– Adeus, Los Angeles - Annabeth sussurrou, olhando para a janela da ave de metal, e observou o avião começar a subir, e se distanciar de L.A

***

Depois de algumas horas contadas nos dedos por Annabeth, o avião começou a descer, para finalmente pousar no aeroporto.

– Atenção senhores passageiros - ouviu-se a voz de uma aeromoça ao mega-fone - O avião está pousando sobre New York. Repito, o avião está pousando sobre o aeroporto de New York. Mais uma vez, o avião está pousando sobre o aeroporto de New York.

"Nós já entendemos, aeromoça chata dos infernos" pensou Annabeth.

A aeromoça repetiu aquilo mais algumas vezes. Quando Annabeth começou a se irritar de verdade, a ponto de querer que o avião caísse de forma inesperada e que a aeromoça partisse ao meio, a moça se calou. Anna agradeceu à Deus por isso.

RIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIICK!

As rodas de borracha do avião fizeram um barulho ao tocarem o chão acimentado do aeroporto. Eles haviam chegado.

Finalmente.

– Olá, querida Nova York - Thalia resmungou.

Annabeth olhou para a amiga, e percebeu que essa estava dormindo à poucos segundos. A franja do cabelo preto curto com mechas azuis da garota cobriam seus olhos, da cor do céu.

– Que horas são? - Thalia perguntou, coçando os olhos e se espreguiçando.

– Duas e meia da tarde - Anna respondeu, e seu estômago roncou alto e forte - Thalia, temos que comer algo. Estou morrendo de fome.

– Acho que somos duas, então.

Finalmente, o barulho das rodas parou, e o avião também. Logo os passageiros começaram a se levantar e sair, e Annabeth e Thalia seguiram o exemplo deles. Desceram do avião, e foram para a parte interna do aeroporto.

As portas automáticas se abriram, e Annabeth sentiu seus cachos loiros voarem um pouco por causa do ar condicionado. Ela pegou Thalia pelo braço, e levou-a até a esteira, de onde saíam malas de todos os tipos, cores, formas e tamanhos. Depois de alguns minutos esperando, Annabeth avistou sua mala vermelha, e as duas malas pretas com detalhes verdes de Thalia. Anna não duvidava que dentro da mala preta, tudo que estivesse ali também fosse preto.

De verdade, ela não duvidava mesmo. Não duvidava nem que um zumbi saísse dali quando Thalia abrisse.

As duas garotas pegaram suas malas, e saíram de perto dali.

– Vamos comer algo ali - Thalia falou, apontando para um pequeno restaurante que havia perto - O que acha? Parece ser bom.

– Eu acho que estou com fome, e que se nós não formos logo comer, vou desmaiar aqui mesmo - Annabeth respondeu, sendo um pouco arrogante.

– Por que está tão estressada?

– Não sei - a garota respondeu - Acho que é só a fome mesmo. Preciso realmente comer.

– Tem certeza que não é TPM? - Thalia riu.

– Sim, Thalia - Annabeth resmungou - Tenho certeza absoluta que não é TPM.

– Ok, então - Thalia riu - Anda, vamos comer ali mesmo.

Thalia andou até o restaurante, e Annabeth a seguiu. A fome parecia que ia a partir ao meio... Por um momento, achou que borboletas se formavam em seu estômago. Logo tirou o pensamento tosco de sua cabeça, não tinha nenhum motivo para que isso acontecesse. Andou até a mesa em que Thalia colocava suas coisas no chão, e colocou a mala do lado da mesa e foi em direção do balcão.

– Boa tarde - o balconista falou para Annabeth e Thalia, sorrindo - O que desejam?

"Bolo, pizza, refrigerante, pudim, chocolate e café. Pode ser?" Annabeth pensou.

– Pode nos dar o cardápio, por favor? - a loira apenas perguntou.

– Claro, senhorita - o homem pegou um pequeno papel plastificado, e entregou a loira. Ela sorriu agradecida, pegou o cardápio e leu-o.

– Eu quero... Eu quero dois hambúrgues, um suco de laranja, uma Coke Diet, dois pedaços de pizza e uma batata frita - Annabeth falou - Obrigada.

O garoto devolveu um "de nada. Tenha uma boa tarde", e as garotas foram sentar na mesa. De longe ouvia-se o barulho que as barrigas delas faziam, e as pessoas que passavam se assustavam. Annabeth e Thalia atacaram - literalmente - a comida, e só pararam para respirar quando a mesa estava limpa, com apenas os pratos e copos sujos, e com farelos pela roupa.

– Anda - Thalia falou, levantando da cadeira com dificuldade - Vou pagar a conta.

– Já estou indo - Annabeth falou sonolenta.

Thalia foi para o balcão com o dinheiro em mãos, enquanto Annabeth se levantava. Ela pegou a mala, e, sem olhar para frente, andou. Quer dizer, ela tentou. Sentiu sua cabeça bater em algo macio, e ela foi ao chão, soltando um gritinho bobo. Passou a mão na testa, e olhou para frente, tentando ver no que tinha batido.

Bem, em quem seria o termo certo para se dizer.

Um garoto, que devia ter quase a idade de Annabeth e Thalia - ela acreditava que teria mesmo a mesma idade. Estatura alta e forte. Os cabelos pretos caindo um pouco sobre os olhos, que eram verdes. Estes a olhava, e tentava detectar o que tinha acontecido. Ele usava uma calça jeans preta, e uma blusa azul. Uma jaqueta cobria seus braços longos e fortes. Annabeth acho aquele garoto estranhamente familiar, e o motivo? Não, ela não sabia. Não sabia mesmo.

Ele levava uma mochila vermelha grande nas costas, e Annabeth imaginou que ele iria embarcar, mas... Ela lembrou dele entrando no avião em Los Angeles junto à elas,

– Desculpe - Annabeth falou rapidamente, ainda no chão - E-eu não queria...

– Ah, não. Está... Está tudo bem - o garoto respondeu - Espera, nem tanto. E você? Está tudo bem com você?

Ele se ajoelhou ao lado de Anna, e ficou observando-a. Ela não gostou daquilo. Não gostou de estar sendo observada tão de perto, e ainda por cima por um garoto tão bonito e familiar. Sentiu as borboletas realmente se formarem dentro dela, causando enjoo forte.

– Hum... S-sim.

– Ainda bem - ele suspirou. - Qual o seu nome, garota? Acho que...

– Annabeth - ela respondeu, interrompendo-o - Annabeth Chase. E você?

– Mas... Você não sabe quem eu sou?!

– Se eu estou perguntando, com certeza não sei.

– O que está acontecendo aqui? - Thalia apareceu atrás do garoto, nervosa - O que quer com Annabeth?

– Ah, bem, eu...

– Você? O que você está fazendo aqui? - Thalia interrompeu o garoto.

– Você me conhece?

– Óbvio, você é filho daquele advogado que namorou Atena - Thalia apontou para Anna - Ela me conta a vida daquela mulher todos os dias, então é difícil não saber muito sobre ela...

– Você é o filho de Poseidon?! - Annabeth gritou, sentando no chão.

O garoto sorriu. Um sorriso que, para muitos, era falso; mas era sincero.

– Prazer - o garoto estendeu a mão - Meu nome é Percy Jackson, filho de Poseidon.