Empty Minds escrita por Ackysa


Capítulo 2
Becky


Notas iniciais do capítulo

Outro capitulo lindo e divo *u*
Por favor, deixem comentarios, ok?
Xx



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Me encolhi de encontro a parede em quanto tentava me esconder dos guardas. Eles eram estranhos, se vestiam como soldados normais, porem sua face era coberta por uma mascara toda branca, com apenas dois furos para os olhos. Becky havia nos alertado, Lucy era uma isca, eles haviam a levado pois tinham certeza que iriamos atrás.

Eles rondavam a rua como se soubéssemos que estávamos lá, mas era quase impossível achar o esconderijo. O saco de comida pesava em minhas costas, eu tinha de levar isso para grupo antes que Becky desmaiasse novamente de fome. A questão não era chegar lá viva e sim como chegar lá. Eu teria de passar discretamente pelo os soldados esquisitos sem fazer qualquer barulho.

Eles eram dois, um se separou e virou a esquina rapidamente, como se tivesse visto algo de mexer. Corri em direção ao único que ainda restava, ele estava bem a frente da casa. Ele me olhou como se me reconhecesse de algum lugar e então abriu espaço para que eu passasse, eu hesitei, olhando para aquele ato insano que acabara de acontecer, mas logo continuei a correr para a casa a dentro.

A casa era grande, tinha tantos quartos que se eu morasse ali, me perderia facilmente. A ideia era essa, morar ali, mas Charles optou pelo o porão, já que ele ficava depois de uma porta escondida atrás de um grande armário, teria de ser muito inteligente para nos achar. Caminhei até o comodo vazio, onde apenas o pequeno armário se encontrava, empoeirado por causa do tempo, esquecido pela a família que já morou ali.

Empurrei o armário para o lado e abri a pequena porta, logo fiz força para empurrar o máximo possível o armário para o outro lado, de forma que a porta ficasse escondida. Suspirei e a fechei, me virando para as escadas que me levaria a outra porta, a do porão.

Assim que abri a porta, a fome bateu em meu estomago como se eu não comesse a dias. Segui em direção mesa centrar e ali despejei meu saco de comida. Não havia muita coisa ali dentro, pão, algumas frutas, algumas garrafinhas de água, e outras comidas enlatadas.

- Finalmente chegou- Norman surgiu praticamente das cinzas, me arrepiando por inteiro.

- Onde estão os outros?

- Becky está dormindo e Sophie esta cuidando dela, e seu irmão está no banheiro trancado a uma hora- Ele não me olhou.

- Havia dois guardas aqui em frente- Comentei.

- E..?

- Um deles foi embora, e o outro me viu- Seus olhos finalmente se encontraram aos meus- Ele fingiu que eu não estava ali e me deixou passar.

Ele não pareceu se importar, nem pareceu ficar surpreso, como se soubesse de algo mais.

- Não confia muito em mim, não é?- A pergunta veio de repente.

- Norman...

- Amy, você chegou- Charles saiu do banheiro fazendo eu me assustar de leve.

- Não achei chocolate dessa vez- Sorri- Mas achei frutas, isso já está ficando raro

Charles sorriu e me deu um abraço de lado. Ele era um ano e quatro meses mais velho que eu, mas como crescemos juntos, a igualdade reinada entre nossa relação. As vezes era uma tortura olha-lo, ele era igual a nossa mãe, a mesma personalidade irônica e o mesmo jeito distraído, os dois se encaixavam tanto que até me deixava com inveja, pois eu não me encaixava com minha mãe e nem com meu pai.

- Amy?- Sophie apareceu de repente.

- Sim?

- É a Becky, eu acho que está sendo controlada- As lagrimas brotaram em seu delicado rosto.

Corremos em direção ao segundo comodo do porão, onde Becky estava sendo mantida. A garota estava com a cabeça abaixada, as mãos seguravam duas facas. Ela fixou seus olhos nos meus e sorriu friamente, não era um sorriso comum, não era o sorriso de Becky, parecia que outra pessoa estava a possuindo aos poucos.

- Isso é apenas o começo meus caros- A voz de Becky saiu como uma sinfonia de duas vozes- Logo, todos estarão domados pelo soro, logo, todos estarão domados por mim.

Becky, ou melhor, a coisa que estava em Becky sorriu mais uma vez. As duas facas foram levadas para cima da cabeça, e então em um movimento brusco ela as fincou em sua perna, como se a dor fosse uma forma prazerosa de viver a vida. Sophie gritou ao ver o ato, e hesitou chegar perto da garota.

Todos pareciam estar chocados, mas meus olhos continuavam focadas em cada movimento que Becky era forçada a fazer, e quando enfim terminou, a voz surgiu novamente na gargante de Becky naturalmente.

- Isso é apenas o começo.

A garota estagnou. Seus olhos pareciam querer saltar, sua boca se abriu a procura de ar mas não achou. Meus olhos acompanharam os movimentos da garota, meu coração batia tão forte que eu podia escuta-lo muito bem. Charles estava pior que eu, parecia estar prestes a desmoronar, segurei sua mão firmemente, em gesto que demostrasse que estávamos juntos nessa.

Becky tirou a faca de sua perna, e novamente fincou com toda força, fazendo com que o sangue traçasse toda a sua pele. Quem faria isso? Eu não sei, mas o governo havia ido longe demais. Sophie olhou desesperada para a garota e as lagrimas invadiram seus olhos rapidamente, eu já estava esperando que ela desmoronasse a muito tempo.

- Pare, por favor, pare- Sophie caiu ao chão- Por favor, ela irá morrer, faz ela parar.

Becky parou, sua face relaxou rapidamente, e então ela nos olhou confusa. Assim que percebeu que um furo jorrava sangue em sua perna, ela passou de um olhar confuso para desesperado:

- O que aconteceu?- Perguntou.

- O governo resolveu nos pregar uma peça- Suspirei- Charles, busque a caixa para emergências, agora.

- Minha cabeça dói- Murmurou Becky- Eu sinto como se tivesse levado um soco.

- Eles te usaram- Norman falou como se tudo fosse normal- Não sei como conseguiram acesso a sua mente, mas de alguma forma você está no controle deles agora.

- Mas ainda sinto, as pessoas que eu vi não sentiam.

- Eles estão aprontando algo a mais- Argumentei- Talvez, o plano não seja para melhorar o mundo, mas para prejudicar uma única pessoa.

Charles caminhou até a mim e me entregou a pequena caixa e um pano molhado. Me ajoelhei ao lado de Becky, tirando de dentro da caixa uma especie de pomada, uma esparadrapo e uma faixa.

- Estenda sua perna- Ordenei.

Com o pano limpei o sangue que se acumulou em volta do corte, pude ouvir um pequeno gemido de dor em quanto eu encostava no local. Peguei a pomada e de leve espalhei por cima do machucado e por fim enrolei firmemente a faixa por volta de toda a perna, fixando ela com o esparadrapo.

- Obrigado- Becky sorriu.

- Precisamos fazer algo- Sophie agora mantia o tom da voz frio- Eles não podem continuar a nos tratar como animais.

- Não acho que adolescentes possam vence-lo- Norman havia se afastado, como se fosse superior.

- Vence-lo? Como sabe que é apenas um?- Charles arqueou a sobrancelha.

- Foi apenas uma superstição.

- Assim como sabia dos soldados em frente do restaurante e do sumiço de nossos pais- Eu o encarei- Como sabia disso tudo mesmo antes de acontecer?

- Amy tem razão- Sophie havia se locomovido para o lado de Becky- Tem algo para esconder Norman, e todos sabemos disso.

- Não tenho nada para esconder- Ele continuava a insistir.

- Eu me esfaqueei e estou sendo manipulado por mente- Becky o encarou- Não pareceu surpreso, pareceu até mesmo satisfeito.

- Já disse, tenho nada para esconder.

- Acho bom não ter mesmo- Eu ia apontar o dedo, mas sabia que isso começaria uma discussão- Por que se eu descobrir de algo, saiba que não vou deixar barato.

Ele estremeceu, como se de algum modo tivesse medo de mim. Eu não confia nele, mas tinha sentimentos muitos fortes em relação a ele, eu só não sabia se eram bons ou ruins, algo em mim desconfiava que fossem ruins.

- Certo, eu irei contar tudo.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? A historia está um pouco rápida, mas eu não queria deixar as coisas meio enjoativas.



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