Acompanhados escrita por Fenix


Capítulo 1
Nova Casa


Notas iniciais do capítulo

Essa história foi betada pela Lua Martins.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/410414/chapter/1

- Não... Não... - Diz uma menina chorando no canto da sala escura.

O local é de madeira com colunas suportando o teto, o chão é meio úmido, não é possível ver direito, além de alguns feixes de luz que surge dos espaços da madeira no teto.

A menina está agachada e encolhida, ela tenta controlar sua respiração que está ofegante, seu cabelo ruivo é visto quando chega para frente e olha o local, o raio de luz ilumina seus olhos castanhos e fundos de tanto chorar. Kerry encosta-se novamente na parede do lado de um pequeno armário, ela põe as mãos na boca ao ouvir passos se aproximando.

Um homem passa debaixo do feixe de luz, seu rosto está coberto com uma máscara de esqui, ele olha para os lados em silêncio. Kerry fecha os olhos, as lágrimas escorrem por seu rosto. Ela não consegue se manter calma por mais que devesse, o pânico toma conta de seu corpo e ela já não sabe mais como controlar a tremedeira de suas mãos. O homem pega um facão em cima da mesa de madeira, a lâmina arrasta no fim, fazendo um som agudo, ele olha para o armário, seus olhos são castanhos, ele encara friamente o armário.

Kerry abre os olhos e continua quieta, prendendo a respiração, ela decide inclinar-se para frente, seu rosto vai se revelando na luz, quando olha para frente, não havia ninguém, Kerry olha rapidamente para os cantos, procurando-o, assustada por tê-lo perdido de vista.

De repente o armário é empurrado contra ela, Kerry dá um grito saltando para frente, no entanto sua perna quebra-se ao ser prensada contra a parede. Ela põe as mãos na panturrilha gritando de dor, o osso rasga a pele e o sangue vai se espalhando com rapidez.

O homem sai do lado do armário e a encara no chão.

- SOCORROOOOOOO... ALGUÉM ME AJUDA, POR FAVOR,,, SOCOOOOOORRO...! - Kerry puxava sua perna, a pele vai se soltando cada vez, o sangue forma uma enorme poça debaixo das pernas dela.

O homem se aproxima com calma, admirando o sofrimento de Kerry. Ela fecha os olhos dando um grito sem fim, a pele vai soltando da carne lentamente, a ardência vai aumentando, Kerry para de puxar depois de uma imensa dor, ela olha para o lado e o encara.

- Por favor, me deixe ir... Por favor... - Ela chora sem parar - Por favor...

Ele estica os braços para pegá-la, Kerry grita desesperada batendo contra seus braços, ele a segura com brutalidade, Kerry ainda debatia-se, ele ergue seu tronco e pisa no osso exposto de sua perna.

Ela arregala os olhos gritando, fecha as mãos na camisa dele e então vai fechando os olhos devagar, até para de se mover, ele a puxa três vezes com força e tirando metade da pele da perna de Kerry, ele vai arrastando-a para dentro da escuridão.

Kerry abre os olhos devagar depois um tempo, ela avista com sua visão embaçada, uma luz no teto, em seguida fecha os olhos de novo. Quando os abre, tenta levantar a mão, notando então que estava presa na mesa de madeira. Olha para o lado e começa a se debater com mais frequência.

- Não... Não... - Ela tentava puxar sua mão do ferro que prende seu pulso na mesa - Droga... - Kerry para de se debater.

Sua testa está suada, sua blusa branca com manchas de sangue e bem suja, Kerry fecha os olhos negando, quando os abre, depara-se com o assassino bem a sua frente, ela dá um grito desesperador.

- Me solta... Por favor... Por favor... O que foi que eu fiz pra você? - Ela grita.

Ele pega uma faca e admira a lâmina com os dedos, Kerry chora o observando.

- Você é um lunático... É um lunático de merda... ME TIRA DAQUIIII...

Ele vira-se para ela e a encara suavemente, Kerry nega com a cabeça.

- Não... SAI DE PERTO DE MIM... NÃÃÃÃÃOO

Ela esquiva-se para o lado o máximo que podia, ele enfia de repente o bisturi na lateral da barriga de Kerry, ela grita inclinando-se para frente, ele retira e o sangue passa a sair. Kerry fica chorando e soluçando, ela não conseguia se debater como antes, o assassino vai para o outro lado e encara seu rosto.

- Não... Você não precisa fazer isso... Não precisa...

Ele tenta segurar seu rosto, Kerry fica virando o rosto impedindo-o, irritado, o assassino enfia o bisturi um pouco acima da cintura. Logo grita estufando o peito de dor, ele rapidamente segura seu queixo, ela tentava se soltar, o homem retira o bisturi e o leva até perto dos olhos de Kerry.

Ela fecha os olhos chorando, ele passa a lâmina debaixo de seu olho, cortando um pouco a pele, Kerry da um grito.

- Eu não queria nada disso... Não queria... - Ela diz - Por favor, não me mate... Eu não tive culpa... E-eu tentei salvá-lo, mas...

Ele faz outro corte, Kerry trinca os dentes de dor.

- Eu não tive culpa... - Kerry diz chorando sem parar - EU NÃO TIVE CULPA SEU MISSERÁVEL!

O assassino naquele instante enfia o bisturi na lateral da cabeça de Kerry, matando-a, ele solta sua cabeça e afasta-se de cabeça baixa. Os olhos dela ficam abertos e imóveis, o sangue começa a escorrer pela mesa.

ACOMPANHADOS

Anos depois

Um carro preto esportivo corre em alta velocidade por uma estrada cercada pela mata. Bruna Mozzi, uma jovem de 21 anos, cabelo com raiz preta e pontas castanho, usando um vestido branco um pouco acima dos joelhos e uma jaqueta de couro vermelha. Está no banco do carro olhando para sua mão que tinha uma aliança no dedo, ela da um sorriso olhando para o lado. Felipe Machado, seu recente Marido de 22 anos, está dirigindo o carro, ele de cabelo escuro arrepiado e blusa branca simples, olha para Bruna e a beija rápido.

- Nossa primeira casa juntos... Está ansioso? - Pergunta Bruna.

- Com certeza - Ele diz, com uma voz suave e calma - Não fomos para nossa lua de mel, é bom essa casa valer apena!

- Ela é enorme, muitos quartos, vamos poder usar todos - Bruna dá um sorriso.

Felipe sorri mantendo a atenção na estrada.

- Já ligou pra sua mãe? - Ele pergunta.

- Não, ainda não - Bruna bufa, ergue a cabeça e folga-se no banco - Ela vai ficar perguntando várias coisas, e falando da vizinhança... Não tenho paciência pra isso não!

Felipe dá uma rápida risada.

- É a sua mãe!

- Eu sei, mas ela me irrita com esse instinto superprotetor dela - Diz Bruna- Não é porque ela é paranoica com essa coisa de vizinhos que eu também devo ser!

- O que ela disse sobre irmos morar na outra cidade?

Bruna Mozzi respira fundo, ela leva sua visão para o lado e observa os raios de sol passando pelos galhos das árvores.

- Ela não gostou da ideia... Disse que é muito perigoso e blá blá blá... - Diz Bruna - Sabia que ela uma vez ficou sem falar com a vizinha achando que ela roubou a pá de lixo lá de casa?

- Ela não fez isso - Diz Felipe, rindo.

- Fez sim - Bruna dá uma risada olhando para ele - Ela é ótima e tudo mais, eu a amo, mas de vez em quando ela me irrita totalmente!

Felipe nega a cabeça rindo. O carro vira a esquina e já estão quase chegando à cidade, Bruna fica com o celular em mãos, ela o encara pensativa.

- Amor, vou abastecer, você podia aproveitar e ligar pra ela - Diz Felipe.

- É, eu acho melhor... Mas se ela começar a falar eu digo que a ligação caiu e estamos sem sinal até o natal - Diz Bruna.

Felipe dá uma risada.

- Não faça isso - Diz Felipe.

- Ela vai ficar ligando todo dia, vamos tirar o fio do telefone toda noite - Diz Bruna.

O carro estaciona no posto, Felipe sai do carro, Bruna continua sentada, ela respira fundo e olha para o celular, procurando na lista de contatos, encontrando "Mãe", Bruna desliga o celular pondo a mão na testa. Ela morde o lábio pensativa, por mais que quisesse ligar para seus pais e dar notícias, Bruna prefere esquecer e ignorá-los. Felipe adentra no carro e bate a porta.

- Falou com ela? - Ele pergunta.

- Falei - Bruna Responde - Ela disse a mesma coisa de sempre - Ela revira os olhos.

- Pelo menos você ligou, e isso que importa- Ele toca em seu rosto e a beija.

Felipe põe o cinto de segurança e sai com o carro. Bruna fica quieta todo o resto do caminho, Felipe olha para ela estranhando, no entanto não chega a conversar, ele respeita seu silêncio.

-----------------------

Eles chegam à cidade e entram na rua da nova casa, Bruna observa as pessoas nas calçadas, algumas correndo, o sol fazia alguns vizinhos se banheira nas piscinas de plásticos no jardim da frente. Felipe estaciona a casa em frente à garagem, um homem está encostado no carro falando ao telefone, Felipe e Bruna saem do carro, ela para em frente ao veículo e Felipe vai falar com o homem, os dois voltam até Bruna.

- Olá senhorita - Fala Freddy, apertando a mão de Bruna - Sou o corretor Freddy Mcklyn, estou aqui para entregar a chave da casa para vocês!

O casal admira a enorme casa que comparam, com três andares, varanda, toda reformada, com as paredes brancas e colunas em prata, até a porta de aço brilhante. Um pequeno lago e um jardim alegram a frente da casa, atrás, uma piscina redonda enorme, com área para churrasqueira e sauna.

- Bem, vamos entrar? - Freddy os guia para frente da casa.

Bruna caminha de mãos dadas com Felipe, ela abraça seu braço e o beija enquanto caminha. Em seguida Bruna olha para o chão, observando o lago que passava por debaixo da passarela de madeira envernizada. Freddy empurra a porta, abrindo-a, a casa já esta toda mobilhada, os móveis são bem atuais, quando não brancos, são pretos.

- Nossa - Bruna dá um sorriso olhando o lustre na sala de estar, feito de vidro.

- Bem, já deixei a geladeira ligada para vocês, assim como a piscina para encher e também o aquecedor, vocês não sabem o quanto aqui faz frio de noite - Diz Freddy - Se ligarem o ar-condicionado geral, vão acabar congelando aqui dentro! - Ele brinca.

Bruna dá um breve sorriso de canto e desvia seu olhar de Freddy.

- Alguém chegou a entrar aqui além de você? - Pergunta Felipe, se aproximando após ter ido à cozinha.

- Não, por quê? - Pergunta Freddy.

- A bica estava pingando e a porta pra piscina estava aberta - Felipe responde.

- Ah, deve ter sido eu sim, mil desculpas - Diz Freddy.

- Tudo bem - Felipe dá um sorriso.

- As chaves! - Freddy o entrega - Boa sorte com o imóvel, meu rapaz!

- Obrigado - Felipe o segue até a porta.

Eles apertam as mãos e Felipe bate a porta. Ele caminha até Bruna que está deitada no sofá de couro branco, ele deita ao seu lado, cabem os dois ali e ainda sobra espaço.

- É, agora começou oficialmente - Diz Bruna.

- Pois é - Diz Felipe.

Eles se olham.

- Você foi demais comprando essa casa - Diz Bruna.

- Eu sei, tento o possível - Ele afirma.

Bruna da uma risada.

- Você é muito bobo, sabia?

- Eu tento!

Bruna o beija, Felipe sobe sua mão pelas costas dela levando-a até a nuca, Bruna retira sua blusa, ele continua a beijá-la, os dois caem do sofá e dão uma rápida risada.

- Vamos guardar pra mais tarde - Diz Bruna.

- Por que mais tarde?

- Amor, temos que trazer as coisas pra dentro da casa - Diz Bruna.

- Droga, esqueci disso - Diz Felipe - Tá bem, vamos lá!

Eles levantam do chão e caminham para porta.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Ainda estou escrevendo a história, e tenho apenas a elogiar o trabalho de Lua Martins, ótima beta!
Está sendo incrível trabalhar ao lado dela o/



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Acompanhados" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.