O Defensor escrita por That Girl


Capítulo 6
Capítulo 6 - Cuidados.


Notas iniciais do capítulo

Olááá!! Quero agradecer as minhas novas leitoras e dedicar o capítulo para: Laura Cullen, hyuna e schay; obrigada por favoritarem!

E também dedico para HeleenaaRodrigues que fez uma linda capa para a fic! Eu amei Flor *-*

Sem mais delongas, vamos ao capítulo de hoje!

Boa leitura ^^



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Suas lágrimas desciam silenciosas e a única coisa que se ouvia era a respiração pesada de Isabella. Ainda não me sentia à vontade de lhe perguntar coisas ou cobrar respostas, já que ela havia me dado um espaço em sua bolha por livre e espontânea vontade. Ficar ali com ela não era desconfortável, pelo contrário, a única coisa que me incomodava era uma crescente vontade de tocá-la, como se isso fosse fazê-la se sentir melhor; essa sensação piorou quando seu corpo passou a dar leves espasmos por conta do choro abundante. Sem dizer uma única palavra e pedindo a Deus para que ela não me batesse eu me atrevi a segurá-la, cruzei minhas pernas e a coloquei sentada de lado sobre elas, fechando meus braços à sua volta como se fosse um casulo; para o meu alívio Isabella não reagiu, ainda chorava muito e abraçá-la foi a única forma de encontrei de fazer com que ela se acalmasse.

Recostei-me no sofá ainda abraçado a ela e afagava seus ombros quando seus espasmos surgiam, havia tanta coisa que eu tinha que frear para não dizer... Eu mantinha a boca fechada porque nem eu mesmo entendia o motivo de estar tão empenhado em cuidar dela. “Eu vou ficar aqui o tempo que for... Só quero que sinta isso... Estou aqui, não sairei daqui...” mais um mantra pra minha coleção, pensar nessas frases como se fossem mantras são como um freio, assim não assusto ela com minha falta de freio na língua. Sem me dar conta, uma de minhas mãos passou a afagar gentilmente seus cabelos e eu voltei para os meus devaneios.

Fiquei tão perdido em pensamentos que nem vi o tempo passar; minhas pernas formigavam e eu já não ouvia o choro dela, Isabella havia dormido e eu nem tinha me dado conta. Esperei o formigamento das minhas pernas passar e comecei a ficar levemente desesperado “O que eu faço agora? Levo ela até seu quarto? Deixo ela aqui na sala? Saio e deixo tudo trancado ou fico aqui esperando a mãe dela chegar?” eu estava realmente confuso e sem saber o que fazer com uma garota lindamente adormecida nos meus braços! Ela se mexeu levemente quando levantei e resolvi não abusar da sorte, afinal, não poderia entrar no quarto dela desse jeito. “Terá que ser quando ela quiser...” que raio de pensamento foi esse?! Balancei levemente a cabeça para clarear minha mente e acomodei-a sobre o sofá maior, cobrindo-a com a manta que estava ali. Ela parecia tão serena e tranqüila, em seu rosto ainda havia marcas do choro, mas o escrito absurdo que vi em sua testa quando a encontrei não estava mais lá. Peguei seus óculos do chão e coloquei sobre o rack da televisão e resolvi esperar a mãe dela chegar.

Trinta minutos depois que eu tinha acomodado Isabella no sofá eu ouvi um barulho de carro na garagem, como não queria causar constrangimentos e, muito menos acordá-la, saí sorrateiramente da sala e abri a porta da casa dando de cara com a mãe dela saindo do carro.

- Boa tarde. – disse totalmente vermelho, já que ela me olhou com um sorriso de ‘quase te peguei com a minha filha’.

- Boa tarde... Acho que conheço você... Eu sou Renée Swan. – ela disse enquanto apertava minha mão.

- Ah sim, desculpe por não ter me apresentado, sou Edward... Cullen. – ela sorriu mais ainda e nem me deixou terminar de falar.

- Ah sim, você é filho do Dr. e da Dra. Cullen, meus novos vizinhos! Eu conheço seus pais, sua mãe esteve aqui ontem de manhã e conversamos, ela é maravilhosa! – ela dizia sorrindo e eu notei que Isabella era uma cópia dela. Ela me observava com um sorriso contido, enquanto nenhum dos dois tomava as rédeas do assunto, até que ela resolveu se adiantar.

-Você e Bells são amigos? – eu corei e dei de ombros indicando um ‘mais ou menos, mas estou trabalhando (muito) pra isso’; ela riu e se aproximou de mim me puxando para sentar na varanda. – Não sei por que, mas sinto que quer falar comigo. – disse rindo baixo e eu assenti rindo junto.

- Sim, eu gostaria de conversar com a senhora, se não for incomodar muito. – ela arqueou uma sobrancelha e eu tratei de começar a falar, “Agora sei de onde vem aquela carinha de irritada da Isabella, a da mãe dela dá mais medo...” pensei enquanto procurava palavras para explicar o motivo dela me ver sair da casa dela.

- Bom, vamos cortar o senhora, me chame de Renée. – disse simpática e eu assenti.

- Ok, Renée. Bem, eu estava esperando você chegar porque não queria deixar Isabella sozinha aqui. – ela me olhou preocupada.

- O que aconteceu com ela? Está tudo bem? – eu assenti rapidamente e ela relaxou.

- Sim, está tudo bem... Mas preciso te contar algumas coisas... Não quero ser intrometido, antes de tudo: eu só quero o bem estar da Isabella. – ela assentiu e eu contei como a conheci, as coisas que meu trio de amigos me contou e tudo o que vi, incluindo o acidente de hoje. Renée me olhava estupefata, e visivelmente irritada.

- E você tem estado por perto desde o início desse ano letivo? – ela voltou a falar depois que se recompôs.

- Sim. Tenho mantido certa distância, já que ela é muito desconfiada e impõe certos limites de aproximação... Ainda não estou acreditando que passei a tarde toda aqui.

- Ela puxou ao Charlie... – vi seus olhos ficarem úmidos. – Desconfiada, arredia... Mas muito meiga e carinhosa. Eu confesso que não sabia dos xingos e agressões, vez ou outra ela aparecia machucada e com os óculos quebrados, mas para todos os efeitos, ela dizia que tinha caído, tropeçado, batido em alguma coisa... Mas nunca imaginei que seria algo assim. – ela falava com voz de arrependimento.

- Mas Renée, ela acabou se isolando por medo do que aconteceu com a Ângela...

- Eu me lembro, ela me contou que Ângela e ela brigaram por conta de um caderno, não que ela apanhou e teve a confiança traída por conta de um capricho dessa tal de Lauren. Sobre hoje, como conseguiu ficar aqui? Por que desde que Ângela saiu de Forks Bells não trouxe mais amigos aqui.

- Por conta do acidente da biblioteca, ela estava grogue e eu fiquei preocupado... Aí eu fiz cara de agonia, falei que precisava ficar com ela... – fui interrompido pelo riso baixo de Renée.

- Você a venceu pelo cansaço. Isabella não gosta de sentir que está ‘dando trabalho’, mas também não gosta de decepcionar as pessoas... – acabei de ganhar uma dica! Vou guardar isso, a Renée realmente será uma aliada perfeita!

- Vou guardar essa dica! – rimos juntos.

- E como ela está sobre o que aconteceu hoje? Sabe, eu preciso de uma historinha pra poder puxar assunto com a minha filhota. – disse me olhando de maneira cúmplice.

- Ela almoçou e tomou banho... Eu tentei iniciar uma conversa sobre isso, mas ela tem tanta coisa acumulada que acabou explodindo num choro... – Renée baixou os olhos. – E eu só pude ficar perto confortando-a com um abraço, até que ela adormeceu e deixei-a no sofá. Eu não sei como ela vai estar quando acordar, mas pode dizer que eu estive aqui e lhe fiz companhia porque ela passou mal na escola.

- Você é rápido nas histórias hein! – disse divertida. – Olha Edward, eu agradeço profundamente o que fez e tem feito pela minha Bells, mas preciso perguntar: o que pretende com tudo isso? – ela perguntou séria.

- Eu não gosto de ver injustiças e ser conivente com coisas erradas. Fui criado para ser uma pessoa que reage ao que vê de errado. E eu só quero que ela brilhe pelo pouco que ela me permitiu ver, percebi que sua filha tem talento e só precisa de alguém que chegue e a puxe pra fora dessa bolha. Eu juro a você, vou agir cuidadosamente e não vou machucá-la. – Renné tinha os olhos marejados e me abraçou.

- Eu vou ajudá-lo, já fui negligente tempo demais. – ela disse decidida. – E você pode contar comigo, vou criar situações que tragam aqui pra casa como quem não quer nada e assim você se aproxima mais dela. – disse sorrindo maroto e eu apertei suas mãos totalmente agradecido.

- E isso vai ter um fim Renée. Estou reunindo provas para entregar ao diretor. Você vai ver... Isabella não terá mais o que temer e eu vou conseguir a amizade da sua filha.

- Você já tem, ela só não lhe disse com todas as palavras ainda. – eu olhei pra ela totalmente surpreso.

- Mas ela disse hoje que ainda não somos amigos. – ela riu e tocou minha bochecha.-

- Só o fato de você ter ficado aqui a tarde toda e ainda abraçado com ela, prova o contrário, não acha? – sorri e ela piscou.

- Vou lá ver como está a nossa ‘estrelinha’, mantenha-me informada Ok? Obrigada por tudo Edward. Boa noite.

- Se puder me avisar como ela está eu agradeço, pode ligar pra minha mãe e ela me passa o recado. – ela assentiu. – E pode deixar que eu te manterei informada. Não tem o que agradecer, faço isso porque gosto dela. Boa noite. – disse e atravessei a rua sorrindo. Essa conversa com Renée renovou minhas esperanças.

Entrei em casa já era noite e não saber como Isabella estava me deixou disperso, nem falei com meus pais. Subi direto para o meu quarto e tomei um banho, mal voltei para o meu quarto meu celular já tocava. Vi que era James e resolvi atender.

- Fala cara!

- Oi! Estava esperando uma certa ligação sabia? – não segurei o riso e ele gargalhou.

- Eu sei! Mas eu estava na casa dela até meia hora atrás. Conversei com a mãe dela.

- Péra! Você estava até agora lá? E conversou com a mãe dela? – ele parecia não acreditar. – Ela está bem? – agora parecia preocupado.

- Estava, ela acabou abrindo um espaço na sua bolha, ela chorou quando perguntei sobre o que anda acontecendo com ela. – James suspirou do outro lado. – E eu fique com ela até que Renée chegasse, acabei explicando o que aconteceu com Isabella e contei tudo. – silêncio mortal do outro lado da linha. – Jay?

- Cara, você ficou doido? Ela vai ficar brava quando descobrir que você contou pra mãe dela! – esperei que ele se acalmasse antes de explicar.

- Calma... Eu conversei com a Renée, ela ficou indignada obviamente, mas vai nos ajudar a nos aproximar de Isabella e também prometeu que vai ser discreta, não vai deixá-la saber da nossa conversa. – ele suspirou aliviado. – Isabella vai contar quando se sentir segura e estiver pronta para fazer isso.

-Fico mais aliviado! Agora nós precisamos dar um jeito de tirar a máscara daqueles gêmeos... Eles intimidaram o grupo que compete nas olimpíadas de Física hoje, parece que o Tyler mais atrapalha do que ajuda durante os grupos de estudo... – bufei irritado, aquele ali pensa que é o ‘rei da cocada’, não pode deixar ninguém conduzir nada.

- Que merda! – esbravejei. – Olha Jay, eu acabei fazendo duas coisas hoje quando encontrei a Isabella e precisamos agir logo. Eu... – fui interrompido.

- Falando nisso, eu não sei o que aconteceu, já que alguém ainda não me contou. – revirei os olhos, Jay as vezes é muito afobado.

- Eu encontrei ela desacordada na biblioteca, ao lado da estante dos livros de Física. Ele doparam ela com éter. Tinha um bilhete dizendo que “era só um aviso” e escreveram aquele apelido ridículo na testa dela. – ouvi James socar algo do outro lado.

- Puta que pariu! E se ela tivesse alergia ao éter? E se tivessem molhado muito o pano? Precisamos descobrir quem fez isso!­ – ele parecia indignado e eu sorri antes de contar a parte boa do que aconteceu hoje.

- Eu também pensei nisso, mas felizmente ela está bem agora. E tenho uma boa notícia: nós não vamos precisar descobrir quem fez isso, porque os gêmeos foram lá conferir o que tinha acontecido e eu me escondi, Tyler disse que o Paul dopou Isabella.

- Isso é perfeito! Agora só precisamos arrumar um jeito de fazer o conselheiro acreditar na nossa história... Isabella viu quem fez isso com ela?

- Ela não viu... Mas eu gravei os gêmeos falando isso... – quase fiquei surdo com o grito de ouvi.

- Cara isso é demais! Sério, você é o anjo que faltava aparecer na vida da Isabella! – eu fiquei meio sem jeito com essa história de anjo e blá, blá, blá.

- Nem sou tudo isso cara... Só quero ajudá-la.

- Eu sei que quer! – ele riu. – E estou vendo o quanto quer. Mas vamos deixar de conversa fiada que temos muito o que fazer durante a semana que vem. Tive uma idéia: vou avisar as meninas para ficarem atentas e gravar ou fotografar qualquer atitude suspeita da gangue dos gêmeos, não só com a Isabella, mas com qualquer outro aluno. Na sexta-feira reunimos tudo e vamos até o conselheiro Scott e contamos tudo. – sorri largamente, a idéia era perfeita!

- Combinado, vamos ficar de olho e enquanto isso eu vou tentando nos aproximar dela.

- Ok!

- O que vai fazer nesse final de semana? – pensei em chamá-lo pra fazer algo, já que por enquanto é meu único amigo em Forks.

- Ih cara... Nesse final de semana eu vou pra Seattle com a Vic, Tânya e o namorado dela... Você está afim? – fiz uma careta, ser vela não é algo divertido.

- Hum... Vou dispensar o emprego de castiçal se não se importar... – ele riu alto. – Vou ficar por aqui mesmo.

- Vou dar uma dica: aproveite para visitar sua vizinha Renée. Tchau e até segunda! – gargalhou e desligou sem ao menos esperar que eu respondesse.

Desci para jantar e contei aos meus pais o que havia acontecido e das provas que eu consegui. Eles me pediram pra ter cuidado e não esticaram muito o assunto, iriam aproveitar a folga para pegar um cinema em Port Angeles, saí da sala antes que me chamassem; ser vela dos próprios pais é exagero. Recebi uma ligação rápida de Renée, que me avisou que Isabella estava bem e havia dito que passou mal na escola e eu me ofereci para lhe fazer companhia. Sem ter muito o que fazer eu fui dormir e no sábado de manhã acordei bem disposto, fazia um dia fresco e o sol brilhava forte. Fui até a janela do meu quarto e notei que a cortina do quarto de Isabella estava aberta, não só a cortina, como a porta da sacada. Observei sorrateiramente enquanto ela arrumava livros em uma estante alta cor de mogno, parecia uma bailarina girando de um lado para o outro, descendo e subindo da escadinha carregando livros e mais livros. Seus gestos pareciam tranqüilos e eu me perdi naquele momento. “Já sei o que posso fazer do meu final de semana...”

Arrumei-me e desci para o café da manhã, chegando lá encontrei quem precisava: minha mãe.

- Bom dia querido! – disse me dando um beijo na bochecha.

- Bom dia mãe! – disse sorrindo e ela me olhou divertida.

- Está com cara de quem quer me pedir algo... – ri e ela sentou-se comigo e tomamos café.

- Cadê meu pai?

- Teve uma emergência... – disse num muxoxo. – Mas logo ele está de volta, vamos dar um passeio por Tacoma, a cidade vizinha. Quer vir conosco?

- Hum... Na verdade mãe, eu ia mesmo te pedir uma coisa... – ela sorriu.

- Pois diga então! – disse já tirando a mesa e eu a ajudava.

- Você pode me arrumar uma cesta de piquenique? – seus olhos brilharam.

- Claro que posso, é pra já! Vá até a garagem e pegue minha cesta, vou separar as coisas para arrumá-la. – fui rapidamente até a garagem e trouxe-lhe a cesta. Minha mãe caprichou, colocando bolos, doces, pães, frutas e sucos.

- Falta o principal. – falou colocando uma toalha xadrez vermelha. - Pronto, aqui está. Tenha juízo e volte antes do anoitecer, vamos jantar fora e você está convocado! – disse apertando minha bochecha e eu sorri.

- Obrigado dona Esme! Estarei de volta para o jantar! – disse saindo porta afora e atravessando a rua.

Meu coração cismou de bater mais rápido enquanto eu apertava a campainha, “Deve ser medo dela se intimidar...Apenas haja com calma... Seja natural.” Toquei uma vez e logo ouvi passos na escada e a porta se abriu.

 - Bom dia! – disse surpresa e corada.

- Bom dia Isabella. – disse tímido. – Vim saber como está e fazer um convite. – ela sorriu timidamente e deu um passo na minha direção.

- Estou bem... Obrigada por ter cuidado de mim... – falou envergonhada. – Qual é o convite? –disse tentando conter a curiosidade.

- Sou novo por aqui e não conheço quase nada da cidade, mas sei que existem muitas campinas por aqui... – ela assentiu concordando. – Me leva para um piquenique em alguma delas? – disse sorrindo torto e seu olhar foi do surpreso ao doce em segundos.

- Acho que lhe devo uma gentileza depois de tudo o que tem feito por mim. – sorri e ela me olhou de canto. – Me espere aqui, só vou buscar algumas coisas e já volto. – disse voltando pra dentro e eu sorri, parece que finalmente estou entrando em sua bolha.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!


Beijos