Na Linha Da Vida escrita por Humphrey


Capítulo 8
Cara sugestão


Notas iniciais do capítulo

Gente linda! :-) Como vão? Eu ia postar o capítulo só no Domingo, mas não aguentei e aí está. Espero que gostem do que vai acontecer, hehe. A princípio, obrigada aos que sempre comentavam a fic Friends in Love, fico muito grata! *-*
Ok, depois desse capítulo, as coisas vão começar a mudar um pouco. É. Um pouco. Ele, também, esclarecerá algumas dúvidas que vocês certamente tinham. Até o/
Kisses 4 u



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Depois de um dia, marcamos a data do acampamento. Os professores de literatura e biologia eram quem organizariam tudo. Por incrível que pareça, meu tio me autorizara a ir, com o intuito de que eu prestasse atenção às explicações dos professores. Ele não iria ao acampamento por conta de alguns problemas que ocorreriam na escola.

Subimos no ônibus, e me decepcionei ao ver Brandon adentrando o transporte. Recostei a cabeça na janela, observando partirmos para o fim de mundo chamado Acampamento Bloomberg. Muitos diziam que era uma imensa floresta, com cabanas para o acampamento. E que qualquer um podia se perder caso desrespeitasse as regras dos guias.

Algumas horas se passaram. Muitos outros alunos já estavam dormindo quando chegamos. Descemos do ônibus, e nos admiramos ao ver as famosas cabanas de madeira.

– Alunos, quero que prestem atenção – orientou um dos guias, subindo em um banco para que todos o vissem. – Escolherei um grupo formado por três pessoas para ficar em cada cabana. – Ele apanhou uma lista suspeita por já ter os nomes marcados. – Derick, Peter e Lanna na cabana número um.

– Aproveita que a Suzan não está aqui, Derick – um dos amigos do garoto debochou, influenciando-o a trair a namorada com Lanna, uma das garotas mais vulgares da escola. Algumas outras pessoas riram, mas, então, o guia loiro continuou:

– Bianca, Holly e Trevor na número dois.

– Tinha que ser justo com as mais feias? – Trevor sussurrou para aos amigos que estavam ao meu lado.

– Brandon, Natalie e Anne na número três.

Coloquei uma das mãos na testa, implorando para que tivesse sido um engano. Mas parece que o meu desejo não foi realizado. Brandon teve a mesma reação que eu, e Natalie continuou sorrindo. Seriam apenas alguns dias convivendo com Brandon em um lugar, não podia se tornar pior.

O guia já tinha terminado de explicar onde ficaria cada um dos alunos, e, então, nos direcionamos às cabanas para desfazer as malas e nos trocarmos. As camas eram divididas por uma “parede” de tecido grosso, que não permitiam com que a pessoa do outro lado pudesse ver nada claramente. Eu me perguntava se os guias eram tão burros a ponto de deixarem garotas conviverem com garotos em um mesmo local fechado, à noite. É lógico que não haveria nada de mais entre Brandon e eu, ou Brandon e Natalie. Jamais. Mas isso não servia para outros garotos.

Natalie foi a primeira a terminar de se trocar. Por segundo, Brandon. Como sempre, eu era a última a terminar de me vestir, até que, por conta do calor, resolvi desfazer a “parede” de tecido por alguns instantes enquanto estava sozinha na cabana. Eu já acabara de trocar a parte debaixo, e, então, estava vestindo uma outra blusa regata, quando Brandon entra na cabana e me vê de somente sutiã e bermuda, de costas.

– Saia daqui!

Ele começa a rir, olhando para mim.

– Você é quem deixa a porta aberta, mesmo ainda se vestindo, e eu sou o culpado?

– Sabendo que há garotas na mesma cabana que você, deveria bater na porta, inútil. Quer saber? Você já devia ter saído. Sai! – Apanhei um travesseiro de uma das camas e, embora estivesse de costas, atirei nele.

– Fala sério, um travesseiro? Agora vai jogar um cobertor em mim?

– Sai! – desta vez, gritei, acreditando que todos de fora pudessem ter escutado. Brandon saiu, e eu respirei aliviada. No entanto, eu estava rindo por dentro. Está certo que ele tinha me visto de sutiã, mas isso não seria relevante.

– Já está pronta? – Brandon me perguntou através da porta.

– Pode entrar.

E ele entrou. Ao me ver, percebeu a cor avermelhada das minhas maçãs do rosto e começou a rir, zombando do meu momento vergonhoso.

– Ok. Olha, eu vim buscar o repelente. Você sabe onde está?

– Espere. – Busquei o produto e o entreguei, desviando o olhar, ainda encabulada com o que acabara de acontecer.

Brandon já estava saindo, quando parou e virou-se para mim.

– Não se preocupe, vou fingir que isso nunca aconteceu.

Abriu a porta e voltou para o centro do acampamento, portanto, o segui.

– Ei, por que demoraram? – o outro guia, o moreno, perguntou a Brandon e eu.

– Estávamos resolvendo algumas coisas – respondeu Brandon, me fitando com olhar malicioso.

– Ah, já que estão parados aí, por que não vão buscar lenha e galhos para a fogueira? – perguntou-nos novamente.

– Nós vamos nos perder aqui! – exclamei.

– Eu lhes darei uma bússola. Sabem usar uma, não é? – desconfiado, indagou.

Percebi que ele estava nos testando para ver se realmente prestávamos atenção nas aulas de geografia. Fiz que sim com a cabeça, hesitante, pois nunca havia usado uma. Na verdade, nunca necessitei usar. Mas, como era uma aluna exemplar, não podia dizer não a uma coisa tão simples.

Brandon e eu já caminhávamos pela floresta, à procura das tais lenhas e galhos. Não trocamos uma palavra sequer, e aquilo me perturbava.

– Você sabe mesmo como se usa esse treco? – ele finalmente quebrou o silêncio constrangedor.

– Bom, eu... acho que sim. – Observei o objeto em minhas mãos.

Acha? Anne, você disse que sabia!

– Acalme-se, tá bom? Eu vou aprender. É só questão de alguns minutos. Não deve ser tão difícil.

Minutos. Eu não era boa em prever esse tipo de coisa. Já estávamos sentados em rochas, perdidos, por pelo menos uma hora. Brandon me odiava ainda mais, eu supunha, enquanto me fuzilava indiretamente.

Não deve ser tão difícil – ele repetiu a minha frase, completamente furioso. Parecia que, em sua imaginação, estava me estrangulando calmamente para me ver sofrer.

– Cale a boca! Eu já entendi, tudo bem? Sei que foi errado mentir sobre isso, mas já vamos sair daqui.

– Você está dizendo isso há tempo. Porra, Anne! Você não faz nada certo, não é? Acha que é dona da razão, mas é completamente o contrário. Não sei como conseguiu fazer amigos.

– Pelo menos eu tenho, não é?

O olhar dele mirou para uma das diversas árvores que estavam atrás de mim. Eu tinha exagerado nas palavras.

– Resolva logo isso daí e vamos – ele mudou de assunto e se levantou, caminhando à toa, pensando, possivelmente, em alguma outra solução.

– Brandon, eu sinto muito – me desculpei, deixando o orgulho de lado.

– Apenas nos tire daqui e será desculpada.

Nos aquietamos novamente. Brandon sentou-se e descansou os braços nos joelhos.

– O que você sabe sobre mim? – indaguei.

Ele me encarou confuso.

– Eu preciso saber alguma coisa sobre você?

– Se me odeia tanto, sim. Sabe, perdi meus pais recentemente e eu não estou aguentando isso.

Ele franziu a testa.

– Ao contrário do que todos pensam, o diretor não é meu pai; é meu tio – continuei. – Meus tios têm a minha guarda desde que eu me entendo por gente. Minha mãe sofria de uma doença cardíaca, e descobriram isso logo quando eu nasci. A doença é muito grave, e, no caso da minha mãe, foi tarde demais. E meu pai, faleceu após algumas semanas. Ele foi assassinado. Ninguém ainda sabe o motivo, mas, como ele sempre se metia em confusão e nem se importava consigo mesmo, suspeitam de que alguma dessas confusões fosse o propósito.

– Por que me contou tudo isso?

– Só queria que você soubesse que, assim como você, tenho muitos problemas familiares também. E seja o que for, você pode confiar em mim.

Brandon suspirou, me encarando.

– Meu pai não foi muito diferente do seu, se esse é o momento de nos abrirmos. – Rolou os olhos, mas prosseguiu: – Ele sempre aprontava, era alcoólatra, e tal.

– Sério?

– Sim, até que fugiu de casa, quando eu tinha sete anos de idade. E quer saber de uma coisa? Eu também nem sempre fui uma pessoa da qual sou hoje. Com doze anos, eu era o maior nerd da escola. – Riu, provavelmente lembrando-se do passado. – Não era inteligente, mas nerd; gostava de jogos, e tudo mais. Era excluído e desprezado por todos. Até que, um dia, eu refleti sobre tudo e comecei a pensar que, talvez, eu sofria tanto por ser trouxa demais. Fui expulso de uma escola por brigas e vandalismo. E da seguinte também. Era a única forma que eu encontrara de conseguir a atenção da minha mãe. Foi quando ela me alertou que, se fosse expulso novamente, ela tomaria as devidas providências. Não tive coragem de perguntar quais, apenas obedeci.

– Então não pense nisso. Não deixe isso atrapalhar a sua vida, Brandon. Você pode conseguir a atenção da sua mãe apenas se esforçando nos estudos. Aposto que ela verá que você está mudando. – Sorri, e ele retribuiu.

– Anne, eu estive pensando... Se teremos que nos aturar por mais algum tempo, pelo menos devemos de ter uma relação estável, como simples colegas de classe. Que tal esse acordo? – Brandon esticou as mãos para confirmarmos a proposta.

Sorri.

– Certo. Sem confusões.


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Notas finais do capítulo

E aí? Haha. Mereço seus divos reviews? u.u Gente, eu estou postando os capítulos muito rápido? O.o Se sim, me avisem, ok? Kissu :-*