Inalcanzable escrita por Duda


Capítulo 12
Capítulo 11 – Parte I


Notas iniciais do capítulo

Sei lá se vocês vão gostar rs.



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27 de Abril – Sexta-feira, 14h35

POV. Angie

– Angie, hoje à noite você vai lá para o terraço né? – Gabriel cochichou da carteira de trás, eu percebi que ele estava afim de mim porque a semana inteira ficou atrás de mim, preocupando-se se eu estava bem, se eu precisava de algo e etc, ou seja, só podia querer algo. Ele é gente boa e bonito mas eu já percebi que não aceita um não como resposta e eu vou pastar para fazê-lo sair da minha cola. Se eu não estivesse na situação em que estou, talvez ficaria com ele.

– Sim – Eu disse quase inaudível. A verdade é que eu não estava com a mínima vontade de ir hoje mas as meninas insistiram. A semana passou triste e sem vida para mim. Quando German passava por mim e estava cheio de gente em volta, ele permanecia sério, mas quando não tinha quase ninguém, ele esboçava um sorriso triste e essa era única coisa capaz de deixar o meu dia melhor.

O sinal da aula bateu e eu fui direto para o terraço, precisava ficar sozinha. Quando subi, encontrei a Vilu sentada, bem distraída.

– Oi Vilu – Eu disse sentando-me ao lado dela. – Tudo bem?

– Tudo. Posso te perguntar uma coisa? – Eu assenti – Angie, aconteceu algo entre você e o papai? – Estava tão na cara assim?

– N-Não, p-por que?

– Aconteceu! – E ela sorriu.

– Não aconteceu, Vilu. – Eu a olhei séria.

– Angie, eu não ligaria se acontecesse – Ela disse sorrindo – Essa semana eu o peguei sorrindo distraído e eu percebi que algumas vezes quando não tinha muita gente em volta ele sorria para você, ainda que fosse um sorriso triste, e ele NUNCA sorriu para nenhum aluno. – Ela percebeu, será que mais alguém o fez? – Mas tudo bem se você não quer falar. – Terminou, ainda sorrindo.

– Não aconteceu. – Fiz uma pausa e olhei para o horizonte. – E nem vai acontecer.

– Hm – Ela murmurou olhando também para o horizonte. – Então não tem problema se você e as meninas forem jantar em casa hoje, não é? – E me olhou sorrindo.

– Como assim? Claro que tem. – Eu a olhei.

– É? Qual? – Fez uma cara de desconfiada.

– S-Seu pai é diretor. Não podemos jantar na casa do diretor.

– Está no regulamento da escola? – Eu suspirei.

– Não, mas ele não vai gostar, então, não.

– Me espera aqui que eu vou pedir pra ele – Disse levantando-se – Não sai daqui – E rumou à sala do German.

POV. German

A semana passou rápido demais, ou talvez eu não tenha notado os dias passarem porque estava ocupado demais pensando em Angie. Ela já estava bem melhor e aquilo me deixou mais aliviado, o que não me deixou aliviado foi vê-la a semana inteira com aquele rapazinho que senta atrás dela durante as aulas. O tempo todo ele estava com ela, fazendo o papel que eu gostaria de fazer, preocupando-se em fazer todas as vontades dela, como se ela fosse uma princesa. E ela é, a mais linda de todas. Me machuca vê-la com ele mas eu não podia impedi-la de estar com ele porque com ele Angie poderia viver tranquilamente sem ligar para as outras pessoas e, mesmo que eu sofra com isso, tenho certeza que seria o melhor para ela.

– Papai, – Violetta entrou em minha sala e veio me dar um beijo na bochecha. – posso te pedir uma coisa? – E sorriu. Ver a Vilu bem e sorrindo era a melhor coisa do mundo, receber o seu beijinho e sentir o seu abraço me dava uma sensação maravilhosa.

– Depende. – Eu a olhei desconfiado.

– Posso chamar a Angie, a Cami e a Fran para jantar em casa hoje? – Disse sorrindo e eu suspirei.

– Não. – Eu disse firme.

– Mas papai, hoje é sexta-feira, não custa.

– Vilu, elas são alunas, eu sou o diretor... o que os outros alunos vão pensar? É melhor não.

– Vão pensar que a sua filha tem amigas, oras, e é normal convidar as amigas para jantar. – Eu suspirei e fiquei pensando.

– Tá, tá, tudo bem. – Eu aceitei mas não sabia como seria isso. E afinal, que mal teria tê-la por perto ao menos uma vez na semana? Teria mal, teria muito mal.

– Oba. – Vilu disse sorrindo e me deu um abraço apertado. – Obrigada, papai. – Me deu um beijo no rosto e saiu.

POV. Angie

– Pode avisar as meninas, vocês vão jantar em casa hoje – Violetta disse aproximando-se de mim e parando do meu lado. Quando eu ia dizer algo, ela se antecipou. – Não adianta Angie, não vou aceitar um não como resposta.  Eu suspirei.

– Vilu, é perigoso. – Eu soltei sem querer. Era perigoso acontecer algo, perder o controle, isso era perigoso.

– O que é perigoso, Angie? – Vilu disse séria.

– Sei lá, os outros alunos podem reclamar, isso pode ser um problema para o seu pai.

– Relaxa Angie, não vai acontecer nada... Agora eu preciso ir, espero vocês às 19h em casa.

– Ok. – Eu suspirei e ela saiu sorrindo.

POV. Off

19h

As meninas estavam tranquilas, não viam problema naquilo mas sabiam que para Angie e para o German aquilo não podia acontecer. Eles estavam facilitando demais e não podiam fazer isso. O coração de Angie estava quase saindo pela boca e quando chegaram na porta da casa dele, apertou a campainha com as mãos tremendo. German abriu a porta e quando a olhou, não segurou o sorriso, um sorriso vivo. As meninas murmuraram um “awn”, German ficou sério e as olhou, Angie também o fez, repreendendo-as.

– A Vilu está? – Disse voltando a olhar para o German. Ele estava sem a gravata e o paletó. Ele não entendeu o fato dela o evitar.

– Sim, vou chamá-la. – German disse firme. – Entrem. – Disse virando-se e indo chamar Vilu.

Elas entraram e repararam em tudo. Não era uma casa chique mas estava bem mobiliada. As paredes eram claras, os móveis eram tabaco e o sofá era claro. Para Angie, a sensação de estar na casa dele era tão boa. Havia um aparador com algumas fotos, ela pegou umas das fotos, a qual ele estava segurando Vilu e sorrindo, e sorriu. Vilu foi para a sala e cumprimentou as meninas, Angie logo colocou a foto no lugar. German foi para a cozinha.

– Oi Angie – Vilu disse indo abraçá-la. Angie virou-se e abraçou-a. – Vamos sentar, o papai já vai servir o jantar.

– Ele cozinha? – Cami perguntou surpreendida.

– Sim, e a comida dele é deliciosa. – Vilu disse sorrindo. Angie o imaginou apenas de avental, sem nenhuma roupa por baixo, dando aquele sorriso maravilhoso e servindo-a. Chacoalhou a cabeça para afugentar esse pensamento. As três sentaram timidamente no sofá e Vilu ligou a TV. – E então meninas, como vocês estão?

– Bem Vilu, sua casa é bem bonita. – Fran disse.

– É, eu imaginava que fosse uma casa escura e sem vida. – Cami soltou e Fran a repreendeu, Vilu apenas riu e Angie estava distraída. – Ué Francesca, você também imaginava isso.

– Se fosse pelo meu pai, talvez seria mesmo mas eu o obriguei a deixá-la clara e arejada. – Vilu disse rindo.

– E ele que mobiliou? – Fran perguntou.

– Sim. Eu ajudei um pouco mas a maior parte foi ele.

– Uau – Fran soltou.

– As mil facetas de German Castillo. – Cami soltou e todas riram, menos Angie que estava distraída.

– O que foi Angie? – Vilu perguntou.

– Que? Ah, nada, nada não. – Angie sorriu.

– Meninas, ela acha que eu não sei que aconteceu algo entre ela e o papai, pode isso? – As meninas se entreolharam e não souberam o que dizer, Vilu riu. Nesse momento German entrou na sala e arrumou a mesa. Foi para a cozinha e voltou trazendo o resto das coisas.

– Ele vai comer conosco? – Angie disse baixo mas German escutou.

– Sim, Saramego. – German disse sentando-se na ponta da mesa. Fran e Cami o olharam surpresas e Angie apenas suspirou. – O que estão esperando? Podem vir. – German disse sério e as meninas se levantaram rapidamente. Era uma mesa de seis lugares, Vilu sentou-se ao lado dele, Cami ao lado de Vilu, Fran de frente para Cami e sobraram dois lugares, um ao lado dele e outro na ponta da mesa. – Eu não mordo, Saramego. – German disse firme enquanto colocava a comida no prato, quando percebeu que Angie estava indecisa sobre qual lugar sentar. Angie sentou-se ao lado dele mas não o olhou.

E durante todo o jantar Angie ficou de cabeça baixa. Fran e Cami terminaram primeiro, Vilu terminou em seguida. Vilu levantou-se, pegou o prato e o levou para a cozinha. Angie olhou nervosa para as duas quando percebeu que ambas iam fazer o mesmo, e isso não as deteve. German pegou sua taça de vinho e tomou um gole, olhando-a.

– Angie, quando terminar vá para o meu quarto. – Vilu voltou dizendo e Angie lançou um olhar desesperado como se quisesse dizer para não a deixaram sozinha com ele. Fran, Cami e Vilu riram e German permaneceu sério. Os dois terminaram de comer e Angie ia levantar mas German segurou seu braço.

– Por que está me evitando? – German murmurou.

– Porque sim. – Angie disse olhando para baixo, German apertou um pouco seu pulso, sem machucá-lo.

– É por causa do seu namoradinho? – Angie olhou-o estreitando os olhos.

– Que namoradinho? Você está louco? – O coração de German estava acelerado.

– Aquele garoto que não saiu da sua cola, é por ele, não é? – German murmurou, Angie suspirou.

– Você acha mesmo que é por ele? – Angie disse baixinho, German assentiu e ela suspirou. – Não, não é por ele. – Angie olhou-o profundamente. – É por você, German, eu não quero me tornar um problema para você e você sabe que quando estamos perto um do outro não conseguimos evitar que algo aconteça. – German soltou o braço de Angie. – Você disse que precisa evitar e é o que eu estou fazendo. – Angie pegou seu prato e o dele e levantou-se. – Eu lavo a louça. – Disse indo para a cozinha.

– Não precisa – German murmurou indo atrás dela. Angie estava colocando o avental e German a impediu. – Não precisa, Saramego. – Ela o olhou, deu um fraco sorriso, abaixou a cabeça e foi para o quarto da Vilu.

As meninas assistiram um filme, de romance, o qual fez Angie soluçar de tanto chorar. Todas estavam chorando mas não tanto quanto a Angie. Quando acabou já eram 22h e elas precisavam ir embora. Saíram do quarto de Vilu, uma atrás da outra, Angie por último. Ao sair do quarto, Angie virou-se para olhar a última porta do corredor e deparou-se com uma imagem que a fez estremecer. German estava lá parado, sem camisa. Durante os poucos minutos antes de German fechar a porta, Angie não conseguiu parar de olhar para o peitoral e abdómen bem definidos e fortes dele. Angie prendeu a respiração, segurando-se para não correr para o quarto dele e mergulhar naquele corpo maravilhoso. As meninas a aguardaram na sala e quando ela chegou, sua respiração estava ofegante. Despediram-se de Vilu e foram embora.

xxx

POV. Angie

23h30

Chegamos ao terraço dos meninos e lá já estavam Gabriel, Tomás e Maxi da nossa sala, Gustavo, Daniel, André, Ludmila e Natália do 3ºB. Às vezes vinham uns meninos e umas meninas do 2º mas hoje eles não estavam. Eram boas pessoas para se divertir, sempre ríamos bastante, mas de confiança ali eu só tinha com a Fran, a Cami, o Maxi e o Dan, apenas.

– Oi Angie. – Gabriel veio falar comigo assim que colocamos os pés no terraço. As meninas continuaram caminhando até onde o pessoal estava e eu fui andando mais devagar com Gabriel.

– Oi Gabe. – Eu sorri.

– Como você está?

– Hm, desde hoje de manhã, quando você me perguntou isso, até agora não aconteceu nada, então eu estou bem. – Na verdade aconteceu mas eu não diria isso à ele. Ele riu. – E você?

É que eu me preocupo com você, Angie – disse sorrindo – Estou bem.

– Oi pessoal. – Eu disse, finalmente chegando até eles. Cumprimentei cada um e sentei ao lado da Fran e da Cami.

– Ok, alguém trouxe comida? – Gustavo perguntou, alguns minutos se passaram e ninguém respondeu. – Ninguém?

– Fofo, ninguém falou para trazer comida. – Cami disse.

– Tudo bem então. Quem estiver de barriga vazia toma cuidado para não ficar muito bêbado, os vinhos são fortes. – Gustavo continuou.

– Vamos começar? – Dan disse.

– Começar o que? – Fran perguntou.

– O verdade ou desafio, oras. – Maxi disse.

– É né? Na verdade é desafio ou desafio. – Gustavo disse rindo.

– Não vai valer verdade? – Eu perguntei.

– Hoje não.

– Ah gente, eu to de boas, não vou brincar não. – Eu disse e todos me olharam.

– Para de cu doce, Angie, vai ser de boa. – Dan disse.

– É, Angie, vai ser de boa. – Ludmila disse e eu senti algo em sua voz que não me agradou.

– Tudo bem. Eu brinco. – Nesse momento eu peguei a garrafa de vinho, que já tinha passado por todos e tomei três goles seguidos.

– E assim começou a brincadeira. Quem não topasse fazer os desafios tinha que beber uma tampinha (daquelas de garrafa) de vodka pura. É óbvio que ia dar merda. Já havia passado 1h desde que começamos a brincadeira e eu já tinha recusado três desafios. No primeiro, eu tinha que bater na porta de algum inspetor e sair correndo, ainda estava sóbria, não ia fazer isso. No segundo, eu tinha que pegar a chave do auditório escondido, estava tonta já mas não quis fazer isso. No terceiro, eu tinha que beijar o Gabriel, já estava bêbada mas não quis beijá-lo.

– Ludmila, você desafia a Angie. – Ludmila me olhou estranha mas eu não liguei, já estava tão louca que faria qualquer coisa.

– Hmmm, eu desafio você à entrar na casa do diretor e pegar uma cueca dele. – Ludmila disse rindo.

– Ludmila, cê tá louca? Ele está em casa. – Eu falei mole.

– Não está, não... Eu o vi saindo quando estava vindo pra cá. – Naty disse.

– Não sei... E como eu consigo entrar?

– Nos disseram que ele deixa uma chave debaixo do tapete. – Ludmila disse.

– Tudo bem... – Eu falei, me levantando. – Mas alguém vai comigo.

– Nós vamos. – Fran disse puxando Cami.

– Não, eu e a Naty vamos, para conferir se ela vai mesmo. – Ludmila falou.

– Então vamos eu e você, Ludmila. – Fran disse, a outra apenas assentiu.

(cont.)


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Notas finais do capítulo

Daqui a pouco eu posto a continuação. Até mais ♥



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