Friends escrita por Amsted


Capítulo 2
Capítulo 2 - Segredos Profundos


Notas iniciais do capítulo

Neste capítulo o foco se dá mais entre Shun e Hyoga. Acontecimentos que preocupam os personagens e mudam o rumo da História.



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Home - (Melanice C.)

 


Once upon a time - Era uma vez,

Before all this mess began - Antes de toda essa bagunça começar

I never felt alone - Eu nunca me senti sozinho

All now stolen - Por agora, sem nada

 


Capítulo 2

Segredos Profundos

Desde que chegara aos Estados Unidos, o pequeno rapaz sonhador não parou de pensar em um certo alguém. Uma pessoa muito importante. Não queria pensar nisso, lutava contra esse sentimento. Era errado, em todos os sentidos. Todavia era real e completamente novo. Talvez fosse alguma espécie de distorção das saudades que ele nutria por essa pessoa e assim deixava-o confuso sobre os seus sentimentos. Pelo menos foi nisso que ele preferiu acreditar.

 

“Jamais daria certo... “ Pensou Shun, enquanto relia a mensagem que recebera no dia anterior pelo celular. “No que eu estou pensando?”.

 

- Hei, Shun! – Seiya batia da janela que dava para a sacada do apê, local onde se encontrava o ex-cavaleiro de Andrômeda. Desde que chegaram Shun demonstrou grande afeição àquele luga (era como seu refúgio). – Posso comer seu café da manhã?

- Claro...

- Nada disso senhor Seiya! Shun! – Ikki empurrou Seiya e passou metade do corpo para a sacada, por entre um vidro que se abria e permitia o acesso. – O que pensa que está fazendo, Shun?

- Só estou sem fome, Ikki... Só isso.

- Você vai tomar seu café da manhã nem que eu o faça engolir! – Falou sério, olhando para trás vendo Seiya futucar no café-da-manhã do Andrômeda. – Seiya, já mandei largar essa comida!

 

Shiryu entrou de pressa, com a escova de dentes na boca e usando uma roupa típica oriental, da qual está acostumado a usar. Os outros olharam com certo repúdio para a vestimenta do amigo. Menos Shun, ainda estava distraído do lado de fora. Ikki foi o primeiro a falar.

 

- Shiryu, eu não tenho certeza, mas... é melhor usar umas roupas mais “ocidentais”.

- É cara, vai ficar parecendo um mané! – Disse Seiya.

 

O chinês verificou a vestimenta com a mão que tinha livre e sentiu certo desconforto por se desfazer dela. Quando terminou de escovar os dentes, prontamente trocou as antigas e tradicionais roupas por uma calça jeans e uma camisa branca pólo. Pegou a mochila com uns documentos para a inscrição e rumou para fora do apê.

 

- Gente, tenho que ir... estou mais que atrasado.

- Não vai tomar seu café? – Perguntou Ikki.

- Nem vai dar tempo, estou super atrasado!

- Posso comer então? – Perguntou Seiya, com os olhos brilhando de emoção.

- Você não tem fundos?! – Brincou Shiryu, fechando a porta.

 

 

Simple and surreal - Simples e absurdo

Was it a world of make-believe? - Foi um mundo de faz-de-conta?

You could take by the hand - Você poderia me pegar pela mão

And I'd follow - E eu acompanharia

-

Refrão:

Hear my voice - Ouça a minha voz

Did you see me coming? - Você me viu chegando?

I made the choice - Fui eu quem fez a escolha,

Now I'm running - Agora estou fugindo

Turn me round - Recarregue minhas forças

Let me go - Deixe-me ir

Take me home - Leve-me para casa

 

 

Um toque do celular, era outra mensagem. O ex-cavaleiro de Cisne estava preocupado com os amigos. Havia ficado no Japão e sem nenhuma notícia. Por algum motivo surpreendente ele havia anotado numa de suas agendas totalmente desorganizadas o número do celular de Shun e estava louco atrás dele. Desde o dia anterior, o ex-cavaleiro de Andrômeda recebera 12 mensagens de Hyoga, mas este não recebera nenhum retorno.

 

- Dia do Embarque -

 

Mensagem 1(18:00 ):

Oi Shun,procurei por você em toda a parte. Você viu o filme que estreou ontem? Estava pensando da gente ver, você disse que adora filmes assim. Eu estava querendo perguntar isso há muito tempo, o que houve que você está tão pra baixo?

Me Liga”

.

Mensagem 2(18:12):

Foi alguma coisa que eu fiz?”

.

Mensagem 3(19:37):

Se você não quiser falar, tudo bem... queria apenas te ajudar, somos amigos ou não? Eu já não sei mais, você some e não me responde!”

.

Mensagem 4(20:04):

Me desculpa tá, esquece a mensagem anterior! Eu estou que nem louco atrás de você, vou procurá-lo aonde quer que você esteja e você vai ter que me explicar toda essa palhaçada! Você não é disso! Tchau!”

.

Mensagem 5(22:00):

Esquece, não vai dar para ver o filme hoje. Cansei de te procurar, amanhã a gente conversa! Tenha uma ÓTIMA noite!”

.

Mensagem 6(22:02):

Desculpa, me liga... vou ficar esperando”

.

Mensagem 7(02:41):

Vou dormir, amanhã procuro por você. Cadê Shiryu e Seiya?”

.

Mensagem 8(05:56):

Não consegui dormir direito... cadê todo mundo? Só consegui falar com a Shunrei e ela não sabe de nada também. Estou preocupado, é sério! Aconteceu alguma coisa?”

.

Mensagem 9(08:14):

Você é um idiota! Eu sei que você está vendo as minhas mensagens”

.

Mensagem 10(09:01 - Mensagem do Café-da-Manhã):

Não pense que eu vou me desculpar, não dessa vez! Você está errado e sabe disso... Vocês todos estão me evitando por quê? Não confiam mais em mim... grandes amigos vocês são, somem e me deixam pra trás!”

.

Mensagem 11(09:25):

Desculpa, peguei pesado! Por favor, me liga!”

.

Mensagem 12(11:46):

Quer saber de uma coisa? Cansei... pra mim chega, não quero mais saber de nenhum de vocês, acabou a amizade! O dia em que eu encontrar com vocês vou dizer tudo que está engasgado... você principalmente me decepcionou muito, te confidenciei coisas minhas e eu acreditava em você... cheguei até a me importar, mas é essa a gratidão que recebo! Que fique bem claro que isso é um adeus.”

.

 

A raiva do guerreiro siberiano estava lhe rasgando por dentro. Mas o destino parecia querer brincar com seus sentimentos. Enquanto Hyoga procurava pelos amigos, Saori Kido, a reencarnação da Deusa Athena, estava cada vez mais voltada para o seu mundo de futilidades. Quando tudo ficou em paz, após diversas guerras santas, o espírito da Deusa Athena já não era tão presente na vida da senhorita Kido. O relacionamento entre ela e Seiya se tornou muito forte nos últimos períodos. Antes de viajar para os EUA, Seiya deixou uma carta para Saori com uma data de retorno. Ela sabia de tudo e alguma coisa não batia em toda essa história.

 

A senhorita Kido comprou imediatamente uma passagem para visitar o país norte-americano. Em seguida foi visitar o antigo apartamento de Seiya, tinha de verificar um determinado assunto por lá antes de ir. Era como se a vida dela dependesse daquilo. Hyoga, por sua vez, resolveu procurar o pessoal, nem que tivesse de revirar o apartamento dos seus amigos, começando pelo apê do Pégaso.

 

- Droga, Seiya! – Disse Hyoga enquanto revirava as cartas e documentos de Seiya, a fim de encontrar algum indício do paradeiro do amigo. De repente um barulho da porta se abrindo o chamou a atenção. – Quem está aí? Seiya?

- Hyoga? O que faz aqui? – Respondeu Saori, surpresa.

- Saori? Eu estava procurando por você também, onde estão todos?

- Uma história longa, te conto no caminho. – A menina ficara vermelha. Não sabia se era de vergonha ou raiva.

- Você está bem? Espera um pouco, se você já sabe onde está todo mundo, o que faz aqui no apartamento do Seiya? – O loiro arqueia uma sobrancelha perfeita para ela.

- Nada! – Disse rapidamente, recolhendo um pequeno embrulho, uma espécie de presente, na mesinha de cabeceira. – Vamos... vou comprar uma passagem para você vir comigo aos EUA, não posso deixá-lo aqui sozinho!

 

Saíram do apê, Saori deu carona para Hyoga e foi lhe contando tudo que sabia. Pelo que ela percebeu, o loiro realmente não tinha conhecimento de nada, foi tudo muito rápido. Desligado do jeito que ele é, sem o telefone nem nada dos amigos (afinal, com a velocidade que tem, se quisesse visitá-los o faria pessoalmente), acabou por ficar abandonado. Esse era de fato o sentimento que Hyoga carregava no peito. O rapaz se sentia traído pelos amigos, que o deixaram para trás. Sua visita aos EUA seria apenas para esclarecimentos, porém não tinha pretensão de perdoá-los.

.

.

A Universidade era próxima das casas deles, então foi fácil para Shiryu chegar lá. Estava um pouco atrasado em relação a programação que ele próprio fizera. Em sua agenda super organizada o jovem chinês jamais se atrasaria para os seus compromissos. Sua organização sempre foi um dos pontos em que Shunrei admirava no amigo.

 

- Oi, é aqui o curso de Arqueologia? – Shiryu disse no seu inglês quase perfeito.

- Arqueologia? Posso ver a sua pré-inscrição de matrícula? – Uma recepcionista muito simpática o atendeu.

- Claro, claro. – Retirou de sua mochila o documento.

 

Durante seus 4 anos de estudo na escola normal, o tempo em que as guerras contra Athena cessaram, o ex-cavaleiro de Dragão sempre se destacou na língua inglesa. Sua pronúncia é quase impecável, mas não foge de um pequeno sotaque (quase imperceptível numa conversa casual). A recepcionista analisou cuidadosamente o documento.

 

- Me desculpe senhor, mas houve um engano. O senhor se matriculou em Antropologia... Na verdade essa sua inscrição é válida tanto para Antropologia, é claro, quanto para Sociologia.

- Antropologia? Como dei um deslize desse... – Ele pensou na idéia. – Agora que já estou aqui não vou desperdiçar a bolsa...

- Em qual matéria o senhor pretende se inscrever? – Perguntou a menina, ainda de forma gentil.

- Pode me colocar em Sociologia... – Ele levou a mão à testa, como se analisasse um fato óbvio. – Teria a possibilidade de transferência de curso futuramente?

- Claro que sim senhor, mas você teria de cursar pelo menos 3 períodos do curso de Sociologia para fazer um pedido desses. Depois do pedido, o senhor faria uma outra prova de admissão e somente assim poderá ingressar em um outro curso.

- Está bem...

- O senhor receberá 500 dólares por mês, pelo que pude analisar aqui referente a sua bolsa. Você veio de transferência do Japão, não é?

- Sim, mas eu sou chinês na verdade.

- Ok.

 

No computador que tinha em frente a sua mesa ela cadastrou e oficializou a inscrição no curso de Sociologia na faculdade de Nova Iorque. Shiryu recebeu um número da conta do banco em que o valor da bolsa seria depositado. Também recebera um cartão que lhe dava acesso à alimentação gratuita dentro dos locais cadastrados pela faculdade.

.

.

Voltando para West Village – Nova Iorque, Ikki andava pelas ruas a procura de uma banca de jornal próxima. Após efetuar a compra, buscou imediatamente as páginas de classificados. Seu inglês ainda não estava aperfeiçoado, tinha um sotaque forte, mas seguiu pelos endereços mais próximos. Antes de viajar ele já tinha vários currículos prontos e os trouxe, pois sabia que precisaria deles. Passou a manhã toda batendo de porta em porta na busca do trabalho, comeu um salgado na rua substituindo o almoço, voltando para casa lá para as 16:00.

 

- Puxa, eu estou morto. – Abriu a porta e foi logo tirando os sapatos. – Shun, você está aí?

 

O guerreiro Fênix logo acendeu as luzes, achou muito estranho tudo apagado. Por um momento um medo terrível tomou-lhe o corpo. Em seguida relembrou que um simples ladrão não seria capaz de ferir um cavaleiro. “A não ser que não tenha sido um ladrão... “ O pânico ressurgiu com mais intensidade que na primeira vez.

 

Ikki tinha receio que algo ruim acontecesse ao seu irmão. Depois que todas as batalhas cessaram e eles puderam retomar os estudos, o sonho de Ikki era terminar o colegial e criar uma família com Shun. Quatro anos se passaram e a sua meta estava seguindo de acordo com o plano. Queria encontrar um emprego mediano, se preciso pagar a faculdade do irmão (esse era seu principal objetivo, e seu maior sonho era vê-lo formado). Parte dessa sua programação foi abalada quando Shun resolveu sair do país para acompanhar Seiya e Shiryu.

 

Não é nem preciso dizer que o irmão mais velho foi contra essa idéia de inicio. Depois repensou na hipótese, afinal, Shun estava muito triste no Japão. Viajar para um local distante talvez afastasse os problemas da cabeça do irmão, queria vê-lo feliz novamente. E um país tão grande e com excelentes faculdades como os EUA, era realmente o ideal para ambos. Além do que, em tese, não abalaria em nada toda sua programação de vida.

 

- Ikki! – Shun entrou, surpreso por ver o irmão em casa. – Achei que fosse chegar mais tarde... que horas são?

- Tarde. O que você fazia na rua à uma hora dessas? – Ikki parecia aborrecido por ninguém ter dito que sairia.

- Relaxa Ikki... – Seiya fechara a porta, depois se voltou para o mais velho. – Você não vai acreditar!

- O que houve? – Olhou desconfiado para ambos, sedento por respostas.

- Temos emprego. Você não queria tanto? – Ele riu. – Eu disse que dava um jeito, não disse?

- Não, você não disse. – Depois olhou para Shun. – Emprego de quê?

- É algo pequeno, Ikki. – Shun que respondeu. – Nós vamos atuar numa minissérie.

 

A cara de Ikki foi ao chão. Não soube se ouvira realmente o que saiu pela boca de Shun. Atuar, numa minissérie? Ser ator... um artista. Sem valor, mal-remunerado, sem perspectiva. Quem teria sido o responsável por essa idéia estúpida? Seu olhar em chamas recaiu sobre o Pégaso.

 

- Essa idéia IMBECIL só pode ter saído de você, não é Seiya?

 

Por um segundo Ikki não fez uma besteira, sua vontade era de avançar em Seiya. Os dois tentaram se explicar, mas a cada palavra o Fênix ficava mais irado. Com Seiya, é claro, desvirtuando seu irmão. Na cabeça de Ikki, essa profissão arruinaria toda a expectativa que ele criara em relação à faculdade e ao futuro de Shun.

 

- Ikki, pela milésima vez, é temporário... é uma MINIssérie, percebeu? MINI!

- É Shun, o Seiya viu o anúncio na Lan House aqui em baixo e nós fomos fazer o teste. Eles queriam orientais, e o papel seria bem curto. – Shun falava quase aos prantos. – E os nossos personagens vão morrer logo, em menos de um mês terminaremos as filmagens.

- E quando começa essa palhaçada toda?

- Em primeiro lugar, não é palhaçada nenhuma, é um emprego sério de ator. Em segundo lugar, amanhã começará as gravações e é aqui pertinho. – Seiya também parecia exaltado.

- Ikki, será ótimo, estou te falando. – Um pequeno sorriso brotou no canto dos lábios de Shun. – Nosso salário será de 1300 dólares, pra cada um.

- Cacetada, e vocês conseguiram o emprego rápido assim?

- Foi um teste de ultima hora, os caras que iam fazer desistiram... e o diretor adorou nós dois, principalmente o Shun!

- Ainda não gosto dessa história...

- Com o tempo você se acostuma. – Respondeu Seiya, pondo um ponto final na história.

 

O assunto foi parcialmente interrompido realmente quando a porta da casa se abriu. Era Shiryu que chegara, um pouco cansado e cheio de fome. Trazia com ele algumas sacolas com comida instantânea e biscoitos. Todos quase avançaram como animais selvagens sobre o chinês.

 

- Larga de mim gente, calma... não vão se animando não, está complicada a coisa.

 

Ele explicou sobre a sua pequena ajuda de custo. Seria complicado sustentar quatro cabeças com apenas aquele dinheiro. Seiya ficou logo empolgado em falar sobre seu pequeno trabalho que faria com Shun, mas isso seria apenas no primeiro mês. Ikki disse que já estava procurando por emprego também.

.

.

No aeroporto japonês Hyoga e Saori embarcavam na aeronave rumo aos EUA. Tatsumi, careca e de terno, como sempre, tratou de carregar as malas de Saori (e apenas os dela, Hyoga carregava as próprias bagagens). Etiquetaram todas elas e embarcaram.

 

- Nervoso?

- Eu diria que sim. – Respondeu o loiro, sem olhar para Saori.

- Raiva ou medo de voar de avião?

- Um pouco dos dois...

- Não acredito Hyoga, que depois de invadir o submundo de Hades você tenha medo de viajar de avião?

 

Os dois riram e o momento descontraiu um pouco o loiro. Já estavam viajando quando o ex-cavaleiro decidiu ir ao banheiro do avião. Quando estava chegando, uma super loiraça passava no sentido contrário pelo corredor. Uma leve turbulência foi o suficiente para derrubá-la do enorme salto que usava. Para alguém como Hyoga foi fácil se manter de pé e ainda agarrar a menina antes que ela caísse.

 

- Você está bem? – O loiro ficou um pouco desorientado com a beleza da mulher em seus braços.

- Ai meu Deus, muito obrigada... de verdade, eu... – Ela suspirou enquanto se perdia por entre os olhos azuis de Hyoga. – Me chamo Catherine.

- Hy-hyoga... Yukida.

 

Os rostos dos dois se aproximaram e de uma forma quase teatral estavam prontos para um beijo. Estavam... o beijo não aconteceu. Hyoga recolocou a menina de pé, depois abriu passagem para ela. Catherine ficou sem entender direito, mas deu uma piscadela antes de passar por ele, andando de forma bem provocativa.

 

Depois de um bom tempo de viagem, o loiro dormiu e em seus sonhos o rosto de Catherine surgiu. Ele, então, reparou o quanto ela se parecia com a sua mãe. Ficou ainda mais encantado. Se arrependeu de não tê-la beijado, uma moça linda e aparentemente lhe satisfazia os desejos da carne. Mas houve um bloqueio no momento. Quando entraram no espaço aéreo americano houve o aviso aos passageiros. Hyoga acordou e viu que Saori ainda dormia.

 

- Senhor Yukida?

- Sim? – Ele olhou espantado ao ver Catherine ao seu lado. – Catherine?

- Eu estava pensando, você me parece um jovem muito forte e eu... – Ela retira um cartão da pequena bolsa que carregava. – Eu não posso mais viajar sem ter alguém para evitar que eu caia e me machuque, poderia ser muito... grave.

 

Sussurrando a ultima palavra em seu ouvido, arriscou um beijo. Imediatamente Hyoga vira o rosto e a menina lhe acerta as bochechas, extremamente rosadas, destacando-se pela pele branca e fria do ex-cavaleiro. Ela o olhou de uma maneira um pouco desconfiada, achando que a timidez do rapaz era-lhe uma graça particular. Ele pegou o cartão e apenas sacudiu a cabeça de forma positiva, vendo a moça partir novamente.

 

- Ufa... – Suspirou ele aliviado.

- Quem era ela? – Saori o olhava, estava empolgada.

- Não... quero dizer... ninguém, e... – Ele deitou na cadeira. – Ah... deixe-me dormir um pouco.

 

É claro que ele não dormiu, mas fingiu muito bem. Pelo menos foi o suficiente para evitar possíveis perguntas indiscretas da Saori. Em pouquíssimo tempo o avião já estava aterrizando no aeroporto nova-iorquino. Eles desembarcaram e foram pegar seus pertences. Hyoga e Saori aguardavam pacientemente as malas surgirem pela esteira preta.

 

- Senhor Yukida?

 

Ele se virou e pela voz já reconheceu ser quem era. A bela moça se aproximou de forma violenta e sem esperar que ele respondesse a essa outra investida, beijou-o de forma apaixonada. O sangue de Hyoga parecia ferver em seu corpo. Seus braços envolveram a moça, apreciando aquele maravilhoso beijo. O hálito da menina era tão bom quanto a sua beleza. Saori até recuou um pouco, pegando as malas dela e as de Hyoga, retirando-as da esteira. Em seguida a menina pigarreou.

 

- Er... Senhor “Gostosão-Mal-Educado”, dá para me ajudar aqui com essas malas?

 

Os dois se separaram e ficaram se entreolhando. Vermelho como um pimentão Hyoga se desvencilhou e pegou as malas da Saori, sem nem sequer notá-la... Ele só tinha olhos para a bela Catherine. A menina ficou um pouco constrangida também,não sabia quem era a Saori e ficou pensando que era a irmã mais nova de Hyoga.

 

- Eu... Eu tenho que ir. – Ele não aprecia sentir o peso das malas.

- Me liga... eu vou ficar por Nova Iorque mesmo. Tem meu telefone... – E com as mãos lhe soprou um beijo no ar, depois se foi.

 

Hyoga parecia flutuar, como se caminhasse nas nuvens. Andaram pelo aeroporto, Saori o guiando (afinal, ela já estivera inúmeras vezes no país norte-americano e conhecia bem o lugar). Chegaram até o ponto de táxi e Hyoga colocou as malas na traseira do carro, sem precisar da ajuda do motorista. Entraram no táxi e deram o endereço que Seiya havia dito para Saori.

 

- É próximo da Universidade de Nova Iorque, sabe onde fica?

- Sei sim senhorita. – Respondeu o taxista.

 

Ela virou-se para o Hyoga e emburrou a cara, embora tivesse um sorriso preso na garganta.

 

- Eu não vou nem perguntar...

-...

- Quem era ela?

- Você não disse que não ia perguntar?

- Ah fala logo, agora fiquei curiosa...

- A garota mais perfeita do mundo. – Os olhos dele brilharam.

- Aê, está apaixonado... ela é bem bonita mesmo.

 

A fofoca durou todo percurso até a casa do endereço de Seiya. Eles se entreolharam como se esperassem uma resposta ou algum incentivo para chamar pelos amigos. Não tinham. Era uma surpresa tamanha, isso era fato. Hyoga repensou milhares de vezes no que dizer: “Por que me deixaram sozinho?” ou “Achei que fossem meus amigos!”. Agora era o momento da verdade.

 

- Apartamento 103.

 

Saori falou em voz alta, segurando com uma das mãos o papel com o endereço. Milhares de pensamentos, emoções, sentimentos passados... tudo invadiu o coração dos dois jovens ali parados. Saori estava mais preocupada com Seiya, profundamente magoada e confusa com certas atitudes dele. Hyoga tinha saudades de todos, em especial de Shun. Sempre o considerou como sendo mais que um amigo, um grande irmão... era uma relação de confiança na qual ficara abalada com o momentâneo afastamento. A raiva o dominava sempre quando ele enviava as mensagens e Shun não o respondia.

 

 

"Never thought I'd see the day - Nunca pensei que veria o dia

When my life was not my own - Em que minha vida não fosse minha

I will throw it all away - Jogarei tudo para o alto

Without sorrow - Sem me desesperar

-

But it wouldn't change a thing - Mas isso não faria com que nada mudasse

Wouldn't change the way I feel - Não mudaria o que eu sinto

For today is the price I pay - O presente é o preço que eu pago

For tomorrow - Por um futuro"

 


- Saori? – Falou Ikki no interfone. – Nossa, que surpresa! Podem subir... abriu?

- Abriu! – Respondeu Saori quando o portão do prédio se abriu.

 

Naquela manhã Seiya e Shun haviam saído para as primeiras gravações da minissérie americana. Ikki ficou em casa, enviou alguns currículos pela Internet na Lan House próxima, e também estava à espera dos possíveis telefonemas. Shiryu foi para a faculdade, pelo visto ainda tinha alguns detalhes dos horários que ele teria que organizar.

 

- Ah, então eles não estão né? – Perguntou Saori, um pouco decepcionada... mas ainda assim aliviada com a idéia de um tempo para pensar no que falar.

- Pois é, não tem sido um mar de rosas... E você Hyoga, quanto tempo!

- Vocês podem em dar uma licença?! Vou dar uma volta, até eles chegarem...

- Eu abro pra você!

 

Hyoga desceu e começou a caminhar. Pegou em um dos seus bolsos o cartão de Catherine. Queria esquecer todos, se divertir... talvez fosse uma boa opção. Pegou seu celular e a chamou para dar uma volta. Ela lhe disse que o buscaria lá em West Village, afinal a moça já tinha a manha da cidade e poderia guiá-lo melhor do que se ele fosse tentar bater cabeça para tentar encontrá-la sozinho. Ela chegou rápido, com um carro conversível rosa.

 

- O que vamos fazer, príncipe do gelo?

- Não sei, princesa de cristal... – Ela riu da piada de Hyoga.

- Sabe, eu queria me desculpar... pelo beijo, sabe? Fui muito atirada e... – Ela suspirou e o pegou pela nuca. – O fato é que me perdi em seus olhos.

 

Os dois se entreolharam e um beijo carinhoso aconteceu. Aos poucos a respiração de ambos foi se acelerando. Era isso que Hyoga estava precisando, sua escolha foi a correta. Eles não fora muito longe, chegaram até o parque da Washington Square e se sentaram no banco. Eles ficaram namorando e cada um contou um pouco de suas histórias. Hyoga ocultou a história de cavaleiro, inventando que morou isolado até os 14 anos na Sibéria com os seus tios, irmãos da sua falecida mãe.

 

- Eu sei como é perder a mãe cedo... a minha faleceu quando eu tinha dez anos. Começou com um câncer no pulmão.

- Eu não sei o que dizer...

- Não é preciso dizer nada, não é? O melhor nesses casos é mudar de assunto e sair para se divertir!

- Ah, isso não! Acho melhor voltarmos para casa. Já são uma da tarde e estou morrendo de fome...

- Então vamos para um restaurante, não tem problema! – Ela parecia animada.

- Meus amigos estão me esperando... – Ele pegou o cartão de Catherine e anotou seu celular nele. – Toma, assim você vai ter meu telefone se precisar... não sei, talvez de alguém que a mantenha segura num vôo de avião!

 

Eles riram e ela deu mais um beijo envolvente no loiro e depois se levantou animada e com um sorriso de orelha a orelha. Hyoga aprecia feliz também, em poucos instantes ele esqueceu do motivo para que veio e começou a pensar um pouco mais nele mesmo e numa possível vida amorosa.

 

- Vou com você até sua casa, assim podemos ficar mais um tempinho juntos.

- Ótimo. – Ele sorriu.

 

Chegando no apartamento os dois ficaram conversando animadamente. Shiryu voltava da faculdade quando avistou Shun e Seiya chegando para o intervalo do almoço das gravações. O ex-cavaleiro de Dragão estava oficialmente matriculado e suas aulas começariam na semana seguinte. Ele estava um pouco preocupado em relação a um possível trote.

 

- Será que eles farão mesmo o trote, Shiryu? – Perguntou Shun.

- Eu não sei se terá, só sei que será bastante constrangedor!

- Eu queria poder assistir de camarote! – Seiya riu ao falar isso, recebendo um cascudo de Shiryu. – Ai, ai!

- O próximo vai ser pra doer...

 

Eles tagarelavam e com isso já estavam quase chegando em casa. Shun, que carregava uma sacola com as roupas que usavam na peça, procurava pela chave ali perdida. Estava tão distraído que nem percebeu os amigos Shiryu e Seiya ficarem pra trás enquanto ele continuava a caminhar.

 

- Achei a chave e... ai! – Shun esbarrou em um rapaz loiro que o empurrou ao chão.

- Hei, olha por onde anda e... – Ele parou para ver e se surpreendeu. – Shun?

- Hy-hyoga?? - Ele recuou alguns espaços, antes de se levantar.

- Quem é ele, Yuki? – Perguntou Catherine ao Hyoga, puxando-lhe para próximo do seu corpo e segurando sua mão.

- Hyoga, quanto tempo! – Gritou Seiya, que estava tão chocado quanto os outros.

 

Os olhos de Shun se encheram d’água. O menino se levantou, recolheu seus pertences e saiu em disparada. Ele não era idiota, percebeu o clima de romance entre Hyoga e aquela mulher. Com a mão no rosto para esconder as lágrimas ele queria apenas apagar as imagens de Hyoga na mente... era tudo o que ele esteve lutando para conseguir desde que pensou em viajar, apagar as imagens de Hyoga da mente.

 

- Eu esqueci umas coisas no estúdio de gravação, já volto!

- Hei, Shun! – Gritou Hyoga, preocupado.

- O que deu nele? – Perguntou Catherine.

- Que surpresa Hyoga, não era nada esperado você por aqui... aliás eu não esperava ninguém por aqui. – Suspirou Shiryu, ao ver Seiya.

- Eu vou atrás dele e vai ser agora! – Hyoga se inclinou para frente, mas foi segurado por Catherine.

- Não, você fica... Não viu que ele quer ficar sozinho? – Ela se aconchegou nos ombros de Hyoga. – Além do mais, ainda quero minha despedida.

 

 

Somehow suddenly - De alguma forma, de repente

It slipped away from me - Algo escapou de mim

I reach out, hopelessly - Eu tento alcançar, mesmo que não tenha esperanças de conseguir

You're gone - Você se foi

-

Refrão:

Hear my voice - Ouça a minha voz

Did you see me coming? - Você me viu chegando?

I made the choice - Fui eu quem fez a escolha,

Now I'm running - Agora estou fugindo

Turn me round - Recarregue minhas forças

Let me go - Deixe-me ir

Take me home - Leve-me para casa

 

 

- Me desculpa Catherine, depois eu falo com você... – Ela ficou um pouco surpresa pela atitude de Hyoga. – Eu vim pra cá com um propósito e ele está mais adiante! Me liga.

 

Dando um beijo rápido e sem muito carinho, saiu em disparada em direção ao rastro do amigo. O cheiro de Shun não havia mudado em nada, seria fácil rastreá-lo. Alguns gotejos tocaram o rosto do Cisne e logo logo se intensificou. Era uma chuva forte que o atrapalhava seguir Shun. Ele agora estava perdido, não conhecia Nova Iorque ainda. Resolveu andar um pouco.

 

- Shun, cadê você?

 

Estava vagando, não reconhecia o caminho. Ao longe viu uma praça que lhe fez acalmar o coração. Era a Washington Square, a praça que estivera com Catherine mais cedo. A idéia o fez relaxar, sabendo que agora estava perto de casa. Não a sua própria casa, mas um abrigo. Não ficaria na mesma casa que seus amigos traidores. Saori havia comprado um apartamento em frente ao endereço deles, pediria a ela para ficarem juntos por ali. Ou, na pior das hipóteses, ligaria e pediria ajuda a Catherine. Ao que tudo indicava eles estavam namorando.

 

Sentou em um banco e levou as mãos à cabeça. Ouviu um choro. Embaixo de uma árvore estava Shun. Mais uma vez o destino brincava com os dois. Shun o olhou com raiva, como se soubesse que ele o rastrearia, o que era verdade, mas nesse momento foi o acaso que os deixou novamente frente a frente.

 

- O que você quer? – Shun tacou terra molhada em Hyoga.

- Você pode me explicar o que está acontecendo? – Respondeu o loiro, com as mãos trêmulas de raiva.

- Você é muito idiota, Hyoga!

- Ah, qual é? Eu que sou idiota? É você que não responde as minhas mensagens... Nesses últimos dias a gente se encontrava e você evitava falar comigo, e eu sou o idiota?

- Me desculpa, eu...

- Desculpar? Desculpar?! Eu venho do Japão até os Estados Unidos com a Saori, sem saber de nada, porque MEUS amigos não confiam em mim... chego aqui, vocês sorriem como se nada tivesse acontecido e eu tenho que desculpá-los!

- Eu não queria magoá-lo, ninguém queria Hyoga... eu juro! – Shun chorava, as lágrimas se misturando a chuva que lavava seu rosto.

- É fácil pedir desculpas assim! E ainda vem me jurar alguma coisa... Vocês são hipócritas, só pensam em mim quando precisam de alguma coisa! Nenhum de vocês foi meu amigo de verdade, nenhum! – Ele bufava de raiva. – Pode parar de encenação, Shun! Eu vou embora amanhã mesmo, não precisa me aturar mais, ok?

 

Hyoga se virou e foi andando, pisando forte no chão enlameado. Shun agora se sentira extremamente ofendido pelas palavras de Hyoga. Em parte era verdade que a atitude deles havia sido desleal com o amigo, mas não justifica a atitude dele. Ele não quisera responder as mensagens para evitar que toda essa discussão ocorresse. Ele agora estava cansado das grosserias de Hyoga e não deixaria ele sair antes de ouvir umas verdades também.

 

- Escuta aqui Hyoga, você não parecia nada abalado agarrando aquela loira, sabia?

- O que você disse?

- Isso mesmo! Quer saber do que mais, jamais atuei para você... Sempre fui seu amigo, todos fomos. Você tem todo motivo do mundo para ficar chateado com a gente, mas em nenhum momento passou pela sua cabeça o motivo da nossa atitude. Você acha que só você sofre?

- Cala a boca!

- Ótimo, me mande calar a boca! Pra você é fácil falar, mas é difícil ouvir... é muito simples, você fala de amizade e de que não fomos seus amigos! E você, foi nosso amigo? Você, algum dia, já se interessou para saber dos nossos problemas?

 

A atitude de Shun surpreendeu Hyoga. O amigo jamais falara dessa maneira, alguma coisa em sua garganta parecia entalada também e agora ele despejava para cima de Hyoga. O loiro sabia que ele tinha razão, nunca se preocupou em perguntar se Seiya estava bem, sempre o achou tão alegre... ou Shiryu, ele sempre tão sério e racional.

 

- Eu estava preocupado, lhe mandei milhares de mensagens e você sequer respondeu uma!

- Não, eu não respondi e quer saber, foi o melhor que eu fiz. Você age como um idiota egoísta, Hyoga! Adora falar nos seus problemas! Eu errei em não responder, reconheço que sim... Pronto, agora você já sabe que eu não sou perfeito. Satisfeito?

- Muito...

- Eu te odeio, Alexei Hyoga Yukida!

 

As palavras feriram como uma espada atravessando o peito de Hyoga. Nesse momento Shun desmaiou, caindo de cara no chão. Prontamente o ex-cavaleiro de Cisne se atirou para erguê-lo no colo. A chuva não dera uma trégua, os dois estavam completamente ensopados. Ele tentou re-animar Shun, mas nada... resolveu levá-lo para casa, embora soubesse que seria o culpado por tudo, principalmente aos olhos de Ikki.

 

 

Hear my voice - Ouça a minha voz

Did you see me coming? - Você me viu chegando?

I made the choice - Fui eu quem fez a escolha,

Now I'm running - Agora estou fugindo

Turn me round - Recarregue minhas forças

Let me go - Deixe-me ir

Take me home - Leve-me para casa

 

 

Chegou em casa, o porteiro os reconheceu permitindo que entrassem. Subiu as escadas carregando Shun e bateu na porta do apartamento 103. Ikki foi quem abriu e imediatamente pegou Shun no colo, empurrando Hyoga para trás. Repousou-o no sofá e tentou reanimá-lo. Todos ficaram a volta dele.

 

- Shun? Meu Deus, o que aconteceu? Ele está com muita febre... O que você fez com ele, Hyoga? – Fuzilou o loiro com os olhos.

- Eu na fiz nada, eu juro! Ele desmaiou.

- Vou ligar pro estúdio, avisar que a gente não vai. – Seiya pegou o telefone e começou a discar.

- Tome, leve-o ao Hospital. – Saori entregou uma quantia considerável em dinheiro para Ikki.

- Não posso aceitar Saori. – Se defendeu Ikki.

- Ah, mas vai aceitar. É uma emergência, amanhã a gente se fala, estou cansada.

- Fique aqui Saori, pode ficar no meu quarto. – Falou Shiryu.

- Muito obrigada Shiryu, mas eu comprei um apartamento aqui em frente. Eu sei que pode parecer esquisito, mas digamos que eu tenho os meus contatos. Amanhã a gente se fala, boa noite.

- Saori? – Perguntou Hyoga.

- Sim, Hyoga.

- Posso ficar com você lá – Sussurrou no ouvido dela. – Não vou ficar bem aqui.

- Vai carregar as malas?

- Claro. – Pegou uma que estava nas mãos dela.

 

Os dois saíram, Shiryu fechou a porta. Eles ligaram pro táxi levá-los para o Hospital. Hyoga e Saori atravessaram a rua e já estavam no apartamento. Era o número 202. Para a sorte deles tinha elevador, coisa que não havia no prédio de Shiryu. Foi um longo dia para todos. Tudo começava a ficar mais claro na cabeça de Hyoga, que se sentiu culpado pelo estado de Shun. Ele pensou em telefonar para Catherine, mas achou melhor não. No dia seguinte ele ligaria pra ela. Ainda estava pensando em como dizer a ela que voltaria logo para o Japão.


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Notas finais do capítulo

Muita mudança do que eu tinha como proposta para essa fic. O fato é que quero me desafiar, quero tentar colocar elementos que sejam de verdade totalmente novos em relação a tudo que eu já fiz. Uma coisa que eu acho importante ressaltar é que nessa fic o importante é revelar os preconceitos que existem em diversas relações... entre um negro e um branco... um casal homossexual... rico e pobre... são esses contrastes que existem, que se diferenciam do considerado “normal” e que formam barreiras.

Muitas das histórias que vou falar aqui é baseada em histórias reais, principalmente de amigos meus. A principal deste capítulo sem sombra de dúvida foi Hyoga e Shun. Nunca fui muito a favor desse casal, antes de tentar entender o porque. Após ver amigos meus com dificuldades em se assumir que eu parei pra pensar o quanto é difícil aceitar um casal considerado “normal” como homossexual... é como se fosse um erro, como se tivessem regredindo... e isso não é verdade, em hipótese alguma!

E quando eu falo em quebrar barreiras eu tenho que começar por mim, que sou um ficwriter, começarei a escrever sobre isso... essas histórias me interessam... polêmica, dúvida, incerteza... esse é o desafio. Não quero mostrar personagens perfeitos, bonzinhos e modelos... quero mostrar personagens que se assemelham com o real, com histórias reais e esse sim é o maior de todos os desafios!

Gostaria de Ressaltar que essa fic é muuuuuuuuuuuuuito inspirada em Os Garotos e fui pedir ajuda para minha amiga Dréinha (a autora) para escrevê-la e ela é uma garota tão incrível que está até me ajudando, dando altas dicas! Valeu Dré!



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