Sempre Ao Seu Lado escrita por HR


Capítulo 11
Capítulo 11 - Fim da Guerra




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Damon

Eu a vi sendo levada por aqueles idiotas sem coração. E pensar que uma vez eu já fui assim, frio. Olhei para Caroline que chegava com uma caixa branca de alça vermelha. Ela a abriu e pediu para tirar a armadura e levantar a camisa. Assim fiz; tirei aquela armadura pesada e joguei no chão. Levantei a blusa até a altura do machucado, vi Stefan desviar o olhar. Fitei por um tempo a ferida, lembrando do momento em que Elena correu até mim.

-Nossa! Isso tá horrível! – exclamou Caroline olhando a fenda no meu quadril, um pouco enjoada pelo tanto de sangue que saía.

-Meu Deus! – Stefan falou boquiaberto – As espadas são tão afiadas assim?

-Quer experimentar? – sorri, apontando pra minha espada que estava no chão, coberta de sangue.

-Não, obrigado. – Stefan deu um meio sorriso e fitou novamente minha ferida.

-Não vai doer nada... – falou Caroline com calma, pegando um líquido da caixa e abrindo.

       Senti o líquido entrar em contato com a minha ferida exposta. Berrei. Berrei como nunca tinha berrado antes. Foi uma dor horrível, insuportável. Chegaram a sair lágrimas de meus olhos e percebi que estava arfando de dor e gemendo. Caroline passou um pano para limpar e fez o curativo rapidamente. A expressão de Stefan fora a mesma do início ao fim; aflição.

-Doeu? – perguntou Caroline sorrindo sarcasticamente.

-NÃO! QUASE NADA! – falei com raiva, ainda gemendo.

-Desculpa... – Caroline sorriu. – Quero ver a sua perna agora...

-Quê?! Não! Deixa assim, vai cicatrizar sozinho.

-Mas pode ficar infeccionado!

-Deixa ficar. – resmunguei.

-Nada disso, vai. Levanta a calça ou tira ela de vez.

-Hei! – disse Stefan atrás de Caroline – Eu estou aqui ainda!

       Caroline riu assim como eu. Ela começou a levantar a minha perna da calça até o joelho. Fiquei olhando atento para já me preparar para a dor novamente. Na perna a ferida não era tão grave, havia apenas um corte como se fosse de uma faca, só que um pouco mais fundo, com a marca da ponta da flecha. Caroline faz o mesmo processo e dessa vez eu não berrei, mas trinquei os dentes com força, gemendo. Depois ela botou o curativo e abaixou a calça.

-Prontinho. – Caroline sorriu e se levantou.

-Só faltava ter sido acertado no... – Stefan diz gozadamente.

-Stefan, ainda há uma dama aqui entre vocês. – Caroline o cortou, rindo.

            Sorri.

-Caroline, me faz um último favor? – perguntei.

-Claro, fala.

-Você vai mesmo com Elena amanhã?

-Vou. Eu não quero deixar ela sozinha... Por quê?

-Eu quero que... Grava vídeos da gestação dela. Eu não quero passar esse tempo totalmente em branco. Faz isso pra mim?

-Pode deixar. – ela sorriu e me abraçou.

-Obrigado.

-E você, grava vídeos do Stefan. Não quero ele se aproximando de nenhuma princesinha metida daqui.

-Hei! Eu ainda estou aqui poxa! – Stefan repetiu.

         Caroline se virou e abraçou Stefan, seguindo com um beijo longo. Desviei o olhar, olhando para as janelas do castelo procurando a janela de Elena, sem sucesso. Me levantei e peguei a armadura e a espada. Caminhei mancando até onde havia a guerra, que agora estava praticamente acabada. Até me assustei ao ver a quantidade de corpos estirados no chão. Fui até George, que estava tomando água, com um corte no rosto e seu braço sangrando.

-Onde você esteve? – perguntou.

-Cuidando do que é meu.

-E o que era teu?

-Ainda é. Elena. – Olhei ao redor.

-Ela se meteu aqui no meio da confusão? Ela ficou ferida?

-Não, ela está bem. Fui só me despedir dela.

-Fugiu da guerra? “Fracote”.

-Se ser “fracote” é  salvar a vida dela, então que seja.

-Você devia ser mais duro com ela, mulheres aprendem tudo na marra.

-Você já se apaixonou, por acaso?

-Acho que já...

-Acha? – Olhei para ele incrédulo. – Me responde uma coisa: Você daria a sua vida por essa tal mulher?

-Claro que não!

-Então não era amor. – Olhei para sua expressão, vendo que seu rosto relaxara, pensativo.

Vou até o depósito, pego a minha garrafa de água e tomo-a de uma vez só. Vejo Frederick entrar. Ele era o tipo de cara que é considerado o mais fraco e era humilhado por isso. Eu e George, éramos os únicos amigos considerados por ele. Ele estava todo arranhado no rosto e pelo que eu via, nas costas também. Ele pega a sua garrafa de água e toma-a toda.

-Fui bem? – perguntou.

-Desculpe, eu não o vi lutando.

-Ninguém vê! – ele se alterou.

-Não, não. Eu não vi porque estava ocupado com outra coisa... Desculpa.

-Não faz mal, já estou me acostumando. – Ele sentou no feno, ficando de frente pra mim.

-Se toda guerra for assim, venceremos sempre. Aqueles troianos não passam de um bando de bananas! - Fred solta uma gargalhada.

-Damon, por que você sumiu de repente? Estava ocupado com o que além da guerra?

-É complicado...

-É uma mulher?

-É.

-Mulheres são complicadas...

-Já teve essa experiência?

-Estou apaixonado. Mas não adianta insistir, ela não vê futuro em mim e eu não vejo em nós.

-E vai desistir sem tentar? - Pergunta Fred indignado.

-E nem adianta! Eu não tenho força!

-Mas tem um coração. – comento.

-Você é sempre sentimental assim ou só agora?

-Nem sempre, então aproveita.

-Mas então o que eu faço?

-Ela sabe que você gosta dela? - Fred pergunta decisivo.

-Não sei...

-Já mandou flores pra ela? - Fred diz num tom meio óbvio.

-Uma vez eu colhi flores do campo, mas as abelhas me atacaram bem na frente dela. Não olhei pra ela por uma semana, por vergonha. E não ri!

  -É porque você deu flores do campo, eu acho. – comento ainda segurando a risada que está entalada em mim.

-Eu sou uma tragédia!

-Não, não é.

-Sou sim, eu sempre estrago tudo caramba!

-Eu também era assim. - Suspiro.

-Não parece. – ele falou incrédulo, dando de ombros. - Você é o cara mais legal, bondoso e divertido daqui!

-As aparências enganam... Eu era a pessoa mais horrível que você poderia imaginar, sabe? Eu era cruel, feri pessoas fisicamente e não era em guerras como essas, e também feri muitas sentimentalmente, tinha destruído completamente as chances com Elena. Mas de pouco em pouco, ela me transformou. Me transformou em... Completamente ao contrário do que eu era por isso eu sou assim hoje.

-Cara, pare. Antes que eu me apaixone por você. -  Fred me surpreende.


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