Fazendo Meu Filme 5 - O Casamento Da Fani escrita por Gabriela


Capítulo 36
Capítulo Bônus II


Notas iniciais do capítulo

olá, amoreees

to bem feliz hoje, então to compensando postando um capítulo pra vocês ficarem felizes também ♥

nos vemos lá embaixo!



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"Porque talvez

Você será aquela que me salva

E no final de tudo

Você é minha protetora"

 

Wonderwall - Oasis

—x-

Mel

 

Encarei meu namorado, que dirigia nervoso em direção à casa dos meus pais, numa área mais tranquila de Los Angeles. 

 

— Não precisa ficar com medo, meu pai te viu crescer, ele gosta de você!  - o tranquilizei. Ele estava nervoso, embora já tivesse encontrado meus pais várias vezes.

 

— Ele gostava de mim, antes de eu resolver namorar a filha dele. E ele disse que queria conversar especificamente comigo! Ele nunca disse nada sobre o nosso relacionamento e agora quer conversar? Eu tenho sérias dúvidas se sairei vivo daquela casa.

 

— Rafa, não seja bobo! - eu disse, acariciando a sua nuca com a minha mão.

 

— Eu conheço seu pai, Mel. Não vem você me dizer que acha que ele vai pegar leve. 

 

— Eu reconheço que ele pode, sim, ser meio difícil no início, mas o fato de ter te visto crescer e você ser filho da tia Gabi ajuda muito. - segurei sua mão livre, tranquilizando-o - Vai ficar tudo bem, você vai ver.

 

Estacionamos na frente da casa e descemos, o Rafa parecia uma gelatina de tanto que tremia. Minha irmã abriu a porta com um sorriso enorme, quase me sufocando com a força do abraço.

 

— Olá, Emma. - falei, depois que recuperei o ar.

 

— Eu estava com tanta saudade! Você me trocou pelo Rafa! - reclamou, abraçando o meu namorado, mas de forma menos assassina.

 

— Sinto muito por isso, Em. - desculpou-se o Rafa, bagunçando os cabelos castanhos da minha irmã mais nova.

 

— Vamos entrar logo, antes que a mamãe infarte. - sugeri, já adentrando a casa, com o Rafael logo atrás de mim.

 

— Mãe? Pai? Chegamos! - gritei, andando pela casa.

 

— Eles estão lá no fundo. - explicou a Emma, se dirigindo para o quintal.

 

Depois que a Paloma se formou em Arquitetura, a primeira coisa que ela fez foi assinar um projeto para o quintal da casa dos meus pais, projetando uma área com piscina, churrasqueira e tudo o que se tem direito.

 

Desde então, esse tem sido o local preferido da casa de todos nós da família Santiago. 

 

— Já estava me perguntando a que horas vocês iriam chegar! - reclamou dona Fani, vindo em nossa direção.

 

Abri os braços, esperando por um abraço da minha mãe, mas ela desviou o caminho e abraçou o Rafa.

 

— Oi, mãe! Lembra de mim? Sou eu, a Mel, sua filha! - brinquei, balançando os braços e fingindo chamar sua atenção.

 

— Visitas primeiro, Melissa! Você já é de casa. - respondeu, se voltando para o meu namorado - Como você está, Rafa? Cansado do voo? 

 

O Rafael é piloto de avião. Isso até pode parecer legal, mas depois de algum tempo é meio chato ter que domir sozinha porque o seu namorado está no meio de um voo para o Japão!

 

— Tive um dia inteiro para descansar, dona Fani, cheguei na madrugada de ontem. - ele explicou.

 

— Larga desse dona, não sou dona de ninguém! 

 

— Então começaram sem mim? - perguntou papai, aparecendo atrás de nós.

 

— Pai! - exclamei, agarrando seu pescoço e quase o fazendo largar as cervejas que estavam em suas mãos.  

 

— Princesa! Me deixe só colocar as cervejas no freezer e eu volto para te dar o tratamento adequado, tudo bem? - disse, depositando um beijo na minha cabeça.

 

O Rafa estava mais tenso que nunca, então fui para perto dele, abraçando-o pela cintura e deixando um beijo em seu pescoço.

 

— Você está bem? - perguntei.

 

— Estou um pouco nervoso. - confessou, passando as mãos pelas minhas costas.

 

— Não se preocupe, Rafa. O Leo late, mas não morde. - mamãe disse, antes de seguir em direção à cozinha.

 

— Ela tem razão, não tem porque se preocupar. - concordou minha irmã - Eu tenho que buscar o Derek na casa de um amigo, já volto.

 

— Não demore, estou com saudades do meu príncipe!

 

Ficamos eu e o meu namorado sozinhos na área da piscina, ainda abraçados.

 

— Tem certeza de que está tudo bem? - perguntei novamente.

 

— Não se preocupe com isso. - confirmou, me dando um selinho.

 

Nos separamos e seguimos para a casa, meus pais poderiam precisar de uma mãozinha.

 

— Precisam de ajuda? - perguntou meu namorado, assim que entramos na cozinha.

 

— Eu adoraria uma ajudinha aqui no fogão e como a Mel é uma negação na cozinha, presumo que você seja o cozinheiro da relação.

 

— Acertou em cheio, mãe! - respondi - Vou ver se o papai precisa de ajuda lá na despensa.

 

Deixei meu namorado com minha mãe segui para onde nós guardávamos as compras. 

 

— Quer ajuda, pai? - perguntei, da porta.

 

— Seria ótimo. Pode começar com aquela sacola ali. - apontou com a mão um saco de papel encostado na parede.

 

— Claro. - concordei, arrastando a sacola pelo chão e sentando ao seu lado - Como nos velhos tempos.

 

Quado eu e a Emma éramos crianças, uma de nossas atividades favoritas era guardar as compras na despensa. Nós sentávamos no chão rodeadas por todos aqueles alimentos e organizávamos tudo nas prateleiras.

 

— Põe velho nisso. - brincou papai, me fazendo exclamar indignada.

 

— Se eu estou velha, você está muito mais! 

 

Touché. - levantou as mãos em sinal de rendimento, rindo.

 

Depois de algum tempo apenas guardando as coisas, chamei sua atenção.

 

— Pai, você pode, por favor, ser legal com o Rafa? Ele te respeita muito e sua aprovação significa tanto para ele e para mim. Eu o amo pai, e eu quero que você o ame também.

 

— Pequena, eu sei que posso ser meio difícil às vezes, mas tenha em mente que eu só quero a sua felicidade. - ele disse, me abraçando.

 

— Então vai dar uma chance para ele? 

 

— Não tem chance para dar, princesa. Eu conheço o Rafael, conheço os pais dele. Só vou manter a atenção caso ele te magoe de alguma forma, porque aí ele terá problemas.

 

Eu ri, beijando sua bochecha. 

 

— Ele não vai. - confirmei, guardando o conteúdo da última sacola de compras. 

 

Fomos para o quintal, mas no caminho fui surpreendida por um pequeno corpo que me agarrou pelas pernas, me impossibilitando de andar.

 

— Mel! 

 

— Meu amorzinho! - exclamei, o abraçando - Que saudade eu estava de você, príncipe.

 

Meu irmão mais novo, Derek, era meu maior amor. Eu fazia tudo por ele e para ele.

 

Quando o Derek nasceu, eu tinha dezoito anos e estava no primeiro semestre da faculdade. A diferença de idade não interferiu de forma alguma na nossa proximidade.

 

Me soltando do abraço, o pequeno disse:

 

— Senti sua falta.

 

— Eu também, irmãozinho! Tem muitas criancinhas doentes lá no hospital, então eu tive que dar um pouco de amor para elas também. - expliquei, lembrando o quão atarefada estive nos últimos meses na Pediatria.

 

— Tudo bem, Mel, eu sei que você tem que cuidar dos doentinhos. - ele disse, sorrindo - Cadê o Rafa? 

 

— Estava demorando! - comentou meu pai.

 

Meu irmão tem uma admiração sem limites pelo meu namorado, depois que começa a conversar com ele, não existe mais ninguém no mundo.

 

Parte disso se dá pela profissão dele, que fascina a mente infantil do meu príncipe pela possibilidade de poder voar para qualquer lugar.

 

— Ele está lá no quintal com a mamãe. - falei, ao passo que meu irmão saiu correndo antes mesmo que eu terminasse a frase.

 

— Estou perdendo todos os meus filhos para o Rafael! - brincou meu pai, me fazendo rir.

 

Seguimos para o quintal, onde minha mãe nos esperava com a mesa posta.

 

O almoço correu de maneira leve, com assuntos banais e tranquilos, e muitas risadas. Senti o Rafa relaxar ao longo do tempo, o que era ótimo.

 

Ao fim do almoço, eu e a Emma começamos a tirar a mesa, quando meu pai disse:

 

— Rafael, me acompanha? Vamos conversar um pouco.

 

— Pai... - comecei, mas fui interrompida.

 

— Claro. - meu namorado concordou, se virando para mim e deixando um beijo na minha testa - Já volto, amor.

 

Continuei no mesmo lugar, com a mesma cara de tonta, olhando o caminho que eles fizeram, em direção ao jardim da frente.

 

— Ele vai ficar bem. - sussurrou a Emma, me confortando.

 

— Melissa, seu pai não vai falar nada demais, tenho certeza. - concordou minha mãe, nos ajudando com o resto dos pratos. 

 

— Eu sei que não, eu conversei com ele. Mas, ainda assim, continuo não gostando dessa conversinha privada.

 

— Relaxa, mana. Vamos dar um mergulho! - convidou minha irmã, tirando a roupa que usava por cima do biquíni e caindo na água junto com o nosso irmão mais novo.

 

— Foi mal galera, fica para a próxima. - recusei, indo para a cozinha ajudar a mamãe.

 

— Você quer a sobremesa agora? Fiz pavê porque eu sei que você adora. - dona Fani disse assim que eu entrei na cozinha.

 

— Sim, mas deixa que eu coloco. - me ofereci, abrindo a geladeira e pegando a travessa com o pavê do congelador.

 

Depois de colocar duas porções em taças de sobremesa, uma para mim e outra para minha mãe, guardei a travessa novamente na geladeira e me sentei de frente à ela no balcão.

 

— Como estão as coisas entre vocês dois? - perguntou ela, colocando uma colher cheia de pavê na boca em seguida.

 

— Incrivelmente bem. 

 

— Esse sorrisinho não engana ninguém, Melissa. Desembucha. - apontou com a colher para o meu rosto.

 

— Ele me chamou para morar com ele. - falei, dando a última colherada no doce.

 

— E o que você disse? 

 

— Eu falei que precisava pensar, é um passo grande. Não quero me mudar e depois perceber que foi precipitado, e aí acabar prejudicando nosso relacionamento por conta disso. - suspirei, brincando com a colher na taça vazia.

 

— Entendo... Você já conversou com ele sobre isso? - perguntou, recolhendo as taças e as colocando na pia, visto que a lava louças já estava com os pratos do almoço.

 

— Sim, é claro. Ele disse que está seguro da decisão, mas que não vai me pressionar. Se eu achar que não está na hora, eu não me mudo.

 

Ela sorriu carinhosa, sentando novamente de frente para mim, e segurou minhas mãos.

 

— Querida, eu sei que não deveria estar dizendo isso quando a decisão é sua, mas  se quer saber minha opinião, acho que você deve, sim, se mudar para o apartamento do Rafael.

 

— Sério?

 

— Claro! Mel, eu nunca te vi tão feliz. Em todos os seus relacionamentos, eu nunca vi esse brilho no olhar que você carrega dia e noite desde aquela virada de ano. Você está feliz, eu vejo isso. 

 

— Obrigada por isso, mãe. Era o que eu precisava! - falei, inclinando meu corpo por cima do balcão e dando um abraço desajeitado na mulher que me gerou.

 

Mal me sentei novamente, papai e Rafa entraram pela porta da cozinha, seguidos da Emma e do Derek, ambos encharcados.

 

— Então quer dizer que tem pavê e ninguém falou nada? - reclamou papai, abraçando a esposa pelas costas. 

 

O Rafa sentou ao meu lado, relaxado e sorridente. Ao me encarar, sua expressão era clara: estava tudo bem.

 

Sorri, me levantando e pegando a travessa novamente na geladeira.

 

Depois de servir o pavê para todo mundo, me sentei, sendo acolhida pelos braços do meu namorado.

 

Passamos o resto da tarde ali, devorando toda a sobremesa e fazendo piadas uns com os outros.

 

Quando a noite chegou, eu e o Rafa nos retiramos, depois de várias reclamações da mamãe e do papai, que queriam que nós ficássemos para o jantar.

 

Recusamos, mas prometemos um jantar na próxima vez que viéssemos, o que não deveria demorar.

 

No caminho para casa, não resisti em perguntar:

 

— E então, o que o papai queria com você? 

 

— Primeiramente, soube que conversou com ele. Embora fosse desnecessário, agradeço. - começou, buscando minha mão no meu colo e levando-a até os lábios, deixando um beijo nas costas da minha mão.

 

— Eu só queria ajudar. - justifiquei, dando de ombros.

 

— E ajudou. Quero dizer, tenho certeza que ele não pegou tão leve assim com os seus outros namorados. - brincou - Nós conversamos sobre o nosso relacionamento, o que eu e você projetamos para nossa relação, minhas intenções com você...

 

— O comum a qualquer papo genro-sogro. - concluí.

 

— Basicamente. - concordou, com a atenção voltada para o trânsito.

 

— Por que eu não consigo acreditar em você? - perguntei, estreitando os olhos para ele, que me olhou rapidamente antes de virar na rua onde eu morava.

 

— É a verdade, juro. - riu, estacionando em frente ao prédio.

 

Eu ri, me inclinando e beijando sua boca.

 

— Quer subir? - perguntei, depois que nos separamos.

 

— Não, voê precisa pensar sobre o que eu sugeri e se eu for com você, a última coisa que vamos fazer é pensar.

 

— Mas aí quem vai me ajudar a carregar minhas coisas para o carro? - me fiz de inocente, esperando que ele entendesse.

 

— Por qual motivo você... - começou, mas a frase morreu assim que a compreensão o atingiu - Você está dizendo sim? Vai mesmo se mudar para o meu apartamento? 

 

 Balancei a cabeça em concordância e logo depois fui esmagada em um abraço, antes que minha boca fosse tomada por um beijo de tirar todo o meu fôlego.

 

— Vamos buscar suas coisas, depois resolvemos o que fazer com os móveis. - ele disse, assim que nos separamos.

 

Saímos do carro, andando juntos até a entrada do prédio e depois até o elevador, enquanto eu explicava:

 

— Não se preocupe com isso, já pensei em tudo. A Emma está saindo do apartamento que ela dividia com a amiga, então vai precisar de um lugar para ficar. 

 

— Você realmente pensou nisso. - observou, apertando o botão do meu andar.

 

— Sinto muito por não ter te falado antes, mas eu queria estar segura de que essa é a decisão certa. Nós estamos juntos a quase um ano e já vamos morar juntos, é meio rápido.

 

— Eu sei, mas depois de passar um ano guardando todos aqueles sentimentos, eu realmente não quero esperar até que se torne socialmente aceitável.

 

Sorri, pois sabia exatamente do que ele falava. O ano anterior ao início do nosso relacionamento foi um verdadeiro sofrimento. Ter que manter a sete chaves tudo que sentíamos não foi fácil.

 

Chegamos ao sétimo andar e fomos rapidamente até o meu apartamento. Lá dentro, só fiz pegar as malas que eu tinha ali e colocar o máximo de roupas que coubesse. Deixaria para buscar o resto depois que me instalasse definitivamente no apartamento do meu namorado.

 

Seguimos até o carro, cada um levando uma mala, o sorriso quase nas orelhas.

 

Era a decisão certa, afinal.

 

—x-

 

Não muito distante dali...

 

Fani 

 

— E então, foi tudo tranquilo com o Rafael mesmo? - perguntei, me aconchegando no peito do meu marido, que me fazia um carinho na cabeça.

 

— Foi. Conversamos um pouco sobre o relacionamente deles e ele comentou que tinha convidado a Mel para morar com ele e ela ainda não tinha dado uma resposta.

 

— Ah, a Melissa me falou sobre isso. - comentei.

 

— Surpreso mesmo eu fiquei quando ele me pediu para casar com ela. - o Leo comentou, num tom de voz tranquilo, como se falasse do tempo.

 

— Ele o que? - quase gritei, levantando e encarando meu marido.

 

— Ele queria minha aprovação para pedi-la em casamento.

 

— Mas é muito cedo! 

 

— E foi exatamente o que eu falei. - meu marido disse, me puxando de volta para onde eu estava - Mas aí ele me tranquilizou, dizendo que não planejava pedir por pelo menos mais um ano, mas que queria deixar claro desde agora que a intenção dele era casar com ela. 

 

— Ele disse isso? - perguntei, surpresa, levatando a cabeça para encarar meu marido. 

 

— E muito mais. O cara me convenceu, não posso negar. Mas ele pediu que nós  mantivéssemos em segredo. 

 

— Claro. - concordei, ainda atordoada. 

 

— Não se preocupe, ainda temos pelo menos seis meses pela frente antes que ele se sinta realmente tentado a fazer o pedido.

 

— Como você sabe? - perguntei.

 

— Bem, eu morei com você por cerca de oito meses. A partir da metade desse tempo, eu não conseguia pensar em mais nada além de casar contigo. Imagino que ele resistirá um pouco mais.

 

— Eu já disse que te amo hoje? - perguntei, com um sorriso de orelha a orelha.

 

— Hmmm... - ele fingiu pensar - Hoje ainda não.

 

Então eu disse, várias e várias vezes.


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Notas finais do capítulo

e é isso, espero que tenham gostado! quero comentários!

até semana que vem (se tudo der certo) com o próximo bônus, um beijo!