Recomeçar - Uma Fanfic Blackwater escrita por Katy Dreamer


Capítulo 19
A visita


Notas iniciais do capítulo

Sei que agora estou demorando para postar capítulos, mas é porque estou montando com mais cuidado, com mais qualidade, com auxilio da minha Beta Reader - Clara de Assis (Beijos, flor) - e com tempo para as ideias fluírem melhor. Enfim, logo chegará mais um, então: Boa Leitura!



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Pov. Jacob

Aproximei-me um pouco relutante.  Aquela cena estava um tanto quanto estranha. Suas expressões também não eram decifráveis, embora fosse evidente certo desespero nos olhos de Seth.

Reneesme estava mais séria, de um jeito diferente. Estou acostumado a vê-la doce, serena, leve, mas hoje não, hoje estava... forte. Sim, seu rosto mostrava uma menina forte, corajosa e disposta.

Quando já estava totalmente fora de casa, dei mais três passos e parei, esperando o que falariam logo em seguida.

Seth se virou para Reneesme e abraçou-a fortemente, logo deu um beijo em sua testa e disse baixo, perto de seu ouvido “se cuida”. Seu tom de voz era inaudível para um humano, mas minha audição captou cada ruído.

Ele adentrou a floresta me deixando só com a “monstrinha”. O que ela quer agora?

Houve um minuto de silencio desconfortante, o que me deixou meio sem jeito. Não poderia começar o assunto, não fui eu a procura-la.

Ela abria a boca várias vezes, queria me dizer algo, mas logo perdia a coragem. Sua respiração descompassada mexia com o meu lobo, como um sinal de alerta, mas não via um pingo de medo nela.

 — Eu sei que me odeia, Jacob. — ela finalmente disse abaixando a cabeça. Queria dizer algo, mas nada saiu da minha boca. — Mas tive que vir. — continuou. — Eu... Eu... Não aguento mais. Não aguento mais essa angustia, essa preocupação, eu preciso muito saber. — do que ela estava falando?

— Eu não tô entendendo nada. — disse confuso arqueando uma das sobrancelhas.

 — Só você pode me ajudar agora, Jacob. — seus olhos estavam minimamente molhados.

 — Aconteceu alguma coisa com você, com o Seth? — estava ficando preocupado.

 —Ajude-me Jacob, só isso que te peço. — já chorava muito. Mas o que houve afinal?

 — Calma! –. Algo mais forte dentro do meu peito me empurrou até onde se encontrava o corpo de Reneesme, me obrigando a abraça-la e protegê-la. Não sei o porquê disso, mas eu não podia deixá-la naquele estado sem ninguém.  — Tudo vai ficar bem. — foi o que conseguir dizer diante do desespero.

 —Ajude-me, ajude-me— ela só repetia isso. — Jacob...

 — Calma Reneesme, conta o que houve, conversa comigo, fale algo, por favor. — desespero total.

Ficamos apenas abraçados naquela posição, esperando alguma coisa que não sei o que era. Sua respiração enfraquecia contra minha pele quente. 

Seus músculos relaxavam com a minha alta temperatura. Seu corpo, mesmo sendo forte, parecia de uma humana indefesa. Ela realmente veio por um motivo grave. Mas o que era?

Seu silencio deixava meu corpo aflito. Podia ouvir nossas batidas cardíacas. Meu calor passando para seu corpo. Às vezes me esqueço que Reneesme não é vampira, as vezes, quando olho no fundo de seus olhos, não vejo a Bella, vejo uma criança, uma pessoa normal, talvez interessante.É que essa ligação forte que tive com Bella ainda é motivo de alguns dos meus pesadelos, mas não posso deixar isso cegar todo o resto.

Bella teve uma filha, mas que por ironia do destino, gera reações bem diferentes da mãe dela. Reneesme não é Bella. Só tenho que me lembrar disso, então a aceitarei melhor.

Seus olhos me fitavam diferente. Até que seus lábios se abriram, manifestando a primeira palavra coerente até então.

 — Obrigada. — disse docemente com um leve sorriso.

 — Não por isso. — respondi com o mesmo sorriso.

Ficamos apenas nos olhando, como se estivéssemos descobrindo algo novo no olhar do outro. E de certa forma, estávamos.

 — Preciso da sua ajuda, Jacob — disse séria.

 — Então me explica o que tá pegando. — tentei parecer firme, mas estava preocupado, pela primeira vez, com ela.

 — Conte-me tudo.

 — Tudo o que? — confusão que não acaba...

 — Eu sei que teve algo entre vocês. — arqueei a sobrancelha como prova de desentendimento. Ela apenas respirou fundo, fechou os olhos e logo, os abriu lentamente. — O que houve entre você, minha mãe e Leah antes do meu nascimento? — ela se afastou e olhou nos meus olhos. — Não minta! – sua última ordem.

 — Você... O Seth? O que... Você sabe? — fiquei um pouco nervoso. Será que alguém contou algo pra ela? Ou será que essa responsabilidade cabe a mim?

 — Ninguém me contou nada, se é o que tá pensando. Mas eu não sou burra! Eu tenho direito de saber! Eu quero saber agora o que houve entre vocês. Quero toda a história, de preferência a verdadeira.

 — Reneesme, o Seth contou que ele teve... — insinuei algo despertando a curiosidade dela, que esperou pela minha conclusão. — Esquece, ele não contou. — percebi na hora.

 — É isso que eu quero saber! Pelo o que entendi o Seth também tá envolvido nessa história. Que diabos aconteceu entre vocês?! – dessa vez ela se exaltou me assustando. — Desculpe. — disse mais calma. — O que houve entre vocês? O que isso tem a ver comigo?

 — Não seria melhor se o Seth conversasse com você?

 — Não! – respondeu quase que imediatamente. — Não foi o Seth que foi apaixonado pela minha mãe e pela Leah, pelo o que sei... Foi você, então, por favor... Conte-me.

 — Quer mesmo saber?

— Quero – disse determinada. Respirei fundo e pensei bem: Ela tem o direito de saber, mas se não a contaram, deve ter um propósito. Por outro lado, se contar, o Seth pode se zangar. Se bem que ele veio com ela aqui, então sabia para o que era. De certa forma, ele me deu autorização para fazer isso. Só que eu nunca toquei nesse assunto com ninguém depois do nascimento dela. Eu não sei o que fazer! — Por favor, Jacob. — fechei os olhos e os abri lentamente.

 — Se prepara Reneesme. O que você vai ouvir não é uma história... legal.

 — Mesmo sem saber o que é, mesmo sem saber de nada, eu sei que não vou ouvir um conto de fadas. Eu me preparo desde que comecei a ligar os pontos, porque lá no fundo, sei que não vou descobrir nada que vai me agradar. — vi a sinceridade nos seus olhos. Não posso negar, essa menina é forte, ela demonstra isso no olhar e sem dúvida, não é só o corpo que cresce rápido, a cabeça, a consciência e o coração também amadurecem. Não, não vejo nem Edward nem Bella na Reneesme.

 — Então tá. Quer entrar? A história é longa. — convidei-a, já que agora não a considero tão má assim.

 — Obrigada – deu um leve sorriso e me acompanhou.

Antes de passarmos pelo batente da porta, fiz um gesto com as mãos, convidando-a a entrar primeiro. Qual o mal de ser um cavalheiro, mesmo sendo com ela?

Quando ela passou por mim, senti seu perfume um pouco enjoativo (herdou do pai) e um jeito meio torto de entrar, como se sentisse fora de contexto, meio perdida. Reparei isso quando entrou e logo não parava mais de olhar para todos os cantos, esfregar os braços e logo soltá-los, respirar fundo algumas vezes esperando por alguma atitude minha. Isso ela herdou da mãe. É, talvez ela seja só um pouquinho parecida com eles, mas fazer o que? Ela é a filha.

 — Er... Bem... – ela tentou dizer algo. Ri com aquilo, ela estava realmente nervosa. Mas meu riso se desfez ao me lembrar do assunto que trataríamos. Assunto que envolvia minha Lee.

 — Sente-se Reneesme. — apontei o sofá meio velho da sala. Ela se sentou e ficou me olhando, esperando outra ordem. Sentei-me ao seu lado. Respirei fundo e pensei por onde começar. Se eu começar a contar, isso vai envolver o Seth. Mas ela realmente quer saber. Deixou isso bem claro. — A partir de onde quer saber?

 — Do começo.

 — Ok. Do começo... Bem, eu, como você já deve saber, fui muito apaixonado pela sua mãe. — ela acenou com a cabeça como se já desconfiasse. — Er... Foi uma época difícil. Muito difícil. Talvez, a minha fase mais tosca, ao mesmo tempo, muito dolorosa.


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Notas finais do capítulo

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