Chegamos no Central Park em dez minutos nos quais Jared ficou gritando no carro feliz da vida de ir ao parque.

Percy dirigia bem, mas rápido. Fiquei tensa na maior parte do caminho. Ás vezes pegava ele dando uma olhada em mim ou simplesmente me encarando. Todas as vezes que nossos olhares se cruzavam, eu corava e dava um sorrisinho ridículo.

Entramos no parque e eu me sinto uma adolescente de novo. Principalmente com Percy do meu lado. Víamos aqui o tempo todo juntos. Ás vezes com todo mundo só para jogar o tempo fora e outras vezes para fazer um amigo secreto. Eu também vinha com Percy. Nós achávamos uma árvore e fazíamos um piquenique... talvez algo mais...

Bom, sei que tenho ótimas lembranças desse lugar.

Percy anda um pouco a minha frente segurando Jared pela mão. Ele sai apontando tudo e arrastando Percy para todo lado. Mas Percy sempre resiste e promete voltar depois.

Chegamos em uma área cheia de brinquedos infláveis, cama-elásticas e piscinas de bolinhas e arrumamos nosso lençol no chão. Eu dou a bola e futebol americano para Jared e ele corre até Percy que está em pé mais afastado do lençol.

Eles começam a brincar e eu fico só olhando. Começo a pensar nas pessoas que estão vendo essa cena: uma mãe orgulhosa olhando seu filho e seu marido brincarem juntos.

Talvez não seja tão mal as pessoas acharem isso...

Percy está concentrado na brincadeira mas, como no carro, ele sempre desvia o olhar de Jared e pisca para mim. Eu como uma idiota apaixonada ainda coro.

Tiro alguns dos meus projetos da mochila que aprontei e estendo no lençol.

Tem um apartamento desenhado no papel. Percebo que peguei o projeto errado depois de ler o nome “Casa dos Castellan”. Na época do desenho, logo depois de Jared nascer, nós éramos uma família feliz. Eu então decidi desenhar nosso próprio apartamento.

Passando novamente meus olhos sobre o esquema eu me sinto muito mais amadurecida, infeliz, experiente, e, além de tudo, confusa.

Hoje em dia não botaria no papel nenhuma das ideias estampadas. Um conceito da casa era que, de todos os cômodos seria possível ver todos os outros. Realmente, você podia estar na cozinha mas tinha uma visão inteira do apartamento.

Luke odiaria essa ideia caso fosse dada agora. Ele é, mais do que todos que conheço, uma pessoa isolada.

Respiro fundo tentando jogar aqueles pensamentos fora mas me dói pensar que joguei fora cinco anos da minha vida com uma pessoa que eu não amava. Talvez fosse amor fraternal, o nosso. Amor de irmãos.

Balanço a cabeça. Hoje é dia de Percy

Estranhamente os últimos dias foram todos dias de Percy.

Enrolo o desenho e pego outra folha, dessa vez em branco, e começo e refazer o apartamento mas dessa vez o nome na folha é “Casa dos Jackson”

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Umas meia hora depois Percy desaparece com Jared mas me assegura que voltará em meia hora.

35 minutos depois Percy ainda não retorna.

Eu checo meu relógio de um em um minuto. Decido ligar para ele. Pego o celular e disco o número dele que já está memorizado. Em três toques Percy atende.

–Alô?

–Ah, Percy, que bom que você atendeu. Está oito minutos atrasado.

–Tinha uma fila grande para o algodão doce e é do outro lado do parque. – ele fala rindo

–É que você sempre foi pontual. – eu reclamo

Ele ri do outro lado da linha.

–Talvez eu esteja preparando uma surpresa para você. E, Annabeth, eu cheguei atrasado em muitos encontros.

Dessa vez eu que rio.

–Você sempre chegava, não é Cabeça de Alga? – eu falo

–Sempre.

Então a linha fica muda e a ligação é terminada. Eu disco novamente o número e Percy não atende. Daí vários pensamentos horríveis de onde eles podem estar me ocorrem. Eu dou uma olhada em volta de mim e nada.

–BÚÚÚÚ – Percy e Jared pulam de uns arbustos próximos ao lençol.

Eu pulo de susto e Percy sai correndo para me abraçar. Eu estou tão assustada que não registro o acontecimento até q Percy me abraça e um peso sai as minhas costas. Eles estão bem.

Abraço Percy de volta muito forte. Ele continua no abraço até que Jared começa a falar.

–O que tá escrito aqui? – e depois segue meio que soletrando ainda – Ca-cas-a casa do-dos – ele para aí pois Jackson realmente não é a melhor palavra a ser lida por alguém que está aprendendo a ler.

Eu me aproveito da deixa e me desvencilho do abraço e enrolo o papel. Mas Percy com seus reflexos é mais rápido e segura a oura ponta do esquema. Ele me lança um olhar tão profundo que eu solto a outra parte deixando ele ver o desenho e o nome em cima:

–Casa dos Jackson? – ele pergunta sorrindo – Quando você desenhou isso?

Considero mentir para Percy o que é uma boa opção mas já está mais do que na hora de eu começar a imaginar o fim do meu noivado.

–Logo que chegamos no parque - eu respondo olhando para os meus pés.

Ouço o barulho do desenho caindo no chão e Percy vai até mim e coloca as suas mãos em volta do meu rosto, como se fosse uma pedra preciosa. Ele olha nos meus olhos e o olhar dele muda de um para o outro rapidamente.

Eu sorrio e, apesar de não querer mostrar nenhuma afeição na frente de Jared para não deixa-lo confuso ou com esperanças falsas, beijo Percy com minhas mãos no pescoço dele.

Ele me segura pela cintura e eu me sinto completa. Tento não beijar muito intensamente ele por conta de Jared.

Nos separamos e eu tenho um sorriso enorme estampado no rosto.

–Annabeth...

–Eu sei, Percy.

Jared corre na nossa direção e nos abraça pelas pernas. Percy sai do abraço e carrega Jared que agora nos abraça pelo pescoço, minha testa encostada na de Percy. Uma família feliz.

Percy me olha e olha Jared:

–Que bom que eu reencontrei vocês – ele fala

–Que bom – eu respondo

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Depois da tarde no parque, uma amigo de Jared liga convidando para dormir na casa dele lembrando que não tem aula na segunda. Eu deixo, claro, e Percy se oferece para deixar Jared na casa do amigo já que eu tenho combinado um jantar com Thalia.

Voltamos para casa e arrumo as coisa de Jared enquanto Percy arruma as suas. Terminamos tudo em 30 minutos e já são 6:30pm.

–Annabeth, chega, ele vai passar uma noite lá não uma semana. –Percy reclama quando eu saio com uma mochila toda estufada do quarto de Jared.

–Luke nunca reclamou da mochila de Jared

É ai que Percy deveria ficar muito chateado comigo mas ele simplesmente vai até mim e me beija. EU fico tão feliz que retribuo o beijo sem me importar com Jared. Quando nos separamos Percy fala:

–Mas eu reclamo, Annabeth. E eu sei que tem umas cinco mudas de roupa, duas toalhas, dois pijamas a escova de dente, sabonete, shampoo e condicionador, uma sandália e um papelzinho com os telefones seu, de Luke, do seu trabalho e de casa.

Eu sorrio. Ele tinha acertado quase tudo:

–Você errou- eu digo sorrindo – Seu telefone também está no papel.

Ele me olha de novo com aquele expressão de eu sou uma joia preciosa e me beija apaixonadamente. E eu, como uma boa amante, retribuo o beijo com a mesma paixão.

Nenhum dos beijos que eu dei em Luke ou que Luke me deu tinham tanta paixão, saudade, desejo como esse.

As mãos de Percy vão para meu pescoço e eu desço as minhas pegando na cintura dele. Daí passo minha mão nos tanquinhos dele. É ai que ele para e me olha sorrindo. Eu devolvo o meu melhor sorriso safadinho e beijo ele de novo.

Ele começa a beijar meus pescoço e eu paro ele sorrindo:

–Se você me der um chupão Luke vai ver.

–Como assim? Você pensa que eu sou assim? –ele fala rindo

–Eu sei que você é assim, Cabeça de Alga. E lembro que você sempre se aproveitou do meu cabelo grande para esconder qualquer marca.

Ele ri alto e volta a me beijar...

...daí ouço o chuveiro parar.

Rapidamente me separo de Percy que me dá um olhar confuso mas quando Jared sai do banheiro o olhar dele muda e ele abaixa com os braços abertos.

Jared corre e abraça ele. Aproveito o momento paternal para olhar se na minha cara estava muito óbvio que eu tinha acabado de sair de uma sessão de beijos com alguém.

Estava sim. Meus lábios inchados, e a área do meu nariz e boca vermelha. Eu viro para Percy que está completamente normal.

Lembro que depois de uma sessão de beijos em alguma sala sem uso na escola Percy tinha que sair primeiro pois eu ficava toda vermelha.

E Thalia iria chegar em poucos minutos. E me ver assim.

Percy levanta com a mochila de Jared na mão:

–Vou levar assim mesmo a mochila – ele fala piscando para mim levando Jared para a porta

–Percy? – ele puxa o braço de Percy – você não vai dar um beijo de tchau para mamãe?

Eu coro e Percy olha para mim, indeciso. E eu tomo uma iniciativa.

Vou até Percy e beijo ele. Ele passa a mão com a mochila pela minha cintura. Nos separamos e Jared tem um grande sorriso na cara. Percy tira o braço da minha cintura e sai do apartamento com um sorriso bobo na cara.

Sento no sofá pensando no que tinha acabado de fazer. Aquele beijo só tinha piorado a minha cara vermelha. Do nada ouço a voz de Thalia no corredor:

–Percy? Porque Jared está com você?

E aí eu saio correndo para lavar o rosto e pentear o cabelo. E as vozes estão muito confusas.

Um minuto depois Thalia toca a campainha. Eu vou para a porta e mexo no meu cabelo mais uma vez e olho no espelho. Meu rosto ainda está vermelho. Abro a porta

–Annabeth! – ela me abraça – Não acredito que você deu um fora em Luke!

Ela se afasta de mim e me dá um sorrisinho depois e ver minha cara e me cutuca na barriga.

–Para, Thalia. E não, eu ainda não dei um fora em Luke.

–Então você tem uma amante?

Eu balanço a cabeça:

–Ah! Isso é tão emocionante. Vamos conversar sobre isso!

Ela me puxa pro sofá e tudo que penso é:

Que bom que Thalia é Thalia. Por que se não fosse... Não sei não.