Recomeçar - Uma Fanfic Blackwater escrita por Katy Dreamer


Capítulo 21
Dura Realidade - Pov. Reneesme


Notas iniciais do capítulo

Mais um capitulo pra vocês!
Não tenho muito o que falar, tirando o fato de querer muitos comentários, claro, tirando isso, só quero que aproveitem o capitulo sem moderação!
Boa Leitura!!!



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A mistura da dor e da culpa se propagava em meu peito. Confusão de sentimentos também estava presente. Perplexidade. Meus olhos marejados pela dor tentavam focar em algo, mas minha mente girava em círculos. Meu corpo em choque por ter ouvido a verdade pela primeira vez, sem rodeios, sem delicadeza para o coração de uma jovem garota iludida. Sim, a verdade dói, mas a mentira é muito pior. Mentira que vivi minha vida toda. Cada palavra, cada frase mentirosa pronunciada por todos que eu amo. Lembro-me de todas.

Nessie, você é muito especial e surgiu de um amor muito bonito. Todos sempre me disseram isso. Como se o “amor” não tivesse causado dor a ninguém. Como se o meu nascimento não tivesse separado duas vidas.

Sei que não é tudo, mas apenas o que ouvi já o suficiente para saber o quão cega eu era. Cega e surda, pois só via o que me permitiam ver. O que me permitiam ouvir. O que me permitiam sentir. Talvez a raiva também esteja presente, junto com a frustação, mas já não tenho certeza do que sinto, menos ainda, do que sou.

As pessoas são tão contraditórias. Dizem que procuram a verdade acima de tudo. Mas todos nós vivemos na mentira. Iludimo-nos.  Gostamos disso. Gostamos de viver em um mundo onde tudo é perfeito. Onde não há culpa ou dor. Só que por mais que fechemos os olhos para a realidade, ela continua presente, apenas nos esperando para se revelar. Mas cansei de me iludir, de fingir que tudo é lindo e maravilhoso, que não há problemas ou dor na minha vida e nas vidas ao meu redor. Não quero fechar os olhos para algo que está na minha frente. Eu não serei ela. Não quero ser como minha mãe. O que ela fez? Quem ela é? Será possível que pude passar tantos anos numa mentira sem fim. Acreditando no que dizem ser “amor” por mim?

Agora as coisas se encaixam um pouco mais. Agora entendo. Entendo minha mãe não gostar de falar tanto na Leah, a dor do Seth, os ciúmes do meu pai. O sofrimento do Jacob. E eu sei que lá no fundo, a culpa é minha. Se eu nunca existisse, talvez... Meus pais estivessem longe daqui, felizes. Jacob e Leah juntos, vivendo a vida deles.

— Reneesme, você me ouviu? — olhei para Jacob com dúvida. Nem reparei que ele estava falando comigo. As minhas reflexões não me permitiram ouvir uma palavra. — Reneesme, por favor, fala comigo. — depositou suas mãos sobre as minhas. Seu olhar preocupado me trouxe ao mundo real. Não correspondi em nenhum movimento, apenas em um pesado suspiro. Deixando as lágrimas em meus olhos caírem, abracei-o.

— Eu sinto muito. — desabei em lágrimas e soluços. Agarrei-me fortemente em seu pescoço, depositando minha cabeça em seu ombro. Não era hora de pensar nas consequências de meus atos, apenas mostrar para ele como me sentia. Ele não retribuiu o abraço de primeira, apenas ficou chocado com minha atitude, mas vendo meu desespero, passou seus braços em volta do meu corpo e me abraçou.

— O que foi? — perguntou com uma voz delicada. Percebi a confusão estampada em sua face. Ele realmente não estava entendendo nada.

— Escute, eu juro que não queria... Eu... Agora eu entendo. Apenas... — afastei-me e olhei em seus olhos. — Perdoe-me.

— Você... Está se desculpando?

— Eu sei que a culpa é minha. — por mais difícil que fosse acreditar naquelas palavras, não tinha como negar ou fugir da verdade. O pior é imaginar tanta dor que surgiu por conta do meu nascimento.

— Culpa de que?

— Eu entendo a raiva que sente de mim agora. — continuei meu raciocínio para não me arrepender depois do que estava fazendo. Eu não me arrependeria! Iria até o fim. Precisava fazer isso.

— CULPA DE QUE? — gritou repetindo a pergunta.

— Você e a Leah, minha mãe, meu pai. Todos vocês! — as imagens de seus rostos repudiando meu ser e querendo distância da minha pessoa invadiram minha mente. Não era uma cena fácil de lidar ou pensar, mas não conseguia controlar meus pensamentos.

— Calma aí. — levantou-se do sofá, dando passos de um lado para outro, como se estivesse ligando os fatos. — O que eu e a Leah temos nessa história? — olhou em meus olhos.

— Se eu não tivesse nascido... Vocês ainda estariam juntos. A culpa é minha. A dor que causei em todos. — Senti meus olhos traidores voltarem a lacrimejar. Inspirei o ar com rapidez, apenas para impedir mais um excesso de lágrimas.

— Reneesme...

— Não. —O interrompi— Não diga que é mentira. Não diga que não sou culpada. Eu sei que sou. — abaixei a cabeça, enquanto me conformava com a verdade que me privaram.

— Mas você não pode se culpar por nascer. É como se desculpar por estar respirando! — Ele ficou um pouco... Revoltado. É essa é a palavra que descreve sua indignação.

— Ah! Não posso?! – dessa vez me zanguei e me levantei também. — Mas não foi isso que você fez minha vida toda? Não descontou em mim sua raiva dela, da minha mãe? Não me evitou tanto tempo só pra não encarar a filha da sanguessuga que acabou com a sua vida? Não me odiou por tanto tempo por ter nascido? Não fez isso? Diga que não fez, Jacob! Diga! — quando dei por mim, as lágrimas já escorriam livremente pelo meu rosto, apenas senti quando elas começaram a molhar minha blusa. Limpei-as com as mãos rapidamente, em vão, já que sempre elas retornavam — Mas, sabe, você estava certo. Eu sou a culpada, não é mesmo? Tem o direito de ter raiva da hibrida que nem devia ter nascido. Só causei dor na sua vida, mas estou pagando por isso. Pagando com o sofrimento que a mentira me causou. Então por que não me mata logo? Não acaba com isso? Seria mais fácil pra todos!

— Quieta! — disse com a cabeça baixa, porém suas lágrimas eram visíveis, assim como sua raiva. Fiquei paralisada com o que disse. Com que direito ele pode dizer isso?

— Que? — virei-me em sua direção, apontando meu dedo em sua face. — Como você...

— Cala a boca! — levantou a cabeça e deu dois passos em minha direção. Abaixou meu dedo e revelou seus olhos com uma fúria que nunca vi antes. — Cala a boca! Você não sabe de nada. Acha que está sofrendo, mas não sabe o que é sofrimento, não sabe o que EU passei. — apontou o dedo para o próprio corpo — Você não faz nem ideia do que é se sentir como eu. Se sentir ferido, perdido, no escuro, sozinho, na beira de um precipício e não ter ninguém lá pra te salvar. Se perguntando o que fez para merecer tanta dor...

— Claro! — cortei sua frase — E você sabe o que é descobrir que as pessoas que mais ama mentiram para você sua vida toda. Iludiram-te! Nunca confiaram em você o suficiente para te contar a verdade...

— Você nem sabe de nada! – acusou-me.

— Não? E o que você me contou não é nada? Olha, se você quis tanto me matar, por que não fez?

— Deveria ter feito?

— Não sei, diz você.

— Talvez, mas eu não poderia. — virou o rosto, fitando a parede, impedindo o próprio raciocínio.

— Não? Por quê? Não vá me dizer que se arrependeria? — disse sarcástica.

— Sim, eu me arrependeria, mas não por você. — voltou a me fitar.

— Por quem? Minha mãe?

— Bella? — ele riu debochadamente. — Ela é outra que eu deveria ter matado.

— Então por que não o fez! Droga!

— Porque ele é meu amigo. Você sofreria... Eu... Eu não podia... — seus olhos miravam a sala toda como sinal de desespero. Tentou explicar, mas me confundiu mais ainda.

— Ele quem?

— Seth. — disse baixo, com a cabeça abaixada.

— Por quê? — perguntei no mesmo tom de voz. O que o Seth tem a ver com isso? Não, ele é o único que ainda tenho, não posso perdê-lo também.

— Deixa pra lá. — andou até a cozinha com passos rápidos. Algo estava acontecendo. Sua expressão estava carregada de... Culpa? Arrependimento? Remorso?

Segui seu percurso até que ele parou e ficou de costas pra mim. Não ousou me olhar, mas sabia que ele estava confuso. Seu nervosismo também era perceptível. Estava vendo a hora que explodiria em um grande lobo castanho-avermelhado.

Pensei mais um pouco. Não cheguei aqui para parar agora. Não serei covarde. Não fugirei mais uma vez. O pior já passou. Eu vou conseguir!

— Cansei de deixar pra lá. De fingir que tudo está bem. Diga! Agora! — ordenei.

— Não posso...

— Diga! — gritei. Dessa vez ele se virou e se aproximou com um pouco de desgaste e dor.

Imprinting!


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Notas finais do capítulo

Quem gostou, bota o dedo aqui, que já vai fechar...
Brincadeirinha!
Só comentando, já vou saber que gostaram. Beijinhos!