A Hospedeira 2 - A Alma escrita por Everlak


Capítulo 12
Capitulo 12 - Confusa




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POV Peg

Eu andava confusa. Todas as noites era o mesmo. Acordava sempre toda molhada, stressada e a chorar. O motivo? Eu sonhava ser outra pessoa, uma pessoa que vivia numa espécie de caverna. Nesse sonho aparecia sempre dois rostos essenciais. Um, de uma mulher, por vezes parecia transformar-se em meu próprio rosto como se fosses uma só ou algo do género. O outro era o que mais me angustiava. Era de um rapaz, lindo, cabelos negros como a noite e olhos azuis cintilantes. Nos meus sonhos ele sempre soltava um largo sorriso ao me ver. Mas sempre chegava uma altura que eu me sentia ser sugada do local e via o rapaz desesperado correr atras de mim e quando não me alcançava, desabava no chão com uma expressão de dor que me dava um aperto no coração. E era aí que eu acordava ainda com o inexplicável aperto no coração. Carl começou a suspeitar que algo de errado se passava e recomendou levar-me ao médico.

Foi assim que descobri. Eu estava na sala de espera do instituto hospitalar das almas com Carl, que me tentava acalmar segurando minha mão nas suas. Carl era muito carinhoso, amável, prestável. Talvez eu me sentia tão culpada por não amá-lo como ele queria que eu amasse.

- Luanne, estás bem? Estavas distante – ele me olha preocupado. Eu tento esboçar um sorriso.

- Eu estou bem Carl. Apenas desejando que não seja nada de grave.

- Luanne Pittsburgh? Pode entrar – chamou a enfermeira apontando para a porta do consultório.

Após vários exames, diagnósticos e questões a doutora deu o seu veredicto. Esse que me deixou em choque e quase podia jurar sentir meu coração parar de bater.

- Parabéns Luanne! Vocês dois vão ser papás!

- O que.. Como? Acho que não ouvi bem. Está querendo dizer que eu estou grávida? De quanto tempo? – Eu não conseguia pensar direito.

- Bem, segundo estes exames você está com quase quatro meses de gestação… Não consigo entender como não percebeu os sintomas antes. E olhe só essa barriga! Nem uma saliência. Como se não estivesse gravida de todo!

- Quatro meses… - E pronto, devido ao excesso de informação e outros factores desconhecidos eu senti meu corpo desfalecer e ser amparado por Carl.

POV Ian

Após termos descoberto que Peg estava em Nova Iorque nós nos dirigimos imediatamente para lá. Eu, Jared, Melanie, Kyle e Sunny. Melanie nos alertou que a fotografia foi tirada a apenas membros empregados no hospital pelo que Peg trabalharia lá. Sunny era a única que se podia movimentar entre eles sem suspeitas pelo que se voluntariou para ir ao hospital tentar buscar alguma informação. Após ela ter voltado para o quarto de motel nos arredores da cidade, ela nos contou que não havia ninguém com o nome de Peg trabalhando lá. Por sorte, Sunny havia levado o jornal consigo e apontou quem ela queria para a recepcionista. Ela identificou Peg como sendo Luanne, a doce recepcionista que trabalhava com ela mas que naquele dia estava de folga. Como almas eram ingénuas e não viam maldade em lado nenhum, deu sem problemas a morada de Peg/Luanne para Sunny.

- Porque ela mudaria seu nome? – Eu perguntei um pouco transtornado – ela não quer que nós a encontremos? Ela está feliz, é isso? Está feliz sem nós? Sem mim?

- Aposto que é mais uma das tramóias de Carl! Ele que a obrigou a mudar de nome com certeza para nos despistar. – Melanie falou colocando suas mãos sobre meus ombros. – Vamos mas é agora atrás dela. Chega de sofrimento.

- Quando eu apanhar aquele canalha! – Eu falei e vi Jared a meu lado com uma expressão que mostrava que ele pensava o mesmo que eu.

* * *

- Não é possível! Eles conseguiram escapar outra vez! – Sunny falou quando arrombamos a porta da casa que a recepcionista nos havia indicado e não encontramos ninguém lá dentro.

- Não Sunny. Eles não fugiram. Está cá tudo: roupas, os pertences deles, fotos dos dois… Carl não deixaria tantas provas de que eles cá estiveram. – Kyle falou abraçando Sunny para a consolar e para que ela parasse de soluçar.

- O que eu acho é que chegamos numa altura má apenas. Simplesmente não chegaram a casa ainda. – Jared falou. Eu não ligava para o que eles diziam. Estava a olhar para as fotos espalhadas pela casa. Por um lado elas me magoaram imenso. A paixão dos dois que se fazia transparecer nelas. Por outro lado alegraram-me porque me mostravam que ela estava bem e que estava feliz. Enquanto ela fosse feliz eu seria feliz. Então ouvimos vozes vindas do fundo do corredor.

- Carl, isso não é possível! Não pode ser verdade. – Peg! Era a voz da minha Peg.

- Como não? Só porque não te lembras do que fizeste há quatro meses atras não quer dizer que não seja verdade! – Que raios estavam para ali a dizer? Há quatro meses? Se bem me lembro nessa altura Peg ainda estava comigo.

- Eu não posso estar grávida! Eu teria sintomas antes! – Grávida? Minha Peg gravida? Mas então…

- Mas está! Peg, deixaste a porta aberta? – E então eles entraram e depararam-se connosco. Ambos ficaram em choque. Mas Peg não desgrudava o olhar de mim.

- Você!! – Ela falou. Meu coração se encheu de alegria por ouvir sua voz – Você é real! – E então meu coração pareceu se explodir em pedaços. Ela não se lembrava de mim, de nós, de nossos momentos, nossos beijos, nossas brigas… Ela achava que eu era só uma fantasia da sua cabeça. Senti o sangue subir até minha cabeça e só me lembro de saltar em cima de Carl cheio de raiva. Distantemente ouvi Peg gritar de terror mas não chamava por meu nome. Chamava por Carl desesperada.


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