Já tinha quatro dias que Katherine estava trancada, embora ela tinha passado do quarto de hotel para seu próprio quarto no seu apartamento. Ela bebia sangue e, incrivelmente, ela não estava colocando tudo pra fora, mas isso não quer dizer que ela não sentia vontade.

Não importava a quão faminta ela estava, o cheiro, o gosto ou a simples menção de sangue, a fazia sentir náuseas.

Não sei se você já pensou nisso, mas ser uma vampira com enjôo significa que por mais que você queira, não pode ficar nem perto do resto da população já que ela é comida, e comida é o que faz sua cabeça girar.

Entre tudo isso, Jessica estava determinada a descobrir o que estava acontecendo, parecia quase uma obsessão. Ela, para a felicidade de Katherine e infelicidade de Dean, tinha viajado de volta a Bluebell pra pegar livros sobrenaturais e tentar descobrir estava acontecendo.

A última vez que ela tinha dado notícias foi dois dias atrás, quando ela ligou para avisar que tinha chegado em segurança e verificar que a vampira não tinha matado seu irmão só pra ele calar a boca. Acredite, se isso tivesse acontecido, ela ia entender.

Hoje era a primeira vez que Katherine saia ao ar livre em um bom tempo, e mesmo que ela já tenha ficado do lado de dentro por mais tempo quando foi “refém” do Klaus ou quando foi presa na caverna, já tinha sido demais. Ela odiava ficar presa dentro de um lugar, seja qual for o motivo.

Ela alisou o vestido enquanto esperava sentada no banco. A vampira estava, pela primeira vez na vida, grata a Damon Salvatore.

Tinha sido uma bela surpresa quando ela recebeu uma mensagem de voz pedindo ela pra se encontrar com ele na praça da cidade, ás 15h30min. Ela com certeza não queria ir, mas aquela podia ser uma das suas únicas chances de sair de casa antes de descobrirem de vez o que estava acontecendo.

Até que foi fácil convencer Dean a deixar ela ir. É claro que isso só aconteceu porque ele não conseguiu falar com a irmã dele para perguntar se podia ou não.

Isso pode talvez, ter sido culpa de uma certa vampira que roubou o único celular que tinha o número da bruxa gravado, sabendo que Jessica não iria ligar pra eles. Aquilo foi mesmo uma pena.

Katherine..._ Damon disse no seu tom arrogante, aparecendo atrás do banco onde Katherine estava sentada tentando não prestar atenção nos cheiros dos humanos ao seu redor.

Damon..._ ela respondeu, no mesmo tom se levantando do banco e virando para a sua direção. _ Agora que mostramos que ainda lembramos o nome um do outro... O que você quer?

O que faz você pensar que eu quero algo? _ o Salvatore mais velho perguntou, fingindo descaradamente de inocente.

A- Você disse que queria alguma coisa na mensagem e B- você me odeia. _ explicou o que ambos já sabiam, rolando os olhos para trás e praticamente bufando.

Bem, vamos dizer que... Eu preciso das suas “habilidades” por um dia._ disse Damon, dando um sorriso de lado.

Ok... Simplificando: você precisa da minha ajuda. Agora a questão principal é: Por que eu te ajudaria? Da última vez que eu chequei, você me queria morta._ Katherine falou, franzindo a testa no ato de fingir falsa confusão.

Eu ainda quero, mas o que eu preciso é mais importante. E em troca, eu te ajudaria a se libertar do Klaus. Obviamente, seu “namorado” não vai mais fazer isso já que ele te trocou pelo irmão. De novo._ provocou, se divertindo com o ódio no olhar de Katherine.

Falando nisso... Auch! Isso deve ter doido. _ ele continuou.

O que você quer, Damon?_ ela falou, desejando separar a cabeça dele do seu corpo, seria bem fácil.

Mas ela não ia fazer isso, por mais que ela odiasse ele, ela era obrigada a aceitar que ele tinha certa razão. Elijah não ia ajudar-la. E por mais que ela não soubesse o que está acontecendo com ela nem no presente, ela não poderia deixar de pensar no futuro se ela quisesse ter um.

Eu preciso de você para encontrar uma pessoa. _ Damon afirmou, perdendo o humor para joguinhos. Ela conhecia aquele olhar de cachorro perdido muito bem.

Deixa eu adivinhar? Elena. Eu sei que ela religou as emoções, fugiu e deixou vocês dois com saudade dela. Que fofo, você e Stefan, procurando a Elena, juntos... _ zombou.

Você vai ajudar ou não?_ ele questionou sem paciência. Ele não precisava ser lembrado de que, mais uma vez, ele e seu irmão estavam estragando sua relação ás custas de uma garota.

Vou. Mas quando eu precisar de ajuda, você vai fazer o que eu quiser, ou eu vou descontar minha raiva na sua querida Elena. Nós dois sabemos como seria fácil eu acabar com ela. _ Katherine ameaçou, dando um sorriso ao se imaginar arrancando o coração da sua cópia. Ia ser algo tão divertido de se fazer.

Ótimo. _ Damon resmungou, se afastando e fazendo sinal para a vampira o acompanhar.

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Você ia não me ligar tipo... três dias atrás? _ Sua irmã perguntou, do outro lado da linha. Enquanto fechava um dos grandes livros de couro que estavam sobre uma mesa de madeira.

Eu ia, mas eu perdi meu celular onde estava gravado o seu número novo e não consegui ligar. Você descobriu o que está acontecendo? _ Dean falou.

Talvez..._ Jessica mentiu, ela tinha estado enterrada em todos os livros sobrenaturais que ela conseguiu achar e até agora, nada. Mas ela não podia dizer isso ao seu irmão e voltar de mãos vazias. Seu orgulho não permitia. _ Onde a Katherine está?

Uh... Ela saiu._ Dean respondeu, quase que com medo.

Saiu...? Como assim ela saiu?_ ele ouviu sua irmã gritar do outro lado da linha, afastando o telefone do ouvido e tentando não ter seu tímpano estourado.

Alguém ligou e ela saiu pra se encontrar com esse sei lá quem._ Dean explicou, tipo que reclamando.

Você não podia deixar ela sair do apartamento sozinha! Essa era a condição de eu desfazer a barragem!_ Jessica gritou, ela achou que seu irmão tinha entendido pelo menos a parte mais importante do seu discurso de 40 minutos, mas sendo ele, a vampira estava longe de ser encontrada.

Eu tentei ligar pra você pra ver se podia mas eu não tinha seu número, eu perdi meu celular e eu só tinha seu número salvo lá porque você me disse pra salvar só em um lugar!_ ele argumentou, o que para a bruxa, era uma desculpa esfarrapada.

Já passou pela sua cabeça de vento que ela ouviu a gente falando sobre isso e roubou seu telefone por quê não queria que nós nos falássemos? _ ela perguntou berrando, como se fosse óbvio.

Não! Ela não roubou... Ela roubou...? Vadia! _ ele xingou ao perceber a própria estupidez, ao mesmo tempo, rezando que sua irmã o amaria demais pra fazer algo fisicamente permanente.

Eu espero pelo seu bem que a vontade dela de saber o que está acontecendo a impeça de sumir de vez. _ ela falou, antes de desligar na cara dele.

Era demais. Ela tinha achado um desafio, solucionar-lo era questão de honra. Mas ela parecia cada vez mais longe de chegar às respostas.

E agora, seu irmão tinha perdido Katherine. Ela amava sua família, mas na maioria da vezes, era demais pra ela aguentar.

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Então, o que nós estamos fazendo aqui mesmo? _ Katherine perguntou, enquanto ela e Damon entravam no campus de uma universidade.

Eu quero ver se Elena passou por aqui, ela costumava vir aqui pra se alimentar antes de religar as emoções, pode ter vindo depois também._ Damon explicou.

Esse é seu plano? Ver por onde ela passou e ir refazendo o seu caminho até chegar nela?

Você tem uma idéia melhor? _ ele perguntou, irritado.

Sim, mas eu não acho que você acho que você vai gostar de como as coisas sempre acabam._ a vampira falou com humor, dando seu sorriso maligno.

Isso fez Damon bufar/resmungar, isso estava mesmo irritando ela. Se ele não queria sua ajuda, que não tivesse pedido.

Eles então entraram em um corredor do prédio principal. Era tudo bem iluminado, as paredes eram cor de creme e as portas marrom claro. Ele estaria completamente vazio se não fosse por um garoto que vinha na sua direção correndo, provavelmente atrasado para a aula.

Se não fosse o fato dele ter um curativo no pescoço, Damon não teria o parado e o encostado na parede, com um braço de cada lado de sua cabeça, enquanto Katherine estava assistindo encostada na parede de frente pra que eles estavam.

Não precisa ficar assustado, eu não vou te machucar... _ Damon afirmou, o hipnotizando em seguida:

Agora, me diga a verdade. Você viu uma garota que parece exatamente com ela?_ perguntou, apontando pra Katherine.

Sim. Dois dias atrás. _ o garoto respondeu.

Mas alguma coisa pra contar? _ o vampiro perguntou.

Foi ela que me mordeu. E eu me lembro dela falar alguma coisa sobre neve e... montanhas? Algo assim._ confessou.

Ótimo, você foi útil! Agora, vai pra aula e esquece que isso aconteceu. _ hipnotizou o Salvatore, antes de soltar-lo e se virar pra a outra vampira.

Ela não tinha dito uma palavra, o que era estranho. Sua cabeça estava descansando na parede, junto com o resto do seu corpo, e seus olhos estavam fechados, como se ela estivesse tentando controlar algo. No momento, era o maldito enjôo que estava cismando em voltar.

Ela abriu os olhos e olhou pra ele interrogativamente, deixando claro que estava ouvindo o tempo todo.

Perfeito, agora sabemos que ela está indo pra um lugar com neve e montanhas. Qual a próxima parada, gênio? _ Katherine perguntou, irônica.

Damon revirou os olhos, logo voltando sua atenção para o celular, que estava apitando e lendo uma mensagem.

Bem, parece que Stefan já sabe qual vai ser a “próxima parada”. Vamos, a gente procura mais um pouco aqui e se encontra com ele lá amanhã._ o vampiro contou, se virando pra ela e começando a sair.

Ai meu Deus! Vocês estão mesmo procurando ela juntos. O que é isso, quem achar primeiro ganha ela de prêmio? _ falou, pasma com o que estava ouvindo.

Eles falavam tanto sobre como ela enganou eles, mas não viam que sua cópia estava fazendo o mesmo. A única diferença era que ela tinha admitido desde o começo que queria os dois e que ficaria com os dois. Já a mais nova estava sempre com um temporariamente, enquanto negava o que sentia pelo outro.

É claro, ela pode estar em perigo. É isso que se faz quando você se importa com uma pessoa, mas você não sabe o que é isso, né? Nunca soube._ o homem de olhos azuis revidou, se virando pra ela.

Agora ele tinha ido longe demais. Quem era ele para falar isso sobre ela? Ele não sabe de tudo. Na verdade, ele não sabe de nada.

O seu enjôo foi rapidamente por outro sentimento, até mesmo mais forte. Raiva.

Ela não está em perigo, e você sabe disso. Vocês só não querem admitir que depois de tudo ela fugiu dos dois e nenhum ficou com a garota. De novo. _ Katherine provocou.

Falando nisso, Auch! Isso deve ter doido. _ ela continuou, usando exatamente as mesmas palavras que Damon tinha usado pra esfregar a verdade sobre Elijah na cara dela, pra esfregar a verdade sobre Elena na dele.

Ninguém batia de frente com Katherine Pierce e saia ileso.

Nesta altura, Damon já estava olhando pra ela com os olhos cheios de ódio e dor, parecia que ele estava pronto pra ir pra cima dela, sem se importar que ela seja séculos mais velha. Para a sorte de quem iria sair mais machucado, o sino tocou e em tempo recorde, os corredores se encheram de alunos.

Ainda que o fim das aulas tenha impedido uma pancadaria de acontecer, não foi muito bom para Katherine. Mesmo depois que todos os alunos já tinham ido pra próxima aula, ela ainda podia sentir o cheiro de cada um deles.

Percebendo que ficava cada vez pior, ela pegou seu telefone da bolsa e começou a digitar.

O que você está fazendo?

Mandando uma mensagem... _ela explicou nervosa, dando o mínimo de informações possível. Não era da conta dele, com quem ela saia ou o que ela fazia. Principalmente, quando ela estava se sentindo mal._ Estou indo embora

Nós tínhamos um acordo! _ Damon gritou. Ele sabia que não devia ter confiado nela nem nisso, ela só queria fazer graça dele e de Stefan.

E nós ainda temos! Mas está na cara que não tem mais nada aqui, pelo menos não nessa cidade._ Katherine gritou._ O Stefan já falou pra onde temos que ir amanhã, então para de me obrigar a ficar ou eu não ajudo mais.

Você já não está fazendo nada mesmo! _ o vampiro reclamou.

Ainda não, mas você sabe que vai precisar da minha ajuda mais pra frente, se não, nem ia ter me procurado. _ ela afirmou, desejando que não tivesse que continuar com esse acordo estúpido e se virando para começar a sair.

Então, sem nenhum aviso, ela só se sentiu tonta, antes de cair no chão do corredor desacordada.

Salvando-a de ter que dar um explicações ao Salvatore quando acordasse, Dean já tinha visto a mensagem e a respondeu. Alguns segundos depois, Damon estava segurando a vampira nos braços e lendo a mensagem, dava pra ver de cara que ela parecia mais leve do que ele se lembrava. Mas mesmo achando estranho, ele resolveu esperar e ver quem iria aparecer pra buscar-la.

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Você ainda quer seu chocolate quente? _ uma mulher loira perguntou, da parte de trás do balcão, parecendo estar se divertindo vendo a bruxa passar as folhas dos livros com raiva.

Ela tinha cabelos loiros lisos na altura do ombro, olhos verdes e lábios pintados levemente de cor de cereja.

Claro que eu quero, é uma das melhores coisas dessa cidade. É sua culpa se depois eu não passar mais pela porta. _ Jessica brincou, se esquecendo do porque de estar chateada.

Qual é, não pode ter tantas calorias! Nem é tão doce._ a loira respondeu com diversão.

Não, não é tão doce... claro, se você estiver comparando com açúcar puro. _ a bruxa falou, depois se desculpando:

Alli, desculpa não poder vir no chá de bebê no próximo fim de semana, eu tenho que voltar e resolver essa coisa antes que ela suma de vez. Não posso confiar no meu irmão nesse assunto.

Está tudo bem, eu entendo. Eu iria querer ir lá pra te ajudar se não fosse pelo Taylor._ Allison disse, olhando pra baixo, e acariciando a barriga de aparentemente seis meses. _ O que você disse que ela estava sentindo mesmo?

Enjôo, tontura, cansaço, fome e eu iria falar mau-humor mas ela já vivia de mau humor até antes disso começar, então eu não sei se conta como um sintoma. _ Jessica contou brincando.

Ela tinha se esquecido de como era bom só... se esquecer de todos os seus problemas. Esse era o principal motivo dela e Alli serem melhores amigas, elas tinham esse efeito uma na outra e se faziam esquecer de tudo a sua volta.

Está me lembrando do inicio disso: _ a loira falou, apontando pra barriga e sorrindo. _ Nem gosto de me lembrar, era horrível. Se não fosse impossível, iria dizer que ela está grávida...

Jessica sorriu levemente neste momento, ela queria ter filhos. Ela não sabia quando iria ser, estava feliz por ser só a tia Jess por enquanto, mas ela sabia que queria isso para o futuro. Sem querer, sua mente repassou todas as mulheres grávidas que ela conhecia, e foi isso.

Naquele momento, ela sentiu como se uma lâmpada tivesse sido acendida. Ela sabia que era impossível, ou que pelo menos, devia ser, mas como ela lembrou, não era. Já havia uma gravidez vampira confirmada, por que não duas?

E se não fosse impossível? _ a bruxa perguntou, mais pra ela mesma do que pra outra mulher no quarto.

Qual é, eu estava brincando! E como eu disse, é impossível._ Alisson apontou, preocupada que a obsessão da amiga poderia estar fazendo ela acreditar em coisas malucas. Como uma vampira grávida, pra começar.

Não é impossível! _ a outra argumentou, fazendo a loira rir, sem acreditar no que estava ouvindo._ Não é, e você sabe disso. Nós duas sabemos sobre a lobisomem que está grávida do Klaus.

É, nós sabemos mas você está esquecendo um coisa: Katherine não é uma lobisomem e quem quer que seja que estava dormindo com ela, provavelmente, não é um hibrido!_Alisson gritou.

Nós não sabemos disso e talvez... talvez nem seja por isso que a gravidez da Haley foi possível, ok? Bruxas só deduziram isso, mas não temos certeza do porque da gravidez. Nós não temos nem idéia._ Jessica admitiu. _ Por favor, só... “considera” isso, ta bom? É minha única explicação plausível.

Se essa é a plausível, nem quero ver as outras._ Alisson falou, sorrindo de leve.

Por favor? Eu preciso que alguém acredite em mim e não ache que eu estou maluca! Promete que vai tentar considerar?_ a morena perguntou, ela não sabia se ela estava certa, mas era a única explicação que ela tinha achado .Assim que Alisson abriu a boca pra falar, o som do telefone a interrompeu. Dando um olhar de desculpas, Jessica foi atender o celular.

Oi, irmã!_ Dean falou do outro lado da linha, dirigindo pela estrada com uma mão, enquanto a outra segurava o celular.

Oi, irmão._ ela disse distraída, sua mente não conseguia parar de pensar sobre a possibilidade dela estar certa. O que ela ia dizer a seu irmão agora? Tudo, nada ou apenas uma parte do que ela pensou? Como ela ia contar para a Katherine? Como Katherine ia reagir?

Tudo bem? Você parece meio por fora.

Eu estou bem, só cansada. _ Jessica admitiu. _ Achou ela?

Achei. Jess, o que está acontecendo com ela? Até eu estou ficando preocupado. _ Dean perguntou abatido.

Normalmente, ele não seria colocado pra baixo tão fácil, mas ele estava começando a se sentir sobrecarregado. Na sua vida, sempre tinha muito acontecendo de uma vez, mas agora também tinha Katherine. Não é como se eles fossem próximos, na verdade, eles se provocavam sempre que podiam, mas ele não gostava de ver ninguém doente ou sofrendo.

Uma vez ele tinha deslocado o ombro, e ele dirigiu até o outro lado da cidade com um braço, e fez seu próprio pai colocar no lugar, tudo para não ter que colocar os pés em um hospital.

A última vez que ele tinha ido a um hospital foi quando ele tinha 19 anos, hoje, ele tinha 27. Ele tinha ido visitar sua mãe após um acidente de carro, o mesmo que tinha quebrado o braço de seu pai e tirado a vida de sua prima. Durante a próxima semana, ele morou no hospital e via diariamente sua irmã de 17 anos fazer feitiços para tirar a dor de sua mãe, sem poder fazer nada.

Isso tudo aconteceu para alguns dias depois, sua mãe “falecer” por causa dos danos ocorridos no cérebro. Sua família nunca mais foi a mesma, afinal, uma boa parte dela tinha sido perdida.

Você está pensando neles, né? _ Jessica perguntou. Havia poucos momentos que Dean ficava assim, ele considerava momentos de fraqueza, mas eles eram só os momentos em que ele se lembrava de todas as pessoas que ele perdeu ao longo da vida. Isso pode deprimir até os mais fortes.

Olha, Dean... não vai acontecer de novo, ok? Esse tipo de tragédia só acontece uma vez na vida. Eu sei que você não conhece ela nem um pouco, mas também sei que você não quer que nada aconteça com ela. Essa é uma das sua qualidades._ ela continuou, quando viu que ele não ia se atrever a abrir a boca.

Olha, eu prometo que vou fazer tudo que puder pra ninguém que você conhece se machucar mais. Você pode fazer o mesmo?_ a bruxa perguntou. Graças a seu irmão, ela estava comprometida a ajudar Katherine. E se ela estivesse certa, ia precisar que ele estivesse também 100% nessa.

Eu vou cuidar de você. E dela. Olha, eu também não sei porque estou preocupado com ela, ela não é nem um pouco legal, mas me sinto responsável por ela. Por todo o mundo_ Dean admitiu.

Especialmente depois de ter deixado ela sair e ter achado ela desmaiada com maior idiota de todos os tempos._ acrescentou.

Que idiota? _ ela perguntou.

Damon Salvatore, ele perguntou se eu era o brinquedinho substituto. _ o garoto contou, revirando os olhos.

Ele disse de quem você era o substituto?_ a bruxa interrogou, franzindo o cenho.

Ela sabia que iria parecer uma pergunta estranha, mas não achava que ia conseguir tirar isso de Katherine tão fácil como seria só ouvir do seu irmão.

Não... Porque? Você descobriu alguma coisa?

Nem tanto... Quer saber? Tanto faz. Não perde ela de vista, eu estou indo pra aí. _ Jessica falou antes de desligar o celular.

Ok. Também te amo. _ Dean resmungou, depois da sua irmã ter praticamente ter desligado na sua cara. De novo.

Dean estava envergonhado sobre último momento, tinha sido mais um momento de fraqueza. Não era como se ele se tivesse sentimentos por Katherine, a mulher lhe dava nos nervos, mas desde muito tempo atrás tinha sido assim. Ele se sentia responsável, até quando ele não conhecia a pessoa. Isso era só uma coisa com a qual ele tinha de conviver.

Ele desviou o olhar, cuidadosamente, para a morena que agora dormia no banco do carona. Ela ainda não tinha acordado do desmaio, mas a sua cor parecia melhor. Se ele se esforçasse, podia ver suas bochechas tomarem uma cor rosada sob as luzes dos postes da rua.

Durante toda a viagem de volta ao apartamento de Katherine, a mesma permaneceu inconsciente, viajando na própria mente. Se perdendo nos seus pensamentos, sonhos, desejos e medos, sem nem imaginar o que poderia estar acontecendo.