Annabeth P.O.V.s

Meu quarto parecia tão frio quanto uma noite de inverno, mesmo que estivesse perto não chegava a ser pra tanto, entrei batendo a porta e respirando fundo, contei até três para não chorar e deixar ir todo o peso que parecia um fardo às minhas costas ir embora, esse dia tinha sido extremamente longo e por mais cansada que estivesse minha mente estava longe de achar algum descanso.

Tudo que eu fiz foi me jogar na cama com a roupa que ainda usava, pensei em todos os acontecimentos e em como tinha sido tola achando que ciumes resolveria meu problema, é claro que não, deveria ter sido mais esperta, estou no século 21 e ainda preciso que homens tomem a atitude por mim, se queria tanto por que não podia chegar nele e dizer? Mais que droga de insegurança era essa... Odeio problemas que não posso resolver, pensei em Jason, precisava ajuda-lo com a Piper mais como eu faria isso não tinha ideia, mal conseguia resolver meus problemas quem dirá resolver o dos outros...

Tinha o Nico e a Thalia também mais que droga, eu não sou a Silena as pessoas precisam entender isso. Ficar ali na cama não iria adiantar muito então me levantei e fui atrás de um pijama mais antes que pudesse retirar minha camiseta ouvi batidas na porta da varanda, gelei, peguei minha escova de cabelo que era feita de madeira e devagar fui caminhando até o local das batidas, procurei com o olhar um objeto que pudesse ser mais perigoso que uma escova de madeira porém não encontrei. As batidas continuaram e eu pensei em gritar mais me contive.

Quando segurei a maçaneta contei até 3 mentalmente e a girei, me preparei pra lançar a escova seja lá quem for mais parei quando vi que era o Percy.

— Você quer me matar de susto? —disse quase berrando — Qual é o seu problema?

Seus olhos verdes estavam combinando com seu rosto uma expressão surpresa, até que pareceu entender que eu havia me assustado.

—Ah desculpe Annie, eu... Bem eu queria falar com você, sabe me desculpar...

—Não quero falar com você.

—Eu só vou dizer uma vez, você só precisa ouvir

O susto fora tão grande que mal reparei que o violão estava apoiado no seu corpo, ele encarava a escova com curiosidade.

—Pretendia me bater com isso? — disse em tom de zombaria.

—Por que usou o verbo no passado? Diz logo antes que você aprenda o porquê de eu estar segurando uma escova de madeira.

— Posso entrar? — Não respondi, apenas voltei pro quarto e me sentei estilo índio na cama cruzando os braços, ele parou a poucos centímetros de mim e segurou o violão, droga eu sabia e muito bem o que viria a seguir...

Acalme-se comigo
Cubra-me, me abrace
Deite-se comigo
E me segure em seus braços

Não Annabeth ele não está cantando KISS ME não ele não está...

E o seu coração está contra o meu peito
Seus lábios pressionados no meu pescoço
Eu estou mergulhando dentro dos seus olhos, mas eles ainda não me conhecem.
E com um pressentimento que vou desprezar, eu estou me apaixonando agora.

Tinha um sentimento por trás de cada palavra, podia perceber por sua voz perfeita que ele demonstrava emoção no que dizia e aquilo me deixava arrepiada e nervosa.

Me beije como se quisesse ser amada você quer ser amada, você quer ser amada
Isso é como se apaixonar
É como se apaixonar, nós estamos nos apaixonando.
Acalme-se comigo
E eu serei a sua proteção, você vai ser minha dama
Eu estou aqui para manter você aquecida
Mas eu estou frio à medida em que o vento que sopra
Então me segure em seus braços

Não me preocupei se alguém poderia escutar ou não. Eu estava sem reação alguma pra me preocupar com as consequências.

Sim, eu tenho sentido tudo
Do ódio ao amor, do amor à luxúria, da luxúria à verdade
Eu acho que é assim que eu conheço você
Então eu te abraço apertado para te ajudar a desistir

Me beije como se quisesse ser amada
você quer ser amada, você quer ser amada
Isso é como se apaixonar
É como se apaixonar, nós estamos nos apaixonando

Ele terminou a música e me obriguei a ficar de pé, ali olhando em seus olhos não pude ficar com raiva dele e quando percebi eu não estava.

— Percy isso foi lindo mais...

—Eu não terminei. — ele me cortou largando o violão no canto do quarto e ficando centímetros do meu rosto, seu perfume era viciante.

— Desculpa por ter batido no Jason, vendo ele te tocando me deixou maluco de raiva e eu simplesmente coloquei pra fora sem pensar no que estava fazendo. A verdade é que isso tem se tornado constantemente repetitivo e eu não sei exatamente o que acontece quando eu estou perto de você mais eu sinto meu estômago virar gelatina amassada por pinguins e...

— Pinguins?

— Eu não sei viu? Eu falo coisas sem sentido eu faço coisas sem sentido. Todos estão tentando nos juntar quando tudo o que preciso fazer é confessar que eu estou...

—Apaixonado por mim. — terminei a frase por ele — Ual.

— Isso, eu me sinto assim... me diz por favor que sente o mesmo?

— É eu sinto... — confessei — arrepios, nervosismo, coisas no estômago, vontade de te fazer ciúmes, é Percy eu sinto sim, mais e agora?

— Agora? — seu sorriso deixava seus olhos brilhando, uma de suas mãos chegou a minha nuca e a outra agarrou minha cintura fazendo nossos corpos colocarem ao mesmo tempo em que um gemido abafado saia de meus lábios. — Agora você é minha.

—Sua o que?

—Minha namorada.

—Não recebi nenhum pedido. — Seu nariz brincava com meu rosto e não pude evitar fechar os olhos e me entregar aos pequenos espasmos que me eram proporcionados, quando ele finalmente tocou meus lábios foi apenas um selinho que ele finalizou mordendo minha boca.

— Ainda precisa de um.

— Seja lá quando for pedir, a resposta é sim. Pode me beijar agora?

— Como quiser Chase.

Mal vi que horas eram só sabia que ele ia ficar no meu quarto por mais um tempo... Talvez um longo tempo.