Inexplicável escrita por Pear Phone


Capítulo 20
Capítulo 20


Notas iniciais do capítulo

Heey pessoinhas, capítulo vinte u.u

Me perdoem por ele estar meio pequeno (podia ser maior já que estamos na reta final), mas é que o próximo adianta os meses e os mistérios, esse tem mais diálogos.

Thanks for all the support xD



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"Por você eu voltaria ao fim para torná-lo o início."

[...]

Um silêncio expressava ocultamente o tamanho constrangimento em que ambos encontravam-se.

— E-eu? — Carly olhava desajeitada para Joe.

— Sim, você. Mas isso não importa, fez parte do passado.

— Sam e Freddie têm alguma relação com isso? Por que quer vingança?

— Carly, você nunca irá entender... Eu não posso lhe contar. Só está do meu lado por uma ameaça.

— Estou do seu lado porque confio em você — a viúva pronunciou, estratégica. — Não pode me dizer?

— Como pretende me provar que tenho sua confiança?

— Eu estou aqui ao seu lado, Joe. Não faria isso por outro.

— Até posso pensar... Não perderei nada se contar-lhe.

— E não se arrependerá — a morena sussurrou.

— Eles atrapalharam meu plano quando resolvi vir à Seattle, depois que você sofreu aquele acidente.

— Eles? — Ela pensou por um tempo. — Quer dizer...

— Isso mesmo! Depois que minha entrada no hospital onde você foi internada foi negada, pedi ajuda de seus amiguinhos. Eles disseram que não me conheciam, não me ajudaram, depois de explicar tudo.

— Sam e Freddie estavam juntos naquele hospital? Ma-mas isso não é razão, não faz sentido.

— Não é razão? Tem ideia do que eu senti? A mulher que eu amava e meu melhor amigo estavam naquele hospital... Além disso, o Benson me demitiu da empresa.

— Essa não pode ser a única razão, Joe — a jovem de cabelos negros aproximou-se, dizendo sensualmente. ­— Sabe que me tem.

— Você já sabe o bastante para uma viúva indefesa.

— Não sou uma viúva indefesa, sou sua confidente, desde a época de New Jersey. Lembra-se? E além disso, acabou de me dizer que era louco por mim.

— Não me esqueço disso. Vou tirar cada centavo daqueles dois, e adivinhe quem será minha testemunha?

[...]

A madrugada escura e vazia ainda transformava-se na manhã, mas aquelas encaracoladas madeixas loiras não estavam ao alcance dos olhos de certo moreno.

Os minutos passavam-se, mas ela não voltava. Guiando-se pela dúvida, ele levantou-se da cama e desceu as escadas.

Assim que chegou ao cômodo central, viu a grande janela da sala de visitas aberta e logo pensou que ela havia passado por ali. Aquele era um de seus lugares favoritos para viajar em devaneios, sem ser interrompido. A madrugada era um momento perfeito para isso, mas Sam não estava lá, como previa.

Ao aproximar-se das cortinas, contemplava a singela vista de um fim de madrugada, uma linda manhã nasceria. Porém, também contemplava uma sombra entre os muros que rodeavam a grande casa, e um som vindo de um daqueles arredores. Resolveu procurá-lo, antes que fosse tarde. Conforme aproximava-se da entrada dos fundos, tal som ficava ainda mais nítido para seus ouvidos e cada vez mais fácil de ser encontrado.

Logo já via o jardim, que estava a poucos passos dali, assim como podia vê-la.

— Posso saber por que minha loira está chorando? — Sentou-se na grama, assim como ela.

— Eu quero ficar sozinha.

— Não vou deixá-la sozinha.

— Não estou chorando — ela disse como se as lágrimas em sua face não fossem visíveis.

— Eu sei o quanto é ruim. — Ele centralizou seus olhares naquelas lindas íris azuis à sua frente. — Mas todos choram em algum momento.

— Eu sei disso, mas em cinco anos que estamos casados, você só me viu chorar de verdade uma vez.

— Ainda não respondeu minha pergunta. Por que está chorando?

— Não sei, Freddie, eu realmente não sei. Já tentei descobrir e não consigo.

— É a Carly? — indagou o moreno, enquanto seus dedos alisavam os cachos loiros que tanto amava.

Ele não gostava de vê-la assim.

— Nunca se perguntou como chegamos até aqui? Nós duas já fomos tão... amigas.

— Entendo como se sente, eu também era melhor amigo da Carly.

— Por que ela está fazendo isso?

— Vejamos, você já se imaginou casada comigo naquela época?

— Não. — Um sorriso surgiu sobre sua face involuntariamente. — Eu queria que você morresse.

— Então, talvez algo como isso tenha acontecido com Carly.

— E não se arrepende? — ela retrucou.

— Me arrepender de quê?

— De ter se casado comigo, e não com a sua vizinha patricinha.

— Já disse alguma vez que te amo?

— Algumas.

— Talvez seja por isso que eu não me arrependa. — Selaram seus lábios rapidamente.

— É bom ouvir isso — ela sorriu novamente.

— Pretende perdoá-la?

— Perdoar a Carly? Se ouvisse o que ela me disse...

— E então o que vamos fazer?

— Primeiro vamos fingir que estamos acreditando nisso, vamos fingir que o plano deles está dando certo.

— Parece interessante.

— Saberemos depois do resultado, mas acho melhor subirmos agora.

Levantaram-se e logo estavam longe do jardim. Entraram na mansão e subiram as escadas em passos vagarosos, até estarem próximos aos corredores onde encontravam-se os quartos.

— Freddie? — ela disse, enquanto ele virava-se para encará-la. — Me desculpe por lhe fazer acordar.

— Não precisa se desculpar.

Um breve silêncio dominou o diálogo.

— Parece que o sono está me vencendo.

— Vou para o outro quarto, afinal esse é seu — ele disse desajeitadamente.

— Não precisa ir... Durma aqui.

— Pensei que quisesse ficar sozinha.

— Pode ler minha mente? — ela disse, a voz num tom de sarcasmo que só ele entenderia.

— Foi o que disse no jardim.

— Se pudesse ler a minha mente, saberia que foi só mais uma de minhas mentiras. Mas eu não quis magoar você.

— Não me magoou — respondeu com um simples sorriso nos lábios, sendo retribuído. — Homens não se magoam tão facilmente.

— Isso é machismo.

— Encare como quiser. — Ele sorriu.

Alguns segundos se passaram e ambos já estavam deitados, na mesma posição em que estavam antes, como um casal. Podiam adormecer naquele instante, mas inúmeras coisas em invadiam seus subconscientes. Estavam juntos, mas ainda sentiam-se distantes, como se algo invisível os separasse.

— Não vai mesmo me dizer o porquê de estar chorando? — indagou, deixando que a ansiedade o vencesse.

— Freddie?

— Pode dizer.

— O que faria se não pudesse fazer a pessoa com quem dorme todas as noites sentir-se feliz?

Ele hesitava em respondê-la.

[...]

Joe encarava o teto sem mencionar qualquer palavra, imaginando que Carly já havia dormido, até ser supreendido pela voz da mesma.

— Antes que eu vá... — a morena dizia enquanto vestia suas roupas novamente. — Quando nos vemos de novo?

— Quando alcançarmos a segunda parte de nosso progresso — foi tudo que lhe disse antes de vê-la bater a porta do quarto.

Carly saiu de tal lugar, ainda não acreditando no que havia feito. Sexo era uma das coisas que sempre gerava vantagens em relação ao Joe, ele era ingênuo demais para desconfiar de uma traição, por mais óbvia que fosse... E Carly sabia. Iria "matá-lo" mais uma vez, usando as mesmas armas.

Pelo menos isso era o que a perversa jovem de madeixas lisas e escuras pensava.


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Notas finais do capítulo

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Amo vocês :3