Gênesis escrita por Mielly Milena


Capítulo 14
Satisfação.


Notas iniciais do capítulo

Oi gente linda, sera que conseguimos chegar a 100 comentarios nesse capitulo? valendo!



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Eu juro que se houvesse outra fonte de calor natural que pudesse não retirar você da melhor parte do sonho e te obrigar a acordar eu realmente aboliria ao sol. Acho que eles fizeram isso de propósito, para que eu parasse de me atrasar. Me levantei com uma nova expectativa de ver meu bebê, eu acordei cedo para alimentar cárites, que a cada dia crescia forte e saudável, ele agora tinha chifrinhos, nascendo no topo da cabeça. Acariciei sua protuberância com carinho, depois fui preparar sua mamadeira, essa era minha rotina, acordar, amamentar meu bebê, comer alguma coisa, ir trabalhar, voltar e ir dormir. A única coisa que me animava era a chegada da guerra, não que fosse boa coisa, eu gostava de expectativa.

Peguei a mamadeira já pronta e coloquei perto dele, para ele sentir o cheiro, cárites se levantou de sua cama improvisada, veio trotando em minha direção e começou a beber com força. Fiquei olhando-o beber, peguei uma escovinha e comecei a escovar seu pelo. Quando terminei de escová-lo fui direto para o banheiro tomar um banho, lavando meu cabelo.  eu realmente precisava  cortá-lo, estava chegando em minha bunda, depois, escovei-o para retirar todos os nós.  

Meu estomago roncou longamente e eu sorri para meu reflexo no espelho, hora do meu café da manhã, me troquei rapidamente e abri a porta, dando de cara com gabriella, ela estava descabelada e corada.

- já viu seu resultado na sala do senado?

- hum...não.

- então venha – ela me puxou pala mão – estou indo ver o meu.

Dei adeus ao meu café da manhã tristemente.

Fomos até a sala do senado e ela estava lotada de voluntários para a guerra, minha mãe estava entre eles, mas resolvi ignorar sua presença.

Tivemos que esperar um tempo até que nosso nome fosse chamado, gabriella é claro, havia sido selecionada, ela seria obrigada de qualquer maneira, afinal, era o dever dela, o que eu estava esperando mesmo, era minha permissão, estava louca para ver os motivos pelos quais ele me colocariam  na guerra, camuflando a palavra: morra.

- st’clarer, Amanda – a um andróide, que eu suspeitei que fosse mulher me chamou.

Peguei meu envelope e abri, somente para ver meu sorriso desaparecer, me virei para o andróide que estava voltando a sala de reuniões.

- espere – chamei – acho que ouve um engano.

Ela se voltou para mim, olhando meu envelope.

- não senhorita st’clarer, tenho certeza que esta correto.

Não, não, não, o que eu fiz de errado?

- espera – a chamei assim que se virou novamente – não tem como ter uma revisão dos meus testes ou eu faze-los novamente?

-só um segundo – ela ficou estática, e suspeitei que ela não estivesse ali, mas sim numa outra sala, discutindo minha situação com alguém – siga-me.

Mandei um beijo para gabriella com as pontas dos dedos e fui atrás dela. A andróide me levou para a sala de reuniões, ou sala de seleção. Encontrei um dos homens que já vira trabalhando com nicolae, acho que ele era um general, ou algo assim.

- senhor – cumprimentei.

- senhorita st’clarer.

- desculpe, mas é soldada st’clarer senhor – corrigi.

- bem – ele olhou minha ficha – pelo o que consta aqui, você não s formou, para obter esse titulo.

- senhor eu me dediquei a outra área – me xinguei internamente por não ter terminado o treinamento  - mas serei útil La fora senhor, eu já estive La, e sobrevivi.

- isso é óbvio – ele levantou a sobrancelha com sarcasmo – não posso fazer nada por você minha jovem.

- senhor eu faço qualquer coisa – implorei – por favor.

- esta assim tão desesperada para bancar a heroína?

- não senhor – corrigi – eu só sei qual é o meu dever.

- bem, eu não posso fazer nada pela sua situação – ele deu um longo suspiro – sua única alternativa seria pedir diretamente a sua majestade.

Nicolae?

- ao rei?

- exatamente – ele me entregou uma folha – se conseguir que o rei assine isso, você estará dentro.

- muito obrigado senhor – agarrei a folha – te entregarei assinado.

- não cante vitoria ainda menina – ele sorriu de leve.

Não cantar vitoria? Era uma oportunidade única e eu a agarraria com todas as forças.

Só havia um pequenino problema.  Respire Amanda, apenas respire. Não era um problema, eu iria ir até ele, convencê-lo, fazê-lo assinar o papel e bingo. Ir para a guerra, não era por mim, então eu tinha que conseguir.

Trabalhei o dia inteiro matutando sobre o que eu faria como eu teria coragem de encará-lo? Corri como uma menininha assustada de lobos. Provavelmente ele nem me atenderia no escritório. Mas eu tinha que tentar. No meu horário de almoço fui ate seu escritório, ficando novamente sem uma refeição, suspeitei que minhas chances de morrer de fome do que morrer por algum corte ou bala era bem maior, era meu sacrifício pessoal, então fui assim mesmo, e não fora como eu pensei, achei que nicolae não me deixaria passar pela porta do seu escritório, mas a verdade é que nem cheguei a passar pela primeira secretaria, havia me esquecido delas, e como eu não era mais noiva do rei, não tinha a liberdade de me aproximar dele, agora eu era uma simples mortal, que sem hora marcada, não poderia entrar, e o único encaixe que ela achou para mim seria dali a dois anos e meio. É mais difícil falar com o rei do que eu imaginava. Voltei para o laboratório me sentindo horrível, se eu não conseguisse entrar, gabriella estaria La sem mim, eu era sua protetora, prometi isso.

Uma luzinha começou a brilhar em minha mente, eu sabia exatamente onde encontrar nicolae sem esse tipo de burocracia, sem secretarias ou seguranças, para me expulsar. Terminei meu horário correndo e fui direto ao quarto dele, os seguranças de La me conheciam, e não sei se achavam que nicolae e eu ainda estávamos juntos ou algo assim, mais me deixaram passar, esse foi o importante da historia, parei em frente ao quarto dele, me lembrei da ultima vez que estivera ali, e de como eu sai correndo, um bolo se formou em minha garganta. Virei-me para ir embora. Era estupidez achar que eu conseguiria.

- senhorita st’clarer – Ramon abriu a porta – que surpresa agradável.

Ele me fez sinal para que entrasse, fiquei matutando alguns segundos antes de finalmente entrar, tudo estava exatamente como me lembrava, nicolae não tira nada do lugar.

- Ramon quem era? – Nicola entrou com a cabeça coberta por uma toalha, ele usava apenas calças largas e esfregava os cabelos freneticamente, fiquei hipnotizada com a visão de as barriga trabalhada – eu disse que não queria visitas.

Notei o magrelo se empalidecer sobre os cabelos grudentos.

Eu corei, não era bem vinda ali.

- Se... Se... Senhor me perdoe e... Ela queria entrar e me pareceu c... correto, eu sinto muito.

Foi então que nicolae tirou a toalha e me olhou, seus olhos se arregalaram.

- fora – ele apontou para a porta.

Senti uma pontada forte no peito, me virei.

- você não Amanda, Ramon – ele olhou em direção ao secretario particular que saiu em disparada.

Fiquei onde eu estava, havia sido uma má idéia vir aqui, notara isso quando seu cheiro começou a me deixar tonta.

- sabia que viria aqui mais cedo ou mais tarde – ele se sentou numa poltrona – porem, você parece bem mais calma do que pensei que estaria.

- e por que eu estaria alterada? – se liga, eu preciso de você.

- por causa da sua baixa na guerra.

- foi você?

- você não sabia?

Senti meu rosto corar, de raiva,de vergonha, como ele pudera fazer algo assim, ele me acha uma criança?

- seu idiota o que você estava pensando? –gritei arremessando a primeira coisa que vi na minha frente, um abajur - você não tem esse direito sobre mim.

Nicolae teve que se abaixar e o objeto bateu contra o encosto da poltrona.

- era essa a reação que eu esperava – ele se levantou sorrindo.

- eu não estou de brincadeira – o fuzilei com o olhar, sorte a dele que eu não tinha uma arma – quero que me de a permissão.

- eu estou fazendo isso por você Amanda.

- não seja hipócrita – ralhei – esta fazendo isso para me irritar, para se sentir superior, só para mostrar que pode controlar minha vida.

Ele abaixou o olhar de forma tão triste que me senti, mal por dizer aquilo.

- sinto muito que pense assim.

Ele levantou a mão para passar sobre os cabelos e eu notei as ataduras em ambas as mãos.

- o que ouve com sua mão – perguntei mesmo sabendo qual seria a resposta.

- não é da sua conta Amanda – ele se irritou.

- ótimo – coloquei a folha em frente a ele – assine isso e vou deixá-lo dormir.

- não vou assinar isso – ele virou o rosto.

Agora sim ele me deixou furiosa. Aproveitei que estava de pé e ele sentado e me aproximei segurando seu rosto com firmeza, eu queria que machucasse para ele entender o quão serio eu falava.

- sim, você vai assinar isso – ameacei – porque você não manda mais na minha vida, porque é por minha amiga, porque não temos nada um com o outro, porque eu sou livre para matar quantas pessoas eu quiser e porque a guerra é sua, então quantos mais soldados, melhor, então eu sugiro que assine isso, ou vai me deixar realmente muito zangada, e eu sou capaz de matar você para conseguir isso.

Nossa. Dessa vez eu havia me superado, sempre fora boa com ameaças, era assim que eu mantinha as pessoas longe de gabriella quando éramos crianças.

 Soltei seu rosto.

- sinto que estou te abandonando para a morte.

Me descontrolei, quando dei por minha sanidade, notei que Havia batido no rosto dele, cobri minha boca com as mãos.

- ai meu deus – arregalei os olhos – me desculpe.

Nicolae soltou um longo suspiro, como se tentasse se controlar, ele abriu a gaveta e eu pensei que ele fosse me matar, mas ele tirou uma caneta de La de dentro e assinou o papel furiosamente.

- satisfeita – ele perguntou com a voz rouca.

- sim – meu coração estava palpitando.

- que bom – ele se levantou – por que eu ainda estou longe de estar satisfeito, e dessa vez não vou parar só num beijo.

Então ele veio para cima de mim, colando sua boca na minha.


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Notas finais do capítulo

Ta pegando fogo!