When I Look In Your Eyes escrita por Pétala


Capítulo 15
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

Oiê quanto tempo em... pois é vamos lá, mais um capítulo, espero que gostem.



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PDV Sam.

Revivia pela milionésima vez aquela tarde tão reveladora, nem em um milhão de anos eu poderia imaginar que ele sentisse algo por mim, então não levei a sério as coisas que ele disse e fez, mesmo ficando bem tentada a encarar suas palavras como reais. Em minha mente aquilo não passava de uma ilusão que se esvairia assim que ele atravessasse aquela porta e tudo voltaria ao normal 'apenas bons amigos'. Então dá pra imaginar a surpresa que eu senti quando ele tentou me beijar, nunca fiquei tão em dúvida sobre alguma coisa, é lógico que eu queria, mas até que ponto ele estava envolvido? E se eu cedesse e isso acabasse afetando nossa amizade? Não me perdoaria jamais. Eu só conseguia pensar que para tê-lo por um momento eu estaria abrindo mão dele por completo, visto que eu não conseguiria agir como se nada tivesse acontecido. 'Foco Sam aqui não é lugar nem momento pra isso' pensei. Olhei em volta o Quimera estava lotado, Stela, a moça que Tony contratou para a vaga de garçonete estava do outro lado do bar, aparentemente levando uma bronca de uma cliente e se desculpava a todo momento. Me aproximei para verificar o que acontecia e dei de cara com a criatura mais irritante desse planeta.

– Você não pode saber melhor do que eu o que escolhi pra beber, então pare de inventar desculpas. - Medisen falava com sua voz anasalada, o que a tornava mais insuportável. - Oh, olha só se não é a Garçonete chefe - Ela falou zombateiramente apontando pra mim. - O atendimento não melhorou nada desde a ultima vez que estive aqui queridinha.

Calma Sam, Você não pode matá-la, você não pode matá-la, você não pode matá-la. Repetia esse "Mantra" em minha mente. Stela estava em pânico desestabilizada.

– O que aconteceu Stela? - Perguntei com calma, pra ela ver que não estava em apuros.

– Aparentemente eu anotei errado o pedido da moça. - Ela falou sem me olhar nos olhos.

– Tudo bem, o Tony não tá aqui você pode ir lá pro escritório dele jájá te encontro lá, pode deixar que eu resolvo aqui.

Medisen a olhava sair com um sorriso de deboche. Tirei a caderneta do bolso e perguntei:

– Então Medisen o que você vai beber?

– Eu não quero mais nada não, tá. Vou procurar um lugar onde me tratem como eu mereço.

Mil respostas vieram em minha mente, mas Tony já havia me alertado pra tomar cuidado com esse meu comportamento impulsivo.

– Ok, obrigada por vir ao Quimera. - Falei com uma simpatia que não me pertencia. Ela bufou e saiu de lá irritada, eu em garota louca.

Fui até a sala do Tony e encontrei uma Stela nervosa, sentada com as mãos no colo.

– Meu primeiro dia e já apronto uma dessas em, eu vi a cliente indo embora. - Ela falou ainda sem me olhar.

– Você pode me contar o que realmente aconteceu? - Perguntei me aproximando, ela me olhou pela primeira vez e falou.

– Ela disse que eu fiz confusão com o pedido dela, mas não foi, eu sei bem o que eu ouvi. Só não sei por quê ela fez isso.

– É uma mimada que gosta de chamar atenção. Stela, não pode deixar uma situação dessa te desestabilizar, eu entendo que é seu primeiro dia de trabalho, você tá insegura, mas saiba que eu sou totalmente acessível se precisar de ajuda com algo é só falar e não se preocupe, que por mais que o lema do Tony seja " O cliente tem sempre razão" nós nunca seríamos injustos com um funcionário, sempre olhamos os dois lados da história.

– É reconfortante ouvir isso, obrigada.

– Ok guria, passou o susto?

– Passou, vamos voltar pra lá?

– Ah muito bem, gostei da atitude.

E fomos em direção ao bar, parecia que havia dobrado o número de clientes, mas estava tudo sobre controle. Olhei em volta e vi Tony sentado perto do balcão com cara de poucos amigos, me aproximei e me sentei ao lado dele que pareceu nem notar minha presença, pigarreei chamando sua atenção, ele me olhou por alguns segundos e desviou o olhar, fitando o nada novamente, parecia que sua irritação era comigo.

– Tá tudo bem? - Perguntei cautelosamente, ele bebericou da cerveja a sua frente e finalmente me respondeu.

– Parece estar tudo bem? - Agora ele me encarava, forcei a memória e realmente não conseguia pensar em algo que houvesse lhe feito para causar essa irritação toda.

–Opa! Pera lá garotão, se tem dedo meu nesse seu estresse aí eu não tô sabendo, é melhor você me falar pra eu pelo menos saber o porquê de estar sendo tratada assim.

– Sério que você não sabe? - Eu detestava quando ele respondia algo com uma pergunta tentei ao máximo me acalmar e esperei ele continuar. - Pensei que éramos amigos.

– Éramos não, somos. Que conversa é essa?

– Eu vi você com um cara hoje, na frente do seu prédio. Porque não me contou que estava namorando.

– Por um motivo bem simples.

– Qual?

– Porque eu não estou.

– Estranho pois não foi isso que pareceu, eu vi ele te abraçando.

– Exatamente, você viu ele me A-BRA-ÇAN-DO. Viu mais alguma coisa? - Perguntei já sem paciência.

– Não, mas não precisa ser nenhum gênio pra saber o que veio a seguir.

– Mas precisa ser um tolo pra transformar um abraço entre amigos em algo absurdo, foi só isso, só um abraço, aquele era o Freddie, eu te falei sobre ele, aliás por que eu tô te contando isso depois da forma que você agiu comigo? Quer saber Tony, já deu minha hora, eu tô indo tá. Depois conversamos.- Saí de lá sem dar ouvidos aos seus protestos. Pelo visto hoje era o dia das saídas dramáticas. Como eu irei lidar com essa situação? Eu deveria ter contado tudo ao Tony, mas nem eu mesma sei o que acontece em relação ao Freddie como iria explicar isso ao Tony? E também, estava irritada demais pra compartilhar o que quer que fosse com ele. O mundo virou de cabeça pra baixo, só pode. Já caminhava a pelo menos dez minutos, em rumo ao único lugar que me acalmava, o velho prédio abandonado onde eu costumava me esconder quando criança, naquele terraço eu olhava as luzes da cidade e me sentia tão distante de tudo e de todos, lá meus problemas não existiam. Porém, agora, no mesmo lugar não conseguia me livrar dos pensamentos inquietantes, eles me arrastam para o velho drama que rodeia minha vida. Pode alguém se desfazer de amor a vida inteira? Principalmente, quando o objeto amado está fixo e muito presente em sua vida? Sei que não como desamar o amado nem esquecer o inesquecível. Podemos apenas travar uma luta eterna e interna com consequências externas, para viver constantentemente magoando e sendo magoado, mas a pergunta que realmente importa é: Eu estou disposta a entrar nessa guerra - sendo que no final pode ser que ambos sejamos perdedores - e lidar com as consequências?

A cidade está adormecendo, acompanhando o rítmo da lua, então percebo meu celular vibrando. Olho no visor e sei que não estou pronta pra essa conversa.

– Oi amiga, me conta tudo sobre o encontro!

– O engraçado é que levando ao pé da letra foi mesmo um encontro, com todos esses clichês. Só eu que fui tola o suficiente pra não notar e quando dei por mim estava me desvencilhando de um quase beijo, correndo feito uma louca pro meu prédio, como se Freddie fosse um doente infeccioso e eu não quisesse ficar perto dele. Resumindo foi desastroso.

– Onde você tá Sam tô indo aí agora mesmo.

– Não precisa não, eu quero ficar só, é sério.

– Você tá bem o suficiente pra ficar só?

– Eu vou ficar, prometo.


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Notas finais do capítulo

É isso espero que tenham gostado. Deixem-me saber o que acharam.



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