Reckless - Divergente escrita por Morgana Le Faye, Andiie


Capítulo 5
Amizade


Notas iniciais do capítulo

Heey ^^ Não queria mas terei que desafar.
Sabe quando você passa horas em frente ao computador/ caderno tentando escrever um capitulo no minimo aceitavel para os leitores? Quando você chora junto com seus personagens. Quando você demora para cria-los por que você tenta deixa-los o mais real possivel. Você coloca partes de você em cada.

Oque você recebe em troca? Nada. ahsua quando eu digo nada estou dizendo realmente nada. Nenhum leitor. nada.
Vamos deixar minha melancolia de lado e aqui, mais um cap ^^



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Seguro a bandeja azul–marinha. Esta leve. Apenas uma maça e um suco de caixinha. Quase nunca tomo café da manhã, mas fui obrigada por que Cara deu um aviso hoje de manhã, iremos saber o que fazer no teste hoje. Se eu estou ansiosa? Um pouco.

Olho ao redor do refeitório. Varias pessoas estão falando, mas não esta barulhenta. Elas estão discutindo sobre livros, jornais e pesquisas. Não acho lugares livres naquele paraíso de luz – ainda me sinto incomodada com tamanha iluminação. Todas estão de azuis. Eu estou de azul. Bem, com uma camisa azul, mas por baixo uso a roupa preta de ontem. A lavanderia daqui faz milagres. Avistei de longe e um pouco borrada, Drezza. Impossível não a reconhecer quando é a que mais tagarela na mesa. Aproximei–me insegura. Não falei com ela desde a noite passada e ouvi coisa que não deveria ouvir.

Eu acho estranho conversar com uma pessoa quando você passou a noite escutando seus choros. E ela chorou, muito. Quando estou a poucos passos a conversa em sua mesa sessa. Caleb olha para mim, assim como James e o menino da amizade. Percebo que Cara esta sentada junto a eles.

– Olá... Posso? – Pergunto, eles acenam. Drezza apenas vira a cabeça de volta para Cara. Ela ia falar algo, mas Cara a interrompeu.

– Hey, como é a iniciação da Audácia?– Cinco pares de olhos brilham ansiosos em minha direção.

– Por que todos querem tanto saber disso? – Estou irritada com o fato de eles mencionarem tanto a Audácia.

– Bem... Meu irmão, Will... Ele se transferiu para a Audácia. Só queria saber se é algo muito perigoso.

– Talvez. Se ele sobreviver á iniciação ele sobrevive á Audácia. Simples. – Ela me olhou e soube que queria me matar. A informação que dei não foi completa o suficiente para ela.

Cara se levantou pedindo com licença e foi se sentar em algum outro lugar, não queria ver para onde ela iria. Virei–me para Caleb que estava com um livro no colo e comendo algo em uma tigela.

– Ela já contou qual vai ser nosso teste de iniciação?

– Sim. Ela esta indo de mesa em mesa fazer isso. – Ele diz sem me encarar. – São duas etapas. Na primeira iremos para uma simulação. – Só de ouvir essa palavra fiquei ansiosa. – Na simulação terá uma situação e deveremos sair dela usando a logica. E a ultima é uma reunião com Jeanine.

– Cara disse que poucas pessoas sobrevivem ao ultimo teste. – disse James preocupado. Dei uma risada e ele me olhou como se eu fosse louca.

– Cara esta tentando nos assustar.

Começo a comer, escutando a conversa que se segue entre eles. Observo o modo como falam. Caleb usa as mãos para explicar. James meche no cabelo quando não tem resposta. Drezza é a que mais fala e a que fala mais rápido.

– E então se pegarmos a pesquisa feita no jornal do mês passado sobre a Abnegação e juntarmos isso aos fatos; que ela tecnicamente se faz de a facção mais certinha, poderemos ver que talvez. Apenas talvez, ela esteja fazendo algo de errado por baixo dos panos. – ela disse aquilo muito rápido. Caleb e James se encaram. Soltei um suspiro. Eu havia entendido oque ela disse.

– Ela disse que se juntarmos todos os fatos que eles têm contra a Abnegação faz logica. Ela é a facção mais “certinha” e ninguém é perfeito, ou seja, ela faz algo por de baixo dos panos. – Eles me olham com cara de “Ahn, entendi” Drezza se vira para me encarar. Tentei dar meu melhor olhar de desculpa pela noite passada, mas não tenho certeza se conseguimos expressar tudo pelo olhar, como os francos acreditam.

– Bem, a Abnegação não é de todo mal. Não fazemos nada por de baixo dos panos. – começa Caleb, mas um menino da Erudição, que estava passando pela nossa mesa escuta. Ele se aproxima.

– Com licença, como sabes que não? Há muita coisa que você não sabe Caleb Prior. Todas as facções contem segredos. – ele é alto e magro. Seus cabelos são muito escuros e lisos, cortados curtos. Possui olhos da cor de mel, mas quando me ajeitei melhor e a luz bateu em seu rosto, vi que seus olhos mudaram para um tom de verde amarronzado. – Desculpe–me a falta de educação. Sou D.

– D? – perguntei.

– Sim. D. Não é apenas na Audácia que as pessoas usam apelidos, Srta. Ruthless.

– Victoria. – digo antes de ele terminar o Ruthless. Drezza, que esta a minha frente na mesa retangular, vai para o lado. No intuito de deixa–lo sentar. Oque ele faz de boa vontade, ajeitando seus óculos.

O resto se apresentou. Eles começaram um monologo longo e particularmente chato sobre a Abnegação. Eu realmente acho a Abnegação uma das melhores facções. É a única que se mantem fiel á virtude que representa. Muitas outras facções se perderam. Não acho que ser Erudito é apenas pesquisar e tentar de qualquer modo ter aquela informação. Não acho que ser Audácia é apenas pular de trens e fazer coisas que são perigosas.

A única parte da conversa que realmente chamou minha atenção foi a ultima. Quando James disse.

– Ouvi dizer que é na Abnegação onde nasce o maior porcentual de Divergentes. – todos pararam e olharam para ele, que ficou vermelho na hora. Se for à Abnegação, por que eu sou uma? Senti vontade de perguntar, mas a mulher do teste veio novamente á minha mente. Agora sei quem ela é. Eu a vi na iniciação. Ela é a mãe de Caleb. “Divergência é perigoso, querida. Não conte á ninguém. Se puder, fuja”. Fugir, okay fácil, mas para onde? Entendi que era fugir da minha facção, mas também não sinto segurança aqui na Erudição.

– Divergente é apenas um mito para assustar as criancinhas da Erudição. – diz D. – Quando você é criança ficam falando “ Oh, e vão ter os divergentes. Nenhuma simulação é boa o suficiente para controlar eles. Suas mentes são diferentes. E você sabe, se não pode controlar os divergentes eles vão matar todos com seus poderes mentais." – Drezza e eu rimos.

– Que coisa horrível para se disser á uma criança. – ela disse.

Eles continuaram a conversar, agora sobre a educação recebida aqui na Erudição. Não fiquei tão impressionada. Só de ver aquelas criancinhas, quando entrei, conversando sobre “relatórios convincentes” vi que as crianças aqui não são crianças. São mini adultos.

Observei como estava parecendo fácil para Caleb. Falar mal da própria facção. Como estava sendo fácil para Drezza, ouvir mentiras e fala–las. E para James. Sempre soube que para James seria fácil.

Termino de comer e peço com licença á eles. D. disse o horário do primeiro teste. Hoje ás 14h00minhrs. Vejo no relógio digital na parede. São 09hrs. A vida aqui é meio monótona. Voltei para o dormitório e retirei a blusa azul. Então decido sair da sede.

Virei os corredores de forma robótica tentando me lembrar do caminho. Não é muito fácil se localizar aqui, onde tudo é claro. Cheguei ao Hall. Estava do mesmo jeito de ontem, mas com outras pessoas nos computadores. Quando estava saindo escutei passos correndo atrás de mim. Virei–me para ver Drezza correndo em minha direção.

– Sei que me ouviu chorando ontem. – ela disse quando chegou perto de mim. Não sei se peço desculpas por tê–la ouvido chorar ou se digo outra coisa. Prefiro o logico.

– Sinto muito. – disse. Não sei se a minha próxima ação foi a mais logica, mas foi a que eu senti que ambas precisávamos. – Vamos sair daqui? – disse baixinho em tom de expectativa. Ela me olhou confusa, mas seus olhos brilhavam.

– Não posso ir muito longe, Victoria. Que tal, apenas atravessar a rua?

Aceno com a cabeça. Saímos do prédio e atravessamos a rua. Além da sede da Erudição tem o que costumava ser um parque. Agora só o chamamos de Millenium e é só um pedaço de terra batida com várias esculturas de metal—uma representa um mamute folheado abstrato, outra é uma espécie de feijão verde maior do que eu.

Nós paramos no concreto ao redor do feijão, onde membros estão sentados em pequenos grupos com jornais ou livros. Observo suas roupas azuis e olho para as minhas e as da Drezza. Ela esta de preto e branco. Eu estou vestindo a roupa preta.

– Você esta se sentindo assim também? – ela pergunta quando nós nos sentamos no chão.

– Assim como?

– Deslocada. Em um mundo azul. Onde só você usa outra cor. – ela tenta me olhar nos olhos.

– Não. – digo e olho para as roupas dela. – Você também usa preto. Então somos duas deslocadas aqui.

Ela solta uma leve risada. Olho para ela. Nunca havia percebido o quanto ela é bonita. De um jeito estranho, mas é bonita. Não é o tipo de pessoa que esperamos encontrar na Erudição. Talvez na Amizade.

– Acho que precisamos de umas comprinhas. – ela disse sorrindo.

– Não sei. – ri um pouco para descontrair. Mas na verdade eu ainda não estava pronta para abandonar o preto da Audácia. Não, por enquanto vou manter essas cores. – Contanto que não compramos roupas, por mim tudo bem.

– Hm. – ela colocou a mão no queixo pensando. – Bem, podemos comprar outras coisas como... Hm deixe me ver um acessório de moda por aqui. – ela olha ao redor e eu acompanho seu olhar. Muitas pessoas aqui da Erudição usam óculos, mesmo tendo sua visão perfeita. Usam para parecer mais inteligentes. – Óculos. Isso. Vamos comprar óculos. – ela se levantou de supetão me puxando pela mão.

O contato entre nossas mãos foi estranho. A sua era macia, enquanto a minha áspera. A vida na Audácia exige mais das mãos do que na Franqueza. Incontáveis vezes eu ralei minhas mãos. Então elas não são de porcelana.

Segui–a até o prédio central. Andamos em direção à mesa logo abaixo do retrato de Jeanine. O jovem sentado atrás dela não olha para cima quando pergunta

– Como posso ajuda–lá?

– Com um mapa do complexo da Erudição, por favor. – peço e vejo ele me olhar dos pés a cabeça. Depois ele olha para Drezza que esta ao meu lado.

– E o que uma menina da Audácia e outra da Franqueza iriam querer com um mapa do complexo da Erudição? – ele perguntou desafiadoramente para mim sobre os óculos.

– Não somos da Audácia ou da Franqueza. Somos iniciadas transferidas e estamos perdidas. – Drezza disse antes de mim. Ele pergunta nossos nomes e começa a digitar algo no computador. Depois ele olha para nós e assente.

– Certamente. Aqui esta. – ele nos entrega um papel com o desenho de três prédios. – Estes são os prédios comerciais. Os outros do complexo são apartamentos dos membros.

– Obrigado. – Drezza é educada, diferente de mim que apenas passei pegando o papel. Não era muito difícil saber onde ficava cada coisa. O prédio central era o segundo maior, perdendo para o prédio dos apartamentos logo atrás. No prédio grande e amplo da esquerda – ao lado da sede. – ficava o hospital. No da direita, o shopping. Ainda tinham outros pequenos como “Laboratório” “Centro de desenvolvimento” e coisas parecidas.

Fomos para o shopping. Um espaço enorme. De três andares, mas muito largo e claro. Ao passarmos pela porta de vidro reparei que apesar das inúmeras lojas, tinham poucas pessoas. O teto era de vidro de forma que, como estava fazendo muito calor naquele dia, o shopping estava completamente claro. Seria interessante ver uma chuva daqui de dentro.

Drezza estava maravilhada. Ela olhava com os olhos brilhando para cada loja. Decidimos ir ao oculista. Contei para ela sobre meu problema, bem, na verdade contei ao médico, mas ela estava ao lado e ouviu. Fui diagnosticada com algo chamado miopia. E ele me passou a receita dos óculos. Não foi muito difícil escolher a armação, sendo que os óculos daqui não tem muito “estilo” como Drezza disse. Eles servem para você parecer inteligente. Apenas. Com exceção do meu, que tem grossas lentes.

Não irei usa–los. Apenas para a leitura. Não ligo muito para a aparência, mas eles são feios. Drezza riu concordando quando eu disse isso a ela.

Gostaria de dizer que foi horrivelmente chato acompanha–la para cima e para baixo, mas não foi. Todos nós recebemos algumas peças de roupas na cor azul, mas ao que parece, eu e Drezza somos as únicas que mantem a cor. O que é um erro. Sinto que se algum membro superior ou até mesmo Cara nos pegar usando isso, estaremos ferradas.

Cada um dos membros ganha certa quantidade de pontos para gastar por mês, gastamos alguns deles comprando maquiagem e acessórios.

Passamos três horas passeando pelo shopping. Foi bom. Falamos sobre muitas coisas. Ela me fez esquecer a saudade de casa, mas quando o relógio do shopping mostrou 12hrs resolvemos voltar para a sede. Procurar pelo resto dos nossos amigos.

Eles estavam nos esperando no Hall. D. estava apoiado nas prateleiras lendo um livro com a capa de couro. Ao seu lado Caleb conversa com James. James nos viu e veio em nossa direção.

– Onde vocês estavam?

Minha resposta comum seria “Não lhe interessa”, mas resolvi ficar quieta enquanto Drezza explicava oque fizemos a tarde toda.

– Por que não perguntaram para o senhor sabe–tudo ali? – apontei para o menino que nos deu o mapa.

– Por que ele insiste em ficar dizendo “Não estou autorizado a dar estas informações.” Sem ao menos olhar para nós. – disse D.

Der repente todas as televisões do Hall ficam pretas e todas ficam em silencio. Aconteceu o mesmo com os computadores.

– Um curto? – perguntou Drezza. Caleb fez sinal para ela ficar quieta. Quando a imagem de Jeanine apareceu em todas as telas.

– Boa tarde, Erudição. – sua voz era fria e cada palavra parecia ter sido extremamente calculada. Ela me lembrava de Eric, um líder da Audácia. – Vamos ao relatório diário. Começando dando as boas vindas aos nossos iniciados. Vocês deverão procurar Cara quando der o horário do teste. – ela não parecia muito interessada em falar sobre nosso teste – Bem, como todos nós estamos acompanhando a Abnegação vem sido uma facção muito suspeita. Perguntamos–nos, se ela é uma facção correta, o que levou os dois filhos de um líder a deixa–lá? Um deles, temos o prazer de tê–lo conosco. Caleb Prior. – Caleb sorriu prepotente. Como ele pode esquecer que ela acabou de falar mal de sua facção apenas com um simples elogio?! – Iremos mandar repórteres á Audácia, para questionar os motivos de Beatrice Prior. Caleb, por favor, compareça ao meu escritório. Juntos devemos acabar com a corrupção. Vocês realmente sabem em quem estamos confiando? – ela pergunta e a tela volta a ficar preta. Em poucos minutos esta tudo normal novamente. Viro–me para Caleb

– Você não vai certo?

– Por que não iria? Ela quer conversar comigo. A líder da nossa facção me elogiou e quer conversar comigo. –ele diz e soa animado

– Por isso mesmo não deveria ir. É muito suspeito. – retruco.

– Deve parar de achar tudo suspeito, Victoria.

Dois homens de jalecos brancos se aproximam de nós. Um deles é careca e o outro tem um ralo cabelo escuro.

– Senhor Prior? Acompanhe–nos. – eles pedem á Caleb que vai de bom grado.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado