Reckless - Divergente escrita por Morgana Le Faye, Andiie


Capítulo 17
Bônus - James


Notas iniciais do capítulo

Heeey ^^ Quero agradecer esse cap á nova co-autora, Andiie >< Sejam legais com ela nos reviews ahsuah
Bem...ela fez esse cap - que na minha opinião vcs vão gostar - sobre o ponto de vista do James.
Tive que modificar algumas coisas para se encaixarem no contexto da fic, Andiie :// desculpa.

Então...aqui está.
Conheçam melhor James Tucker >



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Chove. O céu estava limpo de manhã. Agora está totalmente cinza. E eu estou aqui, simplesmente chocado, paralisado a uns dois metros do Millenium. Parece que todo o meu alcance visual se nublou, assim de repente, como o céu.

E eu sinto uma gota rolar pelo meu rosto, talvez seja só chuva, talvez não seja uma lágrima. Talvez.

Sabe? Não é fácil ver a pessoa que você ama indo pra uma possível guerra, sem ao menos se despedir...

Talvez nunca tenha passado pela cabeça dela o quanto eu gosto dela, o quanto eu fiquei feliz quando soube que ela vinha para a mesma facção que eu, o quanto eu quero morrer, quando ela simplesmente me trata como um bom e velho amigo... Incrível Ruthless... 

Exceto por aquela vez, quando tínhamos 14 anos, e ainda morávamos na Audácia. Ela estava no primeiro andar do prédio que os mais audaciosos usavam para a tirolesa, ali era o meu lugar, sabe?! O lugar onde eu ficava, ouvindo música, e pensando. E lá estava ela chorando, uma grande amiga sua, uma garota chamada Kelly Occio, tinha morrido, pulando do trem, e ela estava tão aterrorizada, ela dizia repetidamente que nunca, nunca ia morrer daquela forma.

 –Calma, vai ficar tudo bem.  – eu me sentei do lado dela, e a abracei. Acho que, sempre tive uma queda por ela.

 –Não vai... Ela não vai voltar... Eu perdi minha melhor amiga...  – ela soluçava a cada frase.

 –Mas hoje, você também acaba de ganhar um novo amigo... Eu prometo tentar ser tão bom quanto ela, tá?  – eu tentei parecer convincente, sem parecer um desesperado. Ela quase sorriu. Mas então teve uma crise quase histérica de choro. Deus! Eu não aguentaria ver aquela garota chorando por nem um segundo a mais sequer... Então, eu limpei suas lágrimas, e fiz algo muito, muito audacioso. Eu a beijei. E ela não se afastou o que eu não esperava, se ela não fosse tão difícil de entender, eu até diria que ela gostou.  E acho que funcionou, porque quase como mágica, ela parou, seu choro desapareceu, e ela me abraçou.

 –Desculpe, eu... –ela começou a dizer, mas eu a interrompi.

 –Eu sei, eu sei, mas, ela não quer ver a incrível Ruthless chorando por isso. Será que quer? – eu não sabia o que dizer.

 –Eu não sou incrível... Nem um pouco... Imagine uma garota da Audácia... Chorando assim, feito uma boba covarde, como eu.

 –Você é sim. Eu acho você incrível.

E ela sorriu, e disse que nunca mais iria chorar assim como uma boba, e eu disse que sempre estaria lá para fazê-la sorrir.

Na verdade Vicky, nunca foi forte o bastante para a Audácia, e sua vontade de ser que a fez tão incrível.

Quase que como saindo de um transe, paro minha retrospecção por um momento, por que escuto uma voz familiar, me chamando.

 –Ei James... – Mas não me lembro bem de quem é, trato de limpar o rosto, e acabar com o choro. Quando me viro é Uriah.

 –Ah, oi.  – o Uriah é um nascido e agora, membro da Audácia. Ele é mais alto que seu irmão Zeke, mas é mais forte. Tem a mesma pele escura. Mas, ao contrário de Zeke, Uriah fala comigo.

 –O que você ta fazendo aí parado numa chuva dessas?  – ele pergunta erguendo uma sobrancelha.

 –Nada...  –eu engoli em seco.

 –Tá, então venha aqui que eu preciso lhe contar um negócio.  – ele me chamou pra entrar debaixo do enorme guarda chuva que ele estava segurando.

Caminhamos sem dizer uma palavra até chegar à sede da Erudição. Ele assumiu uma expressão séria.

 –É o seguinte, você sabe o que tá acontecendo?

 –Não, eu acho.  –eu acho que eu nem queria saber o que estava acontecendo, eu queria ela.

 –Por favor! James! Não se faça de bobo, você sabe... A guerra!  – ele arregalou os olhos, e pude perceber que estava tudo muito sério. Comecei a analisar realmente a possibilidade de nunca mais ver Vicky, digo, Victoria.

 –Mas... Ao certo, o que se passa?  – eu acho que minha voz falhou.

 –Cara, você acha que eu não sei por que você está assim tão... Argh. Tão irritantemente tristinho? Você gosta dela... Da Ruthless... E, eu sei pra onde ela foi, é sobre isso que eu quero falar com você. 

Nossa, era tão óbvio assim?!

 –Pra onde ela foi?  – aí, me ocorreu o mais lógico  – Claro, ela foi pra Audácia...

 –Bem, eu sinto ter de confirmar isso, mas sim. E é esse o problema, a situação na Audácia está... Digamos tensa.

 –Defina '' tensa ''.

 –Bem, eles colocaram todos os membros em uma simulação, e estão controlando eles para uma guerra contra a Abnegação.

 –Mas quem inventou tudo isso?  – Senti algo como, uma facada pelas costas... Bem, ela me via como um bom amigo pelo menos... Não via?! Por que ela não me contou? Eu poderia ter ido com ela.

 –A Erudição. Jeanine quer alguma informação que a Abnegação tem... Ou algo do tipo, e parece que a Audácia concordou em ceder seus cidadãos de ''exército''.

Paro por um instante.

 – Se todos estão sendo controlados... Por que você não esta? – Ele respira pesadamente.

 – Eu não posso ser controlado, James. – ele diz. O encaro por um instante. Não estou lhe entendendo. Uma simulação controlada por Jeanine seria forte o bastante para controlar todos. – Lembra-se das velhas lendas? Dos Divergentes?

 –Você não está falando sério.  –Isso quase me fez rir, se ele não desse a informação a seguir com uma expressão tão sombria.

 – Estou falando, cara. Eu sou divergente. Tem que me prometer não contar á ninguém. – eu assenti concordando em manter a boca fechada.

 – E o que você quer que eu faça?

 – Impeça a Incrível Ruthless de morrer. – ele diz simplesmente. – Se Jeanine a ver... Ela vai ser considerada uma traidora da Erudição e irá ser morta... Ou controlada. A menos que por sorte ela seja Divergente.

Quanto tempo faz que eu não pego um trem para a Audácia? Nem lembro mais. Tudo o que tenho em mente é o que posso fazer pra ajudar Victoria, e de acordo com o que Uriah me disse, eu posso ajudar indiretamente nisso. Bem, ele disse que acha que se os divergentes existem mesmo, eles têm um potencial diferente, suas mentes são anormais. É talvez Victoria seja mesmo uma Divergente. É muito complicada. Esta se metendo em uma briga que nem é dela.

Talvez, se eu conseguir convencer ela a parar... Mas, mesmo se ela parar ela não vai voltar para a Erudição e voltar para a Audácia não é uma opção.

Então, quem poderia me ajudar a traçar um plano pra segui -la e pra protegê -la?! Precisaria de alguém muito inteligente, ok. Aqui na Erudição, isso é o que não falta, mas... Quem mais teria interesse nisso... Ah, claro.

Depois de caminhar um pouco, por que seu apartamento não é muito longe da Sede, eu encontro um sonolento e despenteado D.

 –Que você quer à uma hora dessas?  – disse ele, meio que bocejando.

 –Cara! Você pensa que são que horas?  – estava quase de noite, e ele achava que era de manhã!

 –Não sei, mas nem vem cara, eu estou de mau humor, e não estou afim de desbloquear nenhum joguinho depressivo...  – acho que nunca em toda a minha vida, conheci alguém mais ignorante que esse D. Talvez Eric.

 –Joguinho depressivo?

 –É cara, você tem a maior cara de emo... Olha sua cara de choro.  – Meu! Emo?! É... A cara de choro, eu não tinha como contrariar, agora... Emo?!

 –Emo?!! Ha olha quem fala... Nerdinho ignorante... Mas, sério eu não vim aqui pra discutir, eu quero falar sobre algo importante. Sobre a Victoria.

 –Ah... Claro... Veio falar sobre a sua namorada.  – ele revirou os olhos.

 –Ela não é minha namorada, mas está com a sua.  – ele ficou sem resposta, eu ri. Não, eu me enganei... Ele NUNCA fica sem resposta.

 –Bem, tenhamos o mesmo conceito de namorada, por que ela também não é minha namorada.  – ele suspirou  – Mas a Ruthless, a sequestrou hoje de manhã. Imagina?! Desde que ela começou a me procurar pra falar sobre a guerra na Audácia, ela esta sequestrando a Drezza de mim aos poucos... Elas sumiram hoje de manhã... Acho que.  – eu o interrompi.

 –Cara, desculpa aí, mas... Depois, eu sou o emo dramático...  – Isso não podia ficar engraçado, mas...  – Ok, voltando ao foco, a Drezza não foi sequestrada, ela foi de vontade própria, junto com a Victoria hoje, para a Audácia. Para a guerra.

Ele ficou sem expressão por um momento, e depois, com muita, muita raiva.

 –O que elas foram fazer lá?! Elas são burras?! Como é possível se dizerem Eruditas?! Se elas não morrerem lá, Jeanine vai matar elas, por que elas sabem demais!

 –Calma, eu quero a sua ajuda para...  – dessa vez, foi ele quem me interrompeu.

 –Não. Eu cansei, eu não vou ajudar mais ninguém, é só pra isso que eu sirvo? Sou um banco de dados, por acaso?!... A pessoa vem, usa minhas informações, e nunca me chama para a ação... Nem me avisa.  – ele abaixou a cabeça, e depois, levantou assustadoramente rápido, com uma expressão mais arrogante, impossível.  – Foi mal, amigo, mas dessa vez, eu não vou poder ajudar... Já que elas nem deixaram um recado, elas não me querem envolvido, e é isso que eu vou fazer, não quero nem saber. Minha dignidade vem em primeiro lugar.

Ele bateu com a porta na minha cara.

Sem a ajuda de D. não sei se posso fazer muita coisa.

Vejo Caleb virar no corredor. Ele esta com pressa. Seus olhos estão desesperados. Ele sabe. Corro até ele.

 – Caleb! – ele se vira e para mantendo o elevador aberto. – Para onde você esta indo?

 – Para onde você acha?!

 – Abnegação? – ele assente. – Vou com você.

 – Não. – seus olhos se arregalam. Posso ver as engrenagens em sua cabeça. Ele esta traçando um plano. – Vá para a Franqueza. Se conseguirmos acordar os membros da Audácia duvido que eles fiquem felizes em saber o que Jeanine fez. Também duvido que todos os membros da Erudição gostem de Jeanine. Junte todos que puder. Cara... Seu irmão Will é da Audácia. Ela não deve estar feliz em saber que ele esta matando pessoas inocentes. Leve essas pessoas para a sede da Franqueza. A gente se encontra lá. Eu acho. – ele diz enquanto segura com a mão a porta do elevador. Assenti para ele. Um bom plano devo admitir, espero que ele fique vivo e que ele venha junto com Victoria para a sede da Franqueza.

Vejo a porta se fechar e subo mais dois andares de escada. Bato na porta. Cara a abre.

 – Arrume suas coisas. – digo. Ela me encara sem entender. – Vamos para a Franqueza.


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