ótimo jeito de se começar uma guerra, dentro da enfermaria.

- você está bem meu amor? – quase não reconheci a voz da minha mãe no modo preocupado.

Abri os olhos, encarando seus olhos amarelos.

- oi Vicentini – cumprimentei me levantando.

Ela estava com a perna enfaixada.

- Você quebrou a perna?

- É o que parece não é mesmo?

- você está bem?

- graças a você sim – ela pegou minha mão boa – obrigada

- é sempre um prazer está lá – sorri – quando vamos voltar?

- parece que amanhã – ela me olhou seria – está mesmo bem para voltar?

- isso? – apontei para o braço tentando parecer indiferente – um arranhão.

Ela riu jocosamente.

- é mesmo minha filha – ela foi até a porta – aliás, te ouvi me chamando de mãe, e eu gostei muito.

Corei, ela ouvira? Ela saiu logo em seguida.

- o que está fazendo? – ouvi minha mãe questionar.

- indo ver amanda – era a voz de connor.

- não, minha filha precisa descansar, não pode ficar se esforçando – minha mãe falou com raiva – e por sinal, eu não vou com a sua cara, realmente não gosto de você rapaz, então saia daqui antes que eu resolva arrancar suas orelhas.

Franzi o cenho.

Por que todo mundo tinha mania de me tratar como criança?

- mãe – ralhei murmurando.

Me levantei algum tempo depois, já havia dormido demais para um dia de batalha.

No meio do meu percurso encontrei os soldados que eu havia regatado, eles me agradeceram fervorosamente por minha generosidade. Fique sem graça, não havia feito aquilo em troca de privilégios, fiz porque sabia que no dia em que precisasse eu estaria certa que me retribuiriam o favor. Era assim que acontecia.

- amanda – um dos comandantes me chamou – preciso de você aqui.

Segui o senhor quase careca no cocuruto até uma pequena sala de reuniões, minha mãe estava presente também.

- soldado st’clarer pelo que nos foi apresentado  parece que a senhorita sabia que havia um redemoinho no meio do caminho – o comandante geral começou.

- sim senhor – concordei – já estive nessa parte do deserto antes.

- Ah.... é mesmo, a senhorita participou do resgate da antiga princesa.

- sim senhor.

- aquilo foi impressionante – ele ressaltou me olhando admirado – impressionantemente burro, mas ainda sim impressionante.

 Não sou se deveria agradecer.

- bem parece que vamos precisar de você na primeira linha senhorita – ele entrelaçou os dedos – precisamos de alguém que conheça esse lugar melhor e obviamente esse alguém é você.

Bati continência.

- sim senhor.

- ótimo – ele sorriu se levantando – amanhã quero você na primeira linha, se estiver em condições.

- eu vou estar com certeza – então eu sai.

Eu tinha que estar, não era uma opção.

- gabriella – cumprimentei.

Ela estava perto da barraca em que dividia com dorian, os dois estavam treinando.

- você está bem – ela me abraçou – que bom, lorenzo disse que não podia receber visitas.

- é, meio que agora estou liberada – dei de ombros – e ai? Em que pelotão você está?

- Me reposicionaram para o primeiro – gabriella sorriu fraquinho – dizem que geralmente são os primeiros a morrerem.

- mas você não vai – a peguei pelo braço – eu vou estar lá, vou cuidar de você.

- você sempre está lá amiga – ela me abraçou - nos vemos amanhã.

Voltei para minha barraca sem comer, já havia passado a hora do jantar então, ninguém liga que você salvou três pessoas, se não chegar na hora certa, não come. Eu também não estava com sono, mas me obriguei a deitar, iriamos contra atacar na manhã seguinte e eu lhes mostraria o caminho, precisava estar descansada.

Ouvi minha mãe entrar sorrateiramente minutos depois de minha chegada, seus passos pararam por alguns segundos depois a ouvi se aproximando, fingi estar dormindo.

Senti seus lábios tocarem levemente meu cabelo.

- boa noite queria – ela murmurou.

Era estranho, porém não deixava de ser verdade.

Eu tinha uma mãe agora.

E então, adormeci.


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Notas finais do capítulo

O proximo cap vai ser sinistro!



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