Acordei em uma cama de hospital totalmente desorientada, apenas uma imagem vinha em minha mente: Um enorme caminhão vindo em nossa direção. Fico alguns minutos ali deitada, parada olhando para o nada até ouvir uma voz conhecida:

–Minha filha! Finalmente acordou!

Era minha mãe, Atena (sim é o nome da deusa da sabedoria), logo veja ela, estava sentada num canto do quarto vindo até mim. Eu havia puxado muita coisa dela, seus olhos cinzas, seus cabelos loiros, etc... Éramos parecidas, mas apenas fisicamente, não nos dávamos bem. Eu via ela apenas 2 vezes por anos, nas férias, e sempre acontecia algo que estragava nossas raras visitas. Ela era uma grande arquiteta, morava numa mansão em Nova York, isso era mais uma coisa que éramos parecidas, eu queria ser arquiteta. Mas lá estava ela do outro lado do país, o acidente deveria ter sido muito grave mesmo.

–Você ficou desacordada por 3 dias. Quando soube do que havia acontecido peguei o primeiro avião...- Disse ela

–Onde está papai?-Perguntei interrompendo Atena

Ela fica em silêncio.

– Onde está meu pai? Minha madrasta? Meus irmãos? - Pergunto mais um vez.

Algo me dizia que a resposta não seria boa.

–Sinto muito minha querida, mas partimos em 2 dias.

– Sente muito porque? O que aconteceu? - Pergunto aflita.

Mas eu já sabia a resposta. E logo meus olhos se enchem de lágrimas.

–Não é verdade... Não pode ser... - Falo eu chorando.

–Como eu disse, vamos para Nova York em dois dias. - Fala Atena com o olhar triste.

Depois disso não falo mais nada, simplesmente peço para me deixar sozinha.

Os dois dias passaram depressa, e Atena não desgrudou de mim um segundo, quando me dei conta estava sendo levada para o aeroporto e embarcando em um avião rumo ao outro lado do país, para o pior lugar onde eu poderia ir (Você deve estar se perguntando por que tanta aversão em ir morar em Nova York. Mas é o seguinte eu já tentei morar com minha mãe quando eu tinha 13 anos, mas foi péssimo, na verdade não tem nada haver com minha mãe ou com a cidade e sim com a escola e com um garoto que conheci... Mas não gosto de falar nisso).

A mansão não tinha mudado em nada, a mesma governanta, as mesmas empregadas e a mesma arquitetura impecável e o jardim de tirar o fôlego. O meu quarto era o mesmo de antes, grande e com linda varanda que dava para a piscina.

Foi realmente difícil me acostumar, minha mãe mal parava em casa, eu realmente sentia saudade de uma família grande e carinhosa. Todas as noites eu chova até pegar num sono.