Inalcanzable escrita por Duda


Capítulo 16
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Ah meninas, nesse não tem Germangie, desculpinha! :(



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03 de Maio - Quinta-feira

POV. German

De noite eu não consegui dormir pensando em como Angie estaria e no que ela estaria fazendo, deixá-la sozinha não foi uma boa ideia. E se aquele maldito pai que ela tem fosse atrás dela? Mas como ele iria? Nem sabe onde eu moro. Mas e se fosse? À medida que os dias passavam, a raiva que eu sentia daquele homem ia crescendo, saber que ele é o assassino da mulher que eu amei e é o pai da mulher... da garota que eu amo agora e ver a forma como ele a trata me deixa ainda mais furioso. Minha vontade era matar aquele homem com uma surra, entretanto, no momento, eu tenho que me concentrar em manter Angie o mais longe possível dele.

– Senhor Castillo – Pablo disse entrando em minha sala. – Tem uma pessoa querendo conversar com o senhor.

– Quem, Pablo? – Quando eu disse isso, o homem entrou sem ser autorizado e meu sangue pulsou mais forte.

– Ei, o senhor não... – Pablo ia dizendo para o homem.

– Deixa, Pablo. – Eu o interrompi. – Eu vou conversar com o Sr. Carrara. – Pablo ficou receoso de nos deixar a sós, ele viu a cena do outro dia e temia que eu perdesse o controle. Eu o olhei sério. – Tudo bem, Pablo, pode ir.

– Qualquer coisa me chame, senhor. – E deu uma olhada rápida para o Carrara.

– Obrigado. – Eu disse e ele se retirou.

– Então... A que devo a honra? – Eu perguntei ironicamente.

– Eu vim procurar a minha filha, eu acho que você sabe onde ela está. – Ele disse me olhando sério.

– Não, eu não sei. – Eu o olhava fixamente, tentando manter o controle. – Mas pela forma como o senhor a tratou outro dia, não me admira que ela tenha fugido.

– Isso não é da sua conta. – Eu me levantei.

– É mais da minha conta do que você pensa! – Eu disse firme. Ele estreitou os olhos e pressionou os dentes.

– O que você tem com a minha filha?

– Com a sua filha nada – Eu menti – mas com você eu tenho. – Eu murmurei. Ele estava a ponto de avançar em mim quando o Ramalho entrou em minha sala. Ele rapidamente olhou para o Ramalho e eu não tirei os olhos dele.

– German, eu... desculpe interromper, senhor – Ramalho disse olhando para o Carrara e depois olhou para mim – eu posso falar com você um instante.

– Eu já estava de saída. – Carrara disse indo até a porta.

– Ei, Carrara, – Ele parou e olhou para mim. – até a próxima! – Eu disse com uma voz que teria assustado até a mim. Ele se virou e saiu.

07 de Maio – Segunda-feira

POV. Angie

Os dias passaram rápido até voltarmos para a escola. Depois da noite em que eu conversei com o German, eu fui para a casa da Fran e passei o resto dos dias lá. Eu adorei os pais dela, me trataram super bem. Mas aí tivemos que voltar para a escola e eu estava contente por isso porque finalmente veria German. Eu sabia que nada ia acontecer mas apenas vê-lo sabendo que ele não está bravo comigo me faz bem. No dia seguinte ao que eu fugi da casa do José, este foi me procurar na escola, German conversou com ele e disse que não sabia onde eu estava, depois ele não me procurou mais. Voltamos para a escola ontem à tarde e eu não vi German ainda. Aquele momento em que ficamos juntos foi perfeito enquanto durou e saber que ele me ama é a coisa mais maravilhosa do mundo... mas aí eu lembro do fato de que o nosso amor é proibido.

– Angie? Oi? Angie. – A professora Jackie estava parada em minha frente tentando chamar a minha atenção. – Está tudo bem?

– Ah, desculpe, está sim. – Eu sorri. – Desculpe.

– O que aconteceu? Você tinha melhorado, Angie! – Ela disse calmamente, me olhando.

– Desculpe, professora, prometo que vou melhorar. – Ela sorriu e voltou para sua mesa.

POV. German

Eram 16h30 e eu não conseguia me concentrar em nada. Meus pensamentos estavam ligados ou em Angie ou em seu pai. E então três professores juntaram-se para conversar comigo sobre algum aluno. Esmeralda, uma mulher rígida mas simpática, era a professora de Português; Jackie, a mais adorada pelos alunos e pela qual eu tinha mais afeição, era a professora de Inglês, e Matias, o professor de Física. Bom, a minha história com Matias não é muito feliz. Nos conhecemos desde a faculdade, éramos inseparáveis, até conhecermos Maria e, por um infeliz acaso, nós dois nos apaixonarmos por ela. Éramos jovens e idiotas, então as disputas começaram, eu ganhei, eu fiquei com a Maria e ele não superou isso. Confesso que se fosse comigo, não teria superado também.

– Castillo, podemos falar com você? – Esmeralda disse entrando na sala, eu a olhei e assenti. Permaneci sentado.

– Podem dizer. – Os três sentaram.

– É sobre uma aluna. – Matias falou.

– Que aluna? – Ele suspirou e olhou para Esmeralda e Jackie. – Por que esse drama todo para falar, LaFontaine? – Eu desdenhei sem querer, ele me olhou sério.

– É sobre Angeles, German. – Matias disse sério. Ele não me chamava de German desde a faculdade, eu estranhei mas não me importei pois a simples menção do nome dela me deixou sério e um tanto quanto nervoso. Será que eles também sabiam? Mas oras, então todo mundo sabia? Eu não soube o que dizer.

– O que ela tem?

– Ela continua não prestando atenção nas aulas, sempre está com a cabeça em outro mundo. – Jackie disse.

– É uma menina muito doce, madura e inteligente mas indisciplinada, não é o perfil da escola, Castillo. – Esmeralda disse.

– E a escola tem um perfil certo de aluno, Di Pietro? – Eu fui um pouco grosso.

– Não a defenda, German, você mesmo pregava essa coisa de “perfil de aluno” – Matias disse firme. – Eu não concordo e nunca concordei com isso, sempre tem como fazer um aluno melhorar.

– Tudo bem, desculpe, Di Pietro! – Eu disse olhando-a.

– Mas a questão... – Matias continuou e eu o olhei. – é que você está fechando os olhos para a indisciplina dela. – Ele disse me olhando. Eu pressionei os dentes.

– O que está insinuando, Matias? – Eu disse um pouco alterado.

– Calma, nada, Sr. Castillo. – Jackie disse lançando um rápido olhar para Matias. Eu e ele nos enfrentávamos com os olhos. – É que nós já viemos avisar sobre ela mais vezes e o senhor não fez nada. – Eu a olhei.

– E o que vocês querem que eu faça?

– Não sei, sugira que ela faça alguma aula optativa, chame o pai para conver... – Esmeralda sugeriu.

– Não – Eu disse um pouco alto e os três estranharam minha reação. – eu não posso chamar o pai dela.

– E por que não? – Matias perguntou e eu voltei a olhá-lo.

– Naquele problema que teve, das bebidas, eu o chamei e quando eu contei o que havia acontecido, ele deu um tapa na cara dela. É um homem agressivo. – Eu murmurei olhando distraído. – Sem contar que na quarta-feira ela ligou para a escola pois tinha fugido de casa por medo de apanhar do pai e não sabia para onde ir.

– Ela ligou para a escola ou para você? – Matias perguntou e eu olhei sério. Ele suspirou. – Desculpa.

– Se eu chamá-lo aqui, eu não sei o que ele faria com ela. – Eu disse baixo.

– Castillo, eu sei que há um pouco de frieza no que vou dizer mas... esse não é um problema da escola. O que os pais fazem com seus filhos em casa não nos compete. – Esmeralda disse da forma mais calma possível. Eu suspirei.

– Mas... nós... também não podemos possibilitar que a garota tome uma surra do pai, Esmeralda. – Matias disse. Eu sabia que ele não seria injusto.

– Eu concordo. – Jackie falou.

– Tudo bem, é verdade. – Esmeralda disse. – Mas você tem que fazer alguma coisa, Castillo, e eu não digo apenas por ela, digo por você também. – Esmeralda disse e eu a olhei.

– Por mim? Por que? – Eu franzi o cenho, ela olhou para Matias como que pedindo para ele falar. Eu olhei para ele. – Por que, Matias? – Ele me olhou e suspirou.

– German, alguns professores estão loucos para te ferrar, sempre estiveram mas... mas somente agora eles viram uma possibilidade disso acontecer. – Minha respiração ficou pesada.

– Q-Que possibilidade?

– Eles acreditam – Jackie interveio – no boato que corre por aí de que você e... e a Angeles estão... tendo um caso. – Eu me levantei rapidamente e virei de costas para eles.

– E parece que estão certos em acreditar. – Matias murmurou. Eu me virei para olhá-lo.

– Matias! – Jackie repreendeu-o.

– Chega de enrolação, Jackie, todo mundo acredita nisso. – Ele disse olhando para ela.

– É verdade, Jackie. O Castillo só precisa saber que, pelo menos nós, estamos do lado dele. – Esmeralda disse olhando-a.

– É, Jackie... não foi isso que você sugeriu que disséssemos a ele? Que estamos do lado dele? – Matias disse me olhando profundamente nos olhos. Eu teria ficado feliz de saber que poderia contar com ele novamente, como nos velhos tempos, mas o medo se apoderou de mim e eu não podia sentir mais nada além disso.

– Obrigado, mas... não é querendo ser indelicado, só que eu não preciso que fiquem do meu lado porque não há nada entre eu e Angeles... – Eu olhei para baixo. – Ela é apenas mais uma aluna.

– Ok, Castillo. – Matias suspirou. – Só viemos dizer para você tomar uma providência. – Eu o olhei e assenti.

– E para você tomar cuidado, Sr. Castillo. – Jackie disse e eu esbocei um fraco sorriso.

– Obrigado. – Eu murmurei.

Eles saíram e fiquei pensando. Se confirmarem e provarem o que houve entre eu e Angie, a minha vida acaba, seria um escândalo. Eu não posso deixar isso acontecer. Mesmo que me doa muito, eu terei de me afastar ainda mais dela, terei de continuar evitando-a e, ainda por cima, terei de dar a ela alguma punição que a faça melhorar nas aulas. Eu não queria ser duro com ela, a última coisa que ela merece é isso, mas eu terei de fazê-lo, pelo bem dela. 


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Notas finais do capítulo

TALVEZ mais tarde eu posto mais um!

Bjks.



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