Just Wana Be With You escrita por natthy


Capítulo 13
Reconciliação




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Você nunca vai estar sozinha
De agora em diante
Mesmo que você pense em desistir
Não vou deixá-la cair
Você nunca vai estar sozinha
Vou te segurar até a dor passar

E agora, enquanto eu puder
Estarei te segurando com ambas as mãos
Pois sempre acreditei
Que não há nada que eu precise a não ser você

( Never gonna be alone - Nickelback )


Andando inquieta de um lado ao outro em seu quarto, Bella perguntava-se por que fora tão idiota, a ponto de se declarar para Edward. Ele fora um idiota, insultando-a daquele jeito, e agora, ela, como a idiota que era, estava declarando seu amor por alguém que não a merecia.

Aquele trecho da música já estava escrito em seu diário, há algum tempo. Nunca foi nada demais. Escrevera aquilo somente para passar o tempo; não imaginava que algum dia aquilo chegaria às mãos de Edward. E sendo entregue justamente por ela – a última pessoa que queria que ele visse.

Mesmo tendo uma voz gritando em sua cabeça que aquele era o certo a fazer, enquanto prendia o papel na porta, Bella ainda tinha dúvidas quanto àquilo, mas acabou que, enfim, prendeu e bateu na porta. Sabendo que era fraca demais para assistir sua reação, ela correra para o refúgio de seu quarto. Não queria, de jeito nenhum, ver a sua cara, enquanto ele estivesse lendo.

E agora, quase 20 minutos depois, no silêncio de seu quarto e sem receber nenhuma resposta, ela já quase beirava a loucura de tanta ansiedade.

Sentindo o medo tomando conta de cada pedacinho de seu corpo, Bella bateu com a cabeça contra a parede repetidas vezes, enquanto pensava em um jeito de tirar aquilo das mãos de Edward, até que pensou em Alice.

Bella poderia dizer que fora tudo culpa de sua melhor amiga, e então, mais tarde, se entenderia com ela. Sua amiga não lhe deixaria na mão em um momento difícil como esse, deixaria? Decidindo que a resposta seria não, Bella já começava a se encaminhar, decidida, ao quarto de Edward, quando sua porta abriu e um corpo se chocou contra o seu.

Após o choque inicial, Bella sentiu que, se não fosse pelos braços de Edward ao seu redor, ela teria caído. Céus, como sentia falta de um simples abraço como esse!

Os dois permaneceram assim, quietos e abraçados, tendo como música de fundo somente o barulho de suas respirações.

Quando Edward, já não agüentando mais, juntou suas testas, Bella foi invadida por um turbilhão de emoções e, principalmente, perguntas diferentes.

Queria saber se, depois de tanto tempo, aquele poderia ser finalmente o início de uma relação; queria perguntar-lhe sobre a mulher do corredor – o que ela era e o que significava na vida dele; queria saber sobre aqueles insultos – se tinham algum fundamento ou se foram mesmo ditos da boca pra fora, somente por ele estar de cabeça quente; queria saber o motivo dele estar de cabeça quente; e, acima de tudo, queria saber se era realmente tão importante na vida dele, como ele dissera que ela era.

Como se estivesse acabado de ouvir seus pensamentos, Edward apertou seu abraço, passando-lhe uma segurança que, até então, ela não sabia que lhe faltava.

Correspondendo ao abraço e sorrindo bobamente contra o peito de Edward, Bella recordou de sua infância ao seu lado.

Sua vida passava diante de seus olhos como um filme.

Primeiro, Bella se viu deitada em uma maca, com Carlisle dando alguns pontos em seu ombro, enquanto Edward estava do outro lado, apertando sua mão firmemente e murmurando ao seu ouvido que ela não precisaria chorar, já que seu pai era um ótimo médico e que tudo daria certo.

Logo após, veio a imagem de uma piscina enorme diante de seus olhos, enquanto Emmett sem querer lhe empurrava lá pra dentro. Nunca tivera uma sensação pior do que aquela! Bebendo mais água do que não sei o quê, Bella pensou que fosse morrer ali mesmo. Até que, pouquíssimo tempo depois, ela percebeu que não estava mais dentro d'água, e que uma voz, mesmo infantil, gritava para Emmett palavrões que sequer já ouvira um adulto dizer.

Aos onze anos, enquanto estava na porta da escola com Alice esperando que sua mãe viesse buscá-las de carro, Bella viu um grupinho em um círculo, gritando "briga, briga, briga!", e sua amiga nada curiosa, resolveu se meter lá para ver de quem era. Lá, Bella viu, desesperada, Edward levar um soco, cortando minimamente o seu lábio inferior, enquanto, do outro lado, Joshua, seu admirador nada secreto pingava ensangüentado.

Apertando os olhos com força, querendo afastar a imagem, Bella recordou de que, quando tinha seis anos e desceu a escada rolando, ela precisou pôr gesso na perna. No dia seguinte, chorando tanto no colo de sua mãe que chegava a soluçar, porque iria perder o passeio que teria na escola, Bella se surpreendeu quando Edward apareceu na sua frente, também com a perna engessada, dizendo que também não fora para ficar com ela. "Estou com você, aconteça o que tiver de acontecer", ele disse. E, mesmo sendo alvo de piadinhas do seu irmão por um bom tempo, Edward não ligava de ter feito aquele sacrifício. Quer dizer, é claro que colocar gesso sem realmente precisar não é uma coisa lá muito agradável, mas ele fizera aquilo por Bella e, por ela, ele era capaz de fazer tudo.

"Estou com você, aconteça o que tiver de acontecer"

Sendo invadida pela verdade daquelas palavras, mesmo com os olhos fechados, Bella soube que as lágrimas escorreriam a qualquer momento. Não queria chorar; mas também não conseguia evitar.

Sem ter coragem para abrir os olhos e ver que toda aquela cena em seu quarto fora apenas fruto de sua imaginação, Bella apertou os braços ao redor de Edward. Quando este teve coragem o bastante para abrir os olhos e encarar a realidade, viu que Bella estava chorando.

- Eu também não quero ficar sem você, amor. – ele disse, após secar suas lágrimas com pequenos beijos.

Com um sorriso bobo no rosto, misturado com as lágrimas, Bella levantou a cabeça com o intuito de dizer tudo a Edward. Mesmo sabendo que poderia se arrepender depois, ela queria, não, ela precisava dizer o quanto o amava.

Mas ele foi mais rápido, selando seus lábios.

Só com aquele gesto, Bella soube que ele percebeu tudo o que ela tentava demonstrar com o beijo. E ela também percebeu o que ele tentava demonstrar a ela, mas que não conseguiria com palavras.

Continuaram com o beijo, até que seus pulmões reclamaram por ar.

- Eu te amo. – Bella sussurrou. – Muito.

- Eu sei. – Edward sussurrou, contra seu ouvido. – E eu amo muito mais.

Com as mãos no cabelo de Edward, Bella o trouxe de encontro ao seu rosto, colando novamente seus lábios. Dessa vez, não fora um beijo terno e calmo como o primeiro. Ambos estavam necessitados; famintos um pelo outro.

Edward mantinha uma mão pressionada nas costas de Bella, trazendo-a mais para perto, enquanto a outra deslizava pelo braço dela, que estava apoiado em seu peito.

Com seus corpos cada vez mais colados, Bella soltou um gemido baixinho quando Edward deixou sua boca e desceu para o pescoço, beijando e mordiscando o local.

Bella agarrava firmemente os fios ruivos de Edward, quando sentiu a ereção contra sua cintura.

- E-edward... – tentou dizer.

- Hmm? – ele murmurou contra o pescoço, descendo os beijos para o pequeno decote da blusa.

- Nã-ã-o, Edward. É me-e-lhor paraaarmos. – tentou de novo, mas suas frases ficavam entrecortadas com os gemidos de ambos.

Pouco tempo depois, Edward percebeu o que estava fazendo e, mesmo com dificuldade, afastou-se um pouco. Dando-lhe um pequeno sorriso, ele se desculpou.

- Você sabe que não tem por que se desculpar. – Bella revirou os olhos.

- Mas...

- Sem "mas", Edward. – ela disse, após interrompê-lo com um selinho.

Edward sorriu, devolvendo o selinho roubado e se aproximando mais de Bella. Continuaram abraçados, até que os olhos dela pousaram no relógio sobre mesinha-de-cabeceira, fazendo com que praguejasse baixinho.

- O que foi?

- Preciso trabalhar. – ela respondeu desanimada.

- Falte. Um dia só não pode lhe trazer problema algum. – Edward sussurrou, enquanto brincava com uma mecha de cabelo dela.

- Não posso. Hoje darei aula para duas turmas juntas porque o Jake não vai e... – Bella se interrompeu, ao perceber que Edward ficara rígido sob seus braços. – O que foi?

- Jake...? – Edward se interrompeu sugestivamente, tentando controlar o inexplicável ciúme que tomara conta de seu corpo, devido à intimidade do apelido.

Bella arqueou uma sobrancelha, tentando entender onde ele estava tentando chegar, mas, sem chegar à conclusão nenhuma, respondeu:

- É, Jake. Jacob Black é um dos profes...

Bella se interrompeu novamente, vendo o maxilar de Edward trincado e sentindo as mãos que antes estavam alisando carinhosamente suas costas, ficarem paralisadas em punhos.

- Jacob Black? – ele perguntou, entre os dentes. – Imagino que este seja o cara que tem "professor Black" no jaleco.

- Er... É. – fez ela, confusa. – Edward, não estou entendendo.

- O que você estava fazendo ontem com ele? – perguntou de uma vez, sem esconder o desprezo na voz.

- Como é que é? – Bella arfou. – Você anda me seguindo, é isso? – perguntou com raiva, soltando-se de Edward como se o contato lhe queimasse.

- Você não respondeu minha pergunta.

- E nem você a minha! – explodiu ela.

Os dois se encaravam com fogo nos olhos, o mais distante que o curto espaço entre a cama e a parede permitia.

Ficaram nessa batalha visual por mais algum tempo, até que Edward desviou os olhos primeiro. Surpreendida, ela perguntou docemente, se aproximando:

- O que está acontecendo, Edward?

- Eu... Eu não sei.

- Edward, me olhe. – ela disse, puxando seu rosto. – Qual o problema? O que está te incomodando?

- Eu senti ciúmes quando vi vocês dois juntos. – ele admitiu, olhando-a firmemente nos olhos. – Quando vi você com Jacob, vocês juntos. Eu... – deixou a frase inacabada, envergonhado.

Bella sentiu seu corpo inteiro tremer ao ouvir a confissão. É claro que já sonhara várias vezes com o dia em que ficaria com ele, mas nunca imaginou que algum dia poderia despertar ciúmes em Edward. Edward Cullen! Sentia-se tão feliz que teve que morder o interior da bochecha para não sorrir.

- Jacob e eu? Juntos? – perguntou carinhosamente. – Entre mim e Jake, não existe esse "vocês dois", Edward. O único "nós dois" que existe é eu e você.

.

- Agora eu preciso mesmo ir. – Bella disse relutante, enquanto se desvencilhava dos braços de Edward.

Em resposta, recebeu dele um biquinho típico de Alice, só que muito mais irresistível.

- Golpe baixo! – ela resmungou rindo, voltando para os seus braços e dando-lhe mais um beijo. – É sério, não posso me atrasar ainda mais.

Mesmo que de má vontade, Bella saiu de perto de Edward, seguindo em direção a porta, mas tendo o cuidado de não olhar para o seu rosto, desta vez.

Sorrindo bobamente, Edward seguiu atrás dela, pronto para ir para o seu quarto. Sabia que, por sua culpa, ela chegaria atrasada na escola onde trabalha, mas não se sentia nem um pouco culpado por isso. Na verdade, sentia-se muito orgulhoso. Bem, e um pouquinho desapontado também, já que ela não queria trocar o trabalho para passar um dia inteiro ao seu lado. E sem falar naquela pontinha de ciúme que não o abandonava nunca, mas, quanto a isso, ele estava tranqüilo – ao menos hoje Jacob Black não estaria lá.

E quanto ao desapontamento, eles ainda tinham uma vida inteira para estarem juntos.

Edward abriu um sorriso ainda mais largo, ao pensar nisso. Mesmo que ela ainda não soubesse, Bella era dele. Só dele!

Ao abrir a porta, Bella foi surpreendida com uma coisa pesada caindo em cima de seu corpo, para só depois, estatelada no chão, perceber que era Emmett que caíra em cima dela.

- Emmett! – Edward gritou, empurrando-o de cima dela e ajudando-a a se levantar.

- O que diabos você pensa que está fazend...? – Bella perguntou furiosa, enquanto levantava com a ajuda de Edward, mas antes de terminar a frase, soltou um grito abafado ao sentir uma dor latejante em seu pé. – AAAAI!

Alice, que até então estava "invisível", tentou sair de fininho, mas Edward chamou-lhe a atenção.

- Posso saber o que significa isso? – perguntou com raiva.

Mas antes que Alice pudesse responder alguma coisa, Bella soltou outro gritinho.

- Meu pé está sangrando muito! – resmungou, já se sentindo meio tonta por causa do cheiro.

Deixando de lado qualquer pensamento, Edward pegou-a no colo e a levou para a área de serviço. Sentando-a em cima da máquina de levar, Edward saiu para pegar sua maleta. Meio minuto depois ele já estava de volta, analisando seu pé.

- Desculpa, Bella. – Emmett pediu.

- Não foi nossa intenção. – Alice completou.

Edward revirou os olhos com raiva, mordendo a língua para não gritar com os irmãos.

- Está tudo bem, gente... Ai, Edward!

- Desculpa. – pediu. – Bella, vou ter que levá-la ao médico. Você vai precisar levar uns três pontos, aí. – disse, enquanto puxava com a pinça um pedacinho de vidro. – Vidro? – ergueu uma sobrancelha para Emmett e Alice, em um claro pedido por explicações.

- O copo deve ter caído no chão e quebrado, quando caí em cima da Bella. – Emmett disse, com um sorriso amarelo.

Sem querer perder a paciência naquele momento, Edward pegou Bella no colo e foi para a sala, procurando pela chave do carro.

- Quando voltar, eu quero uma explicação que seja no mínimo plausível. Entenderam? – perguntou sério.

.

- Então quer dizer que vocês estavam ouvindo atrás da porta! – Bella gritou, exasperada. – Que vergonha, Alice.

Bella estava sentada no sofá com o pé em cima da mesinha de centro com seus amigos sentados ao seu redor. Assim como Edward previra, ela levou três pontos, e agora estava com o pé enfaixado.

- Ah, Bella. – Alice murmurou. – Você nunca me conta as coisas como elas realmente são. – disse de cara emburrada. – Você edita demais!

- Porque eu conto só o que lhe diz respeito. – Bella rebateu.

Alice somente revirou os olhos, sem se afetar com as palavras dela.

Ficaram em um silêncio desagradável, quando Emmett levantou com um pulo, assustando a todos.

-Alice, nós ainda não a demos as boas vindas. – ele sorriu largamente. – Seja bem-vinda a família, Bella. – disse e a abraçou apertado, sendo seguido por Alice.

Edward revirou os olhos, mas, na verdade, fazia um enorme esforço para conseguir conter o sorriso.

- Você vai machucá-la, assim. – repreendeu.

- Emmett, nós...

- Não acredito que você vai negar assim, na maior cara de pau. – Emmett a interrompeu, falando sério, mas seu rosto demonstrava sua diversão.

- Emmett... – Bella tentou de novo.

- Ah, é? – continuou, ainda tentando demonstrar raiva, mas seu sorriso ficava cada vez mais evidente. – Oh, Edward. Edward. Nããão, Edward. É melhor pararmos. Oh. – ele disse, imitando seus gemidos.

Alice gargalhava alto no sofá, enquanto Bella corava em um vermelho brilhante.

- Se vocês não sumirem em dois segundos, juro que arranco, um por um, todos os dentes de vocês dois. E com um Alicate. – Edward disse sério.

Emmett e Alice entenderam o recado. Ambos saíram da sala na mesma hora, mas sem deixar, é claro, de produzir alguns gemidos na caminho.

Quando os dois sumiram de suas vistas, Edward se virou para Bella, sorrindo.

- Até você?! – ela reclamou, escondendo o rosto nas mãos, enquanto ele a abraçava.

- Desculpa. – ele murmurou contra os seus cabelos, rindo ainda mais.

Bella bufou baixinho e se aconchegou nos braços dele.

- Você armou isso tudo para não me deixar ir trabalhar. Admita.

- Não exatamente. Mas admito que desejei bastante. – respondeu divertido.

Bella bufou novamente, fuzilando-o com o olhar. Sem se sentir nem um pouco ameaçado, Edward disse:

- Já que você não vai mais trabalhar, nós bem que poderíamos aproveitar.

- Aproveitar como? – bufou novamente, irritada. – Meu pé dói tanto que não posso nem pensar em andar!

- Com o que tenho em mente, você não precisará andar. Então seu pé não atrapalhará em nada, sabe. – disse sugestivamente, imprensando-a contra o encosto do sofá.


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