Diário De Uma Super (Ou Não) Caçadora De Vampiros escrita por BiahCJ


Capítulo 14
Tio Tim parte 1


Notas iniciais do capítulo

Depois de dias sem postar, aqui estou eu de novo.
É só um capítulo pequeno. Ele era maior originalmente, mas eu dividi ele.
Até lá em baixo



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Vou fazer você ficar no suspense porque tenho muita coisa para contar.
Digamos que eu não descobri o que foi roubado, mas eu tenho uma nova informação. Vou dizer o que aconteceu.
Eu fui para a casa desse tio que morava em uma cidade chamada Sorocaba, em São Paulo, num bairro que é uma “semi-periferia”. Belo lugar (Até parece).
Vitória Régia. Esse era o nome. Que tipo de índio dá o nome a um lugar de “Vitória Régia”? (Sem ofensa aos índios). Eu sinceramente não vi nenhuma Vitória Régia no lugar, a não ser que estivesse enrolado no meio do que os caras na rua estavam fumando.
Pessoas normais geralmente descreveriam a casa onde foram parar, mas eu não sou normal. Por quê a descreveria? Eu nunca fico num só lugar por mais de três noites, ali muito menos, que só fiquei por no máximo três horas. Eu só descreveria se algo no cenário fosse importante para que você compreendesse o que eu quero dizer, ou se me chamasse a atenção.
Também não tem porque descrever. Entenda, cozinha: fogões, panelas, armários, talvez uma mesa. Sala: televisão, sofás. Quarto: cama, guarda-roupas, talvez uma mesa de cabeceira. Por que complicar? É tudo igual, só muda a cor da parede, os enfeites, seus animais de estimação, tudo de acordo com a pessoa (depende se o indivíduo dispõe do luxo que “nós” temos ou do salário de um militar, no meu caso).
Enfim, voltemos aos fatos realmente importantes.
Acabamos encontrando a casa depois de pedir informação a cinco pessoas diferentes, dois trabalhadores, três entregadores de panfletos e um cão abandonado. Ah, como pude esquecer-me do dinossauro? No final, ainda acabamos encontrando por mero acaso.
Sentei-me no banco de uma praça, já exausta e completamente esgotada, de onde eu fiquei observando dois meninos apertando a campainha e saírem correndo, com um risinho travesso, enquanto os moradores se revezavam para xingar os garotos. Acabou que os mostrei para a turma e contatamos que o número da casa batia com o qual procurávamos. É claro que me mandaram checar isso, já que a “missão” é minha, o tio é meu, quem viu fui eu, sou eu quem está procurando, blá-blá-blá. Eu tenho certeza de que aqueles chatos, preguiçosos, infelizes (como eu amo eles!) só me mandaram porque estavam cansados, desgraçados!
Vou te conta algo que você não sabia sobre mim: não me sinto a vontade batendo a porta d parentes desconhecidos para pedir favores na maior cara de pau, principalmente quando dois pirralhos estavam gozando com a cara deles dois minutos antes. Mas é claro que eu fui, fazer o qe?
Espantei os meninos com meu olhar de repreensão (eu estou me aprimorando no quesito “olhares mortais”), desejando intensamente que a pessoa que atendesse não imaginasse que eram os meninos novamente.
Quem atendeu a porta foi um garoto com mais ou menos minha idade (é claro que é somente uma suposição), que me recebeu com uma expressão tão severa que eu poderia até sentir pena dos meninos caso eles estivessem no meu lugar.
Vou descrevê-lo em poucas palavras: cabelos curtos e castanhos, olhos castanhos, mais alto que eu e cara de nerd entediado. Ele não é muito importante.
Eu tinha certeza de que esse não era meu tio, não tinha nada a ver com meus pais, esse garoto.
Ele me olhou como se eu fosse uma mendiga que estava atrapalhando seu fim de tarde com pedidos de esmolas. Nada contra mendigos ou esmolas, eu até gosto de esmolas (eu NÃO tenho nada contra mendigos, isso não é ironia, caro Di). Perguntou-me:
– Você é a mãe daqueles pentelhos?
–Desculpe?
–Perguntei se você é a mãe daqueles garotos que estão apertando a campainha.
–Claro que não! Saiba que eu sou bem mais novo do que você e... – Acredita que ele teve a coragem de me interromper?
–No que posso ajudar? – Eu tenho certeza de que ele queria dizer “Cara, vai embora, eu tenho mais o que fazer. Como jogar meus jogos de nerd” (nada contra nerds – até porque me denominavam constantemente com o apelida na escola – mas era exatamente o que ele queria dizer).
–Hã, aqui mora, hm... –desgraça, como é mesmo o nome do cara? – O Sr. Rodrigues?
–Da parte de quem? – perguntou entediadamente, mas com uma leve curiosidade (estou ficando melhor em interpretar pessoas).
–Diga que é Tatinha, filha de, hm, um irmão... –disse por fim. Era bem mais provável que ele me conhecesse por apelido, além disso, eu havia aprendido a não dizer meu nome a ninguém.
–TIO TIM! TEM UMA MENINA AQUI QUERENDO TE VER!
Tim? Ah, esse era o nome dele! Um nome que me parecia familiar...
Ele respondeu algo que não entendi.
–O NOME DELA É... Como é mesmo seu nome? É TATÁ! TATINHA! –Mais um grito em resposta – VEM AQUI VER VOCÊ! –voltou-se para mim – ele está te chamando para entrar.
Hesitei por um momento, lançando um olhar para trás, relutante, mas acabei entrando.
O garoto foi para seu próprio quarto, me pedindo para esperar na sala.
Logo o suposto Tim apareceu. Ele tem cabelos ruivos e olhos escuros (como os de meu pai), tinha a aparência de um mecânico, tanto em seu traje quanto em suas mão ásperas, e calejadas que estavam segurando algo que eu não sei o que era.
–Você deve ser Tatinha. – Não, ilusão de ótica. É claro que sou a Chapeuzinho Vermelho, de quem seu parente estava falando ao portão.
Sua voz me parecia estranhamente familiar. O nome me parecia familiar. Quem é esse cara?
–Sim, até onde eu sei todos me chamam de Tatinha.
–Como você esteve? Não tive notícias suas depois de termos nos falado por telefone.
Foi aí que caiu a ficha. Não foi o Tom que me atendeu aquele dia. Foi o Tim. Tim! Por isso o nome dele era tão família E a voz... Senti um aperto no coração e ardência nos olhos. A voz me lembrava demais a voz de meu pai, sempre baixa e firme, até preocupada de vez em quando.
–Bem...
–Eu tenho certeza de que não foi meramente para me visitar que você veio aqui.
–Vim á procura de informações, na verdade - admiti.
Ele fechou a porta atrás de si. Fui convidada para tomar chá (assim como o sobrinho –parente do Tim, filho da irmã de sua esposa, meu não – que não veio, pois estava ocupado demais com seus joguinhos), aceitei de bom grado, já que estava começando a ficar com fome. Eu nunca recuso comida.
Parando para pensar agora, que tipo de pessoa ainda toma chá da tarde? Ninguém faz isso aqui no Brasil! Quer saber, pode me chamar de ninguém.
– O que exatamente você quer saber?
Vou pular essa parte, você já conhece a história. Só tenho a dizer que Tim é um bom ouvinte, n]ao me disse nada até que eu o deixasse perguntar.
Não sei se ele entendeu: sou uma péssima contadora de histórias. Sempre que estou dizendo algo, tenho que Voltar um pouco, porque esqueci de contar algo essencial para que a pessoa entenda minha história.
Quer saber, esquece, eu só consegui te confundir. Coitado de você, Di!
–... Foi por isso que viemos te procurar, esperando que você soubesse o que foi roubado.
Não faço a mínima ideia do que possa ter sido.
–Nada mesmo? – minha voz saiu baixa (coisa que minha voz nunca foi), até vacilante.
Ele pareceu pensar. Será que ele sabia algo? Ele hesitou, por um tempo que me pareceu horas, até concluir que não deveria ter nada a perder.
Pensei ter ouvido um barulho lá fora, mas devia ter sido apenas minha imaginação.
–Pensando bem, devo ter ouvido algo a respeito disso. Um tipo de causa secreta, mantida sob sigilo até mesmo quando se tratava dos Caçadores. Foi algo que eu ouvi de uma tia sua, Iz...
Ele não concluiu.


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Notas finais do capítulo

Bom, eu tinha perdido minha conta. Quase desisti de recuperá-la, mas acabei conseguindo. Será que ainda sobrou alguém?
Bom, vou continuar no mesmo esquema, o primeiro a comentar ganha a favortação do comentário.
Espero que me perdoem, caros leitores, mas realmente não pude postar.
Alguém quer comentar?? Eu quase parei de escrever porque ninguém comenta, sério.
Até já ;)