Anjo Negro - 2° Temporada escrita por docin1


Capítulo 9
Heroísmo


Notas iniciais do capítulo

Perceberam que estou diminuindo os intervalos entre um capítulo e outro? :3
Estou me virando nos 30 para conseguir um tempo, porque amo escrever mais que (quase) tudo!
Obrigada pelos comentários, são a minha maior motivação ♥



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Já era madrugada. Eu estava vestida para o trabalho, agachada de joelhos no topo de um prédio desconhecido, de frente para a saída da boate onde Suzi me dissera que ia. Eu sabia que ela estaria com Dave, e sabia também que Dick prometera cuidar de tudo, mas não quis arriscar. Apenas algumas pessoas saíam, mas nada de Susana.

De repente, eu a vi sair como um furacão. Claramente irritada e provavelmente embriagada. Ela fez sinal para um táxi, entrou e sumiu na rua escura. Um segundo depois, quando eu ligava a moto para ir atrás dela, vi Dave correr para fora da boate, chamando por ela. Não tive tempo de ir até ele, segui com a moto para a casa dos Lane.

Susana saiu do táxi antes de chegar à sua casa. Quase dois quarteirões. Ela estava sozinha, de madrugada e embriagada. Deixei a moto e a segui a pé, nas sombras. Apenas uma rua de distância da casa dos Lane, um agente saltou de cima de uma casa atrás de Suzi e à minha frente.

Ela gritou com o susto e se virou para ele, ele fez menção de atacá-la, mas antes que desse um passo, minha espada atravessou o seu corpo. Ele caiu e Suzi gritou ainda mais. Bem atrás dela, “pousou” Asa Noturna. E outro grito.

- O-o que está acontecendo? – Ela gaguejou

- Black Angel.

- Asa Noturna.

- Você não devia estar aqui.

- Estou fazendo o meu trabalho.

- Eu disse que cuidaria de tudo.

- Obrigada, Asa Noturna, mas não é necessário. Eu posso cuidar de tudo sozinha.

Assim que terminei a frase, ele, num movimento extremamente rápido, tirou do cinto uma lâmina – com o mesmo formato do desenho em seu uniforme – a atirou. Passou a menos de dois centímetros da minha cintura, acertando o Homem da Noite que pretendia me surpreender. Senti minhas palavras perderem totalmente o valor.

- Droga – Sussurrei para mim mesma

- Sim, posso ver.

- Alô-ô! – Chamou Suzi antes que eu pudesse responder

- Black Angel, por favor, vá para casa. Eu cuido dela. – Ele apontou para cima aquilo que o fazia parecer voar, soltou a corda e, antes de sumir nos céus, puxou Suzi pela cintura.

...

Eu ainda estava de uniforme – apenas sem a máscara – quando ouvi Dick abrir a janela por fora. Virei para ele a tempo de vê-lo entrar com um meio-sorriso encantador.

- “Vá para casa”? “Você não devia estar aqui”? – Perguntei em tom acusador

- Você não devia estar lá. Não devia nem mesmo ter tirado a tala da perna.

- Eu sei fazer o meu trabalho, Dick!

- Ah, sim! E se eu não tivesse chegado há tempo, você não estaria aqui agora.

- Não seja tão arrogante. Eu sempre me cuidei muito bem sozinha, não preciso que você venha me ensinar o meu trabalho! – Tentei diminuir o tom de voz quando percebi que estava realmente gritando

- Um “obrigado” basta!

- Pelo quê? Por ter me atrasado?

- Não! Por ter salvado a sua vida! – Ele gritou de um jeito que eu nunca o vira gritar antes

- Ah, obrigada. Quanta gentileza a sua. Pois, não precisa mais se incomodar! Eu passei a vida toda cuidando de mim mesma sozinha! Não preciso de mais ninguém. – Gritei e virei para o lado. Eu não precisava que ele visse que eu estava prestes a derrubar uma lágrima estúpida.

Apenas virei o rosto de volta, quando tive certeza de que ele não estava mais lá, me olhando profundamente com aqueles azuis chateados. Suspirei cansada.

Pov. Dick

Quando entrei na mansão, ainda naquela noite, eu só tinha uma dúvida: Por que ela tinha que ser tão problemática? E confusa? Ou complicada? Por que não me deixava cuidar dela? Pensando bem, não era apenas uma dúvida.

Fui direto para a cozinha. Ela não ainda não entendeu que eu só quero protegê-la? Me perguntei enquanto tirava vários ingredientes da geladeira e armários para fazer um sanduíche. Quando finalmente terminei de montá-lo, Bárbara entrou na cozinha.

- O que está fazendo acordado à essa hora?

Mostrei a ela o sanduíche.

- Uau! Quem fez isso, o Wally?

- Não – ri. – Fui eu mesmo.

- Você, definitivamente, passa tempo de mais com ele.

Analisei o sanduíche, Bárbara tinha razão, parecia uma obra dele.

- Acho que você está certa.

Ela apoiou os cotovelos na bancada onde eu me preparava para comer.

- Então... O que houve? Terminou com a Alícia?

- O quê? Não, por quê?

- Porque quando você come assim – ela apontou para o sanduíche – é porque tem alguma decepção amorosa rolando.

- De onde você tirou isso?

- Dick. – Ela me encarou

- Nós não terminamos...

- Vocês brigaram? – Assenti enquanto mordia o lanche – Eu sabia! Bom, que pena então. Quer falar sobre isso? – Neguei com a cabeça enquanto mastigava – Certo.

- Bom... – Engoli – E com você, tudo bem?

- Tudo. Natasha tem me atualizado sobre o que acontece com a SHIELD, o que facilita o meu trabalho.

- E... Tudo bem na SHIELD?

- Mais ou menos. Ela diz que algo está prestes a acontecer. O que me assusta é que ela nunca erra.

- Algo, como?

- Não sei. Nem ela mesma sabe. É só que a SHIELD foi atacada há alguns dias.

- Atacada por quem?

- Ninguém sabe. Parece até algo... sobrenatural.

Engoli seco.

- O que piorou tudo foi que O Hulk estava lá. O ataque sinistro mexeu com ele e, bom... Você sabe o que acontece. Quem levou a pior foi a Black Angel, sua antiga parceira.

Bárbara continuou ali enquanto eu comia, mas decidiu mudar de assunto, não gostava de falar sobre a Black Angel ou sobre a Lis. Ela não sabia sobre a identidade dela e não gostava “delas”.

Pov. Lis

Entrei quase correndo na lanchonete, de manhã. Por sorte, apenas os Lane – com exceção de Mike – estavam lá.

- Lis! – Suzi berrou me puxando para dentro do quarto onde trocávamos as roupas pelos uniformes – Que bom que você chegou! Eu estava louca para contar te contar uma coisa! – Suzi parecia empolgada, diferente da expressão apavorada que eu havia presenciado na madrugada

Ela fechou a porta e eu abri o guarda-roupa, jogando minha bolsa lá dentro.

- O que aconteceu de tão empolgante?

- Você não vai acreditar! Eu... – Suzi foi interrompida pelo barulho da porta se abrindo atrás dela, Lucy.

Ela já estava uniformizada, não havia motivos para entrar ali. Além de implicar comigo, como fizera a vida inteira.

- Lucy?

- Oi, é que... – ela suspirou – Alicia, eu só quero... Pedir desculpas. – Aquelas palavras saíam como se fossem dolorosas – Foi infantilidade minha o que fiz quando descobri que... Bom, você e o Dick... Enfim, me desculpa. Eu acho que não há motivos para que não possamos ser... Ér...

- Amigas? – Sugeriu Suzi

- Isso.

- Uau... É claro que aceito suas desculpas, Lucy. Isso é muito importante para mim, obrigada.

Ela sorriu, parecia aliviada, e saiu do quarto.

- Para o mundo porque eu quero descer! Foi isso mesmo que eu entendi? A Lucy? Tentando se dar bem de você? Eu preciso de um minuto para associar as coisas.

- Não seja boba, Suzi. Ela está tentando. – Voltei a me concentrar no guarda-roupa à minha frente

- Isso é o que é estranho! – Ela se sentou no sofá felpudo

- Quer me contar logo o que foi que aconteceu?

- Ah, é verdade! Bom, ontem, no fim da festa seu irmão e eu brigamos. E eu estava um pouco alcoolizada, resolvi ir embora sozinha. Peguei um táxi, mas quando cheguei perto de casa, eu resolvi ir a pé, eu queria pensar. Só que aqueles caras que perseguiram a Lucy, estavam por perto. E aí aquela... Justiceira mascaradas, Black Angel, ela me salvou! Acredita?

- Justiceira mascarada?

- Sim. Eu já falei dela para você. Mas isso não é tudo! Você se lembra do Asa Noturna, né?

- Mais ou menos. – Não olhei para Suzi

- Aquele super-herói, super-gatinho, super-tudo. Bom, eles meio que começaram a discutir sobre alguma coisa que eu não entendi, só me lembro que parecia uma DR. E no fim, ele me trouxe para casa! Pendurado numa corda. Não é como Tarzan e Jane! Foi incrível! – Ela jogou a cabeça para trás, apoiando na cabeceira do sofá, como uma adolescente assistindo um filme romântico

Tentei imaginar o que uma amiga normal diria naquela situação, mas o que consegui dizer foi:

- Por que você e Dave brigaram?

- Ah, qual é, Lis? Você realmente me ouviu? Está brincando, né? – Sorri tentando assentir e pensar em algo para falar

- Que incrível, Su. Nem parece real.

- Eu sei

- Dave. Por que vocês brigaram?

- Eu não me lembro direito. – Ela parou para pensar – Ah! Foi porque ele começou a conversar com um amigo do trabalho e simplesmente me esqueceu lá! Tipo, não me deu um mínimo de atenção. Certo, é bobagem, mas eu estava bêbada, mereço um desconto.

- Concordo, mas agora precisamos trabalhar. – Puxei ela para fora do quarto, já com o uniforme que eu colocara enquanto ela me contava a sua aventura adolescente com o meu namorado.


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Notas finais do capítulo

Vou postar o próximo logo! Obrigada por lerem ♥
Comentem e façam uma escritora feliz ♥