“Família é onde a nossa história começa” – Desconhecido

Gabi

O casamento havia sido lindo e a festa fantástica! Minha princesinha estava um pouco agitada, então resolvi levá-la para tomar um ar no jardim e ia aproveitar para ver se a Priscila e o Rodrigo ainda estavam se agarrando por aí.

Estava andando pelo jardim, segurando meus sapatos na mão e ao mesmo tempo ninava uma sonolenta Paloma em meu colo. Procurava um lugar para sentar quando vi a Pri e o Rô no maior amasso num caramanchão que havia ali. Soltei uma risadinha baixa e andei em direção a um banco perto (mas não tanto) dali. Coloquei minhas sandálias de salto no chão e me sentei, ajustando Paloma para que ficasse em uma posição confortável em meus braços.

Minha filhinha tinha quase dois anos e era uma fofura, toda gorduchinha! Seus olhinhos eram de um lindo do tom de verde, iguais ao do pai. Já seus cabelos eram negros como os meus. Tinha, ainda, meu nariz e a boca de Victor.

Uma perfeita mistura de nós dois.

Passei a mão de leve por seu rostinho macio e um sorriso cresceu em meus lábios. Paloma era meu maior tesouro, um presente dos céus para mim.

Ouvi alguém se sentar ao meu lado e levantei os olhos, encontrando meu marido me encarando enquanto dava aquele sorriso. Sorri de volta e ele me deu um beijo casto nos lábios, com cuidado por conta de Paloma, que dormia em meus braços.

– Quer ir para casa? Está cansada? – ele perguntou-me. Victor era o tipo de cara atencioso, que se preocupava com o bem estar dos outros.

– Estou bem – respondi -, apenas cansada. Você quer ir?

– Só se você quiser, morena – ele respondeu, me chamando pelo apelido (super original, diga-se de passagem) que havia me dado. Ponderei.

– Acho que quero ir para casa, estou exausta. Que horas são?

– Três e meia. – ele respondeu, olhando em seu relógio que eu dei de presente em seu aniversário.

– Uau. Está bem tarde, acho melhor irmos. Você trabalha amanhã?

– Não, estou de folga, a não ser que apareça alguma paciente minha em trabalho de parto. - Victor era ginecologista e obstetra, então partos de emergência eram normais em seu dia a dia.

Lembro uma vez que estávamos fazendo um churrasco e ligaram lá do hospital para ele, que saiu correndo e largou tudo lá. Meu marido é realmente um médico muito esforçado, ele ama a profissão.

– Tudo bem então, vamos nos despedir da Fani - falei, pegando minhas sandálias.

– Dê-me ela – Victor falou, estendendo os braços para pegar Paloma. A entreguei e calcei meus sapatos.

Andamos o caminho de volta, mas fomos interrompidos por uma voz me chamando. Era a Pri, que vinha de mãos dadas com o Rô, eu não pude deixar de reparar. Disse a Victor que poderia ir na frente e eu já iria a seu encontro. Ele estava com nossa princesinha nos braços e ela não é o bebê mais leve do planeta.

– Já estão indo embora? – ela perguntou

– Sim, Paloma já dormiu e eu estou exausta – expliquei -, e vocês?

– Ah, nós vamos ficar mais um pouco, não é, Rô? – a Pri respondeu, olhando para o Rodrigo daquele mesmo jeito apaixonado de sempre. Sorri.

– Então vocês se acertaram? - perguntei

– Sim, a gente se resolveu – quem falou foi o Rodrigo, passando um braço ao redor da namorada(?).

– Fico feliz por vocês, mas tenho que ir. Me liga para a gente marcar algo, Pri. Beijos! Felicidades para vocês!

– Obrigada, Gabi – eles falaram, quase juntos.

–X-

Depois de ter me despedido de todos, fui falar com os recém casados, que curtiam um momento a sós na mesa, com um sorriso apaixonado em seus rostos.

– Desculpa interromper o momento, mas eu e o Victor já estamos indo, amiga. – falei, Victor já havia se despedido e fora para o carro, colocar Paloma na cadeirinha.

– Ah, não! Ainda está cedo, Gabi! – Fani reclamou

– Cedo para você, que não tem filho! Daqui a algumas horas Paloma me acorda querendo ver Peppa! – respondi, rindo.

– Que mentira, minha afilhada não faz isso! – o Leo disse, fazendo graça.

– Não, imagina! - brinquei. – Enfim, parabéns pelo casamento, vocês dois! Juízo nessa lua de mel, hein? Aproveitem muito e mandem fotos! Amo vocês! – eu falei, abraçando os dois ao mesmo tempo.

– Obrigada, Gabi. De verdade. – o Leo agradeceu, passando um braço pela cintura da Fani e depositando um beijo em sua bochecha.

– Que horas sai o voo de vocês, vou tentar ir me despedir no aeroporto, mas não prometo nada.

– Às nove. – Fani me respondeu e eu fiz uma careta.

– Nossa, isso é muito cedo! Mas prometo que vou tentar! Agora tenho de ir, Victor deve estar lá fora me esperando.

Despedi-me mais uma vez e fui para a saída, entrando no carro logo em seguida.

–X-

Ao chegar em casa, coloquei Paloma com cuidado na cama, depois de ter trocando sua roupinha cuidadosamente para que não acordasse. Foi uma tarefa difícil, mas eu consegui.

Tomei banho e coloquei minha camisola, deitando ao lado de Victor, já de banho tomado.

Estava pronta para dormir quando percebi que Victor me encarava com aqueles olhos verdes lindos.

– O que foi? – perguntei, confusa.

– Paloma está dormindo e esse é provavelmente o único tempo a sós que tivemos em semanas.

– Sim? – perguntei, querendo saber onde ele queria chegar. Ele sorriu malicioso.

– Vamos mesmo passar esse tempo dormindo? – perguntou, com um sorrisinho de lado.

– Tenho certeza que encontraremos algo para fazer... - respondi, maliciosa.

A noite só estava começando.