What Doors May Open escrita por Strawberry Fields Forever


Capítulo 5
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Pessoas!

Espero que gostem do novo capítulo.

Estou fazendo tudo com todo o cuidado.

Muito, muito obrigada pelos comentários. Vou responder um a um logo, logo!

Enjoy!



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Capítulo 4

"Então, o quê, está querendo dizer que agora ela que está interessada em você?" Finn perguntou incrédulo.

"Não!" Rachel protestou. "Eu nunca disse algo do tipo! Estou apenas dizendo que foi ela que se sentou ao meu lado e, por isso, você não tem o direito de ficar chateado comigo!"

Finn apontou o dedo para ela. "Você foi a única que corou olhando para a saia dela, Rachel! Sendo que você me disse que não gostava dela!"

"Eu não gosto!" ela insistiu, desejando que o calor sumisse do seu rosto, porque ela o sentia subindo ao ter a imagem das coxas de Quinn saltando em seu cérebro novamente. Elas pareciam tão macias e fortes e—

"O que você está pensando, Rachel?" Finn perguntou incisivamente.

Ela suspirou e caiu de costas na cama. "Eu não quero continuar brigando com você por conta disso, Finn."

Finn olhou para o outro lado, sua bota marrom contra o piso em carpete bege de Rachel. "Eu não quero continuar brigando também," ele murmurou.

"Eu não sei o que posso fazer." Ela mexeu com a linha solta do tecido da barra de sua saia, enrolando-o nos em seus dedos. "Não é como se eu estivesse perseguindo ela e, se fosse, não é como se ela fosse dizer sim."

Finn assentiu.

"Quero dizer, você mesmo disse que ela não é gay."

"Ela não é," ele admitiu.

Rachel respirou fundo, soprando para acalmar as vísceras no tranco. Da mesma forma que sempre fez. "Então eu não estou vendo um problema."

Ele inclina a cabeça em direção ao teto, como se não pudesse suportar olhá-la enquanto falava. "O problema, Rachel, é que você gosta dela."

Ela não respondeu. O assunto sobre os seus sentimentos por Quinn tinha ido e voltado entre eles quase todos os dias durante uma semana e ela estava cansada de falar sobre isso. Rachel descobriu que não havia meio concebível para ela gostar de Quinn, não sabia nada sobre ela além do fato de que ela possuía o melhor conjunto de genes que Rachel já tinha posto os olhos.  Fora isso, tudo o que sabia a respeito de Quinn é que ela era, em rara dimensão, um ser intimidador. Tudo o que importava para ela era a sua popularidade e, consequentemente, ela estava disposta a ferir qualquer um para conseguir o que desejava. Como Rachel poderia se apaixonar por alguém como ela? "Eu não acho que você entende," ela finalmente disse.

Finn suspirou exasperado. "O que eu não entendo?"

Ela esfregou os lábios tentando encontrar uma maneira de fazê-lo entender onde ela queria chegar. Foi quando uma ideia a atingiu. "Quando nos conhecemos, você não gostava de mim dessa forma, certo?"

Ele refletiu sobre a questão por um momento. Suas mãos fincaram em seus quadris enquanto seus olhos se encontravam virados para o chão, as lembranças o levando para alguns pares de meses atrás. "Não, eu estava com Quinn e outras coisas."

Rachel lembrou com diversão o surpreendente dia em que os dois estavam em pé na fila e ela o acertou— atraída pelo talento dele e seu potencial de liderança. A verdade é que o que mais a atraiu em Finn era o fato de que ele poderia cantar e salvar o Glee. Ela estava atraída porque ele podia cantar e salvar o Glee e isso a fez amá-lo de todo coração, e não fisicamente, o que já lhe dava indicativos em relação à própria sexualidade meses atrás. 

E então ele lhe dissera que namorava Quinn Fabray e o cérebro de Rachel entrou em curto-circuito. E ela expressou o seu horror, 'A Cheerleader Quinn Fabray? A presidente do clube do celibato?' e, como se quisesse provar o seu poder de sedução com a presidente do clube de celibato, Finn continuou, 'Sim, nós estamos totalmente fazendo coisas. Uma vez eu comecei a tocar a sua bunda. Foi incrível.'

Rachel tinha continuado ali, sem piscar por alguns segundos, numa mistura de aborrecimento e penetrante intriga, deixando-a confusa.

E agora Finn estalava os dedos em sua frente, trazendo-a de volta.  "Ei, você está aí?"

Ela sacudiu a cabeça, tentando jogar para longe os pensamentos, intrigada com a sensação explosiva que lhe tomaram as lembranças do passado não tão distante. "Eu—sim, estou aqui, desculpa." Ela limpou a garganta tentada a perguntar a Finn como eram os amassos com Quinn, mas faltava ousadia para fazê-lo. "Como eu estava dizendo, você não gostava de mim, certo?" Finn balançou a cabeça novamente e Rachel continuou. "Ok, então, porque você não gostava de mim?"

Finn abriu a boca para falar.

"E por favor," Rachel interrompeu, "poupe meu ego sensível e a minha auto-estima."

Ele sorriu torto, reorganizando as palavras que ia dizer e abriu a boca para falar novamente. "Porque, bem, você era," ele fez uma careta, "uma perdedora."

Rachel resistiu a vontade de revirar os olhos para o quão superficial as pessoas poderiam ser, incentivando Finn a continuar.

"E eu realmente nunca tinha conversado com você antes e quando o fiz, você foi meio assustadora, então…" Ele parou de falar quando inconscientemente Rachel fez uma carranca.

"Ok," ela demonstrou irritação, mas levantou a voz em um tom esperançoso, "Mas depois que você me conheceu?"

Ele sorriu. "Depois que eu te conheci… você é muito legal, Rach."

Rachel imitou o sorriso dele, desejando que Quinn também sorrisse assim para ela. "Essa é exatamente a minha situação com Quinn," Rachel disse. "Eu realmente não a conheço e, portanto, não gosto dela, como você não gostava de mim quando você não me conhecia ao nível que me conhece agora."

Finn se inclinou para trás, as sobrancelhas em sinal de incompreensão. "Mas, ela é Quinn." Ele lançou um olhar de soslaio para Rachel. "Todo mundo gosta dela."

"Todo mundo a deseja, tem inveja ou medo dela, Finn," Rachel corrigiu. "Uma vez que eu não sinto nenhuma dessas coisas por ela—"

"Ela te faz vibrar, todavia," ele opinou. "Isso é desejo."

Ela franziu a testa "Verdade, mas—"

"E você disse que desejar uma garota é um ponto importante, se você deseja ficar com uma."

"M-mas eu também disse que não sei se quero ficar com essa pessoas!" ela se defendeu, dobrando o corpo para encará-lo plenamente. "Finn, eu não gosto dela. Como poderia? Ela me ameaça por—"

"Por um par de meses," Finn disse suave. "Eu entendo isso, mas pelo que você me contou sobre o Glee hoje, ela foi meio que legal."

Os olhos dela caíram para o cachecol rosa. "P-por que você está fazendo isso?" ela perguntou em voz baixa.

"Eu só estou tentando entender para onde você está querendo ir, Rachel. Porque você está me confundindo." Ele olhou para ela. "E acho que você está se confundindo também. Olhe, eu meio que quero a Quinn novamente, mas se vamos continuar discutindo sobre isso, então eu vou desistir, porque você é uma pessoa legal e é importante para mim." Ele pegou o queixo dela suavemente entre o polegar e o indicador, levantando-o para fazê-la olhar para ele. "Mas se eu vou desistir, então o mínimo que você pode fazer é admitir que você gosta dela."

Rachel olhou para longe. "Estou fisicamente atraída por ela," admitiu.

Finn sorriu. Aquilo foi um bocado quente, suas duas ex-namoradas. "Como é que ela faz você se sentir?"

"Quente," ela sussurrou. "Envergonhada, afobada, como se eu fosse vomitar todo conteúdo do meu estômago… apaixonada."

O sorriso dele cresceu quando ela usou o termo 'apaixonada'. "Espere…isso é uma coisa boa?"

Rachel riu baixinho, sentindo-se tola e tonta e aquele tão maldito medo. "É uma coisa boa," ela disse em voz baixa.

"Oh, ok. Eu pensei que era algum tipo de perfume da Victoria Secret ou algo do tipo."

Ela franziu a testa, pensativa. "É provável," concluiu.

"E provavelmente o cheiro é realmente bom," Finn disse. Ele estendeu a mão puxando-a para um abraço até que ela descansou contra seu peito. "Não há problema em você gostar dela. Ela é realmente legal, uma vez que você comece a conhecê-la."

"Sério?" ela perguntou hesitante.

Finn assentiu. "Ela meio que parece aquelas nozes que você precisa quebrar, sabe?"

Rachel se afastou com um sorriso orgulhoso. "E não é que Finn Hudson sabe fazer analogias?"

Ele franziu o cenho. "Que diabos é isso?"

###

"Querida?" Leroy falou por cima do ombro quando ouviu a porta abrir e fechar. Seus olhos não se desviaram dos pratos que estava lavando, sabendo que sua filha tinha chegado e parado abruptamente atrás dele.

Rachel parou, vendo, através do espelho sobre a pia, Finn e sua mãe saírem da garagem. A mais velha ainda não estava confortável com ele dirigindo. "Sim, papai?"

"Como foi a escola?"

"Foi tudo bem," ela entoou brilhantemente.

"Tem certeza?" ele insistiu. "Você nos pareceu um pouco triste semana passada." Ele tirou as mãos da água, virando-se para a toalha a sua esquerda, secando-as com um sorriso torto. "Seu pai está preocupado."

Os ombros dela caíram diante do olhar crítico de Leroy, avaliando-a, antes de piscar com um sorriso caloroso. "Se você está tendo problemas com as atividades escolares—"

"Não é isso," ela quase choramingou. "Embora…geometria seja um pouco difícil," ela admitiu resmungando. Suspirou para si mesma e descansou contra o balcão. Ela queria dizer aos pais o que estava acontecendo, mas ainda estava se ajustando. E embora soubesse que eles não a julgariam; ela se sentia estranha em chegar até eles e dizer que era gay quando até o então o maior problema que tinha lhes falado eram sobre as manchas de raspadinhas em seus sutiãs.

O olhar de Leroy escureceu quando ele deu um passo se aproximando. "Seus colegas não estão praticando bullying em você, estão?"

Para surpresa até mesmo dela, Rachel se viu balançando a cabeça negativamente. Ela tinha passado a semana inteira sem raspadinhas e sem insultos— os interrogatórios de Quinn sobre o seu não-tão-secreto segredo não contam. "Ultimamente eles tem me deixado em paz."

A cabeça dele inclinou em curiosidade. "Isso tem haver com Finn e o termino? Ele tem vindo muito aqui e, às vezes, quando deixa você dá para perceber que está chateado."

"Isso não é verdade, papai," Rachel afirmou com exasperação. "Eu estou bem, realmente. E Finn não fez nada."

"Você sabe, ele vem muito mais agora do que quando vocês estavam juntos," observou.

Rachel sorriu nervosamente. "Nós somos maduros o suficiente para manter uma amizade saudável e desfrutar a companhia um do outro."

"Mais do que vocês fiziam quando estavam juntos?" Leroy perguntou desconfiado.

"N-nós realmente estamos muito melhor como amigos," ela gaguejou.

"Hmm." Ele esfregou o queixo pensativo. "Sabe, a mesma coisa aconteceu comigo e uma ex-namorada na faculdade certa vez."

A suspeita penetrou a sua mente, mas ela não conseguiu conter a sua curiosidade. "Como foi isso?"

O sorriso dele se alargou, divertido. "Você já ouviu falar em fag-hag*?"

"Papai!" Rachel exclamou, explodindo em um ataque de risos.

"Não, estou brincando," ele disse, rindo de sua própria piada. Ele ficou sério, os olhos perdendo o foco, como se estivesse se recordando de uma memória antiga. "Nós nos tornamos bons amigos."

Rachel sorriu. "Vocês ainda são amigos?"

"Nós nos falamos de vez em quando. Você sabe como a vida é. Pessoas vem e vão, este é o ciclo."

Ela assentiu, encostando-se ao balcão completamente. "Então…você descobriu que era gay na faculdade?" ela perguntou.

Leroy acenou negativamente com a pergunta. "Pfft, não. Eu sempre soube."

"Então porque você estava namorando uma mulher?" ela perguntou confusa.

"As coisas não eram como são hoje, querida," ele disse suavemente. "As pessoas não podiam sair do armário há vinte anos atrás como podem agora."

"As pessoas não podem sair do armário agora," Rachel resmungou. "Pelo menos não aqui em Lima."

Leroy se aproximou ainda mais. "Mas isso não se aplica a você, certo?"

Rachel colocou a mão sobre a boca, a face vermelha e embaraçada. Ela tinha falado demais, e, colocando um sorriso desarmante no rosto, decidiu levar aquela conversa para águas mais seguras.  "Outra noticia mais emocionante: consegui membros suficientes para qualificar o Glee sozinha!" ela anunciou.

Ele sorriu, o olhar profundo assentindo para si mesmo.  Então ele olhou para Rachel, o sorriso se estendeu por todo o seu rosto enquanto se aproximava e a abraçava. "Parabéns, baby girl," ele murmurou. "Eu sei o quanto isso era importante para você."

"É, papai," ela disse incisivamente. "Mas não é só porque conseguimos nos qualificar para as Seccionais que significa que iremos ganhar. Embora os meus dedos estejam cruzados."

"Bem, você sabe que seu pai e eu estaremos lá para você," ele disse a ela, beijando o topo de sua cabeça. "Nós sempre estaremos lá para você, não importa o quê. Você sabe disso, certo?"

Havia algo de grave na voz dele que Rachel não conseguiu compreender. Mas quando os braços protetores a apertaram e ela foi arrastada para o seu calor, descobriu que ele realmente não mentia. "Eu sei, papai."

###

Ela vestia uma blusa plissada cor de lavanda e um colete festivo naquele dia. Ela não estava quente ou sexy, mas se tivesse que falar sobre si mesma diria que parecia muito bonita com aquela roupa. Era um novo dia, uma nova semana, uma nova Rachel. Ela se sentia confiante e feliz, mesmo que confusa com os seus sentimentos. Mas ela não queria pensar sobre os seus sentimentos, mesmo que ela sempre o fizesse. Por sorte existiam momentos como agora, no qual ela poderia apenas pensar no Glee e aperfeiçoar a sua setlist com antecedência para as Seccionais com Mr. Schuester, porque nunca se pode estar muito preparado. 

Ela girou a combinação do seu armário o abrindo com um alto grito de vitória. Ela trocou os livros da última aula pelos livros que ela precisaria para a próxima.

Kurt se encostou no armário ao seu lado e ela sorriu amplamente enquanto passava gloss nos lábios, porque provavelmente ela veria Quinn em algum momento— andando com os lábios rachados tendo sua paixão por perto, definitivamente, não era o caminho certo para conquistá-la. Não que Rachel estivesse tentando, mas ela estava… enfim, existiam meios de fazer aquilo realmente de maneira eficaz. "Bom dia, Kurt!"

Rachel fechou seu armário, encostando-se nele e levantando a cabeça, os livros agarrados contra o peito.

"Ora, ora, ora, parece que alguém acordou inspirada essa manhã," Kurt a cumprimentou. "Embora eu só tenha dito o termo inspirado por conta desse brilho labial. Tão brilhante." Ele olhou para as roupas dela com uma carranca especulativa. " Seu guarda-roupa ainda deixa muito a desejar."

Rachel jogou o cabelo sobre um dos ombros e revirou os olhos.  "Mesmo que você tente não vai estragar meu dia, Kurt."

Os lábios dele franziram em curiosidade. "E porque isso?"

Ela sorriu, apertado e travesso. "Eu finalmente tenho interesse em alguém," ela disse baixinho. "E é uma menina!" Suas bochechas estavam quentes e estava com um sorriso tão largo tomando todo o seu rosto. E se Quinn nunca der retorno às suas afeições? Nah, era tão libertador finalmente se permitir ter sentimentos por outra garota.

Kurt acenou, sem realmente se surpreender com a informação. "Yeah, Quinn.Duh."

Rachel fez uma careta para a falta de animação na resposta. "Perdoe-me se algumas pessoas não estão apaixonadas pela mesma pessoa desde o primeiro dia de escola."

"O segundo me jogou no lixo o que me fez dizer a mim mesmo: ele é único," Kurt suspirou em uma voz falsamente sonhadora o que fez Rachel dar risada. "Nós somos patéticos, não somos?"

Ela elevou a mão apertando o polegar e o indicador. "Só um pouquinho."

Kurt enfiou o braço no de Rachel, interligando-os. Eles sorriram um para o outro, deleitando-se com as suas semelhanças e com o fato de que agora eles já não se sentiam mais sozinhos enquanto caminhavam pelo corredor. "Então, eu estava pensando," Kurt começou. "E se ao invés de fundarmos um clube LGBT onde falaríamos sobre crimes de ódio e opressão, não fazíamos uma noite de meninas onde falaremos sobre as nossas paixões e as formas delirantes com que eles fazem nossos olhares arderem quando olham para nós do outro lado da sala”.

"Embora eu possa desfrutar de um debate polemico e empolgante sobre questões sociais— especialmente aquelas que estão próximas de mim como a adoção e agora os direitos gay," Rachel comentou, sentindo-se como uma rainha enquanto caminhavam no meio do corredor. Claro, ninguém estava notando eles— ela tem sido ainda menos notada desde a veiculação da notícia do termino com Finn, mas sentia como se a grama ali ainda fosse verde. "Eu não me importo em falar sobre as nossas quedinhas." Elas estava caída por alguém. Ela estava caída por uma menina. Seu estômago vibrou com o pensamento.

Ela ria alegremente, seu olhar saindo do sorriso de Kurt para o corredor lotado. Ela imediatamente congelou no lugar quando viu Noah Puckerman andando pelo corredor. Não era a visão dele que a fez congelar. Era o que ele estava carregando. Um copo jumbo, que Rachel já sabia ser de raspadinha, descansava em uma de suas mãos.  Ela parou imediatamente e Kurt parou em solavanco quando ela o fez.  "Qual o problema?" ele sussurrou.

Rachel engoliu em seco audivelmente alto, de repente sentindo-se claustrofóbica com o número de pessoas que rastejavam pelo corredor tentando ir para a aula. Kurt olhou para o campo de visão dela e a cor do seu rosto desapareceu. "Esse lenço é de pashmina," ele sussurrou com medo. Seu braço deslizou pelo dela enquanto ele lentamente começava a recuar. Rachel não percebeu que ele estava saindo até que se virou para encontrá-lo. "Onde você está indo?" perguntou.

Ele sorriu levemente. "Aguenta essa por mim?" ele perguntou. "Esta roupa é nova, Rachel. Prometo te recompensar depois!"

"Kurt, volta aqui!" ela sussurrou quando ele praticamente começou a correr pelo corredor.

Rachel se virou, o coração palpitando, encontrando Puck parando à sua frente. Ela deu alguns passos para trás até sentir o armário em suas costas, tentava manter seus negócios fora do meio do corredor para evitar que mais pessoas percebessem, aglomerarem-se e aumentassem ainda mais a sua vergonha. "Estou surpresa que você não tenha simplesmente jogado em mim enquanto eu estava de costas," ela não pode evitar dizer em tom depreciativo.

Puck deu de ombros, seguindo-a até o armário. "Eu fiz isso uma vez com você e meio que me senti mal depois. Além disso, estamos juntos no Glee e eu não quero que fiquem ressentimentos entre a gente."

O queixo dela caiu em choque. "Se você não quer ressentimentos, então não deveria fazer isso comigo!"

"É como as coisas devem ser, baby. Olha, você está meio quente hoje, por isso eu vou poupá-la da antecipação." Ele levantou o copo, puxando o braço para trás como um gatilho.

"Ei!" Rachel ouviu alguém gritar indignado.

Ela endureceu, já sabendo de quem se tratava, e quase chorou do sua própria má sorte. Hoje estava sendo um bom dia, até aquele ponto. Porque Quinn tinha que estragar tudo andando no corredor para participar daquele incidente embaraçoso?  E depois de Rachel ter aceitado que tinha sentimentos por ela. 

Puck fez uma pausa, voltando-se para a voz. Quinn desceu o corredor em uma corrida leve, descansando apenas quando chegou na frente de Puck. Ela sequer olhou em direção de Rachel. "O que você pensa que está fazendo?" ela rosnou com força. Seu rabo de cavalo deu um salto para o lado no ímpeto de sua corrida antes de cair perfeitamente no lugar e Rachel estava realmente começando a se perguntar como alguém poderia ser tão perfeito. Certamente Quinn tinha algum defeito, além de ser significativamente má. 

Puck levantou o copo com uma expressão no rosto que Rachel só poderia chamar de ‘duh’. "O que lhe parece?" Seus olhos acompanharam as curvas do corpo dela lascivamente. "Você está muito quente hoje, por sinal."

Quinn zombou enquanto girava os olhos. Então— Rachel notou com interesse— a carranca no rosto de Quinn se transformou em um sorriso sensual que despertou algo dentro dela.  Quinn deu um passo para perto de Puck, tirando o copo de sua mão e colocando o braço em volta do dele. "Ande comigo até minha aula," ela exigiu.

Os lábios dele se curvaram em um sorriso presunçoso. "Claro."

Rachel assistiu impotente os dois caminharem pelo corredor. Ela pensou que o seu coração tinha parado de trabalhar ao não conseguir tirar os olhos deles. Então Quinn se virou para olhá-la por cima do ombro esquerdo e seu coração pulou no peito, ameaçando saltar para fora e seguir Quinn por todo o corredor. 

E aquele olhar ardente e delirante que Kurt estava falando antes? Rachel tinha quase certeza que era o olhar que Quinn estava dando para ela.

Então novamente, talvez fosse ela que estava realmente delirando.

##

Quando ela entrou na sala do coral, sentou-se na primeira fila. Ela não tinha certeza do que estava acontecendo entre ela e Quinn— se é que estava acontecendo alguma coisa— mas era melhor não brincar com fogo. Finn se sentou do lado dela depois de uma saudação desajeitada com Kurt, fazendo Rachel sorrir divertida para ele. "Oi, Finn."

"Ei, Rach." Ele se virou para ela com um sorriso próprio. "Puck me disse que ele não jogou raspadinha em você hoje. Isso é incrível."

Ela sorriu apertado por uma fração de segundos até que a informação não dita lhe chegou como um doce e ela se sentiu como uma criança. "O-o que você está falando exatamente?"

Ele deu de ombros. "Ele disse que estava indo jogar raspadinha em você. Você estava com uma cara divertida de pânico—"

"Certamente que não!" ela protestou.

Finn riu. "Tanto faz, então ele me disse que Quinn o parou no corredor—"

Rachel prendeu a respiração.

"—e que ela pediu a ele para levá-la até a aula." Ele franziu a testa. "Ele esta realmente entrar em suas calças. Ou… em suas saias ou o que quer que se fale quando as meninas usam saias."

Rachel fez um bico amuado. "Porque ele a quer tanto?" Ela parou, encolhendo os ombros. "Embora, em verdade, eu possa entender."

Finn revirou os olhos. "Porque ele já teve relações sexuais com todas as Cheerios. Some a isso o fato de Quinn ainda ser virgem, o que por si só adiciona milhares de pontos quentes a essa vontade."

E falando no diabo, Quinn, Santana e Brittany entraram. Rachel se inclinou para Finn quando as três chegaram perto deles, sussurrando. "Ele já transou até com Santana e Brittany?" ela perguntou da forma mais discreta possível, notando, pela primeira vez, que as duas pessoas em questão tinham os mindinhos ligados. De fato, ela nunca tinha olhado para baixo da cabeça das Cheerios, exceto pelos uniformes. Eles estavam…realmente próximos, pressionados firmemente um no outro o que poderia passar para qualquer um como um gesto de amigas, mas que intrigou Rachel.

"Sim," Finn disse enquanto o olhar de Rachel deslizava para Quinn. Ela nunca conseguia manter os olhos longe dela por muito tempo. Em seguida seus olhos vagaram para as coxas dela e que tinha visto tão de perto no dia anterior. Elas flexionavam a cada passo que Quinn dava. Quando ela olhou para cima, viu os olhos de avelã a observando atentamente.

Com a face vermelha, Rachel virou o rosto para frente quando Quinn passou por ela, as pregas da saia escovaram o quadril de Rachel. Ela estremeceu. Santana e Brittany a seguiram, nunca quebrando o contato e Rachel fez uma nota metal para observar a partir de agora.

Mr. Schuester entrou na sala um pouco depois, cumprimentando os alunos. Ele caminhou até a placa e escreveu uma palavra.

Seccionais.

Ele se voltou para a classe com um sorriso largo no rosto. "Esta todo mundo aqui, graças a Rachel," ele apontou para ela e Rachel se envaideceu, virando para o grupo com um largo sorriso,Mr. Schuester continuou, "Eu poderia nos inscrever para as Seccionais hoje!"

Todos aplaudiram e gritaram com entusiasmo. Tina se inclinou para baixo e esfregou um de seus ombros, Kurt lhe deu um aceno positivo com o polegar e Mercedes um sorriso. Finn envolveu-a em um abraço de urso. 

Rachel saboreou aquela atenção. Ela rapidamente se desvencilhou de Finn e tomou o centro da sala ainda que ninguém a tivesse convidado para fazer um discurso.

"Companheiros do glee, é um prazer pessoal ter garantido que o New Directions estivesse completo para concorrer nas Seccionais. Eu sei que todos nós trabalharemos duro e em conjunto, e, mais importante, me deixem brilhar quando eu precisar, podemos vencer essa coisa!"

Ela apreciou todos os olhos sobre ela.

... E a maneira lenta como Quinn cruzou as pernas.


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Notas finais do capítulo

* O termo fag-hag é utilizado para identificar mulheres que preferem a companhia de homens gays. Não necessariamente de de maneira amigável.



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