Blood Moon - O Coiote e a Dama do Deserto escrita por LalaMarry


Capítulo 4
O estranho dos olhos exóticos


Notas iniciais do capítulo

Hi peoples! Quanto tempo! Me desculpa mesmo pela demora, mas como eu havia falado ia ser um mês meio corrido para eu postar, mas agora to aqui de volta ♥
Espero que gostem e tenham uma boa leitura!



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-Espere – rapidamente falou ao me ver abrir a boca, fechei-a mordendo o lábio inferior. – Antes precisamos ir para um lugar mais... apropriado. – completou com um sorriso.

A garçonete se aproximou quando ouviu ele a chamar de “querida” e pedir a conta. Eu observava tudo com certa impaciência, achava desnecessário todo esse teatro com os humanos.

Ele pagou um pouco a mais e deixou o troco como gorjeta para ela. Peguei-me imaginando se ela ficaria tentando sentir o cheiro dele nas cédulas. Do lado de fora ainda chovia, mas com menos intensidade que antes. O homem pegou firme em pulso e senti-me ofendida por isso.

-Eu posso seguir você, não precisa me segurar. – soltei-me de sua mão.

-Trauma de infância? – perguntou com divertimento na voz enquanto dobrávamos uma esquina e atravessávamos uma avenida movimentada. – Só estou fazendo isso por precaução, como é nova na cidade vai chamar muita atenção, principalmente se estiver andando sozinha.

Ele parou em frente ao que parecia ser um dos menores prédios da cidade, com apenas dois andares, era feito de tijolos expostos pintados de branco e bege, a pintura estava desgastada e as janelas fechadas com tábuas. Ao lado havia uma escada de emergência em zigue-zague.

O homem agilmente saltou sobre as grades de apoio, agarrando a próxima e lançando o corpo para cima, admito que fiquei um pouco admirada com sua agilidade.

“Ele não é humano, Molly” – balancei a cabeça e subi as escadas como uma pessoa normal faria, a não ser que ele fosse um praticante de parkour.

Quando cheguei à laje, ele já estava sentando em uma mesa de ferro pintada de preto, havia uma toalha cobrindo o tampo dela e uma vela em um suporte no centro.

-Só falta dizer-me que estamos em um encontro romântico - comentei sentando de frente para ele.

-Gostaria que fosse? – ele cruzou os braços sobre a mesa, os olhos escuros levemente mais claros por causa da luz.

Decidi ignorar a pergunta.

-Onde estávamos? Ah sim, “interessante”. – olhei para ele para ver se estava situado.

-Exatamente. – concordou.

Concentrei-me na pequena chama da vela e estremeci por dentro.

-Bem, então...

“No dia seguinte Molly acordou sentindo o olhar de alguém sobre si.

-Scott? – esfregou os olhos para melhorar a visão embaçada. – Scott o que aconteceu?

Scott estava deitado de lado na ponta da cama, ainda usava a mesma roupa do dia anterior, estava sujo de suor, sangue e areia, uma mecha grisalha pendia sobre sua testa e havia alguns arranhões recentes além da enorme cicatriz que cruzava seu rosto de uma ponta a outra, a qual Molly nunca tivera coragem de perguntar sobre, sempre achara que Scott contaria tudo que ela precisasse saber, pelo menos até ontem.

-Tivemos um pequeno problema com peregrinos... – ele iria acrescentar algo, mas se calou por um instante.

Molly sabia o que significava quanto ele agia de modo hesitante.

-Quem eles mataram? Eles mataram o Tyler, não foi? – a menina concentrava seus olhos chocolate na interessante mistura de achocolatado com mel que pareciam ser os de Scott no momento.

Um pequeno sorriso de alívio apareceu em seu rosto.

-Não Molly, não é nada disso que está pensando... Que tal tomarmos um café agora? – ele tirou o cabelo do rosto dela e levantou-se.

Ela colocou sua pequena língua para fora. Odiava café.

Scott riu com a careta da pequena e saiu para Emily arrumá-la.

-Sobre quem estavam conversando ontem? – comentou enquanto Emily desembaraçava seu cabelo.

 Ela parou estática durante alguns segundos.

-Você escutou a reunião de ontem? – falou baixo como se contasse um segredo.

-Só uma parte – admitiu. –Quando eu fui beber água.

-Ninguém pode saber que você... – começou a dizer em alarme. -Droga.

Emily puxou o cabelo dela em um rabo de cavalo, mas logo depois soltou.

-Já volto, vou buscar uma fita.

Ao ouvir o baque da porta, sentiu a presença de algo. Ele estava sentado de lado no parapeito da janela, vestia calças que estavam rasgadas na altura do joelho e uma blusa de cor desbotada que se estendia até os pulsos, a cor dos cabelos lembrava areia do deserto e os olhos que a encaravam eram estranhamente dourados, cor de mel, talvez.

Molly estava prestes a gritar, quando sentiu a mão dele sobre sua boca, os olhos exóticos agora a centímetros dos seus. Ele colocou o dedo indicador da outra mão sobre seus lábios, um pedido de silêncio.

-Agora sim. – Emily voltou saltitante.

Por reflexo, Molly olhou para a porta e quando voltou o olhar para o estranho ele não estava mais lá.

-Te assustei? – perguntou preocupada ao ver a expressão da pequena.

Ela pensou no pedido do estranho, o que ele poderia fazer se contasse?

-Um pouco. – decidiu manter o segredo, por algum motivo achou melhor não contar.

-Bem... então vamos indo – finalizou o penteado apertando um laço de fita em seu rabo de cavalo.

Molly deu uma rápida olhada para a janela e correu atrás de Emily ao ver que o homem dos olhos estranhos estava sentado novamente na janela encarando-a.

-Isso não é justo – Molly cruzou os braços com raiva.

O círculo de pessoas a sua volta parecia se divertir, apesar do estresse da menina e da tentativa de uma expressão assustadora em seu rosto.

-Ah, vamos lá! É apenas um jogo. – Tyler deu uns tapinhas em suas costas reconfortando-a.

Molly se esquivou dele e jogou seu baralho com o resto do bolo de descarte.

-Perdi a vontade de jogar por hoje. – entrou e subiu até o telhado do celeiro.

Gostava de ir para lá quando queria ficar longe de todos, mas Scott não ficaria contente de encontrá-la ali, correndo o sério risco de cair de uma altura de dois metros.

Admitia que era um comportamento totalmente pirracento de sua parte, não gostava de perder, de não saber das coisas e de ser o ser mais fraco que convivia ali. As piadinhas como as que Marcus jogava para ela não era nem um pouco agradáveis, mas afinal ela tinha cinco anos. Cinco anos! Mas eles pareciam esperar algo mais dela, algo mais maduro do que sua idade permitia.

Enquanto o vento carregado de areia fazia seus cabelos moverem-se como chamas vivas, pontos estranhos apareceram ao sul, correndo a uma velocidade assustadoramente rápida. Logo se ouvi o primeiro grito, abafado por rosnados e comandos de Scott que se movia freneticamente.

Molly levantou-se a tempo de ver Marcus sendo rasgado ao meio por um coiote, desceu do telhado e correu até a rua gritando por Scott.


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Notas finais do capítulo

Não se esqueçam de dizer o que estão achando.

Kissus



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