Crônicas De Um Casal De Semideuses escrita por Emily di Angelo


Capítulo 12
One-Shot 5 - PESADELOS NOTURNOS


Notas iniciais do capítulo

Testando pela primeira vez a postagem programada... :) Adorei essa nova funcionalidade do NYAH!

Continuem mandando sugestões de contos natalinos.

Vou começar a postar os capítulos especias de Natal das "Crônicas de um Casal de Semideuses" a partir do dia 18 até o dia 25. (Todas ela programadas, por isso já tenho muitas escritas muhahaha!)

Obrigada pelos Reviews! Mesmo que eu não responda as vezes eu leio todos!

Agora uma continuação do One-Shot 2 - Alívio. Espero que gostem.



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PERCY’S POV

O ar sulfuroso e vermelho rodopiava acima de nós. Ouvi rugidos de monstros que vinham de diversas direções, mas não me alarmei. Desde que chegamos aqui no Tártaro os barulhos são frequentes. O que me preocupava eram os titãs, que nos perseguiam atrás de vingança.

Annabeth estava severamente ferida no abdômen, sua camiseta estava empapada de sangue. Eu a puxava, tentando arranjar algum abrigo, alguma caverna para tentar ajudá-la. Sua respiração estava fraca.

Achei uma saliência na rocha que poderia nos esconder parcialmente. Arrastei-a até lá com dificuldade.

–Vamos, Sabidinha. Só mais alguns metros...

Coloquei ela no chão e levantei a camiseta. Um enorme rasgo saia do umbigo e descia até a cintura. Meus nervos estavam a milhão. Não ia deixar nada acontecer com Annabeth. Eu não ia suportar. Ele respirava com mais dificuldade ainda. Seus olhos começavam a querer fechar.

–Annabeth, não desmaie. Fique comigo. – falei. Sem ter nada para estancar o sangue tirei minha camisa e a rasguei em vários pedaços, o que não foi difícil já que ela já estava em frangalhos. Peguei os pedaços e distribui em todo o comprimento do corte, porém logo minhas mãos começaram a ficar úmidas de sangue.

–Percy... – falou ela, fracamente.

–Sim meu amor? Que foi?

–Eu te amo... – ela tentou respirar fundo.

–Sim... Eu também te amo... Fica quietinha, não se esforce. – falei, com lágrimas nos olhos. – Tudo vai ficar bem Annabeth. Vamos conseguir sair daqui juntos.

Ela balançou a cabeça negativamente. Sequei meu choro.

–Não... Percy. Eu não consigo ir em frente.

–Consegue sim. Eu sei que você consegue.

Ela riu.

–Percy, você precisa ir. Daqui um pouco os titãs vão nos alcançar. Você não pode ficar aqui. Eles vão te matar.

–Annabeth eu não vou te deixar sozinha. Você não vai morrer.

–Percy... Eu estou morre...

–NÃO FALA ISSO! – gritei, apertando mais o ferimento.

–Você precisa se salvar, precisa seguir em frente para ajudar os nossos amigos.

–Vamos fazer isso juntos.

–Não dá Percy. Eu não consigo. Eu não vou sair do Tártaro.

–Você vai, junto comigo.

Ouvi gritos dos Titãs. Eles estavam próximos.

–Percy, você precisa ir agora.

–NÃO!

–Eles vão pegar você.

–Eu não vou te deixar. Vou ficar com você até o fim.

Ela arquejou e tossiu.

–Annabeth, não vá... Não me deixe. Eu te amo.

Ela tossiu novamente.

–Percy... Eu te amo.

Sua cabeça tombou para o lado. E parou de respirar.

–NÃO! ANNABETH! ANNABETH!

Eu a abracei, mas ela não esboçou nenhum movimento. Sua respiração tinha cessado. Minha sabidinha tinha partido e meu mundo tinha acabado com ela. Parecia que mil facas estavam me atravessando, me sentia inútil, sem poder fazer nada, do mesmo jeito quando quase me afoguei na lama do Alasca, o tal muskeg. Seu corpo ficou gelado e pálido. E eu chorei nos ombros dela.

=_+_=_+_=_+_=

Eu acordei já sentado, aos prantos. Chorava compulsivamente. Pelo visto eu tinha gritado, pois Annabeth estava ao meu lado com um olhar assustado e me abraçando.

–Calma, Percy... Vai ficar tudo bem... Tudo está bem. Estamos a salvo.

O lençol da minha cama estava molhado de suor, assim como o meu pijama, em resumo, eu estava nojento. Uma leve luminosidade que entrava através da persiana indicava que já estava amanhecendo. De repente a porta do quarto se abre e minha mãe entra no quarto vestindo o seu robe azul com um olhar preocupadíssimo.

SALLY’S POV

Acordei com um grito de terror vindo do quarto de Percy. Levantei com um pulo, vestindo meu robe azul ao mesmo tempo. Paul sentou na cama rapidamente ligando o abajur. Ouvi ele me perguntar, enquanto eu saía:

–O que aconteceu?

Mas eu não tive tempo de responder, meu menino precisava de mim. Atravessei o corredor em dois passos e entrei no quarto dele. A cena que eu vi rachou o meu coração. Percy estava sentado, encolhido e chorava, o lençol e o pijama dele estavam molhados de suor, mesmo já sendo Outono e as temperaturas já terem começado a baixar.

Annabeth estava abraçada a ele e o consolava, fazia carinhos nos cabelos escuros dele e beijava de leve o rosto, brilhoso por causa do suor.

–Eu estou aqui Percy – sussurrava ela.

Me aproximei da cama, sentei na beirada. Toquei de leve a mão dele. Percy estremeceu. Nunca tinha visto ele assim, ele estava completamente destruído.

–Foi tão horrível... – ele finalmente falou, com a voz fraquinha. – Eu não podia deixar você lá... Eu não podia... Não podia...

Olhei para Annabeth. Ela também estava reduzida a quase nada. Desde que os dois tinham chegado ao meu apartamento eu percebi. O olhar deles estava vazio, não tinha mais o brilho que tinham antes. Eles estavam apavorados. O abajur de leitura estava aceso, no chão, os dois não estavam mais dormindo no escuro. Uma noite eu levantei para ir à cozinha e a porta estava entreaberta, vi Annabeth sentada, como se estivesse em vigília.

Eu pedia para todos os deuses que eles se recuperassem o mais rápido possível e que conseguissem seguir em frente. Annabeth parecia estar na frente, nesse quesito, mas não posso afirmar com certeza, porque ela sempre foi muito fechada, nunca demonstrou muito o quê ela estava sentindo. Talvez ela estivesse pior que o Percy, mas não deixava transparecer.

–Você queria... – ele falou – Você queria que eu te deixasse lá, mas eu não podia.

–Percy. Para. – ela pediu, firme. – Nós não estamos mais lá. Nós estamos bem e a salvos. Juntos. Tudo deu certo.

–Eu sei, mas...

–Sem “mas”. Você não pode deixar as lembranças sobre aquele lugar subjugarem você. Vamos tentar uma coisa. Pense em coisas boas, tem funcionado comigo. Pense em no nosso primeiro beijo.

Eu comecei a me sentir uma intrusa ali. Fiz menção em me levantar, mas Percy me segurou firmemente.

–Na beira do lago, no meu aniversário...

–Não esse Cabeça de Alga... O primeiro, primeiro mesmo. – falou, talvez um pouco aborrecida pelo esquecimento do meu filho.

–Ah! O do Labirinto de Dédalo. Sim... Parecia que meu cérebro tinha derretido naquele momento.

Ela riu, isso claramente fez Percy se sentir melhor, ele saiu da posição fetal e esticou as pernas.

–Você se lembra da confusão em que nos metemos no nosso primeiro aniversário?

–O Cajado de Hermes? Sim, George e Martha estavam em apuros.

–E Paris... Foi muito bom, não? Você teve a capacidade de pedir um refrigerante em um dos restaurantes mais finos da França.

Com essa até eu ri. Só o Percy mesmo para fazer isso.

–Nosso segundo aniversário eu posso pular...

–Mas a Estátua da Liberdade foi legal! Mesmo com chuva, já que alguém convenceu meu pai a desviar o furacão.

Percy tinha me contado essa história, Athena e Poseidon pressionaram Éolo para estragar o encontro do Percy com Annabeth. Athena tinha pedido uma chuva e Poseidon ia jogar um furacão na ilha. Mas alguém (eu) conseguiu convencer ele do contrário. Somente chuviscou no dia em que eles foram para Estátua da Liberdade.

–Eu sei...

–Eu lembro quando nos encontramos no primeiro dia do Acampamento, nossas férias tinham sido adiantadas íamos ficar uma semana a mais...

–Mas então você desapareceu...

Vi o clima pesar novamente no quarto, Annabeth perdeu aquela força que estava acalmando o Percy, eu resolvi agir:

–Só coisas boas galera! – falei – Me contem como foi o reencontro de vocês. Vocês ainda não me contaram...

–Foi a melhor sensação que eu já tive na minha vida. – falou Annabeth.

–E então ela me deu um golpe de judô, me jogou no chão, segurou o meu pescoço, me ameaçou e depois me deu um beijão na frente de dezenas de romanos.

Vi a garota corar.

–Ela te deu um golpe de judô.

–Desculpe por isso, mas era necessário para deixar claro que eu te mataria de você sumisse de novo. – falou ela brincando.

–Passamos por muitos momentos bons na viagem também... Charlestown quando você me salvou dos romanos.

–Os estábulos.

Essa parte eu não entendi. Olhei para os dois, confusa. Eles coraram.

–O que tem os estábulos? – perguntei curiosa.

–Nada não, mãe! – disse Percy rapidamente.

–Nada muito importante. – reiterou Annabeth.

Do quarto deles ouvi o meu despertador tocar.

–Já está se sentindo melhor filho?

–Acho que já. Mas eu adoraria panquecas azuis só para ter certeza...

Rimos todos e eu dei uma palmadinha carinhosa no ombro forte do meu garotão.

–Folgado! Vamos levantem. As panquecas ficam prontas num minuto.


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram?



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