Inalcanzable escrita por Duda


Capítulo 43
Capítulo 40 – Parte II [Fim]


Notas iniciais do capítulo

Querido diário, durante esse intervalo entre a parte I e a parte II do capítulo 40, eu descobri que dar um final decente à uma história é uma tarefa para quem tem o dom e eu... bom, eu definitivamente não tenho esse dom.

Ou, eu nunca falei sobre o nome da fic né? Então, é uma música do RBD. Sim, galera, do RBD. Da primeira vez que passou a novela, eu tinha, sei lá, uns 11/12 anos e eu era SUPER fã. Muito fã mesmo. Não foi só uma vez que eu chorei por não poder ir no show deles, hahah. Mas enfim, é uma música do RBD que eu, particularmente, acho linda.

Mas enfim, sobre o capítulo: Dei o melhor de mim e, ainda assim, acho que não é o melhor, mas está aí, meninas, boa leitura.

[Ah, rapidão, alguém, por gentileza, faz um resuminho do que tá acontecendo em V2... se não der, tudo bem (sim, eu realmente parei de assistir)].



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– Acorda – Angie encontrava-se inclinada sobre o corpo de German, com sua testa encostada na dele e uma das mãos repousada delicadamente no peito dele. Ela já havia saído do quarto e voltou assim que anoiteceu. Entre soluços repetia incessantes vezes: – Acorda, por favor. Fica comigo. Não me abandona. – Ela fechou os olhos com força para impedir, em uma tentativa frustrada, que as lágrimas extravasassem, aproximou a boca do ouvido dele e, aos sussurros, disse: – Eu estou me sentindo perdida, German, e tenho a completa certeza de que, se você não voltar, ficarei assim pelo resto da minha vida – Ela segurou uma das mãos dele e continuou: – Dê uma sinal de que tudo vai ficar bem e eu poderei beijá-lo e vê-lo sorrir de novo, eu imploro – German abriu lentamente os olhos e, ao sentir o perfume de Angie, deixou que uma lágrima solitária escorresse por seu rosto. Angie continuou sussurrando, ainda de olhos fechados: – Se você não consegue voltar, então, me deixe ir com você? Porque eu juro que não vou aguentar se você partir – Chorou mais e, com uma voz entrecortada, terminou: – Eu não vou aguentar – German sentiu seu coração acelerar e o aparelho que monitorava seus batimentos passou a apitar mais rápido, Angie assustou-se, ficou ereta e pôde vê-lo de olhos abertos, respirando pesada e rapidamente. Ela saiu correndo do quarto e chamou os médicos. Eles entraram no quarto e pediram para ela se retirar, Angie tentou ficar mas, por fim, os médicos venceram-na. Ela saiu do quarto chorando desesperadamente e caminhou lentamente até a sala de espera. Diego levantou-se e abraçou-a.

– Vai ficar tudo bem, my angel – Ela o abraçou.

– Eu só queria ter certeza disso – E soluçou de tanto chorar.

xxx

17 de Dezembro – Terça-feira

No dia anterior German não teve complicações, ele só havia ficado um pouco nervoso por causa da emoção. Os médicos o sedaram apenas para que o corpo dele voltasse ao normal. Assim que ele acordou, hoje, um dos médicos realizou algumas avaliações para ver se German estava realmente bem. E sim, o médico dissera que, à princípio, German estava bem mas seria necessário fazer os exames para verem com clareza a situação dele. Angie estava do lado de fora do quarto, esperando pelo consentimento do médico para que pudesse entrar. Estava com os olhos inchados e algumas bolsas formaram-se abaixo de seus olhos. Não conseguiu dormir, a noite inteira permaneceu de olhos abertos, ora chorando, ora apenas pensando. O médico abriu a porta do quarto e encontrou uma Angeles de braços cruzados, olhando fixamente para o chão, séria e extremamente aflita. Angie lançou-o um olhar de súplica como se quisesse dizer “por favor, me deixa entrar” e o médico apenas assentiu. Ele saiu e, ao mesmo tempo, Angie entrou. German olhou-a e os dois encararam-se por longos minutos, até que Angie iniciou um choro desesperado.

– Ei – German murmurou e sorriu –, vem cá, senta aqui – German manuseou um canto da cama em que ele estava, indicando o lugar para ela sentar. Angie caminhou lentamente até ele, tentando enxugar as lágrimas que não paravam de cair. Ela sentou-se na cama, de frente para ele, e olhou-o ainda chorando. Ele estava meio sentado e meio deitado, pelo fato da cama estar inclinada, e pôde erguer uma das mãos para acariciar o rosto de Angie e enxugar as lágrimas que escorriam. No momento em que ela fechou os olhos, ao sentir seu toque, German sussurrou: – Eu estou aqui, amor, e ficarei por muito tempo ainda – Angie voltou a olhá-lo e suspirou, ele ainda fazia carinho em seu rosto.

– Eu nunca implorei tanto por algo o quanto eu implorei para ver o seu sorriso, escutar a sua voz e sentir o seu toque de novo – Ela suspirou e, aos prantos, continuou: – Eu pensei que ia te perder para sempre, amor – Ela soluçou. German levou a mão até a nuca dela e a puxou devagar, fazendo-a repousar a cabeça em seu peito. Ficou afagando os cabelos de Angie e, de vez em quando, depositava um beijinho na cabeça dela, tranquilizando-a até ela parar de chorar. Ficaram um bom tempo assim, sem falar nada.

– Está melhor? – German murmurou.

– Sou eu quem deveria perguntar isso, não? – Angie perguntou e German suspirou.

– Não se preocupa comigo – Angie afastou-se dele para encará-lo.

– Como não me preocupar, German? – Angie indagou em um tom sério e ele franziu o cenho – Olha o que aconteceu com você, olha como você está agora... – Angie deixou mais algumas lágrimas escorrerem – como eu devo ficar? – E abaixou a cabeça.

Amor, olha pra mim – Angie olhou-o e German sorriu – Eu estou bem – Ele voltou a acariciar o rosto dela – Eu me sinto melhor do que nunca, se você quer saber – German continuava sorrindo. Angie suspirou e depois sorriu. Levou uma das mãos ao rosto dele e acariciou-o. Os dois foram ficando sérios aos poucos.

– Que susto você me deu – Angie sussurrou.

– Desculpa – Ele murmurou – Você sabe que, se eu pudesse, não permitiria que você sofresse – Angie esboçou um fraco sorriso sem mostrar os dentes.

– Mas isso não está no nosso controle, amor – Angie murmurou – Se eu pudesse, teria impedido que você levasse esse tiro. Se eu tivesse visto o maldito do Leonardo a tempo, teria entrado na sua frente – Angie deixou uma única lágrima escorrer – Você não merecia passar por isso, German – Angie abaixou a cabeça. German colocou a mão no queixo dela e fê-la erguer a cabeça para olhá-lo.

– Está tudo bem agora – Falou sorrindo enquanto acariciava o rosto de Angie – Fica calma – foi ficando sério –, German Castillo é forte – Angie sorriu – Só enfraquece quando atingem seus pontos fracos.

– E quais são os pontos fracos? – Ele sorriu sem mostrar os dentes.

– A minha filha e o amor da minha vida – Angie sorriu ainda mais.

– E quem é o amor da sua vida? – German sorriu mais.

– Eu preciso mesmo responder? – Ele ainda acariciava o rosto de Angie – Eu te amo muito, meu amor – Ele sussurrou. Angie aproximou-se mais e encostou delicadamente seus lábios aos de German, em um selinho demorado. Depois afastou-se um pouco e os dois ficaram olhando-se em silêncio.

Vamos embora? – German cortou o silêncio e voltou a acariciar o rosto de Angie. Ela franziu o cenho.

– Não podemos ir embora agora, German. Você tem que estar completamente recuperado para poder sair daqui – German sorriu.

– Não estou falando sobre ir embora daqui – Ele suspirou e repousou as mãos no colo – Você sempre quis morar na praia, não é? – Angie arqueou as sobrancelhas.

– Você não está falando sério – Angie sorriu e German ficou sério.

– Eu estou falando muito sério – German suspirou e Angie ficou séria – Nós já sofremos demais aqui, meu amor – Ele sussurrou e abaixou a cabeça – Eu só quero estar junto de você sem que ninguém nos atrapalhe – Voltou a olhá-la – E a sensação que eu tenho é de que aqui, sempre terá algo para nos atrapalhar – Angie acariciou o rosto dele e ele fechou os olhos – Eu só preciso disso para ficar bem – abriu os olhos e olhou-a profundamente –, preciso enxergar os seus olhos verdes para depois poder ver um mundo colorido, preciso vê-la sorrir para minha vida ficar iluminada e preciso vê-la bem para, só assim, eu ficar bem – Angie sorriu e suspirou.

– Eu tive tanto medo de te perder que agora eu sou capaz de ir com você aonde quer você vá apenas para me certificar de que você está bem – Angie sussurrou.

E eu só ficarei bem se você estiver ao meu lado – Nesse momento, Violetta entrou no quarto chorando, Angie ficou de pé e deu lugar à Violetta, que olhava para o pai sem saber o que fazer ou o que falar.

– Eu vou deixar vocês dois conversarem – Angie deu um beijo na testa de German, um na cabeça de Violetta e retirou-se do quarto. Ficou um silêncio.

– Você está chorando de felicidade por eu estar vivo ou de tristeza por... eu estar vivo? – German perguntou divertido e Violetta franziu o cenho.

– Papai! – Ela repreendeu-o e depois sorriu – É óbvio que é de felicidade – Ela pausou – Se você partisse, como eu ia conseguir aguentar a Angie? – Violetta soltou um riso divertido que fez German rir também. Os dois, aos poucos, ficaram sérios. Violetta suspirou e continuou: – Eu não ia conseguir seguir adiante sem o meu herói dizendo que está do meu lado – German suspirou e deu um fraco sorriso – Eu te amo, papai. Eu fiquei com um medo grande de perder você, mesmo sabendo da força que você tem – Os olhos de German lacrimejaram. Ele colocou uma das mãos no pescoço de Violetta e a puxou devagar para si, abraçando-a.

– Eu sempre olharei por você, minha garotinha... você sabe que ainda é minha menininha, não é? – Vilu sorriu.

– Eu sei, papai, mas eu não me incomodo mais. Prefiro você aqui pensando que eu ainda sou uma criança e me tratando como uma do que viver sem você e não ter ninguém para me chamar de “menininha”, “garotinha”, “anjinho”, “princesinha”, entre outros – German sorriu. Violetta afastou-se, olhou-o séria e apontou o indicador para ele – Se você nos der um susto desses de novo, eu juro que eu mesma te mato – German riu e Violetta voltou a abraçá-lo.

– Eu te amo, minha menininha, e eu não vou te abandonar assim tão fácil. Fica tranquila, o papai – sempre que ele falava assim, Violetta sorria porque realmente parecia que ele estava falando com uma criança – estará sempre aqui para olhar por você. Eu te amo, filha, e agora tudo vai ficar bem. 

xxx

Janeiro – 2015

Angeles entrou no apartamento com algumas sacolas, as quais deixou em cima da mesa, e caminhou até a sacada. Primeiro olhou para a vista a sua frente, depois direcionou o olhar a rede que German havia colocado na sacada. Enterneceu-se com a cena que viu. Ele encontrava-se deitado, apenas de bermuda, tirando um cochilo. Em seu tronco, havia um bebê loirinho, esparramado de barriga para baixo, que também dormia. German repousava uma das mãos nas costas do bebê e ambos estavam com a boca entreaberta e a mesma expressão serena no rosto. Angie sorriu, saiu da sacada, desceu e caminhou até a areia da praia. Sentou-se, ficou escutando o barulho do mar e, quando viu, já estava perdida nos pensamentos.

POV. Angie

Passaram-se pouco mais de dois anos desde o dia em que eu quase perdi o meu amor. Eu e German decidimos vir morar na praia, como ele havia sugerido, e aqui nos casamos, há um ano, em uma cerimônia simples e linda.

Flashback On

Era um belo dia para se casar na praia. Era possível ver um céu alaranjado com o sol pronto a se pôr, havia um juíz de paz no fim do caminho ao qual eu deveria passar, German estava lá também, todo de branco, usava uma calça branca e uma dessas camisas folgadas sem botões, estava mais lindo do que nunca e possuía um sorriso radiante no rosto.

De convidados havia apenas Fran e Marco, Cami e Broadway, um rapaz que ela conhecera um ano antes, Olga e Ramalho, Matias e Esmeralda. Sim, German reestabeleceu sua amizade com Matias. Também estavam Maxi e Naty, Dan e Ludmila - sim, a Ludmila -, Jackie e Pablo, o qual aparentava estar tão ou mais feliz que eu ou o German. E, por fim, León e Violetta, a qual derramava lágrimas de alegria e sorria. Estavam todos de branco, uma exigência minha, para que a paz finalmente reinasse em nossas vidas. Todos de branco, com um colar havaiano no pescoço e todos de chinelo. Eu parei em uma das extremidades do tapete branco estendido no chão, olhei para o lado e Diego sorriu para mim.

– Chegou a hora de ser feliz – Ele murmurou – e eu tenho certeza que vocês três juntos o serão – Ele passou a mão devagar na minha barriga e sorriu ainda mais. Eu já estava esperando o meu bebê, o meu Antônio, o nosso Antônio, fruto do meu amor com o German. Já estava no 7º mês de gestação. Eu fiquei feliz com a notícia mas o German... bom, o que ele ficou vai muito além do que a palavra “feliz” pode definir e eu tive certeza de que ele seria um pai maravilhoso. Eu tenho certeza disso cada vez que eu olho para Violetta.

Eu sorri para o Diego e depois voltei a olhar para frente, então, um rapaz, que estava um pouco afastado de todos nós, começou a tocar Somewhere Over The Rainbow com um ukulele, apenas tocar, sem cantar, e aí eu e Diego começamos a caminhar. Mais uma vez eu e German estávamos ali conversando apenas pelo olhar, ninguém podia decifrar o que falávamos mas certamente podiam enxergar o quão apaixonados estávamos.

– Cuida dela – Diego falou sorrindo e cumprimentou German, este pegou minha mão e depositou um beijo, depois paramos em frente ao juíz de paz.

xxx

– Eu os declaro marido e mulher. Pode beijar a noiva – German sorriu, ergueu as duas mãos, enxugou o resquício de lágrima que escorrera pelo rosto, ao que eu sorri, aproximou-se e me beijou. Todos bateram palmas e sorriram, felizes. German finalizou o beijo com um selinho e encostou sua testa na minha.

– Desta vez não é um sonho, né? – Ele sussurrou para que só eu pudesse escutá-lo. Eu sorri e dei um selinho nele.

– Não, meu amor, é real – Sussurrei – Eu estou aqui com você e sempre estarei.

Flashback Off

Acho que posso dizer que foi o dia mais feliz da minha vida. Não, o dia mais feliz da minha vida foi quando o Tony nasceu. Se bem que... todos os dias ao lado do German, são os dias mais felizes da minha vida. Até os dias em que brigamos e não aguentamos nem olhar um para a cara do outro. E sim, isso acontece mas não aguentamos ficar de cara virada um para o outro por muito tempo. Acho que nós aprendemos a dar valor às pessoas que nos amam e a amá-las como se não houvesse amanhã. Eu quase perdi o German, a ausência da palavra “quase” seria devastadora na minha vida, perdê-lo seria o pior dos castigos que eu poderia receber.

Hoje eu estou feliz. Ontem eu estive feliz. E eu sei que estarei feliz amanhã também, porque ele está ao meu lado e me deu a coisa mais preciosa que uma mulher poderia receber, um filho. Chega a ser engraçado olhar para o passado e enxergar tudo o que passamos até chegar aqui. O tanto que German lutou contra esse amor - e eu confesso que eu também -, o tanto que tentamos resistir mas, de alguma forma, estamos conectados e, de um jeito ou de outro, acabaríamos ficando juntos. E é perfeito que seja assim. Hoje eu tenho tudo o que eu preciso. Moro onde sempre quis morar, tenho o filho mais lindo do mundo e a filha postiça mais maravilhosa que alguém poderia ter, meus amigos vêm nos visitar sempre e tenho o German, pelo qual, a cada dia que passa, eu fico mais apaixonada. Não pensei que fosse possível mas é, sim. Cada dia é como se fosse a primeira vez e as coisas não poderiam ser melhores do que isso. Sinto-me completa e feliz e assim ficarei, até o meu último dia de vida, se ele estiver ao meu lado.

POV. German

Caminhei até a areia da praia e encontrei Angie sentada de frente para o mar. Já estava anoitecendo e um vento frio fazia seus cabelos esvoaçarem. Continuei caminhando lentamente, até que ela levantou-se, virou-se, sorriu para mim e veio caminhando ao meu encontro. Não evitei pensar em nosso casamento, quando ela veio caminhando toda de branco em minha direção. Ela estava linda naquele dia, mais linda do que o normal, se é que é possível.

– Fica um pouco comigo – Sussurrei assim que nos aproximamos. Então eu sentei na areia com as pernas abertas, ela sentou-se no meio delas e eu envolvi os braços em seu cintura.

– Onde está o Tony? – Ela perguntou.

Eu o deixei com a Violetta. Eles acabaram de chegar – Murmurei e, então, nós dois ficamos quietos. Eu me perdi nos pensamentos.

Passaram-se dois anos desde a vez em que eu quase perdi a vida e desde lá as coisas melhoraram bastante. Violetta e León estão morando juntos. Eu consegui, por fim, aceitar que a minha garotinha cresceu e permiti que eles morassem juntos. Ela está bem e feliz, fazendo o que mais ama, vivendo de música. Aliás, iniciará uma turnê em breve, o que não poderia me deixar mais orgulhoso.

Eu e Angie estamos morando aqui na praia. Nos casamos há um ano e, poucos meses depois, Angie deu a luz ao Antônio ou, carinhosamente, Tony. Meu garoto é lindo igual à mãe, tem a mesma cor de cabelo e os mesmos olhos verdes. Até hoje sou grato por isso. Ora, eu não ia querer que meu filho nascesse com as minhas orelhas. Angie ri quando eu digo isso e depois diz, da forma mais encantadora possível: – Eu adoro suas orelhas, elas são seu charme, amor – E nós dois rimos juntos. É tão bom vê-la sorrir, tão gostoso vê-la feliz.

É estranho dizer isso mas... talvez se não tivéssemos passado por tudo o que nós passamos, não teríamos aprendido a dar valor às coisas mais simples da vida. E de simples que eu digo, são coisas realmente simples. Eu não sinto saudade da mansão ou de qualquer outro luxo que eu dispunha mas tenho certeza que sentiria uma saudade enorme de sentar-me ao lado de Angie na praia e observar seu rosto de semblante tranquilo e iluminado pelo pôr-do-sol enquanto ela está de olhos fechados apenas escutando o barulho do mar ou, então, de vê-la sentada na rede balançando e segurando o Tony enquanto ele tira uma soneca ou, ainda melhor, de quando a Violetta e León vem nos visitar e nós armamos uma pequena fogueira na areia da praia e passamos horas, os cinco, juntos. Eu percebi que não preciso de muito para ser feliz, só preciso disso, preciso ver e sentir que Angie está bem e está feliz e, então, não é exagero dizer que eu sou o homem mais feliz do mundo.

É maravilhoso poder ver o quanto a presença de Angie em minha vida me fez ser um homem melhor. Não são raros os momentos em que discutimos sobre quem salvou a vida de quem. Ela diz que eu a salvei e, talvez eu o tenha feito mesmo, mas ela também me salvou. Ela me trouxe à vida novamente e cada vez que eu a vejo sorrir, me sinto uns dez anos mais jovem. Tudo em Angie é um remédio para minha alma e se ela fosse embora, certamente minha alma iria com ela. Eu a amo e preciso dela para ser feliz.

POV. Off

– Ei – Angie despertou German dos pensamentos –, está tudo bem?

– Sim, meu amor – Ele murmurou –, e com você?

– Sim – Angie sorriu – Eu estava pensando na nossa felicidade – suspirou e ficou séria – Às vezes eu tenho medo, sabia?

– Medo do que?

– De alguma coisa acontecer e esse conto de fadas acabar – German suspirou.

– Nós não estamos vivendo em um conto de fadas, amor. Tudo isso é real.

– É que... está tudo tão maravilhoso, German, que às vezes eu penso que não é verdade, que é tudo um sonho – German curvou o corpo um pouco para o lado para poder olhá-la. Angie virou-se um pouco de lado para também poder encará-lo.

– Nós estamos juntos, não estamos? – Angie assentiu – Se alguma coisa acontecer, nós lidaremos com isso juntos. Será assim para sempre. Eu não vou te largar, eu não vou te deixar ir embora, a não ser que você queira ir – German soltou um risinho abafado e ficou sério novamente – e eu não vou te abandonar jamais. Amor – ele suspirou –, a felicidade não é tão duradoura, assim como o sofrimento também não o é, mas nós temos um ao outro agora e é isso o que importa – Ele passou a acariciar o rosto de Angie e sorriu – Nós temos uma família linda, bons amigos e nós temos o amor, que é o mais importante de tudo – Angie sorriu e o beijou. Um beijo calmo e acolhedor, que foi finalizado com selinhos.

– Acho que se eu tivesse pedido por um homem como você, eu jamais o teria – Os dois sorriram e aos poucos foram ficando sérios – Prometo que eu vou parar de pensar nisso e... se você quer saber, eu não estava pensando apenas nisso.

– E no que mais você pensou?

– Eu acabei lembrando lá do comecinho, quando você era aquele diretor rígido, o qual todos os alunos temiam – German deu um sorriso nostálgico – No fundo eu acho que você sempre teve esse coração mole – Angie sorriu.

– Por isso eu me apaixonei por você, oras – Angie foi ficando séria aos poucos.

– Você resistiu tanto a esse amor – German ficou sério, olhou fixamente para um ponto qualquer e suspirou.

– Eu tinha medo. Não me conformava com a ideia de ter me apaixonado por uma aluna, não aceitava isso de jeito nenhum – Ele voltou a olhar para Angie – Acima de tudo, eu era um homem conservador, eu gostava do tradicional, seguir regras era o que eu gostava de fazer, aliás, o que eu pensava que gostava – Ele suspirou e sorriu – Aí você chegou e desregulou todo aquele mundinho que eu pensava ser o ideal para viver – Angie sorriu e ele acariciou o rosto dela – Você chegou e mudou minha vida, é por isso que eu me esforço ao máximo para fazê-la feliz – Os dois ficaram encarando-se em um silêncio acolhedor.

– E qual é o mundo ideal? – Angie cortou o silêncio.

– Qualquer mundo onde eu possa estar com você – Angie sorriu, virou-se de frente para ele e o abraçou. Depois afastou-se e o olhou profundamente.

– Eu te amo, Sr. Castillo – Angie sussurrou.

– Eu te amo, Saramego.

Angie sorriu e passou a olhar o casal que vinha na direção deles, German também olhou. Violetta correu para abraçar Angie, esta levantou-se e abraçou Vilu, e León veio caminhando lentamente com Tony no colo. Depois todos eles se sentaram, Angie com o bebê no colo. Realmente formavam uma família linda e, de longe, qualquer pessoa poderia enxergar uma paz e uma felicidade em seus semblantes. Algumas pessoas encontram conforto apenas por estarem juntas e era exatamente o que se passava com eles. Juntos, nada poderia atingi-los. 


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Notas finais do capítulo

Bom, vamos lá. Sobre o capítulo: a música que toca é essa aqui: http://www.youtube.com/watch?v=V1bFr2SWP1I ; um ukulele, pra mim, é como se fosse um cavaquinho havaiano, mas enfim... alguma diferença deve ter; a frase em itálico no final do capítulo é do filme "Desventuras em Série" (♥)
Hmmm, desculpem se não ficou a altura de vocês, meninas, é que eu eu fiquei realmente horas pensando no que fazer com o capítulo e pensando em qual seria o melhor fim (sim, eu cogitei a ideia de matar o German mas ai, eles só sofreram e aí a Angie ia continuar sofrendo, então foi melhor não matá-lo). Então eles vivem felizes para sempre, êêê.

Agora um depô para vocês:

Quando eu comecei a história não imaginava que """tanta""" gente ia ler e gostar. Eu fiquei realmente feliz com a resposta de vocês e eu sempre serei muito grata por isso porque, é estranho dizer mas na fase em que eu estou, tudo o que eu preciso é um pouco de ânimo e a cada comentário que eu recebia, de certa forma, me fazia muito bem, então, eu agradeço, de verdade. Espero que tenham realmente gostado da história e... qualquer coisa me mandem uma mensagem, estarei por aqui.



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