Recomeçar - Uma Fanfic Blackwater escrita por Katy Dreamer


Capítulo 36
A Família Lewis - 3ª pessoa


Notas iniciais do capítulo

Como prometido, posto agora a história da família Lewis. Eu sei, eu sei, eu demorei. Mas espero ser perdoada! E tenho agora uma novidade, estou pensando em reatar a fic. Não posso dar datas exatas de quando postarei o próximo, mas posso dar-lhes esperança.
Boa leitura!



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Roxanne e Jonas Lewis sempre tiveram uma vida tranquila. Eram mais que casados, eram apaixonados. Ele, dono de um supermercado muito conhecido na região. Ela, dona de uma biblioteca muito frequentada.

Seus filhos, Mason e June eram inseparáveis. Entre uma traquinagem e outra, havia sim brigas e desentendimentos, mas nada que um pouco de juízo e compreensão da parte de ambos, não resolvesse.

Anos se passaram e o destino se encarregou de deixar a família cada vez mais unida e feliz.

Em um desses momentos de felicidade, Mason se aproximou de uma colega de classe da escola onde estudava. Era linda. Cabelos com luzes, olhos castanhos escuros, pele bronzeada e sorriso cativante.

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Em um determinado momento, e sim, já haviam se passado meses, Mason não se sentia simplesmente atraído pela bela garota, e sim, apaixonado. Lince, a dona do coração do rapaz, embora fosse extremamente bonita por fora, não possuía a mesma beleza por dentro.

Egoísta, centro das atenções — principalmente masculina — e convencida, resolveu dar uma chance a Mason, crendo que fosse mais um daqueles garotos que ficavam com ela apenas por diversão, embora ela não reclamasse disso. O que não sabia, era que Mason, garoto de bom coração, não a queria por diversão, a queria como sua companheira.

Alguns amigos de Mason, que conheciam Lince de outras ocasiões, tentaram avisar o pobre rapaz de quem se tratava ela. Mas como o amor é cego, surdo e talvez até burro, os avisos dos colegas de nada adiantaram. Mason mal sabia em que estava se metendo.

No aniversário de quinze anos de June, ela programou um dia especial ao lado das amigas. Seria a noite das meninas, onde apenas o sexo feminino poderia comparecer. Embora June não tivesse tanta simpatia com a cunhada, pois já suspeitava de seu caráter, sempre a convidava para suas festas. Estranhamente, Lince informou que não poderia comparecer à noite das meninas sem justificar-se.

Planejaram então que Mason buscaria a aniversariante às dez horas. Sem conhecimento de que sua namorada não estaria na festa, Mason concordou em buscar a irmã no horário planejado.

É claro que uma hora ele descobriria que a namorada não estava na festa, e assim, que descobriu, chegou a conclusão de qualquer garoto apaixonado: a namorada esperava o rapaz na casa dela para fazerem sua própria festa.

Maravilhado, imaginando o que a namorada preparava para ele, decidiu não esperar mais e ir ao seu encontro. Mas havia um porém. A casa de Lince era muito longe de sua casa, demorava horas e, contando o tempo que demoraria lá mais o tempo da volta, não conseguiria buscar a irmã às dez horas.

Sem outra alternativa, pediu ao pai que fizesse isso por ele. Explicou apenas que tinha outro compromisso muito importante, e o pai, compreensivo como sempre, concordou.

*_*_*_*_*_*_*

Dirigia devagar pela avenida milagrosamente deserta a caminho da festa de June. Seu carro estava na oficina, por isso pediu emprestado o carro de Davi, grande amigo da família desde a época de solteiro. Foi padrinho de casamento de Jonas. Homem rico, para o qual o pai de June já trabalhara.

Ferrari 599 GTO era o carro que Davi optou por emprestar para Jonas. De fato, um carro de rico. Entre um dos mais caros do mundo, o carro custava cerca de US$ 430.000,00.

Sentindo a solidão dentro do carro, Jonas ligou o rádio. Já havia se acostumado com a presença da família, com as risadas, com as conversas, até com as broncas, e desde então, ficar sozinho se tornou algo raro e nem tão agradável quanto costumava ser antes de se casar.

Mas talvez, distrair-se naquele momento tenha sido seu maior erro já cometido na vida. Enquanto tocava um daqueles Pops modernos da época, Jonas cantava tentando seguir o ritmo da música. Foi nesse momento que duas motos pretas passaram uma de cada lado do carro e pararam na frente do mesmo, fechando a passagem. Delas saíram dois homens de estatura média encapuzados. O maior sacou um revólver do bolso da calça e caminhou rapidamente em direção a Jonas.

Era difícil dizer o que passava na mente do pobre homem. Enquanto seu coração acelerava por antecipação ao que estava prestes a acontecer, seus pensamentos voaram para a família. O que fazer? Correr? Não era uma boa opção, levando em conta que não conseguia mover um músculo sequer do corpo.

Apontando a arma para Jonas do lado de fora do carro, gritavam para ele sair do veículo. Com medo de não poder ver mais aqueles que tanto amava, Jonas obedeceu prontamente e saiu do veículo.

Os bandidos, analisando bem o carro em que Jonas estava, deduziram que se tratava de um homem muito rico. Quantos daquele ele devia ter? E quanto dinheiro possuía? Seria um milionário?

Ambiciosos, apontaram a arma para a testa de Jonas e exigiram que entregasse todo o dinheiro que possuía. O homem, assustado com assaltantes, tentou explicar que o carro não era dele e que não tinha nenhum dinheiro consigo.

Não acreditaram nas justificativas de Jonas, então entraram no carro e vasculharam cada mínimo pedaço a procura das cédulas. Não encontraram o que queriam, mas encontraram um celular jogado no banco do passageiro.

Se já estava ruim o suficiente, ficou muito pior.

Os bandidos jogaram Jonas de modo rude dentro do carro, vendaram-no e ligaram para casa dele. Rox atendeu ao telefone, mas só depois de ouvir a voz do marido clamando piedade, acreditou nos seus ouvidos. Eles sequestraram Jonas e juraram que o matariam se não os entregassem US$ 3.000.000,00 em dinheiro.

Não eram ricos. Sim, tinham uma boa condição financeira, mas nada que chegasse perto daquela quantia exigida. Sem saber a quem mais recorrer, Rox ligou para Davi.

Quando soube da situação, Davi não hesitou em ligar para os bandidos e combinarem o local da entrega do dinheiro. Estavam desesperados, por isso, seguiram a orientação dos sequestradores, não envolveram polícia e não contaram para mais ninguém.

Conforme combinado, Davi e Rox foram para um beco, um lugar deserto onde, à luz do dia, servia de boca de fumo. Jonas estava algemado com as mãos para trás do corpo, de joelhos e vendado, uma arma apontada para sua cabeça. Um movimento em falso e...

Quando Rox viu a situação do marido, levou a mão à boca. Céus! Como puderam fazer isso com um homem tão bom? Davi, quase na mesma situação de Rox, deu um passo à frente segurando uma maleta com o dinheiro. Temia o que poderiam fazer com Jonas assim que tivessem o que tanto desejavam. Deixariam-no em paz? Ou...

Engoliu em seco e continuou andando até que um dos sequestradores falou para parar. Ele parou. Queriam receber o dinheiro primeiro antes deixar Jonas ir. Era arriscado esse plano, mas sem alternativa, fizeram-no. Davi arriscou-se a entregar a maleta e, a passos lentos, caminhou em direção a um dos bandidos encarregado de receber os milhões.

Ele pegou a maleta e mandou Rox e Davi fecharem os olhos e virarem de costas. Garantiram que o liberariam, mas era só para que pudessem fugir sem serem rastreados. Mesmo em pânico, as palavras de Jonas fez com que Rox se acalmasse. “Tudo vai ficar bem meu amor, eu te amo e amo nossa família mais que a mim mesmo”. Então, Rox e Davi seguiram as instruções dos bandidos, fechando os olhos e virando de costas.

Rox já respirava aliviada, imaginando apenas o momento em que chegariam em casa e tudo estaria resolvido. Ela o abraçaria, beijaria e repetiria as mesmas palavras que Jonas a havia dito um minuto atrás. Sim, tudo ficaria bem, toda a família estaria feliz de novo e nada, nada acabaria com essa felicidade e...

Os pensamentos de Rox foram interrompidos com o som de um disparo de revólver. O coração parou. Não respirava mais. Não sentia o próprio corpo. Tudo parecia girar. Virou-se assim que descobriu como se mover novamente e sentiu as lágrimas descerem por seu rosto. Não havia mais sentindo para nada, pois naquele momento, o sentido da sua vida se fora.

A poucos metros da pobre mulher, jazia o corpo de um homem acertado com tiro na cabeça.

*_*_*_*_*_*_*

http://www.youtube.com/watch?v=ZSM3w1v-A_Y

Continuava há horas na mesma estrada. Os outros carros pareciam lentos de mais para ele. O trânsito estava terrível. Mas valia a pena, já que estava lá para encontrar a namorada. Lince... Por ela, Mason faria tudo. Pensando na namorada, Mason imaginava se ela ficaria surpresa ao encontrá-lo ou já imaginava sua ida. Esperta como era, já devia ter tudo planejado para aquela noite. Bem, esperta se tratando de situações cotidianas, mas para notas escolares... Deixava a desejar. Mas o que isso importava? Para Mason, ela possuía uma inteligência diferente das outras garotas. Enfim, ela era especial do jeito dela.

Passaram mais de duas horas até chegar em frente a casa de Lince. Nesse momento, sentiu-se aliviado por ter pedido ao pai que buscasse a irmã na hora marcada. Pensou em tocar a campinha, mas estranhamente a porta de casa estava fechada e não trancada. Resolveu então que daria um susto na namorada. Sorriu com essa ideia.

Entrou sem fazer o menor barulho e fechou a porta atrás de si. Ouviu um gritinho eufórico de Lince vindo quarto. Começou a pensar o que ela estaria fazendo, mas logo chegou à conclusão de que a televisão do quarto deveria estar ligada.

Continuou caminhando a passos leves até o quarto da namorada. A porta estava encostada. E a cada passo, sem saber o porquê, seu coração se acelerava. O que estaria acontecendo?

Tocou a maçaneta da porta e levou a mão ao coração, já sentindo uma dor insuportável tomar conta dele. Sem mais delongas, abriu a porta de vez.

Seu mundo desabou em milhares de pequenos pedaços. Não podia crer no que estava acontecendo. Lince estava... Estava... Transando com outro cara. Sim, transando. Não fazendo amor, pois amor era o Mason sentia por ela, fazia com ela, e esse amor, a partir daquele momento, nunca mais existiria.

A enorme dor que atingiu aquele peito nem chegava perto da raiva que sentiu daquela garota. A garota pela qual ele faria tudo. A garota pela qual ele seria tudo. A garota que ele amava. Mas não mais. A partir daquele momento, ela se tornaria a garota que esmigalhou seu coração, o coração que ele entregou a ela no momento que a conheceu.

Sua vontade era gritar, berrar, talvez até bater naquela... Naquela... Vadia. Pois era isso que pensava Mason naquele momento.

Mas o peito doía tanto. Ela não merecia nem mais um segundo de atenção. Não, ele não desperdiçaria seu tempo com ela. Apenas virou-se de costas e correu para fora da casa. Talvez essa fosse a atitude de um covarde, mas quem disse que ele ligava? Naquele momento só teve vontade de ir para casa, abraçar sua família e seguir em frente.

*_*_*_*_*_*_*_*

Horas depois, os primeiros raios de sol já eram vistos no horizonte. Mason olhou atentamente para eles enquanto estacionava o carro em frente de casa, soltando-se do cinto de segurança. Desceu do carro, pegou a chave de casa dentro do bolso da calça, abriu-a e entrou.

Ainda estava mal pelo o que tinha acontecido horas atrás, mas focou apenas nos rostos felizes de sua família. Eles, sem dúvida, apoiá-lo-iam nessa fase de sua vida.

Quando chegou à sala, não encontrou os rostos felizes que tanto queria. Nunca havia visto a mãe chorar antes, e naquele momento, ele só via lágrimas em seu rosto. A irmã mal se aguentava em pé, estava jogada no chão em desespero. Até Davi estava naquele meio. O que ele fazia e por que ele chorava eram dúvidas que pairavam na cabeça do rapaz.

E foi naquela madrugada, aquele dia tão sofrido, que Mason soube do que havia acontecido ao seu pai. Dizer que foi o pior dia de sua vida foi pouco. Chorou tanto que nem saía mais lágrimas de seus olhos.

E com o passar dos anos, tiveram que vender o supermarcado do pai, que na ausência deste, estava quase falindo. Rox entrou em uma depressão tão profunda que passou a tomar remédios e fazer sessões com o psiquiatra. Todo o dinheiro que ganhavam com a biblioteca gastavam com o tratamento da mãe. E Mason, sentindo-se culpado pelo o que acontecera ao pai, nunca mais se envolveu em um namoro sério com nenhuma outra garota.


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Notas finais do capítulo

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