I Love You? escrita por More Dreams


Capítulo 31
The game


Notas iniciais do capítulo



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POV Austin

 

— Eu já estou ficando tonto de te olhar andando para um lado e para o outro. – Comentei, enquanto continuava observando o Dallas caminhar a minha frente. - Vai dar tudo certo. – Tentei acalmar meu amigo da melhor maneira que achei, o que não foi o suficiente.

— Tudo certo? Austin! É muito importante esse jogo! – Ele olhou-me com raiva no olhar e eu fiquei calado. Percebendo que estava exagerando, desculpou-se. – Foi mal cara.

— Está tudo bem. – Cocei minha nuca em sinal de desconforto.

— Alguns olheiros vieram para dar uma conferida nos times. Já que estamos perto do final de nosso ano sênior, eles decidiram que seria interessante distribuir algumas bolsas e eu quero muito uma. – Pensei no que ele disse e meu segundo “vai dar tudo certo” estava na ponta da língua quando o Billy, o vice capitão, entrou.

— Vocês não vão acreditar no que está acontecendo.

— O quê?

— Rolou a maior provocação da outra equipe e o pessoal está zangado. Muito zangado. – Ele deu ênfase e o Dallas ficou extremamente irritado.

— Eles sabem que esse tipo de coisa não pode acontecer nos jogos.

— Estão nos chamando de covardes já que estamos demorando a entrar em campo. – Sorri sem humor, sabendo que o babaca do Elliot e o seu time estavam fazendo aquilo de propósito. Por isso, só olhei para o Dallas e falei:

— Vá logo e quebre a cara deles. – E isso foi motivo o suficiente para ele se acalmar e selar uma promessa silenciosa comigo.

 

 

POV Ally

 

— Ally! Eu não sabia que você vinha. – Coloquei as chaves do carro em minha bolsa e encarei Trish.

— E eu não ia vir. Porém, minha mãe me convenceu.

— Tenho que agradecer a tia na próxima vez que for à sua casa. – Minha amiga sorriu satisfeita enquanto entrelaçava seu braço ao meu. – Vamos lá, o Dez está me esperando. – Vi um ruivo acenando da arquibancada e corri para lhe dar um abraço.

— Ally! Você veio! – Ele olhou-me dos pés a cabeça. – Ou é seu fantasma? – Sua expressão fez-me rir.

— Sou eu mesma. – O garoto suspirou aliviado.

— Que ótimo. Não gostaria de ter que te matar aqui na frente de tantas pessoas. – A latina lhe deu um olhar quase assassino, e ele observou-me assustado. – Não que eu fosse fazer isso, mas você sabe como fantasmas podem ser perigosos.

— Claro Dez, claro. – Balancei a cabeça com sua conversa um tanto sem nexo e procurei certa pessoa com o olhar. – Cadê o pessoal?

— A Cassidy está se preparando para animar e o Dallas está surtando, mas como eu sei que não é de nenhum dos dois que estás procurando, bem, ele está no vestiário. – Estranhei a localização do loiro.

— O que o Aus está fazendo lá?

— Tentando acalmar o Dallas, que está muito nervoso.

— O que aconteceu?

— O técnico disse que alguns olheiros vão estar aqui e ele quer muito uma bolsa de estudos. Além de que, alguns dos melhores não vão estar presentes e ele só faltou enfartar, levando o Austin para acalmá-lo. – Lembrei-me do que Elliot disse e acenei para a latina.

Encarei o campo, observando a apresentação das meninas que havia começado. Contudo, eu olhava para aquela cena como se estivesse fora de foco, pensando em outras coisas.

Minha mente estava um furacão, girando pensamentos sem parar, e eu só fui voltar minha atenção para a realidade quando alguém puxou meu queixo e me deu um selinho, fazendo-me pular assustada.

— Oi. – O loiro sorriu para mim, abraçando-me de lado. Sorri de volta.

— Oi.

— Surpreendi-me quando a vi, mas já que está aqui... – E me deu outro beijo, só que dessa vez dando uma pequena mordida em meu lábio inferior. - Como você está? – Ele perguntou com sinceridade, querendo realmente saber de meu estado.

Respirei fundo.

— Melhor. E você? O que fazia lá no vestiário com o Dallas?

— Tentando acalmá-lo. Olheiros vieram vê-los e ainda por cima os babacas do outro time decidiram incomodá-los e chama-los de covardes. Aposto que aquele merda do Elliot foi o primeiro a...

— Austin. – Segurei seu rosto com minhas duas mãos, forçando-o a me encarar. – Elliot é meu amigo. Ele pode ser um pouquinho arrogante por se achar muito bom no que faz, mas ele não faria esse tipo de provocação, pois sabe que é errado no início de um grande jogo, principalmente um que define o futuro deles. A fúria só iria impulsionar os jogadores, o que bem, é uma ótima faísca para um jogo de futebol americano.

— Você está defendendo aquele idiota? – Sua voz entonava raiva, mas eu sabia que pela sua expressão, ele estava magoado.

— Não Aus... É só que... – Suspirei. – Tive uma briga muito feia com ele ontem e eu o julguei errado no início de nossa conversa. Porém... Não quero que você tenha raiva dele. Ele não caluniou ninguém, tudo bem? – O loiro pressionou os lábios firmemente, parecendo pensativo. Depois de instantes, rosnou e comentou com uma voz baixa:

— Ele gosta de você.

Entrelacei sua mão na minha e respirei fundo.

— Eu sei. – Levei sua mão a minha boca e beijei-o. – Eu gosto dele também, mas não do jeito que gosto de você. Nem na mesma intensidade. – Senti seus lábios macios de maneira rápida nos meus, demonstrando que pelo loiro eu sentia algo muito além do que eu realmente poderia explicar.

— E o quanto seria isso? – Um sorriso arrogante apareceu em seu rosto, mostrando que ele já estava alegre novamente. Revirei os olhos.

— Sério... Eu preciso que você seja legal, tudo bem? – Aus bufou. – Por mim? – Seus olhos encontraram os meus, e percebendo o quanto eu estava sendo sincera, acenou. – Ótimo. Agora vamos assistir a esse jogo.

 

 

— Foi um tanto quanto... Interessante. – Tentei não parecer muito aflita quando dois jogadores saíram mancando do campo.

Por sorte não era nenhum conhecido meu... Se bem os que eu consegui identificar, não pareciam muito felizes.

Dallas jogou o capacete no chão e olhava irritado para o placar final, percebendo que tinha perdido seu grande jogo. E Elliot discutia sem parar com alguns garotos do seu time, parecendo muito incomodado.

O técnico conversava com alguns homens, que eu supus que fossem os olheiros das faculdades, e eu sabia que em seguida eles falariam com os jogadores que mais lhes chamaram atenção. Por isso, decidi que precisava falar logo com certo moreno...

Puxei Aus comigo e mandei-o falar com Dallas, para que ele pudesse acalmá-lo e fazer perceber que tinha jogado bem o suficiente para algumas faculdades o convidar.

E logo eu fui para o outro lado do campo.

Quando não consegui encontrar quem eu quis, corri para os vestiários, encontrando Elliot socando com grande força um armário próximo.

— Por que você está com tanta raiva? Vocês ganharam. – Ele virou-se em um pulo. Passou a mãos em seus cabelos suados e encarou-me com seus olhos claros.

— Ally. O que você está fazendo aqui? – Sorri e dei de ombros.

— Assistindo o jogo... Aliás, parabéns. Você foi ótimo lá. – Sorriu sarcasticamente para mim.

— Claro. – Perdi o sorriso de meu rosto.

— Você não está feliz? – Sentou-se no banco, descansando a cabeça entre suas mãos.

— Por que se importa?

— Você é meu amigo a milhões de anos. Se você está zangado com algo, pode dividir comigo. – Sentei-me ao seu lado, esperando alguma reação de sua parte. Logo, ouvi sua voz um tanto abafada preencher nosso silêncio momentâneo.

— Os garotos ficaram provocando os caras do outro time. Dois dos meus amigos saíram machucados, mas eu não posso culpar os outros caras. O pessoal que estava comigo fez muito errado.

— Por isso você estava discutindo com eles?

— É. Isso pode me prejudicar, porque eu sou o capitão do time. Se descobrirem, pega mal para mim e não para aqueles palermas.

— Não vai não. Você...

— Ei! – Dallas apareceu na porta do vestiário com Austin em sua cola. Elliot ergueu-se em um pulo. Senti uma forte tensão no ar, e fiquei um tanto assustada, por isso fiz uma prece mental para que ninguém saísse ferido dali. – Bom jogo.

Soltei o ar que não sabia que segurava e encarei Dallas a minha frente. Elliot, que parecia uma estátua de tão tenso, relaxou um pouco.

— Bom jogo. – E acenou. Contudo, antes que um dos dois pudesse se mexer, prosseguiu. – Sobre o que aconteceu antes, eu só queria dizer que...

— Austin me contou que você não teve nada a ver com isso. – Elliot olhou para o loiro e em seguida para mim, voltando os olhos para Dallas. - Além do mais, eu vi você e o seu treinador gritando com outros caras. Estou com muita vontade de soca-los, mas pela vergonha que eles passaram, posso até deixar passar. – Deu de ombros. – E eu não sou um perdedor ruim. Reconheço quando jogam melhor que eu. – Elliot cruzou os braços.

— Mesmo assim acho que uns quatro ou cinco treinadores ainda vão querer falar com você. Quem sabe não paramos na mesma faculdade no final do verão? – Dallas riu.

— Talvez. – E deu as costas, saindo do lugar rapidamente.

Ficamos os três nos encarando e eu olhei para o Austin, esperando que ele dissesse alguma coisa.

— Você jogou bem cara. – Pigarreou, parecendo sem graça, e voltou sua atenção para mim. – Vou estar com a Trish e o Dez, tudo bem? – Acenei, vendo-o sair pelo mesmo lugar que um de seus melhores amigos.

Voltei-me para o moreno.

— Você realmente gosta dele. – Sabendo que estava corando, balancei a cabeça. Ele aproximou-se de mim, levantando meu queixo e forçando-me a encarar seus olhos brilhantes. – Sinto muito por ter gritado com você... Eu realmente estava muito irritado ontem. Eu perdi muito de você nesses últimos tempos Ally e eu não sabia o que pensar. Eu fiquei com medo de nunca mais ter você na minha vida. - Seu sorriso apareceu. Um pouco sem graça e envergonhado, mas surgiu. - Eu sei que você não sente o mesmo que eu, mas você está feliz. Mais leve. Mesmo com tudo o que aconteceu com o seu pai, você parece tão... Tranquila. Sinto-me mal por não ter te proporcionado a mesma sensação que ele, mas eu não te quero longe de mim Ally. Posso parecer egoísta, mas eu ainda quero você como minha amiga. – Segurei suas mãos firmemente.

— Elliot, eu acho que você confundiu as suas emoções depois de tanto tempo de amizade. Você misturou afeição com... Paixão. – Ele ia dizer algo, mas pedi para que permanecesse quieto. - Não digo que isso não possa ser verdadeiro, mas os sentimentos vão sumir. A faculdade vai te dar o tempo que precisar, e quando você encontrar a garota certa para você, porque eu sei que vai, já que és um cara incrível, compreensível e sensacional, não vai me ver como nada além de uma irmã. Eu te considero parte da família e não quero que você, nunca, se distancie de mim, porque assim como você, também sou muito egoísta. – Senti lágrimas pinicarem em meus olhos e deixei que elas rolassem livremente, sendo amparadas pelo Elliot, que as limpou antes que escorressem por todo o meu rosto. Ele me deu um abraço meio sem jeito, já que estava com o equipamento, e um pouco antes de se afastar, alguém pigarreou.

O seu técnico estava ali. Com sete homens sorrindo alegremente.

— Precisamos conversar Elliot.

Sequei meus olhos de maneira rápida e pisquei rapidamente, desejando-lhe sorte e pedindo para que ele me contasse mais tarde quem havia escolhido.

Saí, sentindo meu peito leve.

Vaguei pelo campo e de longe encontrei Austin com os nossos amigos.

Ele pareceu sentir meus olhos em si, pois logo se virou. Sorri para ele e corri em sua direção, dando-lhe um abraço e me juntando ao grupo, escutando o quanto Dallas estava contente por ter sido chamado para cinco times de universidades diferentes, e Cassidy, tentando convencê-lo a participar da mesma faculdade que ela em Washington.

 

 

Naquela noite, sentindo-me muito feliz depois de chegar em casa e ver minha mão em sua cama, dormindo pacificamente, dirigi-me para o meu quarto e entrei no site da MUNY.

Enviei uma de minhas canções com as cifras já prontas e inscrevi-me.

Eu estava de acordo com o meu passado e feliz com o meu presente. Por que não planejar o meu futuro de maneira positiva?

 


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