My Angel escrita por Maisa Cullen


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

A pedido dos meus queridos leitores eu estou de volta com mais um capitulo, espero que gostem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/402003/chapter/2

PDV CARLISLE

Sacudi a cabeça espantando tais pensamentos, era loucura, eu poderia estar confundindo um sentimento de amizade, proteção, com algo totalmente diferente como o amor, no mínimo a ideia me parecia absurda tendo em vista que Bella era um anjo, talvez em algum momento eu caia na real e perceba que apenas me sinto responsável por ela de alguma forma.

Suspirei pesadamente, onde ela estaria agora? O que ela quis dizer com um elo entre nós? E porque pediu que eu não a esquecesse?

Sabendo o que Bella era ela poderia estar em qualquer lugar do mundo resolvendo alguma questão que lhe dizia respeito. Talvez eu nunca saiba que tipo de ligação poderíamos ter sendo tão diferentes, ou poderia fazer parte de sua vida como um amigo, Bella protegi pessoas pelo mundo todo, que tipo de amizade ou apoio eu poderia lhe oferecer sendo eu um vampiro? Não acho possível que eu vá esquecê-la facilmente, então o porquê de seu pedido?

Nada fazia muito sentindo no momento, eu me preocupava com ela, mas não sabia qual tipo de preocupação estava sentindo, provavelmente nada na terra lhe representaria algum perigo, então por que suas palavras antes de desaparecer me deixaram com essa sensação?

Não tive muito tempo para acalmar meus pensamentos, pois logo ouvi passos na direção da minha sala e senti o cheiro de algum humano se aproximando, voltei para a minha mesa em segundos com a minha melhor mascara de serenidade e calma, segundos depois batiam na porta.

__Entre.__ Autorizei.

__Com licença Dr. Cullen, mas um novo paciente acaba de dar entrada no hospital.__ A enfermeira avisou.

__Claro.__ Disse me levantando e caminhando até a porta, escutei os batimentos da enfermeira acelerarem, era uma reação humana normal a minha aproximação.

__Me pareci que quebrou o braço.__ Ela se referia ao paciente e eu assenti.

Saímos da sala e caminhamos trocando algumas poucas palavras sobre o estado do paciente, por hora me ocupei em fazer o que era preciso, quando cheguei ao quarto da ala pediátrica onde estava a pessoa encontrei uma garota de aproximadamente 7 anos, era só uma criança e notei que esteve chorando, pois havia lagrimas já secas em seus olhos medrosos, sorri indo até ela.

__Olá pequena, como se chama?__ Perguntei e a garota me olhou atenta.

__Luci. Luci Morgan.__ Ela disse com voz baixa, algo em seu nome me era familiar.

__Então Luci, sou o Dr. Cullen, o que andou aprontando?__ Perguntei tocando seu braço e ela fez careta.

__Estava tentando alcançar a estante de cima, mas não deu muito certo.__ Ri levemente de sua explicação.

__Por que não pediu ajuda a alguém mais velho, talvez um irmão ou irmã?__ Questionei a distraindo enquanto examinava seu braço.

__Não tenho mais, Caroline era minha única irmã.__ Foi ai que a ficha caiu, Caroline Morgan foi a ultima pessoa que Bella protegeu, a garota a minha frente devia ser sua irmã.

__Caroline Morgan?__ Perguntei para ter certeza, ainda atento ao que estava fazendo.

__É, ela sofreu um acidente com um carro há algum tempo.__ Falou tristemente.

__Do que mais senti falta dela?__ Perguntei e a criança sorriu.

__Ela ficava estranha às vezes, era engraçado, parecia que falava sozinha, dai um dia eu vi a moça que estava com ela e a Carol me explicou que era uma amiga especial.__ Luci falou inocentemente.

__E como era essa amiga especial da sua irmã?__ Não resisti em perguntar mesmo sabendo que era Bella.

__Ela era bonita, tinha asas assim como as de um anjo e um sorriso de irmã mais velha, Carol disse pra não contar pra mamãe porque ela não acreditaria.__ Ela parou e me olhou.__ Você acredita?

__Claro, e você acreditaria se eu dissesse que a vi também?__ Indaguei fazendo Luci rir.

__Não sei.__ Ergui meu olhar para ela e vi sua cara pensativa.__ Se você me disser o que viu eu posso saber se era a mesma.

__Ela tem cabelos castanhos parecendo chocolate?__ Continuei.

__Isso, continua.__ Luci estava se divertindo e nem percebia que eu estava quase acabando o que estava fazendo em seu braço.

__E olhos da mesma cor?__ Disse divertido.

__E o que mais?__ Ela insistiu, garotinha esperta essa.

__Tinha as mesmas asas que você disse parecendo algodão?__ Ri com minhas próprias palavras, era um jeito engraçado de ver as coisas.

__É ela mesma então.__ Falou animada.__ Mas eu não vejo mais ela.

__Nem eu, ela apareci e desapareci muito rápido.__ Suspirei, gostaria que Bella estivesse aqui agora e visse a garotinha.__ Terminei, pode ficar com a sua mãe agora, daqui a algum tempo você volta para tirar o gesso, a enfermeira vai explicar tudo.

__Se ela aparecer de novo pra você dá um abraço nela por mim.__ A criança pediu me surpreendendo.

__Por que acha que ela vai aparecer pra mim?__ Questionei.

__Carol disse que ela apareci para pessoas boas, então ela vai aparecer pra você.__ Fiquei impressionado e encantado com as palavras de Luci.

__Se você diz isso eu acredito então.__ Falei terminando a conversa.

__Sua mãe está te esperando.__ Uma enfermeira logo apareceu para buscar a criança.

__Tchau Dr. Cullen.__ A pequena acenou segurando a mão da enfermeira.

__Tchau Luci, tente não se machucar mais.__ Brinquei.

__Pode deixar.__ Ela disse e saiu do quarto com a enfermeira.

Depois da conversa com a criança senti ainda mais a falta de Bella, voltei para a minha sala e segui com o restante do dia assinando e revisando papeis intermináveis, sinceramente as palavras da criança me pareceram sinceras, e eu dividia minha atenção entre o trabalho e minhas divagações.

Saber que eu não veria Bella por não se sabe quanto tempo me deixava triste de certa forma, sua presença era reconfortante, fascinante e parecia que a cada vez que a via ansiava pela próxima oportunidade, sem saber onde Bella poderia estar me fazia ver o quanto já me importava com ela, e o quanto desejava poder conversar longamente, sentir seu aroma suave, compreender tantas perguntas sem respostas, eu tinha uma necessidade crescente por isso e não sabia até onde isso poderia me levar.

[...]

[...]

UMA SEMANA DEPOIS

Eu estava enlouquecendo, não aguentava mais, nunca pensei que uma semana custasse tanto a passar, passei minha folga pensando em Bella, tentei caçar para me distrair por algum tempo, mas assim que ficava sem nada o que fazer minhas lembranças se remetiam a ela, cada dia amanhecia e junto com ele a esperança de vê-la de novo que era torturada ao final do dia quando ela não aparecia, eu tinha cada vez mais duvidas de que a veria outra vez e isso acabava completamente comigo.

Nessa semana vendo o jeito como eu estava foi que finalmente aceitei e me dei conta de que eu precisava da sua presença, nem que fosse por alguns poucos minutos como nas duas vezes em que a vi, eu precisava urgentemente vê-la, saber que estava bem ou onde esteve durante tanto tempo, acalmar minha ansiedade, mas eu tinha a sensação de que se a visse novamente não conseguiria deixa-la se afastar outra vez, não sem antes ter a certeza de que poderia estar com ela no dia seguinte, ignorava minha mente que gritava absurdos sobre isso.

Minha mente me acusava de egoísta, como se eu tivesse o direito de prendê-la, ou ela tivesse o dever de estar sempre comigo, eu estava agindo como um irracional ultimamente, não tinha mais a mesma paciência que sempre tive, e admito... Eu preciso dela, por que eu criei uma dependência de tal forma que chegava a perder completamente a razão.

Como cheguei a tantas conclusões? Vejamos...

FLASHE BACK ON

Eu estava em minha sala, havia terminado minha folga e nada de ver Bella, isso estava me consumindo, era algo estranho de se pensar já que a conheço tão pouco e já me sentia tão ligado a ela, bufei pela milésima vez aquela manhã, especialmente hoje eu não estava tendo muito o que fazer, uma batida na porta interrompeu meus pensamentos.

__Entre.__ Autorizei com um tom entediado e a pessoa entrou.

__Carlisle?__ Era um dos médicos do hospital.

__Sim?__ Disse em tom não muito animado e ele veio até a minha mesa.

__Bem... É que...__ Ele parecia um pouco desconcertado.__ Não deveria me meter, mas todos estão comentando, então achei melhor falar com você.

__Sobre?__ Eu não fazia ideia, ultimamente não andava muito atento, para dizer o mínimo.

__Está nesse hospital há alguns anos e sempre foi um excelente medico, mas tem andando estranho por esses dias, me pareci estar esperando que algo aconteça, ansioso, mas no final do dia pareci outra pessoa, achei que era stress, só que não é isso...__ Ele divagou e eu suspirei.

__Só ando com a cabeça cheia.__ Tentei convencê-lo, mas meu tom não convencia nem a mim mesmo.

__Tenho percebido, mais distraído impossível, sabe o que eu acho?__ Ele tinha um olhar divertido, eu não entendi.

__Não faço ideia.__ Disse a ele.

__Jura Carlisle? Por acaso não teria nada haver com alguém em especial?__ Ele questionou especulativo, e eu me mexi desconfortável.

__É isso que andam pensando?__ Desconversei.

__Os outros estão te achando apenas mal humorado, rabugento, mas eu percebi claramente que eles estão bem longe, se alguém fica assim é porque está apaixonado e preocupado.__ Ele falou diretamente e eu praticamente engasguei, ele tinha sido bem direto no que pensava, bem mais até que qualquer outro humano comigo.

__Acha isso?__ Controlei minha voz para não sair um pouco chocada.

__Eu vejo, você era a calma e tranquilidade em pessoa, e no momento pareci estar tendo uma crise.__ Ele acusou certeiro, e isso foi como um choque de realidade, ele estava certo, nem eu me reconhecia mais.

__Adiantaria negar?__ Perguntei retorico.

__Não, mas adiantaria assumir para você mesmo.__ Ele sorriu de canto.__ Boa sorte com isso, foi bom esclarecer, mas tenho que voltar para a minha sala.

Ele saiu me deixando atônito, foi ai que eu aceitei os fatos, se estava tão na cara assim, só eu mesmo não estava vendo.

FLASHE BACK OFF

Eu estava entrando em casa depois de mais um dia terrível sem vê-la, me sentia como um dependente químico com abstinência há um longo tempo, só que parecia mais forte, me dominava o tempo todo e eu apenas via isso a cada vez que olhava meu reflexo em um espelho ou algo qualquer, era obrigado a ver tudo o que estava sentindo refletido em meus olhos, como Bella me perturbava assim? Não, ela não me perturbava, sua falta é que me fazia isso.

Bufei entrando na sala, mas minha vontade era de quebrar alguma coisa, descontar o que estava sentindo em algo, todos no hospital já notavam minha mudança, para eles eu estava me transformando em um rabugento, era bom que eles pensassem assim, porque se soubessem o que se passava em minha cabeça, rabugento se tornaria um elogio perto da tensão que eu estava.

__Carlisle.__ Congelei no inicio da escada quando ouvi a voz que eu tanto imaginei ouvir, que ecoou por dias em meus pensamentos.

Virei-me rapidamente buscando pela dona da voz, rezando para que não fosse minha imaginação começando a me pregar peças, mas lá estava ela, Bella estava bem ali, a alguns passos de mim, inspirei o ar e senti seu aroma embriagante depois de tanto tempo, e foi ai que eu pude ter a certeza, ela estava realmente de volta.

Fiquei tão atônito por alguns segundos que ela percebendo meu choque veio até mim, a um passo de mim ela tocou meu rosto me fazendo sentir a paz que tanto almejei durante esses torturantes dias, sorri deslumbrado com a sua imagem, não conseguia dizer uma palavra diante dela das tantas que me vi dizendo a ela.

__Desculpe.__ Ela sussurrou com a voz torturada e começou a trilhar com as pontas dos dedos os traços de meu rosto, eu não conseguia desviar meu olhar do seu.__ Mas eu não vou mais sumir, ficarei com você.

__Onde... Onde esteve?__ Consegui perguntar finalmente.

__Não importa, não mais.__ Ela falou com serenidade.

__Como não? Eu quase enlouqueci sem saber de você.__ Não me importei em admitir, eu queria que ela visse como estava.

__Não importa.__ Ela voltou a repetir.__ Eu estou aqui.

__Por quanto tempo?__ Questionei com dor.

__Por todo o tempo que conseguir, não me importa no que isso vai acabar, não me importa o que isso pode causar, não consigo estar em um lugar onde você não exista, protegi tantos durante séculos, mas você é o único que eu realmente queria proteger, não é justo que eu não possa fazer isso, e é por isso que eu vou fazer.__ Ela terminou de falar com lagrimas em seus lindos olhos, e tenho certeza que se pudesse também faria o mesmo.

__Os anjos protegem as almas das pessoas, não acho que eu...__ Comecei, mas ela me interrompeu.

__Você tem uma alma, assim como todos os seres, e eu a vejo, o que torna as almas de tantos vampiros negras é o peso de cada um que já mataram, mas você nunca fez isso, sempre teve mais força de vontade do que sede de sangue humano, e por isso mereci mais do que ninguém um anjo.__ Ela falou com convicção e doçura.

__Bella...__ Arfei, nunca havia si quer a imaginado dizendo isso.

Em uma reação inesperada ela me abraçou, afundando seu rosto em meu peito, passado a surpresa inicial eu a envolvi com meus braços tomando cuidado com suas asas, me sentia tão tranquilo como não me senti a dias, deixei que Bella se sentisse confortável para se afastar, mas ela não fez isso, ambos permanecemos imóveis por um tempo que não percebi passar.

__Luci lhe mandou lembranças.__ Sussurrei próximo ao seu ouvido e ela ergueu o olhar para me fitar surpresa.

__Como...__ Ela ia perguntar, mas eu sorri divertido.

__A conheci no mesmo dia que você sumiu, cuidei do braço dela e conversamos sobre você.__ Continuei no mesmo tom baixo.

__Luci.__ Bella suspirou.

__Ela vai estar de volta ao hospital logo para tirar o gesso.__ Informei.

__E eu ficarei feliz em vê-la.__ Sorriu e eu beijei o topo de sua cabeça.

__Tenho certeza que ela também.__ Disse e Bella sorriu, o sorriso que eu tanto queria ver.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

não se acostumem com a recente calma, isso não vai durar muito, não digo mais nada.