De repente, esqueci de tudo e de todos. Corri até o local onde deixará Mía. Ela estava caida no chão, um filho de Ares apontando uma faca para ela. Com raiva, arraquei a faca dele e gritei:

– FICOU LOUCO? POR QUE FEZ ISSO? - Atirei a faca longe e me ajoelhei ao lado de Mía. - Voce está bem?

– Estou bem... - Ela tentou se lavantar, mas caiu novamente no chão. Havia um profundo corte em sua perna. Levantei para encarar o filho de Ares.

– Maldito - Murmurrei

– Ela é uma mortal. - Ele retrucou

– Saia daqui. - Ordenei. Ele obedeceu.

– Vamos embora Mía. - Ajudei ela a se levantar.

– Voce não pode ir embora. - Annabetch disse em tom baixo.

– Eu vou embora.

– Mas ele...

– Dane-se Kairos. - Tirei o cabelo do olho - Eu me viro.

– Nico! - Quiron me chamou

– O que?

– Voce não vai embora.

– Vou sim.

– Não vai. Não permitirei.

Olhei para Mía.

– Então ela vai ficar. Vai ficar aqui no acampamento.

– Não! - Quiron e Annabetch responderam em unisono.

– Então, me recuso a ficar por aqui. Tchau. - Me virei.

– Espera. - Quiron relinchou - Tudo bem, ela pode ficar. Mas voce vai se responsabilizar.

– Combinado.

. . .

Depois do jantar, eu e Annabetch fomos visitar Percy e Mía na ala de enfermagem. Mía estava com a perna enfaixada, mas estava bem. Na verdade a enfermeira acabará de desenfaixar a sua perna. Mesmo estranhando que ela não seja semideusa, cuidou dela. Porem Percy ainda estava mau. Seus ferimentos estavam melhores, mas inda estava mau. Deixei Percy e Annabetch a sós e levei Mía para o meu chalé. Não sei como Quiron permitiu que Mía ficasse comigo no acampamento. Muito menos no meu chalé. Kairos deveria ser mesmo uma ameaça.

Annabetch havia emprestado roupas para Mía. Ela foi direto dormir. Fiquei jogando video-game, até dar sono. O problema é que eu não ficava com sono.

– Nico. - Alguem cutucou minhas costas. Parece que Mía acordou - Por que estou aqui?

Olhei pra ela com um tanto de pena.

– Não podia deixar voce voltar a viver na rua. - Respondi, com a voz fraca.

Ela me olhou bem nos olhos.

– Obrigada.

Naquele momento senti algo estranho. Algo que nunca havia sentindo antes. Senti vontade de rir e chorar ao mesmo tempo. Não. Não pode ser. Eu... eu... estava apaixonado.

– Eu amo voce. - Declarei sem pensar.

Estudei a expressão dela. Não sabia extamente o que fazer. Não sei nem por que falei aquilo. Agora ela nunca mais vai querer falar comigo e...

– Eu tambem amo voce. - Ela respondeu num sussurro.

Meu coração deu um pulo. Ela me ama. Me ama.

Me aproximei de seu rosto. Eu estava quase lá quando ela recuou.

– O que foi? - Perguntei meio decepcionado.

– Nunca beijei antes... Acho... Não me lembro... - Ela ficou sem graça.

Sorri.

– É facil. - Me aproximei dela de novo. Dessa vez ela não se afastou. Então, encostei meus labios nos dela. Ela ficou tensa, como se aquilo fosse mata-la. Os punhos cerrados e o corpo duro. Aos poucos foi se soltando. Até que senti sua mão em meu rosto, então em minha cabeça, acariciando meus cabelos. Então ela sorriu e sentou-se no meu colo. A abracei com mais força.

De repente alguem arrombou a porta do chalé.