- O que acabou de acontecer?- Falo encarando os olhos verdes do Edward, eles estão fechados, como se estivessem aproveitando o momento. Um sorriso surge no rosto do Edward antes dele abrir os olhos. Ele passa uma de suas mãos pela minha cintura, e me conduz em direção à saída, milhões de coisas passam por minha cabeça, estou sorrindo, mas ao mesmo tempo incrédula. Sinto meu corpo estremecer, e o Edward chegar mais perto de mim.

- Acho que precisamos conversar. - ele fala assim que saímos do show.

- Eu tenho certeza. – Confirmo

-O que isso significa?- Eu pergunto, sem saber o que pensar.

- Isso o quê, Bella? – Ele fala sorrindo para mim.

- O beijo.

- Depende, o que você quer que signifique?- Ele me pergunta, me encarando atentamente, em busca de qualquer reação. Como assim o que eu quero? Penso no Edward, ele é muito bonito, poderia ter várias mulheres com ele, não apenas poderia, mas tem.  Lembro-me da Tanya saindo do quarto dele, lembro-me de como todas as garotas eram loucas por ele, e lembro-me da amizade dele com o Mike, e do dia em que ele me acusou de ser uma vadia. Quem ele pensa que é? A uns dias atrás, quase não falava comigo, e agora me beija como se eu fosse sua namorada, ele falou que eu estava com ele, tenho certeza que aqueles dois caras agora acham isso. Não tem como alguém simplesmente mudar  de opinião tão rapidamente. Se eu penso que ele está querendo namorar comigo, estou me iludindo. Ele pode até não ser um completo idiota agora, mas namorar com praticamente uma estranha que seus amigos odeiam? Porque ele faria isso? Tento afastar essa linha de pensamento, antes que acabe criando histórias que não existem. Deixo as sensações do beijo ainda recente, me preencherem, ainda consigo sentir meu coração acelerado, minhas mãos estão geladas e minha mente está a mil.

- Não quero ser uma de suas vadias, Edward. - Respondo firme olhando para ele enquanto falo. Seus olhos passam de expectativas, para decepção, e logo depois aparece um traço de tristeza no seu rosto.

- Eu não sei o que falar- Ele responde sinceramente.

- Eu jamais te trataria como uma vadia, eu sei que você não é.- Ele continua.

- Você não parecia ter certeza disso uns dias atrás. - Afirmo

- Mas agora eu tenho. Você não é uma vadia, eu jamais deveria ter dito aquilo, se eu pudesse jamais teria agido daquela forma, se eu soubesse. – Parece que ele vai falar mais alguma coisa, ele exista por alguns instantes, e logo depois me olha.

- E como você pode ter tanta certeza?- pergunto em duvida.

- Sabe? O Mike me disse que você beijava mal, e eu sei que ele estava mentindo. Você beija bem. Muito bem. – Ele se aproxima, penso que ele vai me beijar novamente, não posso mentir e dizer que não o deixaria me beijar se ele quisesse, eu deixaria, porque no momento eu não penso com clareza sobre nada, e o seu beijo é viciante, intenso, único.  O Edward está me olhando, esperando em expectativa, ele não vai me beijar. Quando me dou conta disso, abro os olhos que tinham se fechados sem eu perceber e falo:

- O Mike? Não acredito que você esperou me beijar para acreditar em mim, ou será que você só fez isso para ter certeza que o Mike estava certo? – Respondo indignada.

- O que? Não. Você entendeu tudo errado, essa não era minha intensão, não foi isso que eu quis dizer. - Ele fala nervoso, e enrolando as palavras, o modo como ele fala me lembra de alguém, mas não consigo pensar em quem.

- Então esquece. - Eu falo, sem saber ao certo a que exatamente eu estava me referindo, talvez eu só estivesse tentando colocar um final nessa discursão, isso não iria a lugar nenhum. Olho para o Edward, e não consigo identificar o que se passa em seu rosto, arrependimento, frustação, ou talvez uma mistura dos dois. O caminho para minha casa se passa em total silencio, durante a viagem me pego olhando para o Edward algumas vezes, ele parece pensativo, queria poder saber o que se passava por sua cabeça. O clima no carro fica cada vez mais tenso à medida que nos aproximamos da minha casa. Mas ele olha para mim e fala:

- Ei, que tal a gente esquecer o beijo? Sei que você acha que eu não presto. E infelizmente eu sei que não há nada que eu possa fazer a respeito.

- Pelo menos não agora. – Completa ele.

- E então a gente pode ser amigos? – Eu pergunto.

- Não sei consigo ser só seu amigo, não depois de tudo. - Ele responde, e eu não sei o que falar a respeito, me pergunto quantas garotas já caíram na lábia do Edward, ele é tão fofo assim com todas?

-É isso que você fala para todas?- Eu pergunto e vejo seu rosto se contorcer.

- Não precisa ficar tão na defensiva- Ele fala.

- Amigos?- Eu pergunto.

- Sim, se você quer. - Ele responde pensando um pouco. E depois sorri para mim.  Por um momento penso que ele é bipolar, mas depois decido deixar para lá. Estamos entrando na minha rua, e o clima no carro passou de tenso para agradável. Olho para a minha casa, e me dou conta de uma coisa. Esqueci de avisar ao meu pai sobre o show, e ele já deve ter chegado. Pego meu celular à medida que nós aproximamos da rua. Três ligações perdidas dele, e 15 da Alice. Já estamos pertos demais da casa, para eu ligar, espero o Edward estacionar para começar minha explicação meu pai já  está do lado de fora da casa, com os pés batendo nervosamente no chão.

- Isabella Swan? Onde você estava?- Fala meu pai me encarando.

- Er, eu saí, mas foi de ultima hora, acabei esquecendo de avisar.- Tento responder. Meu pai relaxa um pouco, mas continua.

- Você tem noção do susto que eu tomei quando eu cheguei e não te encontrei? Não estamos mais em Forks, Bella. - Ele fala e eu me sinto verdadeiramente culpada. Foi um ato de egoísmo meu, sair assim, sem pensar nas pessoas.

- Na verdade a culpa foi minha, Sr. Swan. – Fala o Edward atrás de mim, não percebi que ele tinha saído do carro antes.

- E você quem é, rapaz?- Pergunta o meu pai ao Edward.

- Sou um amigo da Bella, ela não ia sair, mas eu acabei a convencendo. Estava tendo um show ótimo a apenas algumas ruas daqui, e como eu sabia que a Bella era fã da banda, resolvi levar ela. -  Ele fala sorrindo com uma calma impressionante. Olho para o meu pai, e ele parece acreditar.

-Espero que você tenha cuidado bem dela. -  Fala meu pai desconfiado.

- Cuidei senhor. – Responde o Edward, e o meu pai sorri, provavelmente gostando do respeito usado na palavra senhor.

- E você, lembre-se de me avisar se for sair, mesmo que seja de ultima hora. - Ele fala olhando para mim.

- Tudo bem. – Respondo, me virando para o Edward, e soltando a palavra “obrigada” bem baixinha para que meu pai não percebesse. Ele apenas sorri para mim enquanto acena com a cabeça.

-Sabe Edward, nós vamos jantar, porque você não fica e janta conosco?

- Você curte baseball, rapaz?- Pergunta meu pai para o Edward.

- Chicago Cubs arrasa – Ele responde. Olho para o meu pai por um instante, e lembro que é noite de jogo. Sorrio começando a entender a atitude do meu pai.

- Vamos entre, vou ligar a tv, você pode assistir com a gente. - Fala o meu pai se virando e entrando na casa.

-Tem algum problema pra você se eu ficar?- Edward me pergunta depois que meu pai fecha a porta atrás de nós.

-Claro que não, acho que você vai ser uma companhia melhor para ele do eu. - Falo rindo e lembrando a minha falta de interesse em esportes.

- Vem- Ele fala, passando o braço em meus ombros e me levando até a porta, não sei por que o deixo fazer isso, talvez tenha sido a sensação de conforto que me causou, mas não estou disposta a pensar em porquês, não agora.

Rosalie Azanha