Mama Dean escrita por Lady Padackles


Capítulo 25
O desenrolar da confusão




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/408033/chapter/25

Revoltados, Sam e Dean seguiram até a casa de Hilary para buscar Samanthinha. Dean pretendia deixar a pequena com o irmão enquanto ia até a casa de Bruxonilda reclamar sobre o trato não cumprido. Sam também estava chateado com os monstros por não terem mantido sua palavra, mas não sabia muito bem se adiantaria confrontá-los. Talvez eles não quisessem mesmo educar os filhos e mentiram apenas para serem deixados em paz.

Castiel já estava lá, e assobiava alegremente comemorando o fato de seu plano ter sido bem sucedido. Samantha estava um bonequinha, parecia uma criança humana das mais bonitinhas... Se naquele dia ela não pôde ir à escola, no dia seguinte seria muito bem recebida por lá. Ele mal podia esperar para mostrá-la à Mama Dean. O amigo se orgulharia tanto dele...

–--------------------------------------------------------------------

Enquanto isso, no hospital da cidade...

– Doutor, vocês já descobriram o que aconteceu com nossas crianças? – perguntavam os pais desesperados.

Os médicos não sabiam o que dizer... As crianças já haviam sido examinadas, e, apesar de terem desenvolvidos rabos, bicos, asas, pelos e crostas, pareciam muito bem de saúde. O que se ouvia pelos corredores era acusações a Seu Sebastião, mas os profissionais de saúde não queriam incentivar especulações sem ter uma teoria palpável sobre o possível envolvimento do funcionário. Diziam aos pais que iriam investigar, e era isso que pretendiam fazer.

Os pais, entretanto, estavam sem paciência. Para eles estava mais que provado: crianças relataram que o homem, desde o dia anterior, saracoteava pela escola brincando e exibindo sem pudor um bico comprido e um par de asas que escondia por debaixo de um capote... Alguns estavam revoltados. Como a diretoria do colégio permitia que um funcionário fosse trabalhar naquele estado? Não era óbvio que podia ser contagioso?

– Foi esse louco negligente que contaminou nossas crianças! – gritou uma mãe. – Vamos até o colégio linchá-lo!

Um dos pais foi contra. Isso não era doença criada por Deus... Era coisa do diabo. Seu Sebastião devia ter alguma relação com o maldito. Era melhor serem mais cautelosos.

Após muita discussão, um grupo resolver se unir e fazer justiça com suas próprias mãos. Munidos de paus e pedras, largaram suas crianças sob cuidado médicos, e começaram a confabular e elaborar planos de ataque ao colégio.

–----------------------------------------------------------------

– São monstros... Horríveis... Horripilantes... - Choramingava o porteiro Astolfo.

Seu Sebastião olhava atônito para o colega. Infelizmente a diretora estava certa... O pobre rapaz não estava mesmo falando coisa com coisa...

– Deixa de ser besta, homem... Eu vi as crianças entrando. São todas até muito ajeitadinhas... Quer ver?

Astolfo não queria. Recuou. Mas Seu Sebastião segurou o braço do colega e o arrastou até o pátio onde os monstros e seus pais, todos cobertos pela névoa mágica, pareciam mais normais que ambos juntos. Não eram nem de longe tão dentuços quanto Astolfo... Também não eram corcundas, verruguentos e carecas como Seu Sebastião.

Astolfo engoliu em seco. Será mesmo que ele estava ficando louco?

– Talvez seja melhor mesmo eu ir ao médico... Juro que enxerguei coisas horripilantes alguns minutos atrás... – suspirou.

Seu Sebastião concordou com o colega. E como Dona Euvira pediu, ele acompanharia Astolfo até o hospital.

–------------------------------------------------------------

Enquanto isso, no colégio, Dona Euvira tinha trabalho. Estranhamente, nenhuma criança já matriculada havia aparecido para as aulas àquela manhã. Os pais e filhos que ali se encontravam apareciam no colégio pela primeira vez, e formavam um grupo no mínimo peculiar... Não carregavam consigo nenhuma documentação.

– Mas minha senhora, eu preciso do histórico escolar da sua filha, para poder fazer a matrícula...

– Paponilda não tem histórico. Nunca foi à escola... – Respondeu a Bicho Papão mãe, mau humorada.

Dona Euvira espantou-se. Como assim “Paponilda”? Isso lá era nome de gente? E como nunca havia estudado antes? A menina, mesmo se fosse alta para a idade, não podia ter menos de dez anos... Ela nunca havia ido à escola? Não sabia ler ou escrever?

– Não! – foi a resposta seca dada pela mãe quando questionada.

A pobre diretora ficou nervosa. E mais nervosa ainda ficou quando descobriu que o caso de Paponilda não era o único. Muito pelo contrário... Nenhuma daquelas crianças jamais havia pisado em uma sala de aula... Nem Vampirella, nem Dentucin, nem Dragonelson, ou qualquer outro... Malditos hippies... Além de escolherem os piores nomes possíveis para dar aos filhos ainda protelavam para lhes dar educação. Com certeza haviam sido pressionados pelo conselho tutelar para finalmente matriculá-los em uma instituição de ensino...

–------------------------------------------------------------------

Quando Dean olhou para o jardim da casa de Hilary e viu Castiel regando as plantas, não se surpreendeu. O anjo era muito ligado à vovó e volta e meia fazia companhia a ela, seja ajudando-a na cozinha, no jardim, ou simplesmente sentando com ela na sala para ouvir suas histórias.

O anjo sorriu para ele e para Sam e tratou de chamar a velha para abrir a porta para os irmãos.

– Onde está Samanthinha? – Sam foi logo perguntando.

– Está brincando no quarto... – respondeu Castiel. O anjo em seguida trocou olhares significativos com Hilary.

– Vou lá buscá-la então. – disse Dean. O Ex-caçador, assim como seu irmão, estava visivelmente descontente com alguma coisa. Provavelmente se preocupavam com Samantha, que não podia estudar. Castiel e Hilary mal podiam esperar pela reação dos Winchesters quando vissem a criança. Especialmente a reação de Dean, é claro...

Dean e Sam, seguidos por Cass e Hilary foram até o quarto da vovó onde a criança brincava com sua bonequinhas.

– Samanthinha! – chamou mama Dean ao vê-la de costas. Quando a menina virou, fitando-o de volta, qual não foi a sua surpresa... No lugar do bico, a criança apresentava uma boquinha bem feita e vermelhinha, e uma narizinho fino e delicado. A pele, antes peguenta, agora era aveludada como um pêssego. Uma linda cabeleira loira, formando lindos cachos, lhe caia sobre os ombros. Era uma bela criança humana, mas Dean não teve a menor dúvida de quem se tratava. Os olhinhos que o olhavam com amor, eram os de sua princesinha.

Sam olhou aturdido para Cass e Hilary. O que estava acontecendo?

– Eu roubei a névoa mágica de Percy Jackson... – vangloriou-se Castiel. – Agora a Samantha pode ir à escola.

Hilary envolveu Sam com um de seus braços, e Cass com o outro. Estavam prestes a ver uma cena muito emocionante. A luta de Castiel com Percy sem dúvida havia valido a pena.

– Samanthinha... É você? – Dean tinha lágrimas nos olhos. Ele abraçou-se à criança e pôs-se a chorar.

–---------------------------------------------------------------

Astolfo e Seu Sebastião chegaram ao hospital e foram direto falar com a recepcionista.

– Moça, o meu colega aqui está vendo coisas... Precisa de um psiquiatra.

– Vendo coisas? Isso não deve ser grave... Não pode voltar outra hora? – reclamou a mulher. Com o surto de monstruosidade das crianças a ala psiquiátrica estava mais que lotada. Vários pais estavam precisando de atendimento. Keiley, a mãe de Rosemary era uma... Após de gritar histericamente por horas depois do emonstrecimento da filha, havia sido enviada para lá pelo marido.

– Voltar outra hora? Moça, o problema dele pode ser grave... Meu amigo pode ter ficado esquizofrênico de uma hora para outra! – retrucou Sebastião revoltado. – Nós somos funcionários do colégio local, e nosso trabalho é muito estressante... As crianças pintam e bordam com a gente... – completou o homem.

– Trabalham no hospital? – perguntou um pai que estava por ali. Ele fazia parte do grupo “Inimigos de Sebastião”, que se preparava para seguira dali direto para a escola. Talvez aqueles homens pudessem dar alguma informação sobre o maldito homem.

Sebastião e Astolfo viraram-se para trás e confirmaram. Sim, trabalhavam na escola.

– Conhecem um tal de Seu Sebastião? Perguntou o pai.

– Sou seu! – respondeu o corcundinha sorridente. Pelo jeito sua fama o precedia.

–------------------------------------------------------------------

– O que há com essas crianças? – Desesperava-se Dona Euvira. Os pais hippies já haviam ido embora deixando os pestinhas em suas mãos. E que pestinhas... A diretora havia dividido as crianças por faixas de idade e enviado os professores para tentar fazer algum trabalho com elas. Pelo jeito os pobre mestres não estavam dando conta daquelas crianças indisciplinadas, pois volta e meia aparecia uma na sua sala.

– A tia Bruna me mandou pra cá! – disse um menino baixinho, que chegou correndo e se enfiou porta adentro.

– O que você fez de errado, menino?

– Eu? Nada não... – disse a peste. Em seguida agarrou o tubo de cola que Euvira guardava na estante, abriu-a e derramou o conteúdo todo na boca.

– Menino! Larga essa cola! Você está louco? – Gritou a mulher desesperada...

Não... Louca estava ela por gritar com um filhote de Papa-tudo-da-floresta. Nervoso com a gritaria, o monstrinho atacou a mão da mulher em seguida, quase arrancando-lhe um dedo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Mama Dean" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.