Capitulo 12

Corria em direção ao meu quarto. As lágrimas desciam feito cachoeira pelo meu rosto. Os corredores pareciam mais longos do que o normal. Queria entrar em meu quarto e me afundar na cama, e lá ficar até criar coragem de levantar outra vez. Quando fui entrar em outro corredor, bati em algo. Com o impacto cai no chão. Meio atordoada e com os olhos cheios d’água, olhei para cima e vi Maxon.

- America, meu Deus! Você se machucou? – disse ele se abaixando para ajudar a me levantar.

- Eu... estou... bem – disse em meio aos soluços. Ele me levantou.

Maxon ficou em silêncio. Eu não o olhava nos olhos. As lágrimas ainda corriam pelo meu rosto.

- Eu preciso ir. – disse baixinho e ainda não o encarando. Sabia que ainda estava magoado comigo.

Quando passei por ele, Maxon me pegou pelo pulso e foi me arrastando pelo corredor. Surpresa com sua atitude repentina eu até me assustei.

- Maxon! Solte-me. – disse um pouco confusa. Ele me levava, mas não olhava para mim.

- Maxon? – falei mais alto. Ele não me olhava e não dizia nada.

Ele não tirou a mão de mim. Passamos por meu quarto. Então ele entrou em seu quarto. E me colocou para dentro e fechou a porta.

- Maxon, o que você est... – surpresa, ele me abraçou.

- America. – dizia ele me apertando forte.

Não esperava isso. Achava que ainda estava magoado e bravo. Mas sentir Maxon tão perto outra vez era um grande alivio. O abracei também e voltei a chorar.

- Maxon eu..

- Shhh! Não diga nada – disse ele ainda abraçado comigo – só quero sentir você.

Ficamos abraçados por alguns segundos sem dizer uma palavra. Maxon era meu conforto. Como senti falta dele naquele dia.

Maxon pegou e me afastou e olhou no meu rosto. Eu não o encarava. Ele pegou meu queixo e fez olhar para ele.

- America, eu sinto muito por ontem eu...

- Não, sou eu que sinto – não o deixei falar – como você disse, talvez tudo aquilo seria coisa da minha cabeça – voltei a chorar – me perdoe Maxon? Eu fui tão má com você ontem. Perdoe-me?

- Meu amor – disse ele me abraçando outra vez – é claro que eu perdoo. – ele continuou – você sempre me perdoa das coisas que eu faço, então, por que não perdoaria você?

- Eu te amo – disse

- Eu também – disse Maxon me afastando e me beijando.

No meio do beijo nós nos sentamos em sua cama. Maxon me beijava com ternura, suas mãos me agarravam pela cintura tentando fazer com que eu me aproximasse mais. Parecia que não nos víamos por dias. Como senti sua falta! Acariciei seu cabelo e coloquei os braços ao redor de seu pescoço. Quando me dei por conta nós nos deitamos, Maxon ficou por cima de mim e nós nos beijamos mais apaixonadamente. De repente percebi que as coisas começaram a ficar diferentes.

- Maxon? – disse sem ar. Ele parou de beijar.

- Desculpe. – disse ele deitando ao meu lado – é que eu sentia falta de beijar você.

- Eu também – disse olhando para ele ainda deitada ao seu lado. Ele pegou minha mão e levou até a boca e a beijou.

Como já estava perto da hora do jantar, Maxon decidiu não descer e ficar comigo. Ele pediu que trouxessem o jantar para seu quarto para que nós pudéssemos ficar sozinhos para conversar. Apesar de tudo voltar a ficar bem entre Maxon e eu, sabia que tínhamos coisas para conversar inda.  Com uma pontualidade incrível, trouxeram nosso jantar. Arrumaram em uma mesa na sacada. Então jantamos.

Depois que terminamos, fomos para dentro do quarto.

- Obrigado por jantarmos aqui. – disse sorrindo

- Sei que não queria sair hoje por causa do meu pai. – disse ele se aproximando e me puxando para perto.

-Sei que em parte estava errada Maxon – disse o olhando nos olhos – mas seu pai também me magoou.

- Eu sei meu amor – disse ele me levando para sentar ao seu lado na sua cama e continuou – também fiquei decepcionado com ele por causa do que disse.

- Estou triste até agora. – disse olhando para baixo. Poderia contar a ele o que o rei me disse a pouco mas... chega! Não quero mais ficar de mal com Maxon.

- America – disse Maxon fazendo olha-lo – se eu pudesse renunciar a tudo isso só para ficar com você – ele continuou – se pudéssemos fugir para algum lugar só nos dois, eu faria.

- É serio?

- Sim

- Você largaria tudo por mim? – perguntei.

- Largaria. – disse ele se aproximando e me beijando.

- Mas e a sua mãe? – perguntei me afastando.

- Acho que ela entenderia. – disse ele acariciando meu rosto. Me alevantei.

- Eu te amo, amo muito Maxon, e também faria tudo por você – disse olhando para ele – mas você não pode fazer isso com sua mãe e com seu povo. Não poderia permitir isso. Ele começou a rir.

- Viu só? Como é que você não pode ser uma princesa? – disse ele se levantando – Alguém que pensa no povo e abre mão de sua vida, é sem duvida uma líder. – Olhei para ele e pensei no que o rei me disse sobre que eu nunca seria uma boa princesa.

- Meu pai não odeia você America – disse Maxon me pegando de surpresa com seu comentário – acho que ele tem medo do que você pode fazer depois que for rainha – ele continuou – o povo ama você mais do que a ele, então, ele se sente ameaçado.

- Será que é isso mesmo? –disse.

- Acho que sim.

- Nunca tinha pensado por este lado. – disse me aproximando dele. Coloquei meu rosto em seu peito e ele me abraçou.

- Lucy me disse que você foi ao meu quarto hoje. – disse tentando mudar de assunto.

- Fui sim, e você parecia que estava em coma – disse ele. Levantei meu rosto para olha-lo.

- Eu não estava em coma – disse dando um empurrão em seu ombro. Ele começou a rir.

- Bem, então estava sonhando comigo? – perguntou ele de um jeito brincalhão.

- Nem me lembro se sonhei. – disse fazendo uma careta.

Maxon me pediu para ficar mais um tempo em seu quarto para vermos um filme. Ele pegou um cobertor e colocou por cima de nós dois para nos mantermos aquecidos. Escorei minha cabeça em seu ombro mas ele me abraçou.

- Quero que fique comigo um tempinho por causa do tempo perdido – disse dando um beijo no topo da minha cabeça.

- Fico com certeza – disse afundando minha cabeça em seu peito.

Olhamos um filme de comédia romântica.  Algo um pouco mais descontraído por causa das horas tensas que passamos. Quando o filme terminou já era hora de ir para o meu quarto.

- Obrigado pelo filme – me aproximei e deu um beijo em sua boca – mas agora eu tenho que ir. – Mas Maxon me puxou e me agarrou.

- Ainda não. – disse ele bem próximo do meu rosto

- Como assim? – perguntei

- Passe a noite comigo America? – ele disse.

Aquilo me pegou de surpresa. Maxon me pedindo para ficar a noite com ele? Senti um frio na barriga.

- Maxon eu..

- Só passar a noite comigo America – disse ele acariciando meu rosto com seu nariz – não vai acontecer nada, eu juro! É que eu senti tanto a sua falta hoje que chagava a doer.

- Eu fico – disse com os olhos fechados sentido seu abraço.

Fui até meu quarto. Minhas criadas não estavam, então, peguei meu pijama e o vesti. Como passaria a noite com Maxon escolhi um pijama que era uma calça de algodão vermelha e uma camiseta de manga comprida branca. Não poderia ficar de camisola com ele. Seria um pouco vergonhoso. Apesar que depois de casada teria que perder a vergonha. Vestida, fui para o quarto de Maxon. Quando entrei, ele já estava na cama, mas estava sentado.

- Venha. – disse ele quando me viu. Corri e me joguei na cama. Estava frio aquela noite. Puxei as cobertas bem perto do meu rosto.

- Como está frio. – disse batendo os dentes.

Maxon se deitou e me puxou para mais perto, tanto que ficamos de um jeito cara a cara. Ficamos olhando um para o outro por um tempo.

- Onde você passou à tarde hoje? – perguntei

- Estava com meu pai nos alojamentos para vermos se estava tudo certo quando os soldados chegassem – disse ele. Concordei.

- Por que você estava chorando quando nos vimos? – ele perguntou.

- Não quero falar sobre isso Maxon. – disse me sentindo triste com a lembrança.

- Foi meu pai?

Relutei para responder por que não queria falar do rei Clarkon, ele era o motivo por eu estar tão triste ultimamente.

- Foi meu pai, America? – Maxon insistiu.

- Foi Maxon – disse afofando o travesseiro – mas não quero falar sobre isso.

- Esta bem! Sinto muito. – disse ele se aproximando e dando um beijo na minha testa.

Maxon pegou a minha mão, ficamos conversamos outras coisas até percebemos que estávamos com sono. Em questão de minutos acabamos dormindo.