A Valsa da Morte escrita por Ana_Gabi, Gabriela Fortunato


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Oiii , estamoos de volta com mais um cap feito coom muito carinho, , esperamos que gosteem . Enjoy It



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Capitulo 6

O caminho até a Mansão do Trempleton foi preenchido apenas pela minha respiração que gradativamente ficava mais lenta. Fechei os olhos ao observar ao longe os primeiros sinais da festa. Respirei fundo e inclinei a cabeça para onde Edward estava. Abri os olhos lentamente e tive a reação esperada ao olhar aquele rosto magnificamente perfeito. Esqueci tudo. Ele sorriu torto tentando me distrair e eu mais uma vez esqueci de respirar.

“Respire Bella” ele disse em meio ao seu sorriso e eu obedeci já sentindo os sintomas da falta de ar “Chegamos” anunciou estacionando o carro “Vamos esperar os outros entrarem e verificarem se está tudo certo, depois entramos” seu semblante era sério e preocupado.

Ele, tanto quanto eu, não sabia o que poderia acontecer, e isso claramente o deixava perturbado, principalmente porque me envolvia e envolvia mais uma experiência de quase morte, ou talvez, realmente de morte. A minha morte.

“Vamos” ele disse e eu percebi que ele deveria ter recebido algum aviso mental dos Cullens. Ele saiu do carro e abriu a porta para mim. Saí do carro e parei ao seu lado. Ele olhou para mim marotamente “Se não fosse esse baile, te tomaria nos braços agora mesmo” e sorriu e eu percebi o vislumbre de desejo em seus olhos

“Teremos tempo depois do baile” disse correspondendo ao seu entusiasmo.

Ele me deu o braço e nos viramos para ir até a entrada do salão de festas. Por um segundo não consegui me mover ante a beleza que se erguia a minha frente.

A fachada da mansão era tanto bela quanto imponente e assustadora. A parede, feita de uma pedra cinzenta, agora esbranquiçada pela ação do tempo, mas que ainda assim conservava toda a majestade de seus primeiros dias. A mansão tinha sido, em outros tempos, um belo castelo.

As torres laterais elevavam-se salientes a construção principal. Sua forma arredondada e com alguns blocos mais elevados no topo, transmitiam a sensação da fortaleza impenetrável que um dia havia existido ali.

Mas era a semi torre central, igualmente arredondada, porém de maiores proporções, que prendia a atenção de todos os que tinham o privilegio de observar aquele castelo. Ela erguia-se mais alta que as outras torres, e diferentemente destas, possuía um telhado marrom-avermelhado com um pico íngreme e agressivo.

A janela, pouco abaixo do telhado, havia merecidamente ganhado seu lugar. Era feita de ferro negro, cuidadosamente fundido e entalhado para ganhar a forma da estrutura que se completava com o vidro vermelho-sangue perfeitamente encaixado em suas ramificações. Uma rosa. Aquela bela obra de arte formava o desenho de uma rosa.

Baixei os olhos até a entrada, surpreendida pela rusticidade e beleza que havia naquele lugar. O mistério impregnava o ambiente. Parecia uma característica do próprio castelo, adquirida ao longo das décadas, e que apenas se multiplicava com o passar dos anos.

Suspirei.

O portal que dava acesso a mansão parecia ter sido esculpido na própria rocha, e eu achava que era exatamente isso que tinha acontecido. Dos lados, pendiam grossas correntes de ferro que comandavam a enorme ponte de carvalho que tinha sido baixada para a entrada dos convidados. Um extenso tapete vermelho completava o caminho até o salão onde o baile ocorria.

Caminhamos até a entrada, onde dois homens com uniformes da guarda suíça checavam a lista de convidados.

“Boa noite” um deles disse sem emoção “Seus nomes, por favor?”

“Edward e Isabella Cullen” Edward disse calmamente ao meu lado, entretanto a reação do guarda foi totalmente inesperada para mim.

“Isabella Cullen?” o outro perguntou abobalhado e instantaneamente os dois olharam para mim. Apenas balancei a cabeça afirmativamente. Edward me apertou mais contra si.

Os dois, quase que ao mesmo tempo, prestaram uma breve reverencia e beijaram minha mão, sem tirar seus olhos de mim. Sorri timidamente e Edward prendeu um grito rouco em sua garganta.

“Vamos” ele disse secamente e me puxou para dentro do salão imediatamente posterior a entrada. Mais dois guardas nos interceptaram no caminho a uma segunda porta, do lado oposto da que tínhamos acabado de entrar. Estes, porém, sem quaisquer perguntas, abriram a porta e nos deram passagem para o baile.

Meus olhos comprovaram mais uma vez a beleza daquela mansão. O salão era lindo por si só, e eu tinha a mais plena certeza disso, e essa beleza era apenas realçada pelo enfeites colocados para o baile.

O piso era feito de ladrilhos quadrados brancos e dourados intercalados como em um jogo de xadrez e que possuíam um cálido e acolhedor brilho. Do teto, revestido e trabalhado em gesso, pendia o mais belo lustre que eu já havia visto. Ele caia em uma cascata invertida de gotas de cristais que dispersavam pelo ambiente a fraca luz que o iluminava.

Nas paredes, entre os vários quadros que estavam expostos, havia tecidos coloridos que davam vida e alegria ao lugar. No outro extremo do salão, no canto esquerdo, havia o lugar onde a banda tocava uma musica animada, e no canto direito haviam preparado um pequeno palco, que provavelmente seria ocupado pela pessoa homenageada.

Edward estava tenso e silencioso ao meu lado, eu sentia sua tensão passando por mim, trazendo a tona meu medo do que poderia acontecer.

“Tudo bem?” Perguntei, censurando a mim mesma por ter deixado minha voz falhar e transparecer o medo que eu sentia.

Ele encarava os convidados que já enchiam o salão com uma misto de curiosidade e raiva.

“Não consigo ler os pensamentos deles. De nenhum deles.” Olhei-o assustada

“Como assim?” perguntei

“É como se estivessem aqui, apenas meus irmãos. Eles tem a mente tão bloqueada quanto a sua.”

“Oh” disse. Será que todas aquelas pessoas tinham algum defeito na mente, assim como eu? Julguei aquilo quase impossível.

“Não é só comigo” ele disse frustrado “Alice não consegue ver o vai acontecer no próximo segundo, e Jasper não sente nenhuma emoção.. como se o salão estivesse vazio!”

Não sabia o que dizer. Como isso era possível? Até poderia acreditar que eles tivessem algum bloqueio na mente, mas esconder as emoções ao ponto de deixá-las a nada? Isso era impossível!!

“Vamos tentar aproveitar o baile” Edward disse, mais ainda estava tenso “Teremos que esperar de qualquer jeito.”

Balancei a cabeça afirmativamente.

“Quer dançar?” ele perguntou com seu sorriso torto nos lábios.

Eu estava prestes a negar o pedido quando ele sussurrou em meu ouvido

“Por favor?”

Arrepiei-me inteira quando seu hálito gelado bateu em minha nuca. Ele sorriu satisfeito com a minha reação. Se ele queria me distrair, estava conseguindo.

Ele me arrastou para onde outros casais dançavam ao som de uma musica agitada. Tinha uma batida de rock. Começamos a dançar. Eu ainda era completamente desajeitada e Edward precisou me segurar duas ou três vezes para eu não ir de encontro ao chão.

Nove e meia.

Nove e quarenta e cinco.

Dez horas.

O tempo passava lentamente. Parecia uma eternidade, lenta e cruel. O baile estava ótimo, mas a cada minuto que passava eu sentia a ansiedade tomar conta de mim.

Meu estomago protestou, não soube bem se era fome ou angustia, mas Edward decidiu por mim, me levando para um mesa cheia de aperitivos que havia ao longo da parede do salão.

Eu estava parada na frente da mesa escolhendo o que eu iria pegar para comer, quando senti um toque leve no meu braço. Virei-me para ver quem era enquanto Edward enlaçava possessivamente minha cintura.

Um homem de cabelos negros e olhos escuros estava parado a minha frente.

“Isabella Cullen?” Ele perguntou sem tirar os olhos de mim. Confirmei com a cabeça. “É uma honra conhecê-la” ele beijou minha mão. Eu estava totalmente sem reação.

“Creio que ainda não entende muito bem o que se passa não é?” Apenas balancei a cabeça novamente.

“E você pode nos esclarecer?” A voz de Edward era calma, porém soava ameaçadora.

“O senhor deve ser Edward Cullen.” Não era uma pergunta.

“Sim. Sou o marido de Bella. E você, quem é?”

O estranho ser se deu conta da transgressão que havia cometido e olhou para Bella desculpando-se.

“Perdoe-me Bella. Posso chamá-la assim não é?” Afirmei novamente. Edward rosnou, sendo totalmente ignorado pelo nosso companheiro “Sou Menius. Um humilde servo pronto para protegê-la.”

“Pode me explicar o que está acontecendo Menius?” Perguntei antes que Edward se descontrolasse.

“Creio que não sou o mais indicado para isso. Mas terei prazer em levá-la até quem pode lhe explicar tudo.”

“Pode, por favor, fazer isso então?” Perguntei tentando esconder o medo em minha voz.

“Claro” Ele respondeu sorrindo “Venha comigo por favor” Ele indicou o caminho com as mãos e Edward e eu começamos a andar. Fomos interrompidos assim que demos o primeiro passo. “Sinto muito, mas seu marido não pode te acompanhar”

Edward olhou-o furioso e eu o olhei curiosa.

“Por que não?” perguntamos juntos

“Não confiamos nele. Ainda não.” Ele disse tentando consertar o que havia dito.

Como não confiavam em Edward? Isso era um absurdo.

“Mas vou contar a ele. Você sabe não é?” perguntei. Ele acenou a cabeça positivamente

“Não nos entenda mal, por favor, se confia nele, confiamos também. Mas é que já aconteceram traições demais para não desconfiarmos.” Ele deu de ombros “Pode contar tudo a ele se quiser, mas por enquanto ele não poderá ir.”

Confirmei com a cabeça e olhei para Edward. Sua expressão estava indecifrável, mas percebi um misto de medo e preocupação em seus olhos. Ele não queria me deixar ir. E isso ficou bem claro quando ele declarou

“Você não vai” Ele disse categórico

“Edward, é a única chance que temos de descobrir algo. Eu vou. Confie em mim.”

Olhei fundo dentro de seus olhos e mesmo relutante ele aceitou. Ele sabia que eu iria criar um tempestade se ele se negasse a concordar. Argumentos eu tinha.

Deixei Edward perto da mesa e segui Menius até uma salinha adjacente ao salão de festas. Este estava bem iluminado.

Possuía estantes ao longo das paredes, exceto a que possuía a porta, e no perto da parede do fundo havia uma mesa de escritório acompanhado de cadeiras dos dois lados. Mais próxima há porta estava uma mesinha de centro, circundada por pufes de vários tamanhos e cores.

Do pufe branco, sentado de costas para mim, alguém se levantou e se dirigiu até mim. Olhei atônita a criatura a minha frente. Sim. Ele não era humano. Eu também não sabia bem o que ele era, mas sabia que humano ele não era.

Ele tinha uns 2 metros de altura, cabelos prateados e olhos azuis cor do céu. Sua pele tinha uma cor verde-oliva um pouco pálida e ele vestia um terno preto que contrastava violentamente com todo seu porte estranho.

“És para mim honra esplendorosa, ver-te e contigo poder falar, bela e doce rosa, que o mundo irá salvar.” Ele beijou minha mão “Elzer, o Elfo, eu sou e para servir-te aqui estou.”

“Prazer em conhecê-lo” eu disse meio sem jeito. Ele era estranhamente formal, e eu precisava recorrer a todas as minhas aulas de português para poder entender o que ele falava. “O senhor pode me explicar o que está acontecendo?” Resolvi ir direto ao ponto.

“Feliz ficarei em a história revelar-te, pois a verdade deves saber, apesar do destino não poder agradar-te, o futuro deves vencer. De tu, Bella, dependemos todos nós, e há muito lhe esperamos, desde uma época bárbara e atroz, muitos enganos e ilusões penamos.” Ele indicou um dos pufes para mim e eu acomodei-me lentamente tentando absorver o que ele dizia.

“Eu não entendo” disse tentando parecer tranqüila “ A insígnia, a musica, os sonhos, é tudo tão confuso”

Elzer sorri tentando tranqüilizar-me. Menius, que ainda estava na sala, acomodou-se ao meu lado.

“Tentaremos lhe explicar da melhor forma possível, Bella. Mas há coisas que nós também não entendemos. Certos segredos apenas a guardiã poderá revelar.” Ele sorriu também “Sabemos que a carga é pesada demais, mas precisamos de você!”

Balancei a cabeça afirmativamente e voltei a olhar Elzer. Ele gentilmente começou a me contar a história por trás de tudo.

“Nas primeiras épocas do tempo, da escuridão um ser maligno foi criado, tão letal quanto a morte trazida pelo vento, o fim do mundo por ele foi planejado. Eleazar, filho da luz, a destruição quis impedir, e por ele a profecia foi alterada, mas a sua vida o mal quis suprir, e a traição o levou ao fim da estrada.”

Prendi a respiração. Eu via cena que Elzer me descrevia extremamente bem. Ele me contava o que eu tinha visto em meu sonho. Aterrorizante e inquietantemente real.

Ele estava com os olhos vidrados, parecia extremamente triste ao relembrar o que me contava, nem mesmo se deu conta da minha reação, continuou seu infeliz relato.

“Mas escolhida estava a guardiã, e os protetores a Rosa Mestra honraram, hoje, ainda, a heroína veste-se de vilã, mas para o mal também os anos passaram. Os signos, perdidos escondem nossa salvação, terra, ar, água e fogo, e a alma com um nobre coração, juntos, unidos estarão para conquistar o fim do jogo.” Ele me olhou profundamente “A nobre dama, em sua décima nona primavera, a jornada pelos signos deverá iniciar, apresse-se pois o tempo não espera, e Aro, o seu exercito irá incitar. Tu, ó guardiã, és a única que saberá, pois os signos a ti revelados serão, o dom incrível em teu poder estará, e sua escolha será a decisão. O bem ou o fim, o sacrifício pela vida, no ultimo instante revelar-se-á enfim, o valor da guardiã escolhida.”

Sustentei seu olhar inquietante pelo máximo tempo que consegui. O peso de verdade começava a se desenrolar sobre mim. Duvidas ainda afloravam em minha mente, mas agora eu já conseguia entender melhor as coisas.

Estávamos em perigo. De novo. E dessa vez todos seriam envolvidos. Eles haviam me escolhido para ser a guardiã, e isso me apavorava completamente. Pelo que eu havia entendido, eu deveria achar os signos, mas, por onde começar? O que fazer com eles? Que dom seria esse? E aquela música? Resolvi perguntar.

“Eu ainda não entendo! Como vou saber onde os signos estão? Como vou saber o que fazer com eles? E a música, o que ela representa? Como vou saber...?” Elzer me interrompeu

“Somente uma pergunta é importante agora, e tu és a única que a ela poderá responder, ao mundo, tu darás nova aurora? Guardiã da Rosa Mestra aceitará ser?”

“Eu posso escolher?” perguntei atordoada

“Pode” foi Menius que me respondeu “Sempre temos escolha, jovem Bella. Nada nos é imposto, a não ser as conseqüências de nossos próprios atos. Sabemos que é um fardo pesado, e não vamos te condenar se não aceitar. Só deve saber, que não somos apenas nós que dependemos de você. Não podemos escolher outra guardiã, porque, mesmo que não queira, você tem o dom, e só você o terá.” Ele suspirou cansado “Pessoas atravessaram séculos, outras morreram em nome da salvação do mundo. Mas a decisão é sua. Se aceitar, teremos boas chances de continuar vivos, se recusar, aceitaremos nosso destino da melhor forma que pudermos. Mas, não será apenas o meu fim, ou de Elzer, será o seu também, e de todas as pessoas que ama.”

“Edward” sussurrei aflita, pensando no meu marido, nos Cullens, em meu pai e nos lobos. Não poderia deixá-los morrer. Não por minha culpa. Eu aceitaria morrer se esse fosse o preço para que eles vivessem, mas eu não podia pedir que todos eles morressem simplesmente porque eu não tentei ajudar.

Olhei Menius por um longo tempo, e ele pareceu satisfeito com o que viu em meu olhar. Eu tinha tomado a decisão, e apesar de não ter a menor idéia do que fazer, eu faria o que fosse necessário para salva-los.

“Eu aceito” minha voz me surpreendeu. Ela não saiu tremida, nem falhada, saiu limpa e clara como cristal. Elzer esboçou um pequeno sorriso. Menius confirmou com a cabeça.

Eles se levantaram dos pufes e eu os imitei. Os dois se colocaram em minha frente, lado a lado, e olharam em meus olhos.

“À guardiã, Isabella ” eles disseram e estenderam a mão direita em minha direção “e a Rosa Mestra” a mão que antes estava estendida foi levada ao peito “juro minha lealdade” os dois ficaram de joelhos com a cabeça abaixada.
Olhei-os atônita. Eu não sabia o que fazer. Minha voz tinha sumido e eu não conseguia me mexer. Aqueles dois homens haviam acabado de jurar lealdade a mim.

Lealdade. Uma palavra tão pequena para um significado tão grande.

“Levantem-se” eu disse vendo que eles ainda estavam abaixados. Os dois se levantaram com um enorme sorriso no rosto. Só puder sorrir em retribuição “Obrigada” eu disse timidamente. Aqueles dois haviam conquistado minha admiração e minha amizade.

Eles concordaram com a cabeça. Os dois encaminharam-se para a porta que dava acesso ao baile. Antes de sair, Menius virou-se e disse para mim.

“Guardiã, por favor,coloque o vestido que está em cima da mesa e espere eu vir lhe chamar!”

Eu acenei confirmando com a cabeça, mas subitamente lembrei do meu marido lá fora me esperando. O que ele pensaria se visse os dois saindo sem mim?

“Edward” sussurrei antes que eles saíssem da sala. Menius sorriu calidamente e sem nada dizer saiu da sala.

Procurei deixar para pensar em Edward depois. Eu tinha outra para me preocupar no momento. Porque eles queriam que eu trocasse de roupa? E por que eu deveria esperar Menius vir me chamar?

A verdade me atingiu fortemente e tive que sentar nos pufes para não cair. Baile de Máscaras em homenagem ao ingresso da última e mais importante flor da Rosa Mestra. Era o que o convite dizia. Mas não podia ser. Ela nunca imaginou que ELA fosse a homenageada. Mas depois de tudo o que Elzer a tinha dito, só podia ser isso, se não, por que ela deveria trocar de roupa?

Seus pensamentos foram interrompidos pela voz ressoante de Menius do lado de fora, chamando a atenção dos convidados para o momento mais esperado da noite.

Tomei fôlego e me dirigi a mesa, onde estava o vestido que eu nem sequer tinha notado quando entrei na sala. Olhei-o admirada. O vestido era belíssimo.

Era um tomara-que-caia vermelho vivo, feito de seda, que ajustava-se perfeitamente no busto e na cintura e depois caia em uma armação não muito extravagante que lhe deixava perfeitamente liso até os pés. Na cintura, um belo desenho feito de uma pedraria negra pequena, contornava toda a extensão do vestido. O símbolo da Rosa Mestra estava bordado com fios prateados no meio do busto.

Assim que terminei de vesti-lo, Menius bateu a porta e entrou rapidamente. Ele parou por um instante me olhando dos pés a cabeça.

“Está linda!” ele disse sorrindo “Flor mais linda não poderíamos encontrar!”

“Obrigada” disse sentindo minha face corar e encarando o chão.

“Venha” ele disse calmamente “Todos esperam a homenageada da noite!”

Ele abriu a porta e ficou me esperando do lado de fora. Respirei fundo e me dirigi até a porta. O que Edward pensaria? Olhei para frente e vi a expressão tranqüila de Menius me dizendo para me acalmar. Respirei fundo novamente e saí da sala no momento em que meu nome era chamado por Elzer.

Senti todos os olhares caírem sobre mim e por segundos não consegui olhar nada além do chão. Foi só quando Menius começou a caminhar em direção ao centro do palco que eu ergui os olhos para a multidão. Comecei a andar em direção ao palco também, rezando para não tropeçar e cair, enquanto procurava os únicos olhos que me confortariam naquele momento. Edward.

O vi parado em frente ao palco olhando para mim. Seus olhos encontraram os meus e um suspiro saiu da minha garganta. Com ele ali eu me sentia mais segura. Continuei encarando seus olhos enquanto me dirigia para o palco. Ele estava sério, mas sua expressão estava calma, talvez Elzer ou Menius tivessem contado o que acontecera. O resto da família estava ao seu lado me observando, e ao lado deles estava Jacob.

Subi ao palco lentamente, e encontrei o olhar de Elzer radiante e tranqüilizador a me esperar. Ele e Menius pegaram minhas mãos, e colocaram-se ao meu lado. Olhei para Edward e os outros rapidamente, e pude perceber que eles não sabiam exatamente o que acontecia, embora já imaginassem que eu fosse a homenageada.

O salão ficou em silencio absoluto. Desviei meus olhos dos Cullens e percorri lentamente o salão. Após alguns segundos Elzer e Menius deram um passo para trás, ainda segurando minhas mãos, como se estivessem me mostrando a todos. Não ousei olhar para Edward novamente, apenas fixei meu olhar no nada e mantive minha cabeça erguida.

Eles me soltaram e assim que minhas mãos repousaram ao lado do meu corpo, todos no salão ergueram a mão direita e proclamaram em uníssono o juramento que Menius e Elzer já haviam feito.

“À guardiã Isabella e a Rosa Mestra” as mãos foram para o peito dos oradores “juro minha lealdade” e em absoluta ordem e silêncio o salão pôs-se de joelhos, permanecendo em pé apenas os Cullens e Jacob, que traziam uma expressão confusa no rosto.

Em algum lugar um sino badalou doze vezes.

Meia-noite.

Ao som do ultimo badalar todos se levantaram e Menius indicou que eu deveria falar. Sentindo minha face corar obedeci.

“Obrigada pela sua lealdade. Farei tudo que puder para cumprir a profecia” disse estranhando por minha voz ter soado tão firme. Então eu percebi. Percebi porque Edward e os outros estavam confusos. Percebi porque minha voz soou estranha para mim. Nós estávamos falando em Runas. Todo o tempo desde que fui conversar com Elzer nós estivemos falando em Runas.

Menius então passou a minha frente para se dirigir as pessoas que ainda me observavam. Eu estava imóvel.

“À valsa!” ele declarou e imediatamente as pessoas se dividiram em pares para dançar. Olhei para Edward que estava com a expressão indecifrável, assim como todos os Cullens, apesar da surpresa ainda se manter estampada em seu olhar. Menius veio até mim e sussurrou “A guardiã deve dançar a Valsa da Rosa antes dos outros. Vá para o centro do salão. E Pode dançar com seu marido se quiser. Só mais uma coisa” ele disse antes de me deixar passar “se quiser conversar conosco, ou precisar de alguma coisa, venha aqui. Ficaremos nesta propriedade o máximo de tempo que conseguirmos.”

Apenas concordei com a cabeça e passei por ele. Eu não sabia exatamente o que fazer. E era péssima em danças. Mas a idéia de ficar perto de Edward novamente era confortadora e me fez relaxar. Andei até ele, e antes que ele pudesse me dizer qualquer coisa o puxei para o centro do salão.

“Valsa” sussurrei ante seu olhar confuso. Ele imediatamente enlaçou minha cintura e segurou minha mão. A uma ordem de Menius a valsa da minha caixinha de música começou a tocar. Edward e eu começamos a dançar. Os casais nos observaram por um tempo e depois começaram a dançar também.

Encarei Edward lentamente e quando encontrei seus olhos, me perdi na imensidão dourada. Ele exibiu seu sorriso torto que eu amava e me puxou mais para perto.

“Você está linda!” ele sussurrou em meu ouvido. Sorri e encostei minha cabeça em seu peito enquanto valsávamos tranquilamente. “Não vejo a hora de chegar em casa.” Ele disse sorrindo marotamente.

“Obrigada” disse retribuindo. Era incrível o dom que ele tinha de me fazer esquecer tudo. Agora só havia ele em meus pensamentos, e o que faríamos quando chegássemos em casa. “Acho que quero ir pra casa agora” eu disse me fingindo de inocente. Ele sorriu abertamente.

“Te amo” ele disse e me beijou ternamente.

“Também te amo” sussurrei em resposta assim que nos separamos. Ele pegou minha mão me puxou para fora do salão. Nós estávamos indo para casa.

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Notas finais do capítulo

E aiii? Curtiraam? foi esclarecedoor? haha' esperamoos que siim,
Aguardamos comentarios, breve estaremos de volta com mais um cap
Beeijos, da autora que ama muiiito vcs , Gabii :*



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